Baías e Baronis – Varzim 0 vs 2 FC Porto

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Mais um jogo sem grande história e com poucas histórias para contar. Valeu pela boa exibição de Bueno e Evandro, pela noção que Helton ainda cá está com a mesma vontade e segurança, pela estreia de Lichnovsky e pela confirmação que Varela não consegue dominar ou cruzar uma bola em condições há algum tempo. Vamos a notas:

(+) Tello. Um golo e várias assistências de morte numa boa exibição, de longe a melhor da época até agora. Apareceu quase sempre bem na desmarcação e usou bem a velocidade para ultrapassar os defesas e para conseguir ser produtivo, algo que ainda não tinha conseguido este ano. A continuar, espero.

(+) Evandro. A formiguinha do costume, correu que se fartou e foi a partir dele que surgiram alguns dos desequilíbrios mais interessantes a partir do meio-campo. Nunca será um jogador essencial no nosso meio-campo mas prefiro várias centenas de vezes a dinâmica e o empenho que o brasileiro coloca em jogo à pamonhice que Herrera costuma trazer. Titular absoluto em jogos de menor cartaz, sem dúvida.

(+) Bueno. Finalmente conseguimos ver Alberto Bueno a jogar entre linhas como jogador mais avançado do trio de meio-campo e a impressão foi positiva. Bem nas tentativas de desmarcação e na movimentação naquela zona de ninguém por onde vagueou, é franzino mas não tem medo do choque e mostrou talento e capacidade técnica que o podem tornar bastante útil na nossa Liga. Se chega ou não para outros voos, só o tempo o dirá.

(-) Osvaldo. Ui, rapaz, que tu falhaste tantos golos feitos que nem consigo muito bem perceber como é que vais chegar a casa e não sacas da vergasta para te castigares. Um falhanço terrível depois de um bom passe de Tello, mais um chapéu mal calculado e uma bola enviada direitinha ao guarda-redes…por isso enquanto o Vincent estiver com a pica toda, vais mesmo ter de continuar de peidola alapada no banco.

(-) Desorganização do jogo ofensivo. Havia muito pouca interligação entre os jogadores, compreensível perante a quantidade de mudanças que Lopetegui fez no onze, mas este tipo de jogos traz quase sempre um FC Porto com poucas ideias em que cada jogador parece jogar sozinho e há mais braços esticados a pedir auxílio ou movimentação do que ideias a surgir na mente dos rapazes de azul-e-branco. Torna o jogo enfadonho e dependente em demasia nos lances de inspiração individual.


Uma já está, venha a próxima eliminatória, preferencialmente sem jogos grandes. Afinal de contas o Cissokho gostava de jogar mais uns minutinhos…

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Ouve lá ó Mister – Varzim

Señor Lopetegui,

Já não falávamos há que tempos, hombre! “Falar” não será o termo mais adequado a estes meus solilóquios que nem sempre vão parar aos teus ouvidos, facto que não me impede de prosseguir com eles. E hoje é um dia especial porque é a primeira vez que escrevo um texto neste espaço com referência ao Varzim. E é sempre interessante abordar uma partida que tem tanto para poder correr mal como para ser pouco memorável. Explico.

Um jogo de Taça contra uma equipa de um escalão inferior é sempre um pau de dois bicos. Un pao con dos biqueros, se o meu espanhol não me falha. Se ganhas, ninguém quer saber, apareces nas notícias depois da surpreendente derrota do Gil Vicente contra o Arraiais de Baixo e a maior parte do povo nem sabe que jogaste. Se perdes…upa upa, capas de jornais, títulos a bold em tudo que é site, torrentes de tweets a insultar-te e aos teus, assobiadelas garantidas no próximo jogo e um sabor a humilhação que mais parece que estiveste a fumar charutos de estrume durante umas horas. Por isso aprovo o facto de teres mantido uma convocatória moderadamente estável para não recomeçares mal depois das selecções, especialmente com o Benf…perdão, o Maccabi aí à porta.

Dá alguns minutos a moços que não os podem ter habitualmente. Tive pena que não chamasses o Sérgio mas sei que ainda lhe podes dar minutos na Taça da Liga. Mas podes enfiar lá o Tello e o Varela, até o Osvaldo e o Lichnovsky para ganharem mais rodagem. Não deites é tudo a perder com invenções em demasia. Mantém a estrutura base, muda uma ou outra peça e deixa-os descansar depois do jogo estar ganho. Vai estar vento e chuva e o jogo é mesmo à beira-mar, por isso vê lá se os rapazes não pensam em praia antes de rodarem no lodo. É para ganhar.

Sou quem sabes,
Jorge

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Dragão escondido – Nº36 (RESPOSTA)

Cá está ele:

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Artur Duarte de Oliveira foi uma das transferências que mais prazer me deu ao ver confirmada, a par de Lucho e João Moutinho, porque era um jogador que apreciava bem antes de passar a usar as nossas cores. Agressivo pelas alas e em frente à baliza, rápido no 1×1, foi um dos nossos carrascos-mor quando passeava pelos lados do Bessa e criou uma frente de ataque temível com Jardel e Edmilson em 1996/1997, ano em que chegou ao clube, bem como no ano seguinte, perdendo importância na última temporada com Fernando Santos ao comando da equipa.

Na foto podemos ver Artur num jogo disputado nas Antas no dia 15 de Fevereiro de 1998, numa vitória por 3-1 frente ao Leça com Artur a marcar o primeiro golo da partida e assistiu o segundo. O resumo fica em baixo:

Entre as muitas tentativas falhadas, algumas vindas de qualquer realidade alternativa onde o FC Porto nunca existiu:

  • Bino – O nosso treinador dos sub-17 tinha saído no ano anterior para o Marítimo.
  • Capucho – Titular nesta partida mas claramente desadequado na foto pela dinâmica do movimento!
  • Carlos Manuel – Só passou uma temporada no plantel, aquela que se seguiu a esta.
  • Domingos – Estava por terras de Espanha ao serviço do Tenerife.
  • Drulovic – Entrou aos 78 minutos para o lugar de Capucho.
  • Edmilson – Tinha saído no Verão a caminho do PSG.
  • Fernando Mendes – Também titular nesta partida, por se tratar de um esquerdino seria a segunda melhor escolha.
  • Folha – Ficou a ver o jogo no banco.
  • João Manuel Pinto – Com Aloísio e Jorge Costa em forma, não foi sequer convocado.
  • Jorge Couto – Há dois anos que jogava no clube de onde saiu Artur, do outro lado da cidade. De xadrez. Esses.
  • Kostadinov – Regressado ao seu clube de origem, defendia as cores do CSKA Sofia.
  • Mielcarski – Também estava no plantel mas não foi convocado para este jogo.
  • Paulinho Santos – Elemento mais que presente no plantel, não foi convocado para este jogo.
  • Pavlin – Só chegou ao plantel uns anos mais tarde.
  • Sérgio Conceição – O actual treinador do Vitória de Guimarães entrou aos 71 minutos para o lugar de Aloísio.
  • Zahovic – Fazia parte do plantel e esteve neste jogo, apontando o segundo golo do FC Porto a passe de…Artur.

O vencedor foi Nuno Moreira que deu a resposta certa via Twitter aos 28 minutos de “jogo”. Raios te partam, homem, se não andas a hackar a minha conta para descobrir as fotos!

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Belenenses

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A tradição é bonita e manteve-se hoje à noite no Dragão. A equipa do Belenenses juntou-se perto do círculo do meio-campo e desfraldou uma bandeira do FC Porto, procedendo a oscilá-la debaixo de um vento forte, mostrando toda a agradável “prisão” a velhos hábitos que serão recompensados, na segunda volta, com a coroa de flores no monumento a Pepe. Muito bem. E a vitória foi mais que justa e só pecou porque ao intervalo poderíamos já estar com dois ou três golos marcados mas alguma atrapalhação e uma boa dose de azar fizeram com que adiássemos o que parecia inevitável. Ainda temi, mas Brahimi e amigos tiraram-me as dúvidas. Ora sigam as notas:

(+) Brahimi. O melhor jogo do ano para o argelino, impossível de controlar pelos defesas de Belém que ainda devem andar atrás dos rins que deixaram na relva do Dragão. Não gosto da excessiva dependência na inspiração de Yacine mas a verdade é que consegue desequilibrar como poucos e foi exactamente essa capacidade de furar por múltiplos adversários que fez a diferença hoje. E marcou um golo de cabeça, em voo. É verdade, estive lá e vi.

(+) Marcano. Marcou um golo que fez por merecer depois de uma excelente exibição onde pareceu mais estável em relação ao que tinha vindo a mostrar nos últimos jogos. Rijo nos confrontos aéreos, firme e seguro nos despiques rasteiros, foi uma parede que ninguém conseguiu ultrapassar. Espero que continue a boa forma nos próximos jogos.

(+) A estabilidade mental que temi pudesse cair. Sim, sou um pessimista do caraças e quando chegou o intervalo e o resultado ainda estava a zeros, uma boa parte de mim começou a temer que assim se mantivesse até ao final. Estávamos a ser demasiado trapalhões, com excessivas perdas de bola na zona ofensiva, alguma lentidão no início da construção que depois contra-balançava com o remate contra a enésima perna branca que se esticava na área adversária…tudo isto poderia ter contribuído para o abanão do costume, especialmente quando vi Danilo a entrar para o lugar de Maicon no início da segunda parte. Já estava a ver três defesas, um meio-campo com gente a mais e um ataque ineficaz, remates a rodos para fora e Ventura eleito homem do jogo, do ano e candidato a Nobel das luvas mágicas. Felizmente a equipa entrou muito bem na segunda parte e o golo acalmou os meus ânimos. Ainda bem.

(-) A inelasticidade do meio-campo. Ruben pautava bem o jogo, com alguns passes falhados a mais do que era costume, mas Imbula parecia estático, menos solto, menos prático do que tinha feito contra o Chelsea e André pouco influente no jogo. Havia demasiado espaço entre os sectores e a persistência no envio das bolas para os extremos, com pouco ou algum apoio em permanência dos laterais, que me aborrecia porque me parecia jogo de equipa pequena, que depende da inspiração dos talentosos para se escudar da falta dela no centro do terreno. E o centro não esteve bem durante largos minutos, até que finalmente, quando houve um pouco mais de espaço para se poderem mexer (o Belenenses estourou fisica e moralmente depois do primeiro golo), lá se recompuseram e a bola rolou com mais liberdade.

(-) Bolas paradas defensivas Se eu tenho medo dos cruzamentos e cantos marcados para a área pela parte do Belenenses, o que raio vou eu fazer quando apanhamos Chelseas ou Bayernes?! Há sempre uma falha que deixa um adversário chegar primeiro à bola, saltar mais alto ou antecipar-se na zona defensiva. É inano e enerva-me imenso.


Pára outra vez esta treta para que as selecções brinquem ao futebol. Sempre dá para descansar e para ver se o Maicon recupera…

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