Baías e Baronis – Feirense 0 vs 4 FC Porto

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Não há fome que não dê em fartura, mas não estava à espera de um resultado tão positivo hoje na Feira. A expulsão de Ícaro ajudou e muito mas hoje houve mais uma vez eficácia, sentido prático e inteligência em jogo, algo que faltou em vários jogos até ao confronto contra o Braga. É de notar exactamente isso, a tranquilidade com que a equipa esteve em campo e a forma como encarou o jogo de uma forma séria mas sem o peso da necessidade de obter um resultado positivo durante uma hora e meia…talvez por ter conseguido chegar lá aos três minutos. Foi jeitoso e merecido. Bora lá a notas:

(+) Óliver. Gostava de ter os teus pés, Óliver. E também gostava de ter a tua visão de jogo, a tua capacidade de rotação em posse e a tua inteligência em campo. Gostava também de ter uma máquina para poder extrair essas tuas mais-valias e colocá-las na cabeça de tantos outros moços que por cá passaram e que não conseguem mostrar em campo um microscópica parte do que tu fazes regularmente no relvado com tanta naturalidade. Perfeito, perfeito!

(+) Danilo. Quando virem uma bola do adversário a ser enviada para a frente em ataque organizado ou em lançamento longo e virem uma enorme parede núbia a deslocar-se rapidamente para a intercepção, é possível que estejam a fazer contas e a acreditar no insucesso da iniciativa. Porque Danilo estende-se pelo campo e consegue colocar entraves suficientes à construção de lances ofensivos de uma forma constante, especialmente na cobertura do espaço que tão bem tem vindo a fazer. Mais um excelente jogo.

(+) Brahimi. Dinâmico e acima de tudo dinamizador, esteve muito bem na criação de lances ofensivos individuais (um golo e várias outras tentativas) mas também brilhou na forma como se entendeu com os colegas e com o “seu” lateral, que o apoiou sempre muito bem. Presumo que Nuno já tenha decidido de vez que Otávio não pode ser opção daquele lado…mas estou à espera de saber quem lá vai jogar quando o Yacine for para a CAN em Janeiro…

(+) Defesa a zeros. Montanhas de minutos consecutivos sem sofrer um único golo para o campeonato; cinco golos sofridos em treze jogos; sem sofrer um golo fora desde Agosto. São números interessantes de uma defesa que se está a mostrar segura, prática, intensa e rija. Marcano e Felipe em bom destaque mas Maxi e Telles (com Layún também ao barulho) em bom plano até agora. Só posso esperar que continuem assim.

(-) Não podemos lamentar a sorte e passar a depender dela. Vários jogos sem golos, com penalties roubados e/ou não concretizados, ineficácia absoluta e superioridade no relvado a não se fazer reflectir no resultado. Depois, milagre, tudo se encaixou, os golos começaram a entrar, os penalties também e a superioridade numérica, que no período negro já se tinha visto (em casa contra o Belém para a Taça da Liga) e não tinha ajudado, tem sido figura omnipresente nos últimos dois jogos do campeonato. Curiosamente, vencemos ambos. Não questionando nenhuma das expulsões (ambas semelhantes e legítimas, do que me lembro, se bem que me podem sempre relembrar a tripla punição e o facto de poder ou não ser usada), é preciso reaprender a jogar contra onze e não contar com este facilitismo numérico. Sim, posso estar a exagerar mas fica já o aviso.


Venha o que vier da Luz…nunca será mau de todo. Fizemos o nosso trabalho e estamos de parabéns por isso. Agora, venha o Marítimo na quinta-feira para continuar a boa onda!

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Ouve lá ó Mister – Feirense

Companheiro Nuno,

 

Papo cheio. É assim que estamos depois daquela tareia que demos nos ingleses na quarta-feira e se a pança ficou inchada com a quantidade de golos que conseguimos marcar depois de uma terrível seca, vai sentir muito a diferença quando voltarmos a situações normais, que prevejo possa acontecer hoje. O Feirense não é uma equipa de topo, longe disso, mas é com estes mini-clubes, honrados e lutadores, que costumamos perder pontos e moral. Como um homem que atravessa um deserto e enfarda cinco latas de limonada de uma só vez quando chega a um oásis (com máquinas de vending, só para compor a metáfora), também temos de assumir que este jogo vai ter a sua dificuldade e que nos vamos ver lixados para enfiar um ou mais golos hoje à tarde.

Por isso há que acalmar a turba e partir para o próximo encontro. Dezembro está a correr melhor que os outros meses mas não é razão para nos sentarmos a relaxar em demasia e a agradecer as bênçãos que nos foram atiradas para cima nos últimos dois jogos. Este é tão importante como qualquer outro que jogues até ao final do campeonato e nada melhor do que uma vitória para podermos ver o derby no sofá, cientes de que qualquer resultado é bom para nós, com os três pontos bem guardadinhos.

Não desperdices esta bagagem moral, Nuno. Vai para cima deles, ganha o jogo e depois podes descansar até quinta-feira. Só aí podes descansar, ouviste?!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Leicester

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Às vezes há noites assim, em que tudo parece correr bem, o adversário não consegue conter a nossa organização e vontade, os lances surgem com fluidez nascida da tranquilidade e os golos aparecem naturalmente, orgânicos, fáceis, a espaços com a grandiosidade das escolhas certas nos momentos certos. Foi assim ontem à noite e poderia ter sido bem mais complicado se o Leicester não tivesse optado por alinhar com uma segunda equipa, mas fizemos bem mais do que o suficiente para vencer. Noutros jogos não chegou. Ontem sobrou e ainda bem. Vamos a notas:

(+) Todos. Não consigo encontrar uma única nota negativa na exibição de ontem. A equipa jogou com harmonia, entrega e boas decisões. Abriu quando precisava de abrir, fechou quando era necessário conter, travou a batalha do meio-campo de uma forma inteligente, criando os espaços necessários para que os melhores conseguissem brilhar e mostrou-se calma nos momentos certos. A organização de Óliver foi perfeita, os lances individuais de Brahimi estiveram quase sempre no ponto, o trabalho de André Silva e Jota foi bem delineado e melhor executado, o controlo de bola de Corona foi Messiesco e a disponibilidade física de Maxi foi de topo. Quando tudo corre bem nem precisamos de destacar o individual porque ontem quem brilhou mais foi a equipa como um todo, numa mensagem de paz para fora do relvado e o regresso da empatia com os adeptos. Sim, foi só um jogo. Sim, o adversário não era tão forte como o que nos defrontou no jogo em Inglaterra, com menos rotinas e muito menos talento. Mas quem não consegue ganhar a um Tondela, um Setúbal, dois Belenenses ou um Chaves não tem suporte moral para assumir que vai conseguir vencer um Leicester B. E esta vitória é, tal como a do Braga, um resultado que ajuda a fazer uma equipa. Esperemos que dure.

(+) Os golos. Marcaram-se alguns golaços ontem à noite, desde o remate de primeira (com o pé esquerdo) de Corona ao calcanhar de Brahimi (um argelino tem de marcar assim na Champions, está no contrato moral), seguindo o tiro de Jota, a cabeça de André Silva e o penalty do mesmo. Várias opções, várias formas diferentes de enfiar a bola lá dentro. A prova de que quando tudo corre bem não há Marafonas que evitem os golos.

(+) O penalty do André. Tomemos como comparação o que fez este mesmo menino no passado fim-de-semana contra o Braga. O nervosismo na corrida, o ligeiro inclinar do corpo para o lado, suficiente para denotar para onde iria chutar, na tentativa de acertar na baliza esperando que o guarda-redes falhe a aposta. Os ombros encolhidos, tensos, trémulos. O lamento no falhanço, mais um falhanço, mais uma oportunidade adiada para celebrar. E depois olhemos para o jogo de ontem e o lance em tudo parecido e ao mesmo tempo tão diferente. A leveza no movimento. O enganar do guarda-redes, a colocação da bola, a facilidade aparente de uma oportunidade que é tudo menos fácil. Há uma enorme diferença entre marcar um penalty quando se está confiante ou quando se imita Atlas a suportar o peso do mundo nos braços erguidos acima da cabeça.

(-) Talvez seja preciso rever as regras da Champions. Este ano correu tudo bem mas podia ter sido bem diferente. Sei que é uma opção técnica de cada treinador e se Ranieri deixou metade da equipa em Inglaterra só podemos ficar satisfeitos e pensar que nos sorriu a sorte. Mas o FC Porto teve uma vantagem que outros não tiveram e se daqui a uns anos estivermos no lugar do Copenhaga a pensar “porra, aqueles gajos levaram os mancos para Portugal mas nós jogámos contra uma equipa em condições!”, talvez fiquemos a criticar a organização por permitir este tipo de alheamento competitivo que favorece terceiros sem querer. Não sei se é viável ou sequer desejável, mas gostava muito de não ter de escrever um post a lamentar este tipo de facilitismos dados ao adversário…


Objectivo conseguido, oitavos da Champions no horizonte e mais alguns milhões no bolso. Noites perfeitas destas não aparecem todos os dias, por isso festejemos…pelo menos até Domingo!

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Ouve lá ó Mister – Leicester

Companheiro Nuno,

Se um gajo se alhear das críticas a treinadores, dirigentes, árbitros, jornalistas, tudo que respira o mesmo ar que nós mas parece viver noutra galáxia bem longe cá do burgo, se conseguirmos fugir a essa realidade tão diária e pressionante e virmos o jogo contra o Braga da perspectiva de um amante da bola, a verdade é que foi um jogaço. Nem sempre bem jogado, com níveis de eficácia a roçar o zero mas emoção lá em cima a raspar tinta do poste. Excelente metáfora, não, especialmente tendo em conta o que se passou durante o jogo! Foi um grande jogo que vai deixar memórias vivas, excitantes, que durarão enquanto estivermos vivos e conscientes! Todos se vão lembrar do jogo em que quebramos a “Grande Barreira da Baliza Contrária” e logo aos noventa e cinco minutos do quinto jogo! Fucking epic, dude, I tell ya.

Mas ninguém se vai lembrar do jogo seguinte, garanto-te. Mesmo que ganhes, ninguém se vai lembrar deste. Mas é tanto ou mais importante que o jogo que passou, porque está em campo uma equipa bem melhor que o Braga, numa competição de nível mais exigente que o nosso campeonato e com uma exposição mundial que não se compara ao que temos por cá. Podes dar o spin que quiseres, a verdade é essa. E como já fizemos bastante caquinha nos jogos anteriores, este tem mesmo de ser ganho para limpar as teias de aranha das balizas adversárias de uma vez por todas!

Factor extra de motivação: ganhar a ingleses. Empurrar os focinhos deles para a lama e fazer com que abafem a moral e a cagança do costume. Vamos. Vamos. VAMOS!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Braga

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Lá para o meio do jogo diz-me um dos meus colegas de bancada: pá, “a um gajo sem sorte até pelo cu lhe entra a morte”. E a morte esteve ali à espreita, visível perante mais noventa e tal minutos de ataque contínuo, oportunidades desperdiçadas e uma sensação de desastre iminente que enervou toda a gente, dos jogadores às bancadas. Até entrar Rui Pedro, com elegância e determinação, a mostrar uma versão microscópica do que foi o momento Kelvin a muitos portistas que não estiveram presentes nesse outro jogo. Ufa. Vamos a notas:

(+) Rui Pedro. Acredito que os próximos dias vão ser cobertos de análises, de entrevistas aos pais, às vizinhas e à professora da escola primário onde o rapaz andou. Mas merece, pelo menos por agora. Rui Pedro é jovem, é portista, marcou dezenas de golos desde que joga com a nossa camisola e mostrou que vale a pena apostar na malta cá de casa. É certo que ainda tem muito para aprender e que pode um dia vir a seguir o caminho do miúdo com bigode incipiente ao lado do qual hoje jogou, mas já deixou a sua marca ao quebrar esta ridícula sequência de jogos sem vitórias nem golos. Só por isso merece ser convocado mais vezes.

(+) Maxi. Um jogão, como não o via fazer há algum tempo. Abnegado, sem desistir de um único lance, foi rijo em todas as vezes que teve um papel activo no jogo e apareceu muitas vezes na área, numa das quais a rematar à queima-roupa para (mais) uma defesa de Marafona. Tentou de tudo para a equipa conseguir a vitória e foi dos que mais a festejou, merecidamente.

(+) Brahimi. Agora que o Otávio se lesionou (não faço ideia se será grave), estarás agora pronto para jogar sempre, Yacine? Para ser titular e tentares a finta ou o remate durante noventa minutos. Diz que sim, rapaz, porque precisamos de ti. Precisamos desse talento, dessa capacidade de ruptura, desse bocadinho extra que mais ninguém parece conseguir atingir a jogar nas alas deste FC Porto (ver abaixo) e todos sabemos que consegues. É só quereres, porque nós já queremos há que tempos.

(-) Otávio. Jogo fraquíssimo de Otávio nos trinta e tal minutos que esteve em campo, com incessantes falhas no passe, tremenda dificuldade de locomoção com bola e pouca força na disputa de lances individuais. Saiu lesionado mas não garanto que não tenha entrado também com dores, porque foi muito fraco o que mostrou hoje.

(-) O cabrão do azar. [modo café on] Pá, não me lixem. É verdade que andamos a falhar muitos golos e penalties e o diabo, mas eu vejo equipas a marcarem golos com a nádega esquerda só porque estava virada para a baliza e nós não conseguimos entrar com a bola pela baliza dentro porque aposto que o cabrão do jogador ia tropeçar e passar a bola de calcanhar para o guarda-redes enquanto caía. Ele é livres, cabeçadas ao poste, remates que o keeper defende porque lhe cresce uma perna nova, tudo nos acontece e não conseguimos marcar um golo em condições com calma e tranquilidade! Pois, já sei, o problema é que quanto mais falhas mais medo tens de voltar a falhar e depois começam todos a tentar apontar a puta da bola para o buraquinho mais pequenino possível para não falharem mesmo e a baliza encolhe-se até ficar do tamanho de um cubículo do tamanho das de hóquei. E os guarda-redes também defendem tudo, agarram tudo, foda-se até bolas do poste recebem e sem saberem muito acabam por agarrar outra vez! Tenham lá calma e se querem estar com uma gaja antes ou depois do jogo, escolham uma bruxa! [modo café off]

(-) Bolas paradas ofensivas, mais uma vez. Os cantos do FC Porto são um desperdício atrás do outro. Não parecemos conseguir atinar com a forma de os marcar e saem quase sempre a baixa altura para o defesa cortar ao primeiro poste ou então em larguíssimo balão que nem vale a pena saltar porque o guarda-redes, a não ser que seja ceguinho ou se chame Rui Correia, vai agarrá-las todas facilmente pelo ar. Começámos bem a época mas pouco tempo depois foi uma descida a pique na produtividade de lances que podem desboquear um jogo. E bem precisamos de desbloqueadores de jogo quando o Rui Pedro não estiver para aí virado.


Uma jornada que pode ser extremamente positiva para nós, algo que não se via há muito tempo. Agora que está quebrado o enguiço, vamos ver como estão as pernas e a cabeça na quarta-feira. Outra final. E ainda vamos em Dezembro…

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