Um dia vivos, no outro um pedaço de carne pronta para abate. Numa semana jogam para chegar às estrelas, na outra passam por manequins de lojas de roupa com a mesma mobilidade e capacidade de luta. Tem sido esta absurda montanha-russa de emoções que o demónio que tomou conta desta temporada nos arranca o coração e o mastiga com o sangue a escorrer pelos lábios, num sorriso maldoso e sarcástico de quem nos quer ver em baixo. Houve luta enquanto houve pernas e depois…nem pernas, nem luta, nem nada. FUBAR. Notas:
(+) A entrada em jogo. O arranque para a partida foi bom. Vinte, talvez vinte e cinco minutos de pressão intensa, boa rotação de bola, antecipação no corte, excelente envolvimento ofensivo, jogadas de interligação interessante no meio-campo e apesar de termos criado poucas situações de perigo, o jogo esteve do nosso lado. Pena que os outros setenta minutos não tivessem sido remotamente parecidos.
(+) Braga. Jogou mais. Correu mais. Lutou mais. Mostrou mais. Nada mais há a dizer, amigos, foram melhores que nós em todos os sectores e quando isso acontece não podemos querer dizer que o resultado foi injusto ou que os nossos jogadores são uma merda. Os outros foram melhores. Talvez consigamos ser melhores que eles na final da Taça, mas hoje fomos bem derrotados. Mai nada.
(-) Macios. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. Somos consistentes, valha-nos isso. Consistentes na forma como perdemos em força contra os adversários, como não conseguimos apertar com um meio-campo de quatro homens contra outro que rasga o centro com os laterais, que ameaça a área com cruzamentos mais certeiros porque feitos com mais tranquilidade dada a falta de pressão. Falhámos nesta parte desde o início da temporada e não é culpa de Peseiro, é culpa dos jogadores. É culpa de pouca fibra e de pouca capacidade de luta no 1×1. Com as fraquezas dos outros posso eu bem, mas com as nossas…chateio-me muito.
(-) Fracos. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. É simples: não aguentamos noventa minutos a bom nível. A um nível decente contra adversários fracos, somos ainda capazes de ir rodando um ou outro jogador e chegar ao final da partida com os índices físicos a roçar o limite da sobrevivência humana, mas quando apanhamos um adversário que não só corre mais que nós mas também consegue ser mais perigoso enquanto o faz…lixamo-nos e bem, como hoje. E isto também não é culpa de Peseiro, mas do que veio antes dele.
(-) Inócuos. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. Aqui sim, pode haver alguma culpa de Peseiro. Entramos para controlar o jogo e fizemo-lo durante os vinte minutos que referi em cima. Mas não fizemos nada com esse controlo. Uma ou outra jogadita de perigo, um remate do Suk e um livre do Brahimi. E pouco mais. É muito pouco para uma equipa que quer ser campeã, com demasiado jogo a meio-campo e pouca criação de lances na área. Assim não é possível aspirar a mais do que um terceiro lugar e talvez seja esse a posição que merecemos este ano. Talvez.
(-) Xistra. Não resisto a apontar o dedo a este imbecil. A expulsão de Peseiro é mais um exemplo que pagamos muitas vezes por pecados idênticos que noutros clubes passam pelos pinguinhos de uma morrinha que chateia mais do que magoa. Por muito que me possam vir dizer que terá protestado fora da sua zona, Peseiro foi expulso porque era Xistra que estava com o apito na boca. E a quantidade de faltas feitas por homens do Braga com um limite para o amarelo subido para quatro ou cinco faltas, ao passo que os nossos jogadores apanharam amarelo à primeira várias vezes. Xistra é um puto que levava no focinho no recreio até que apanha os outros colegas, anos mais tarde, como seus subalternos numa qualquer empresa, procedendo a cascar nos gajos sempre que pode. É um socio-bully. Enfim, um entre muitos.
Adeus, título? Sim, creio que desta vez é definitivo. Restará a Taça e o orgulho todo retalhado que temos a obrigação de salvar. Não o vamos conseguir, claro, mas temos de continuar. Sempre em frente. De palas nos olhos.
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