Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Estoril

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Ufa. Depois de um jogo intenso mas nem sempre bem jogado, o golo de André Silva deixou o Dragão libertar toda a tensão que acumulou durante minutos que pareciam tão curtos e comprimidos perante a aparente incapacidade de marcar um único golinho à equipa do Estoril. E conseguiu-o depois de um jogo em que a equipa lutou, mostrou vontade e espírito combativo e também mostrou que o plantel é curto para grandes aspirações. Bem, bem curto. Siga para as notas:

(+) André Silva. Vai haver momentos durante a época em que André Silva não vai conseguir acertar com um berlinde numa porta de igreja, mas este não é um deles. Apesar de vários lances falhados, uns por demérito próprio e outros pela estupenda exibição de Moreira, André mostra sempre trabalho. Desmarcações impecáveis, sentido de baliza e uma tremenda capacidade de ir ao choque e de mostrar o peito aos adversários para conseguir o que no fundo é o pão que o alimenta: os golos. Continua a ter de melhorar na decisão quando está sozinho (acontece vezes demais) mas está em grande forma e temos de aproveitar isso. E ele também.

(+) Mais garra, mais luta. Se compararmos os jogos desde o início da época com quase qualquer um que se disputou no ano passado, há algo que salta à vista mais do que um par de calções demasiado curtos num rabo grande: estamos a lutar mais. Os jogadores, apesar de condicionados pela falta de rotinas e de entendimento que surge naturalmente com o tempo (havendo tempo para isso), parecem muito mais empenhados, com vontade de pressionar o adversário e de recuperar a bola rapidamente, dentes e punhos e pernas e joelhos e tudo misturado. Falta velocidade nas movimentações mas há vontade, disso não há dúvidas.

(+) Ruben na segunda parte. Depois de uma primeira parte em que os homens do meio-campo estiveram apagados, foi Herrera quem mais tentou pegar na bola para servir como transportador do jogo desde a nossa defesa. Ruben, jogando como âncora no centro do terreno e um pouco mais recuado que o mexicano, esteve pouco em jogo e apenas no final do período começou a rodar a bola com mais intenção, com vários passes de 30/40 metros a lateralizar o jogo de uma forma quase perfeita. Na segunda parte mostrou bem mais serviço quando Herrera saiu para a entrada de André² e só precisa de ser mais rijo no combate para ganhar o lugar a Danilo. Ou pelo menos para ser o líder do meio-campo contra 90% das equipas do nosso campeonato.

(+) Os centrais. Não são geniais mas parecem estar a entender-se bem. Práticos, sem inventar e a ajudar na rotação de bola de uma forma rápida, estiveram bem nas intercepções e no controlo da zona defensiva. Não tiveram muito trabalho…mas os próximos dois jogos vão ser uma prova de fogo para ambos.

(-) Varela. Trapalhão, ineficaz e completamente em sentido oposto ao que vinha sendo produzido, no seu ou no outro flanco. Dava ideia que o FC Porto conseguia construir bem, trabalhar bem a bola sem a mastigar e mal conseguia chegar perto da área…Varela aparecia para largar fezes em cima do merengue. O facto de um plantel do FC Porto estar tão depauperado que tem de depender do Silvestre como titular deveria dar muito que pensar à Direcção e especialmente aos adeptos, para perceberem a dificuldade titânica que Nuno está a enfrentar neste momento.

(-) Herrera. Mais um jogo de trampa, não foi, rapaz? Oh se foi, desde os passes que ninguém compreendia até às perdas de bola infantis que teve no centro do campo, esteve mais uma vez abaixo do exigido para um jogador fundamental no primeiro momento de construção do nosso futebol. Mais uma vez repito a frase que um dos meus companheiros de lugar tem vindo a dizer quase como mantra: o melhor que fazíamos neste momento era vendê-lo. Pelo posto que ocupa e pela importância do seu lugar, está a ser um peso morto e precisávamos de alguém…sei lá, melhor. Ou no minimo mais consistente.

(-) Ineficácia ofensiva. Certo. Ora são mais 20 e tal remates com um golo. É verdade que o Moreira fez um jogaço de grande nível (algo que nunca fez no Benfica, né?) mas o FC Porto criou muitas oportunidades de golo, a grande maioria delas dentro da grande área porque raramente houve remates em condições de fora da área. E não se podem falhar tantas bolas tão perto da baliza contrária, no nosso campeonato ou nos distritais. A diferença é que nos distritais arriscam a levar com legumes nos dentes à saída para o balneário.


Dois jogos, duas vitórias. Começamos bem, amigos.

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Ouve lá ó Mister – Estoril

Companheiro Nuno,

Vamos esquecer por momentos o jogo de terça-feira porque este vai pintar uma história bem diferente. Temos 100% de vitórias na Liga e é assim que vamos continuar porque o Estoril não mete medo a ninguém, não é verdade? Tem de ser assim, Nuno, porque sabes que nesta casa é sempre assim: ganhar. Não pode haver problemas com pequenos adversários e estes jogos são o suminho que se vai espremendo devagarinho para que possas chegar aos grandes jogos e ter bagagem suficiente para estares mais confortável mesmo que as coisas corram menos bem. E o próximo jogo grande é já…o próximo depois deste, por isso toca a ganhar para limpar a cabeça e começar a pensar na Roma só no Domingo de manhã.

Já vi que agora é hábito novo não haver convocados para os jogos. Vai ser assim toda a temporada, rapaz? Vais deixar a malta a salivar para saber quem é que vai poder estar no banco e quem é que entra para o relvado com os tiques todos e as superstições tão próprias daquela malta? Ou é só um truque de marketing que se vai esbater como um balão com um furinho pucunino? Deixas-me curioso, com mil Nunos Luzes aerofágicos!

Seja lá qual tiver sido a tara dos convocados, o que me interessa mesmo é o jogo. Enfia três ou quatro batatas nos gajos, descansa o André e o Otávio e amanda com os gajos da linha lá para baixo de cabeça caída e lamentos acerca da profissão que escolheram. Simples, não é?

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 1 AS Roma

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Perto do céu mas a roçar com o rabo no inferno. Foi uma noite agridoce no Dragão, com muita malta nas bancadas a ficar desapontada pelo resultado e parcialmente empolgada pela exibição na segunda parte, apesar dos dez homens do Roma não servirem como um barómetro em condições para o que ainda poderemos vir a fazer este ano. Sim, foi só o segundo jogo oficial. Sim, jogamos contra dez homens durante muito tempo. Mas ainda estamos muito longe de vir a ser uma equipa. E os sinais que vieram do banco, ao contrário do jogo de Vila do Conde, não foram positivos. Vamos a notas:

(+) André Silva. Está cheio de confiança e até acaba por lhe lixar a vida porque parece querer enfrentar o mundo de peito aberto, pegar-lhe nos cornos e dar-lhe um tratamento taurino como um matador com seis catanas. Nem sempre o vai conseguir, mas tenta. E tentou no meio de centrais fortes e rijos, que não brincam nem deixam brincar ninguém e a quem André Silva disse: “bring it on, biatch!”. Redimiu-se do falhanço do penalty da passada sexta-feira e falhou alguns golos que podiam dar-nos o apuramento directo já hoje. Mas esteve sempre na luta e continua em alta.

(+) Otávio. Curiosa a forma como parece achar que qualquer homem que lhe surja pela frente é um alvo. Alguém para driblar, para contornar e para desanimar. Já ouvi muita gente a dizer que o diminuto brasileiro lhes faz lembrar Deco mas não concordo. Otávio tem um estilo próprio e tem tudo para continuar a crescer e se o entendimento com André Silva servir para alguma coisa, que seja para golos. Não perdia nada se ganhasse mais massa muscular, sempre ajudava na luta corpo-a-corpo.

(-) Nuno, na estratégia e no cagaço. Começo a esforçar-me para perceber o que é que Nuno quer para o FC Porto. Depois de uma pré-época inteira a jogar em 4-3-3 com algumas hesitações perante o 4-4-2, hoje entrou em campo com um 4-4-1-1 que deixou toda a gente a coçar a cabeça. A entrada de Adrian “vou-não-vou-sigo-prá-b-afinal-já-vou-olha-não-vou-ei-sou-titular-na-Champions” López também criou dúvidas e se o espanhol ajudou a tapar De Rossi na primeira parte, pouco mais mostrou que algum esforço extra comparado com o que fez desde há dois anos. Some-se isto à posição de André^2 que andou a primeira parte TODA a tentar perceber o que fazer. Foram cerca de quarenta minutos de inenarrável descoordenação ao meio, permissividade no centro e nas alas, facilidades incríveis para os romanos trocarem a bola entre eles com tranquilidade e incapacidade de sair com a bola controlada. A segunda parte melhorou até que Herrera foi encostado à direita e tudo ficou estragado de novo. As substituições foram curtas para quem estava em desvantagem na eliminatória e fiquei sem saber se Nuno queria mesmo ganhar o jogo.

(-) Herrera. Ui que joguinho herrível fizeste tu hoje, rapaz. Em conversa no fim do jogo, diziam-me que Herrera não vale nada e tem de ir embora. Não acho que não valha nada, pelo menos no momento em que vos escrevo estas palavras. O mexicano é um jogador muito interessante e influente quando está em boa forma física e psicológica. Quando lhe falham as pernas ou os neurónios é capaz de fazer jogadas que fariam Stepanov corar de vergonha e perguntar se não tem a haver alguns direitos de autor pela imbecilidade das acções. Só esteve em campo para estragar tudo em que tocou. Descansa, Hector, por favor.

(-) As hesitações defensivas Chutas tu? Chuto eu? Não, chutas tu? Eu? Oh foda-se. Casillas larga a bola, Telles salva em cima da linha. Salah remata, Casillas defende para a frente, Salah chuta de novo, De Rossi chuta outra vez, Casillas defende de novo. Houve vários lances destes durante o jogo e se ao fim de meia-hora não tínhamos já três na pá foi por mero acaso. Passes falhados na defesa, incrível lentidão na transição à saída da área pelo centro e uma incapacidade tremenda em soltar-se da pressão alta e dura dos italianos. Sei que a Roma não é o Rio Ave mas raios me partam se estes rapazes não abanam perante qualquer adversário que lhes faça frente com cara de mau.


Só falta um golo. Só falta um golo. Só falta um golo. Só. E parece demasiado complicado consegui-lo, pelo menos sem sofrer dois ou três.

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Ouve lá ó Mister – Roma

Companheiro Nuno,

Não querendo lançar mais pressão do que aquela que já deves estar a sentir, mas este jogo tem alguma importância. Tu sabes disso e não haverá nada que te possa dizer aqui nestas linhas que te possa elevar o nível de concentração e de empenho que tu e os teus terão de mostrar quando os cabrões dos italianos entrarem em campo e vos olharem direitinho nas pupilas com fome de Champions e vontade de nos mandarem abaixo. Tens de ser um pré-Huno para arranjares as coisas de tal maneira que quando lá formos para o jogo da segunda mão poderes ser um Huno a entrar por ali dentro a rebentar aquela treta toda como o Aníbal aqui há coisa de dois mil anos. Com menos elefantes e um bocadinho mais de troca de bola a meio-campo, mas o princípio é o mesmo: bater em romanos.

Para continuar a metáfora, neste jogo tens de ser Asterix, Obelix e outros “ixes” que te lembres. “Ils sont fous, ces Romains!”, certo? Estes gajos não sabem com quem se metem e nem com Tottis nem Naiggolans nem sequer com De Rossis cá vêm buscar o que quer que seja. Entra lá com o Andressilvix, o Coronacorix e o Danilipovix, inventa os apelidos todos que soem vagamente a gaulês (meio celta, meio francófono, pronto) e entra em campo com vontade de lhes enfiar um tento nos queixos que até lhes mande o capacete ao ar. E já agora, se puderes, não sofras baixas. Golos, perdão.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Rio Ave 1 vs 3 FC Porto

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Primeiro jogo oficial, primeira vitória. O arranque que queríamos, com ou sem expulsões, penalties falhados ou golos sofridos. Vencer é sempre um prazer e mesmo a forma como a equipa deu a volta ao resultado só pode dar uma sensação de alegria e dever cumprido depois de algumas semanas de incertezas e que se vão prolongar por mais algumas. Ainda falta muito para que a equipa se possa chamar isso mesmo, mas para primeiro jogo, não foi mau. Arranquemos também nós (eu, pronto) para os primeiros B&Bs da época:

(+) Otávio. Visão de jogo bem acima da média, parece sempre disposto a colocar a bola direitinha para a cabeça do avançado ou para desmarcar a subida de um dos médios. Não é forte fisicamente mas lutou por todas as bolas e procurou sempre descobrir a zona mais liberta para que consiga finalmente desamarrar-se da marcação e fazer o passe certo na altura certa. Uma espécie de Quintero com menos reggaeton e mais futebol. Gostei.

(+) O golo de Corona. Se o golo de Herrera me pôs de braços erguidos e a festejar em surdina para não acordar a casa (volto a ver jogos em diferido para bem da paz familiar), o de Corona só me deixou de boca aberta. Com a bola no ar e Jesus a rodar para fugir à marcação do central, é estupenda a forma como o mexicano consegue ver que com um simples toque conseguiria desviar a bola do guarda-redes e enfiá-la na baliza. Um golo que só ele viu e que pareceu nem acreditar, tal foi a forma como ficou sentado no relvado quase sem festejar. Para lá do golo, esteve razoavelmente bem apesar do apoio de Maxi ter ficado distante do que (espero) será daqui a uns meses.

(+) A gestão táctica de Nuno. A expulsão de Telles fez com que Nuno pudesse recolocar a equipa de uma forma a que não se desequilibrasse e voltasse a tempos recentes em que uma adversidade punha tudo em risco. Já antes, na forma como a equipa nunca se conformou com a temporária derrota nem com o pontual empatem tinha notado que a formação em campo era constante: Danilo preso em frente à defesa, Herrera sempre a descer para transportar a bola, Otávio solto do flanco para o centro e Corona a furar pela direita, com André² a inclinar ligeiramente para a esquerda e André Silva móvel na área. Depois da expulsão, viu-se quase o mesmo, com menos homens, o que me agradou pela consistência já que o futebol, nem sempre bem praticado, serviu um propósito pragmático que é o maior objectivo neste arranque de época, enquanto a máquina não está oleada: não perder pontos. Villas-Boas fez isso, Jesualdo oh se fez isso e Vitor Pereira fez com que isso durasse duas épocas inteiras. As substituições também foram conservadoras e quase perfeitas, com Nuno a mostrar que dá lugar ao espectáculo para preservar a estrutura e o sentido prático. Por agora, pelo menos, agrada-me.

(-) Felipe com a bola nos pés. Não é complicado, rapaz. Tu és lento. És, não te enganes a pensar que não és. És, pronto. E és lento a pensar, que é o maior problema para quem acabou de chegar a um futebol onde há vários Yazaldes e Wakasos, para não falar de Rubens Ribeiros e vários outros do género, que te vão tentar pisar os calcanhares de cinco em cinco segundos, mal se aperceberem que tu, como já referi en passant, és lento. E como tal não há que inventar nem demorar muito. Há espaço? Despacha a bola. Não há espaço? Despacha a bola. Chegou um autocarro cheio de gajas nuas a yodelar enquanto dançam aquelas merdas irlandesas? Despacha a bola. O árbitro está à tua frente? Chut…despacha a bola. Isso. Vais ver que te enervas menos e enervas ainda menos a malta, logo tu que tens potencial para seres um belo espécimen de jogador com a nossa camisola. Anda lá.

(-) Maxi. Temos um novo Rui Filipe (salvo seja, cruzes canhoto e tal)!!! Olha o gordo!!! Olha o gajo que vem de férias com a pança cheia e vai demorar a queimar a banha! Pareceu pesado, sem mobilidade, pouco prático com a bola nos pés e lento a executar e a pensar. Melhorou na segunda parte mas ainda está bem longe da forma física ideal. Como eu, com a diferença que eu não sou titular no FC Porto. Por culpa própria, obviamente.

(-) O golo do Rio Ave Muda o ano e continua a passividade na marcação nos cantos. Marcação mista, dizem-me, é o que fazemos, em que um ou outro é marcado ao homem e cinco ou seis são marcados à zona. E se continuarem a marcar assim, quem vai marcar são os outros, várias vezes.


Quarta-feira vai doer mais. Bem mais. E vamos ver como a equipa se safa contra um adversário que joga no ferrolho. Tal como 70% da nossa Liga, mas em bom.

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