Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 0 Braga

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Que desperdício, meus caros. Insistimos nos mesmos erros que nos custam caro jogo após jogo contra equipas que passam o jogo a defender e que disputam todas as bolas como se fosse a última. E é aí que se nota mais a diferença, desde a inoperância de Brahimi ou Imbula, o “tirar de pé” de Tello ou Corona e a assustadora incapacidade de criação de jogo de uma forma consistente a partir do centro do terreno, com a busca dos corredores a ser a única forma de construção de lances ofensivos contra estas equipas tão defensivas. E, mais uma vez, não conseguimos vencer o jogo. Lá vão mais dois pontos. Notas:

(+) Indi e Marcano. Entenderam-se bem no centro da defesa e fizeram com que fosse quase impossível furar por essa zona, forçando o Braga a procurar opções pelas laterais e se conseguiram alguma coisa por aí foi por obra da inoperância dos nossos rapazes que jogaram na ala. Tanto o holandês como o espanhol estiveram rijos, combativos e práticos, o que se pede a defesas centrais que queiram jogar num clube como o nosso. E em qualquer clube, já agora.

(+) A entrada de Bueno. Ao intervalo vaticinei a saída de Imbula (que já vinha tarde) e a entrada de Osvaldo para servir como intermediário entre o meio-campo e Aboubakar. Lopetegui fez-me a vontade na posição mas mudou o nome do rapaz que entrou. E só a partir da entrada de Bueno é que começamos a conseguir criar algum tipo de perigo pela zona central em jogo corrido, com o espanhol a movimentar-se bem entre linhas e a criar aberturas para os colegas poderem subir e rematar e rematar e rematar…sempre mal, mas não por culpa dele.

(-) Apoio, apoio, onde estás? A bola segue ao longo da linha para Tello, ainda na primeira parte, enviada à distância por Indi ou Layún, fugindo-me agora o detalhe. O médio do seu lado deveria imediatamente subir para o apoiar, mas raramente o faz. O mesmo aconteceu várias vezes com Corona na segunda parte ou com o mesmo Tello na primeira, para não falar nas enervantes paragens cerebrais de Cissokho com Brahimi na sua frente, temendo subir no terreno e ficando em terras de ninguém. Não houve desdobramento táctico, apoios para os criativos e cobertura de zonas defensivas de uma forma aceitável e que impedisse que o Braga trocasse a bola no nosso meio-campo como se lá vivesse há anos e andasse a regar as plantas da sala. E a culpa aqui é de Lopetegui, pelo enésimo conjunto de alterações ao onze-base e pela falta de rotinas que os defesas (improvisados por fruto da lesão de Maicon e do castigo de Maxi) já de si exibiam com naturalidade.

(-) Ineficácia no ataque À saída ouvi que tínhamos feito quinze remates mas pareceram mais. E variaram entre o “oh, que remate tão fofo” até ao “olha este anda a ver o rugby”. Com o jogo a propiciar o remate de longe para quem não sabia mais o que havia de fazer em campo (srs Brahimi e Tello, obrigado por mais uma noite para esquecer), é notável como nem assim conseguimos criar grande perigo e o guarda-redes do Braga agradeceu quase todos os passes que recebeu e os pontapés de baliza que marcou e onde pôde perder pelo menos o equivalente ao tempo de descontos. E assim se perdem mais dois pontos.

(-) Cissokho Ando eu há que tempos a dizer que o Eliseu é um desperdício de oxigénio como defesa esquerdo e aparece-me este caramelo que parece ter acabado de sair de uma instituição onde se internou com uma depressão profunda. Nem Costa depois de Manchester ou Nuno André Coelho pós-Londres mostraram tanto nervosismo com ou sem a bola nos pés e o francês hoje mostrou que precisa de ritmo e de jogos para conseguir melhorar. Não sei se o vai conseguir, mas garanto que com jogos como o de hoje, sem vivacidade, com medos, hesitações e tremideira generalizada, está abaixo do nível “Taça da Liga” mínimo.

(-) Imbula Que belo monte de esterco produziste tu hoje, meu caro. Lentidão enervante, hesitação na altura de endossar a bola aos colegas, conseguiu levar quase quarenta mil almas a gritarem com ele depois de mais uma tabelinha para trás que travou outro lance de ataque. Começo a desconfiar da condição física do rapaz porque nunca parece estar fresco em jogo e insiste em jogar a um ritmo que não traz nada de interessante ao jogo, somando-se meia-dúzia de passes fraquíssimos que quebraram mais umas tantas jogadas. Muito mal.


Mais dois pontos desperdiçados, os primeiros em casa. Numa jornada em que um dos rivais perdeu três e outro roubou esses mesmos…só me deixa a pensar que foi um belo dum desperdício de noite.

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Ouve lá ó Mister – Braga

Señor Lopetegui,

Talvez ainda não saibas deste pequeno nugget de informação, mas este é um dos meus jogos preferidos. Desde o tempo do Karoglan e do Zé Nuno Azevedo, passando pelo Barroso, o João Tomás e o Wender, pelo Mossoró ou pelo Lima, o Braga tentou sempre lixar-nos a vida no Dragão ou lá na terra deles e os jogos costumam ser emocionantes, cheios de peripécias curiosas, bons golos e emoção a rodos. Não prevejo que este seja muito diferente, especialmente depois de os ter visto a jogar na quinta-feira passada e de ter ficado impressionado pelo ritmo e velocidade da troca de bola na frente de ataque, especialmente quando jogam no contra-golpe. Mas vi lá algumas Fonsequices, com falhas defensivas grandinhas e alguma trapalhice no câmbio da bola no meio-campo, que podemos aproveitar e bem.

É preciso seriedade para este jogo, tanto como para todos os outros, mas estava disposto a apostar que o Fonseca gostava de vencer o jogo para mostrar que é melhor do que foi quando por cá ando, seja por uma questão de orgulho e amor próprio ou simplesmente porque tem uma boa equipa que está num bom momento. Afinal, o Braga não perde há sete jogos e tem mais pontos na Liga Europa que nós na Champions e se fizermos um estudo geral podemos ver que não vão nada mal em todas as competições onde estão envolvidos. Cabe-te a ti e aos teus quebrar essa moral!

Não te preocupes com o resultado dos outros dois. Foca-te nesse jogo e dá uma alegria à malta nas bancadas que depois das notícias do IRS…hombre, bem precisamos!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Maccabi Tel Aviv

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Um jogo típico de confrontos entre equipas desiguais na Champions. Ataque, gestão, defesa, gestão, mais ataque, dois golos e uma exibição tranquila, relaxada e sem grandes complicações. Foi uma noite com poucos sobressaltos que tirando a verticalidade de Ben Haim II (ao nível dos campeonatos nacionais dos anos 90 com os Quims e Zé Pedros que também metiam os pobres cardinais romanos ao barulho) que causou algum stress, nada de muito importante que nos metesse medo. Mérito para Aboubakar e para Brahimi, os dois destaques da noite. Notas abaixo:

(+) Aboubakar. Continua a trabalhar como um bulldozer robótico, sem hesitações no momento de correr e de pressionar o adversário, recuando quando precisa para ajudar a equipa com ou sem bola. O golo é sortudo apesar da desmarcação ser excelente (fraquinhos os centrais do Maccabi, admita-se), mas o segundo golo é 80% seu, pela forma como arrasta os defesas para longe de Brahimi e lhe endossa a bola em corrida. Muito bem, mais uma vez.

(+) Brahimi. Curioso como apesar do golo que marcou até nem teve um dos jogos mais produtivos de sempre. Mais perigoso pelo meio do que pelas alas, foi ainda assim bastante dinâmico e tentou tudo para conseguir ultrapassar os jogadores que lhe caíam em frente com a finta curta e as rotações que já começam a ser habituais. Se conseguisse ordenar o cérebro para soltar a bola com melhor timing seria bem mais rentável mantê-lo em campo para lá dos setenta minutos de jogo.

(+) A efeméride para Ruben Neves. Marco a atribuição da braçadeira a Ruben Neves, apesar das condicionantes que levaram a esse acto, porque é histórico. O mais jovem capitão de equipa na Champions, um puto formado nas nossas escolas e com maturidade competitiva como poucos vi até hoje. Não quero adicionar aos elogios como já tenho vindo a fazer e prefiro ser cauteloso ao assumir que ainda possa ser cedo para ser capitão de equipa a tempo inteiro, mas que está bem lançado, lá disso não tenho dúvidas.

(-) Corona. Maxi, André e Ruben passaram metade do jogo a gritar com o mexicano para que se posicionasse nos locais certos para ajudar a defender. Não funcionou. Tentou oitocentas vezes passar pelo adversário de uma forma tão lenta que só por uma vez o conseguiu naquela finta curta parecida com a que lhe deu o segundo golo contra o Moreirense. Mas esteve muito distraído, pouco activo e displicente nos lances defensivos. Saiu tarde.

(-) Novamente em modo “andebol de onze”. Aborreces-me, FC Porto, quando começas a horizontalizar o que devias verticalizar. Em linguagem normal, passar tantas vezes a bola para o lado sem tentar furar torna-se enfadonho e apesar do adversário estar em permanência atrás da linha da bola (defender com onze contra o FC Porto é como jogar com quatro guarda-redes contra o Barça), urge criar mais jogo por zonas centrais e não depender quase em exclusivo do que os extremos possam fazer. Compreendo que tentem sempre puxar o adversário para que suba e abra espaços, mas o ritmo tem sido lento e a movimentação do meio-campo ofensivo esteve ao mesmo nível.


A meio da corrida, sete pontos não são maus de todo. Uma vitória em Israel e será quase impossível fugir do apuramento. Bom trabalho, malta.

PS: Uma pequena nota para justificar o atraso. Depois de sair do estádio cheguei ao carro e verifiquei que tinha sido assaltado. Não sei se foi o filho da puta do arrumador ou outro filho da puta que se lembrou de me partir o vidro e levar meia-dúzia de coisas da mala. Só sei que foi um filho da puta. Filho da puta. E lixou-me a cabeça ao ponto de me tirar a vontade de escrever. Enfim, coisas que acontecem. Filho da puta.

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Ouve lá ó Mister – Maccabi Tel Aviv

Señor Lopetegui,

Uma bela semana de estreias, Julen! Depois do Varzim ter debutado com alguma dose de sucesso aqui no estaminé, eis senão quando temos uma novidade de peso: o primeiro clube israelita a figurar nas doutas categorias que pautam o trajecto deste que te escreve aqui no blog. O Maccabi não é uma equipa desconhecida mas está para aparecer o primeiro gajo da minha habitual convivência que consiga dizer o onze provável destes moços logo à noite no Dragão. É que nem ao longo de vários anos de intensa aplicação e devoção à causa do Football Manager chegam para conseguir agregar informação acerca deles a não ser meia-dúzia de vídeos do youtube, resumos das primeiras duas jornadas da Champions deste ano e a tradicional tentativa de atirar com Cohens ou Haims ou Greenbergs porque a malta acha que tudo que é israelita tem nomes desses. Como se não houvesse um tuga chamado Ronaldo. Enfim, continuemos.

Jogos da Champions nunca são para menosprezar e já não é a primeira vez que vejo treinadores nossos a armarem-se em parvinhos e a rodar gajos enquanto pensam no próximo confronto. Não creio que seja o caso, até porque já fizeste rotações suficientes na Póvoa e deves ter uma ideia do que podes vir a fazer e aposto que essa ideia assenta na base do costume, com uma ou outra alteração por causa das lesões. Se o Marcano não estiver em condições, não o ponhas a jogar. E no fundo é isso. O resto deixo à tua consideração. Seja o Maxi ou o Layún, o Ruben ou o Danilo, o Tello ou o Corona, só espero um jogo decente e uma vitória. É exactamente o que precisamos, de continuar a ganhar para seguir em frente!

Sou quem sabes,
Jorge

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