Ouve lá ó Mister – Paços de Ferreira

Companheiro Nuno,

Acabo de ver uma fabulosa conferência de imprensa de um puto que venceu uma competição europeia e que não consegue deixar de ser normal. Sem formatações excessivas, sem palavras empacotadas cheias de pequenos nadas, com um discurso fluido e directo e sem pensar muito no que vai dizer porque, francamente, não é preciso. Sabes porque é que não é preciso? Porque quando se é bom, as coisas saem de uma forma natural, orgânica, pura. E isso é tudo o que a tua/nossa equipa não conseguiu ser este ano e como tal acabou por ficar num segundo lugar que, apesar de acima das expectativas no início do ano, fica curto para o que poderíamos fazer se tivéssemos tido alguém a comandar a equipa com um discurso…pá, natural. Alguém que liderasse em campo e fora dele, alguém que estivesse no local certo a fazer a coisa certa. E tu, homem, não conseguiste ser natural na tua função e a equipa também pagou por causa disso. A responsabilidade não é só tua, é verdade, mas podias e devias ter feito mais. Hoje não peço muito. Uma vitória para dizermos “até já” ao Dragão e esperar que haja mais tino no próximo ano. Teu e de muitos outros.

Assim sendo fica a homenagem ao rapaz que me conseguiu fazer ligar a televisão no meio de um triunfo vermelho e branco e como ele fez (e bem) em inglês, vou usar a mesma língua para te dizer uma frase que ouvi pela primeira vez há muito tempo, em separadores no meio do Flying Circus dos Monty Python: GET ON WITH IT!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Marítimo 1 vs 1 FC Porto

Estou a fazer dieta. Decidi parar de fumar e começar a vaporizar, ainda com nicotina, para que daqui a uns tempos possa começar a deixar essa treta e passar a não meter nada na boca ou, fazendo-o, acalmar o vício. E tomei esta decisão no meio desta luta pelo primeiro lugar que nem parece luta nenhuma. Parece um acobardar de responsabilidade, uma equipa sem o mínimo de estratégia, tranquilidade ou mentalidade competitiva. Desisto e garanto que se conseguir manter o cigarro à distância nos próximos tempos, sou um cabrão dum herói. Vamos a notas:

(+) Otávio. Marcou um golo e foi dos poucos que se mostrou esclarecido, activo e prático durante grande parte do jogo. Uma grande diferença entre ele e Óliver é a forma como rompe pelo centro, criando em progressão os desequilíbrios que o espanhol cria em passe. Gostei de o ver em campo e continuo a achar que rende muito mais no meio do que nas alas.

(+) Herrera. Para o que me tem vindo a habituar nos últimos tempos, não esteve mal. Lutador, empenhado, sempre lento mas capaz de mascarar essa falta de velocidade com astúcia e inteligência no passe, faltou rematar uma ou duas vezes para tentar o golo que não aparecia por culpa de todos.

(-) E rematarem à baliza, era giro, não era? Perdi a calma depois de ver tantas jogadas promissoras que não acabavam em remate. Por inépcia dos jogadores, lentidão na altura de executar o pontapé, maus passes horizontais ou demasiado foco na fintinha e no “vamos passar só mais um gajo e depois fica mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo fácil marcar”. Bem podem todos sentar-se em pinos de estrada porque se eu fosse treinador destes gajos, mal chegassem ao balneário começava a chutar bolas na direcção deles, com pontapés com tanta força que fariam o Roberto Carlos parecer um paneleirote de esquina. O jogador, não o cantor, get a fucking grip. Se Nuno ajuda a perder pontos pela falta de estratégia, em muitos casos a culpa é dos jogadores por nao conseguirem invocar o sentido prático e enfiarem uma biqueirada lá para dentro.

(-) André². O que fez no último jogo contra o Chaves foi o completo oposto da exibição de hoje. Trapalhão, pouco prático e indesculpavelmente pouco lutador, foi a imagem da equipa na ausênca de pressão alta e na quase assustadora falta de concentração e mentalidade competitiva. Foi (mais um) daqueles jogos em que penso que a principal posição a reforçar neste plantel é mesmo a de médio volante.

(-) A total ausência de estratégia vencedora. Já chega. Já. Chega. JÁ! CHEGA! Estou completamente farto de ver uma equipa com a CAMISOLA do meu clube, COM A PUTA DA CAMISOLA DO MEU CLUBE, a jogar “vamos ver se acertamos naquela núvem” no meio dos jogos e a permitir que o adversário troque a bola no nosso meio-campo. Não admito que se sofra um golo na única vez que o adversário chega à nossa área e não se consigam marcar seis ou sete golos como resposta. Não consigo entender a tremideira que tantos jogadores mostram durante tanto tempo e o Fernando Fonseca (perdão, o Fernado, que estes imbecis nem a merda de umas letras numa camisola conseguem fazer direito), estreando-se, teve menos cagaço que um bom punhado dos seus colegas em campo. Um treinador fraco faz fraca a forte gente. E quando a gente não é assim tão forte, ainda se nota mais a fraqueza do treinador. Pela primeira vez neste ano creio que posso dizer: Nuno, obrigado, mas podes ir. Sim, é isso tudo. Podes ir. Adios, rapaz.


Não desisto por causa da matemática, mas o coração diz-me que o cérebro está a fazer contas e acaba de perceber que empatamos cinco jogos nos últimos sete. E isso não é de campeão.

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Ouve lá ó Mister – Marítimo

Companheiro Nuno,

Imagina um programa de televisão onde se acompanha, semana após semana, a história de um fulano que se vê à rasca para se conseguir manter à superfície depois de ser atirado a um lago. Não sabe nadar, o pobre, e depois de abanar com os braços e as pernas de uma forma aleatória, procede a terminar cada um dos episódios a afundar-se enquanto a pantalha mostra um “fade to black” enervante e nos pede para voltarmos daqui a uns dias. Pois esta época tem sido qualquer coisa parecida com isto e se ainda tenho alguma esperança que o rapaz se salve, a verdade é que vejo o fundo do lago bem mais próximo do que a chegada à margem em boas condições.

Hoje é mais um daqueles jogos em que tudo é importante. Desde o momento em que escolhes o onze inicial ao primeiro segundo da partida, tens de estar em campo para vencer. Faltam três braçadas para o jovem se salvar dos tubarões que estão no fundo do lago (não me lixem, a história é minha e se eu quiser enfiar tubarões num lago, eles estão lá!) e que o comem direitinho de uma só vez se ele engole água a mais. Três. Mas garanto que se falhar uma delas…especialmente depois de já ter dado algumas em falso…pois, glu glu, não é, menino? Glu fucking glu.

Vamos manter o sonho vivo mais uns dias, por favor. Com água ou com álcool.

Sou quem sabes,
Jorge

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Dragão escondido – Nº42 (RESPOSTA)

Cá está o rapaz:

Youssef Chippo é um dos nomes que ficou na cabeça de todos os portistas que foram à cerimónia de apresentação da época 1997/1998, sentados numa noite quente de Verão em pleno Estádio das Antas à espera da então tradicional revelação surpresa de um reforço para a equipa. Quando toda a malta esperava que do túnel saísse Domingos Paciência Paulo Sousa (obrigado pela correcção, gente boa!), eis que se ouve o speaker do estádio a dizer o nome do marroquino…e se eu tivesse filmado a cara das pessoas que se perguntavam entre elas: “quem?!”, seria um momento priceless para perdurar até ao fim dos tempos. Chippo era um trinco não muito agressivo mas com bom toque de bola, que fez apenas quarenta jogos em duas épocas pelo FC Porto e acabou por ser vendido para o Coventry, na altura ainda a jogar na Premier League.

Esta foto diz respeito a um jogo da época 1998/1999, contra o Famalicão (representado por Ricardo Rocha em primeiro plano), disputado no Estádio das Antas e que terminou com uma vitória do FC Porto por 4-2 após prolongamento, com os dois golos que nos colocaram na frente a serem marcados aos 118 e 119 minutos por Quinzinho e Miki Fehér, respectivamente. Outros tempos, indeed.

Houve várias tentativas falhadas:

  • Alessandro – Apenas chegou ao FC Porto na temporada seguinte, em 1999/2000.
  • Capucho – Um dos omnipresentes durante a temporada…menos neste jogo, que foi dos poucos que falhou.
  • Clayton – Como Alessandro, chegou na época seguinte. Nesta temporada estava a brilhar no Santa Clara…e raramente brilhou depois de lá sair. Ganhou a Taça UEFA em Sevilha. Sim, tem mais troféus no FC Porto que o Brahimi.
  • Costa – Fez parte do plantel nas duas temporadas anteriores, mas enquanto Chippo estava a jogar no FC Porto, Costa estava no Vitória, em Guimarães.
  • Domingos Lá está, era esse que os adeptos queriam…mas acabou por ficar em Tenerife e regressar apenas na época seguinte, em 1999/2000.Estava em Tenerife e regressaria no ano seguinte.
  • Drulovic – Titular indiscutível durante a época, entrou neste jogo ao intervalo, substituindo Fernando Mendes
  • Edmilson – Tinha saído na época anterior para o PSG e neste ano estava a abanar a guedelha loura em Alvalade.
  • Paulinho Santos – Mais um elemento constante nas fichas de jogo durante esta temporada, apesar de ter falhado este jogo em particular.
  • Peixe – Titular neste jogo, foi alternando com Doriva na posição de trinco. O que lhe faltava em remate compensava em agressividade. Upa.
  • Ricardo Rocha – NÃO É ESSE, É O OUTRO, CARAGO! O OUTRO!
  • Romeu – Apenas regressou ao FC Porto (foi formado por cá e passou vários anos emprestado) na temporada seguinte.
    Nesta altura, andava pelo Leça.
  • Zahovic – Tal como Capucho, mais um homem que esteve presente em quase todos os jogos…menos este.

A resposta certa apareceu às 10h31 via Twitter, através do Rowtag. Parabéns, moço!

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Dragão escondido – Nº42

Regressamos com este fantástico equipamento…e o Pinóquio, minha gente, faltava-me o Pinóquio!!! E o gajo atrás do Pinóquio, quem é ele?

 

Força na caixa de comentários! E não vale andar a procurar a imagem na internet, todos o podem fazer e tira a pica à brincadeira toda…torna-se fácil demais, não acham? Batota não entra!

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