Companheiro Nuno,
Ora então cá vamos nós. Prontinhos para mais uma época que nos vai encher de alegrias, tristezas, semi-ataques cardíacos, pequenas pinguinhas de urina com lances entusiasmantes no ataque e mãos erguidas para o peito com falhsa defensivas. Nada de novo, apenas na necessidade imperiosa de ganhar. E para isso precisamos de começar bem, já hoje em Vila do Conde. É um campo complicado? Não faço ideia, nunca lá joguei. O único campo de futebol em que já alguma vez joguei foi o Campo S.Miguel em Gondomar (agora Estádio São Miguel, porque é relvado e tal) e na altura o pelado era bem fixe para quem queria ficar sem joelhos. Uma espécie de lixa com 100×50 metros, bem catita. As coisas são diferentes e os hábitos também, até para nós. Especialmente para nós.
Disseste a meio da semana que o FC Porto não pode estar quatro anos sem vencer títulos. É para isso que aí estás, Nuno, para vencer. Vou-te dar a mesma ladaínha que dei aos teus antecessores: ninguém se vai preocupar se jogar A ou B, se a equipa tem um futebol extraordinário, guardioliano na construção ou sacchiano na concretização. O que os sócios, adeptos, raios, tudo que usa o azul-e-branco por dentro, juntinho ao coração, o que essa malta vai querer é ganhar. E se fizeres por isso, se tiveres os tomates que o Peseiro não teve, que o Julen parece ter guardado num cofre até que um dia pudesse vir a precisar deles e que o Fonseca ainda não conseguiu arranjar…se tiveres as bolas enormes de um Vitor Pereira na Luz ou de um Villas-Boas durante toda a época (só para dar exemplos recentes e não ser exaustivo, até porque daí para trás estavas bem presente e viveste as coisas na pele, não foi, senhor “Somos Porto”?), a malta não quer saber de mais nada.
Força, rapaz. Estamos todos contigo, os fortes, os fracos, os cínicos e os adeptos das vitórias, os indefectíveis e que vão ao Dragão às segundas à noite à chuva. Todos. É para ganhar. Que role a bola!
Sou quem sabes,
Jorge