Ouve lá ó Mister – Gil Vicente

Camarada José,

Vamos com bom balanço depois do jogo do Estoril, que pareceu animar um bocado a malta e deixou-nos a todos com um lampejo do que pode vir a ser a nova vida do Dragão a médio prazo. E tens alguma, senão toda a responsabilidade nessa mudança, por isso até esta merda começar a correr mal (esperemos que não, mas nunca se sabe), nomeio-te “Grande Responsável Pela Ligeira Melhoria Do Futebol Portista”! Não é mau para quem cá está há umas semaninhas, mas não te habitues que isto de dar títulos é giro mas bem melhor é recebê-los.

E hoje tens a oportunidade de dar um passo na direcção disso mesmo, de receberes um título. A primeira mão da meia-final é sempre um jogo tenso em que as equipas se vão estudando e tentam descobrir os pontos fracos do adversário para dar a estocada na segunda mão. Mas não quero nada disso. Quero bom futebol, sempre, mas hoje há um particular desejo de enfiar o Nandinho onde ele sempre mereceu estar, esse vendido do Salgueiral que se lembrou de ir jogar para o Benfas. O ultraje, meu caro, o ultraje! Por isso é olhar para aquela equipa como um monte de Brígueis e procurar enfiar seis ou sete bolas na baliza o quanto antes. Não há experiências como na Feira ou imbecilidades como em Famalicão. Hoje é jogo para homens e a vitória tem de ser nossa!

O Jamor está perto. Vamos lá passar um Domingo daqui a uns meses?

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Dragão escondido – Nº37 (RESPOSTA)

Cá está o rapaz:

dragao_escondido_37_who

Carlos Narciso Chaínho, aqui numa fotografia que diz respeito à época 1998/99, foi um jogador que nunca recolheu grande simpatia dos adeptos do FC Porto durante os três anos que usou as nossas cores. Apesar de ter sido campeão no primeiro ano (o Penta de Fernando Santos) e de “dar o litro” em todos os jogos que fazia, nunca perdeu a aura de tosco e trapalhão, nunca conseguindo ser um jogador que se afirmasse no coração dos adeptos como o fez na equipa-base. O facto de termos perdido dois campeonatos seguidos (para Sporting e Boavista, respectivamente) não ajudou e acabou por sair para Espanha. Regressou depois a Portugal para jogar na Madeira por Marítimo e Nacional e acabava sempre por ser aplaudido quando entrava no Dragão. Há coisas engraçadas, não há?

Entre as diversas tentativas falhadas:

  • Aloísio – O decano do plantel ainda por cá andava, a passear classe pelos relvados. Que saudades, pá!
  • Artur – Colega de equipa…mas o tom de pele deveria ter eliminado o brasileiro logo à partida.
  • Celso – Ganha o prémio do maior anacronismo, porque Celso e Chaínho desencontraram-se por DOZE ANOS!!!
  • Chippo – Mais um mal-amado, o marroquino também foi colega de Chaínho.
  • Clayton – Foram colegas…mas não neste ano, porque Clayton ainda não andava por cá quando Chaínho chegou ao FC Porto.
  • Edmilson – Atirar nomes ao ar não vale. Se tentarem “Lisandro” também não funciona.
  • Emerson – Mais um desencontro, desta vez por apenas dois anos…
  • Esquerdinha – Colegas de equipa, seguiram juntos para o Zaragoza em 2001/2002.
  • Jardel – Companheiros de plantel, ainda lhe deve ter feito alguns passes para golo…mas poucos.
  • Kenedy – Os desfasamentos continuam mas são cada vez mais curto, aqui só houve diferença de um ano!
  • Lula – Exactamente a mesma coisa do Kenedy, falhou por um ano a convivência com o rapaz.
  • Madjer – WHAT?! Como?! WHAT?!

O vencedor foi Carlos Martinho que deu a resposta certa via Twitter às 10h47. Parabéns, jovem!

Link:

Dragão escondido – Nº37

Uma espécie de dança interpretativa (Olga Roriz, beware!) está a ser protagonizada por um jogador do FC Porto e o seu directo adversário no momento…e quem é o Dragão dançante com a cara tapada pelo Garfield?

Força na caixa de comentários! E não vale andar a procurar a imagem na internet, todos o podem fazer e tira a pica à brincadeira toda…torna-se fácil demais, não acham? Batota não entra!

Link:

Baías e Baronis – Estoril 1 vs 3 FC Porto

315320_galeria_estoril_praia_x_fc_porto_liga_nos_2015_16_j_20.jpg

Bom jogo hoje na Amoreira. Boa atitude, excelentes trocas de bola, muitas oportunidades criadas, alguns falhanços anedóticos e uma vitória que assenta muito bem. Demos a volta a um resultado negativo, recuperamos alguma auto-confiança e mostrámos que estamos vivos e prontos para continuar a crescer. Vamos a notas, hoje com um sorriso agradável nos lábios:

(+) Vontade de ganhar. Ficou a noção que houve já alguma melhoria nos processos e na criação de lances de ataque. Viu-se na forma como a equipa variava de estilo e de approach no ataque, quer pela ala em velocidade ou em trocas de bola curtas pelo centro, mudando logo em seguida para uma tentativa de tabelinha no flanco e invertendo o papel do médio que transportava a bola para conseguir desequilíbrios no ataque. Mas acima de tudo viu-se vontade, garra, entusiasmo por praticar este desporto que nos pode edificar e destruir mediante a postura que mostrámos perante as adversidades. Foi nos choques de Maxi com Gerso, de Danilo com Mattheus ou de Aboubakar com Yohan Tavares, na luta entre Anderson e André ou nos remates que obrigámos Kieszek a defender à rasca. Foi a vontade de ganhar e o prazer de jogar futebol que pareceu voltar aos rostos dos jogadores e que me deixou deixou muito satisfeito.

(+) Layún na primeira parte, Herrera na segunda. Foram os grandes movimentadores de um ataque que teve os extremos em sub-produção e que dependeu destes dois rapazes para criar as (muitas) jogadas ofensivas da equipa. Layún esteve extremamente rápido pelo flanco e as duas assistências são um prémio para a forma como apoiou sempre o ataque e, em muitos casos, *foi* o ataque. Na segunda parte Herrera pegou no testemunho e ajudou a rodar a bola pelo centro de uma forma objectiva, inteligente, com bons passes a cruzar a relva e mostrou muita calma e bom entendimento com os colegas.

(+) André André. Falhou dois golos na primeira parte mas ajudou a desequilibrar no ataque com as permanentes subidas e deambulações para as alas. Muito activo, rijo na disputa de bola e na recuperação, é este o André que quero ver sempre em campo, não o fantasma que vi contra o Rio Ave no último jogo de Lopetegui. É aquele falso morder de punho, os dentes cerrados quando falha um passe ou um remate, a vontade de marcar e jogar e ganhar…é exactamente desta atitude que precisamos!

(+) A entrada de Varela. Sim, perdeu duas bolas quase consecutivas que iam lixando a equipa. Mas a forma como pautou bem a circulação a meio-campo e acalmou a construção ofensiva foi vital para conseguirmos o terceiro golo e para matarmos o jogo de vez. Continua a ser uma escolha que pode trazer mais-valias quando entra a partir do banco mas claramente um homem sem hipótese de ser titular. My two cents, just that.

(-) Demasiada permissividade no meio-campo. As subidas de André ajudavam a desequilibrar e a criar novas hipóteses para abrir a frente de ataque (que chegou a ter cinco homens de cada vez, algo quase impossível de acreditar aqui há umas semanas), mas criava um buraco assustador que Danilo e Herrera nem sempre conseguiram tapar. E tentaram, mas a diferença em números entre os nossos rapazes de branco e os outros de amarelo era sempre tão evidente que sempre que o Estoril passava a linha central, havia uma tremenda ausência de pressão que permitia que o adversário conseguisse progredir com pouca interferência da nossa parte. Peseiro fez com que a equipa pressionasse ainda mais alto e cortasse a facilidade de transição rasteira e em apoio por parte do Estoril, mas arriscou ao fazê-lo. Creio que será, a par do duplo pivot que pode aparecer noutro tipo de jogos, uma das imagens de marca do treinador. E assusta-me um bocadinho.

(-) Agora é permitido jogar com os braços. Sempre. Perdi a conta à quantidade de faltas que o Estoril fez por usar os braços. Foi um festival de empurrões, puxões e uso generalizado dos braços sempre que um jogador nosso recebia a bola no meio-campo adversário que mais parecia que Shiva ou Vishnu ou qualquer deus Hindu com cinquenta braços estava em campo e vestia de amarelo. Ah, e amarelos levamos nós aos montes, sei lá porquê.


Uma pequenina luz brilha agora ao fundo. Vi a equipa mais solta e com mais vontade de jogar e de criar bom futebol. Será para durar? Espero para ver.

Link:

Ouve lá ó Mister – Estoril

Camarada José,

Acabou a “nossa” Taça da Liga e fomos mais uma vez eliminados bem antes do que deveríamos. Começo a questionar se há alguma força divina que nos impeça de ganhar aquele caneco e vaticino que um dia que consigamos finalmente colocar as manápulas no troféu, a festa será tão intensa que até vão lançar doi…tr…vá, sete foguetes, para ser mesmo uma maluqueira! Vamos encher a Alameda desde o cogumelo até à porta 25 e vai ser uma loucura durante bem mais que cinco minutos! Agora a sério, para o ano, se ainda cá estiveres, vamos ver se fazemos uma forcinha para ganhar aquela merda de vez? Obrigados.

Voltemos então as atenções para a Liga (sem Taça, ou melhor, com troféu mas não se chama Taça…não me perguntes porquê, é o que temos) que é bem mais importante. Não sei se vais voltar a fazer experiências mas presumo que desta vez faças um reset aos teus moços e os ponhas a jogar da maneira que tens vindo a formatar nos treinos. Já vi que chamaste o Marega, pode ser que o rapaz até seja bem útil neste tipo de jogos, especialmente naquela fase do “oh-pronto-lá-vai-o-Maicon-começar-com-bolas-longas”. Ou seja, aí pelos 10/15 minutos de jogo. Acima de tudo é preciso ganhar e começar a gerir os cartões para quando formos à Luz não termos de levar o Chidozie e o Victor Garcia. E daí…eh pá, não sei, faz como achares melhor!

Sou quem sabes,
Jorge

Link: