Não foi mau. Podia ter sido bem pior se Sá não tivesse feito algumas excelentes defesas (e a trave, num remate estupendo do Babel) e se aquele horrendo arranque de segunda parte tivesse tido alguma eficácia por parte dos turcos. Mas estivemos bem na primeira e pudemos marcar o segundo golo numa altura em que o Besiktas cascava na nossa defesa sem pensar duas vezes…e falhámos. Mas esse lance, apesar de não dar golo, mudou o jogo e fez com que se tornasse mais calmo, pacífico, sem grandes situações de golo e com uma gestão da qualificação pelos da casa e a vontade de manter um ponto da nossa parte. Notas abaixo:
(+) Sem tremideiras exageradas. Papões que bebem sangue, um estádio com nível de decibéis equivalente a doze bodas medievais, guerreiros otomanos e o Pepe. Era assim que alguns viam o jogo contra esta malta, especialmente depois de termos perdido em casa, mas a equipa entrou sem medo, com sentido prático e vontade de furar sempre que possível. Fê-lo com critério, boa troca de bola a meio-campo e boas incursões pelos flancos, com os laterais a subirem sempre que possível e onde só faltou algum acerto no remate de longe. A audácia apenas deu um golo mas a imagem foi muito positiva na primeira parte. Só a segunda manchou um bocadinho a exibição (ver abaixo).
(+) Sá. Fez o melhor jogo com a nossa camisola, salvando a equipa várias vezes a remates de longe do Besiktas. Houve várias ocasiões no início da partida em que me pareceu nervoso mas em conversa com amigos não consegui perceber se só sente isso quem está de fora e se os jogadores lá dentro não sentirão o mesmo. Seja como for, Sá pareceu crescer em confiança e segurou um ponto importante.
(+) Sérgio Oliveira. Pareceu o único homem do meio-campo a manter alguma coerência de espírito e estabilidade mental durante aquele período menos b…esperem, não foi menos bom, foi mau mesmo, por isso há mérito do nosso puto em conseguir assentar jogo, procurar o espaço e fazer com que a equipa mantivesse a posse de bola durante mais alguns segundos, já que tanto Danilo como Herrera pareciam estar noutro modo de jogo. O modo fraco, diga-se.
(-) A entrada para a segunda parte. Se alguém pensou que o jogo da Turquia ia ser uma repetição do jogo do Dragão, rapidamente percebeu que não seria bem assim, muito por culpa nossa. Estivemos muito melhor, com mais acerto e muito mais cabeça, mais capacidade de luta e mais eficácia. Mas acima de tudo entramos em campo com vontade de vencer o jogo e a primeira parte foi bem jogada e podia pender para o nosso lado. A segunda…not so much. A equipa desprendeu-se da forma, despegou-se da estrutura e quase se lixava no meio de perdas de bola infantis, deslizes no passe e desatenções na marcação. Houve ali 10/15 minutos de parvoíce que podia ter dado golo para os turcos e tivemos sorte (e Sá) em evitar que isso acontecesse. Depois apareceu o lance do Ricardo e o Besiktas acalmou.
(-) O falhanço de Ricardo. Desculpa, rapaz, mas não pode ser. Não pode ser mesmo e nestas situações tens de acertar na baliza. Estiveste todo o jogo a trabalhar para a equipa, assististe o Felipe (sem querer, mas conta na mesma!) para o primeiro golo e depois tens um momento parvo daqueles? Tu, melhor que ninguém, percebeste a parvoíce de lance que protagonizaste e a necessidade de fazer melhor, especialmente nestes jogos em que um golo faz a diferença, e faria, porque se tivesse entrado e tivéssemos aguentado até ao fim…estaríamos agora todos contentes e chegava um empate contra o Mónaco. Todos falham e só não falha quem não está lá, mas caramba, fiquei lixado contigo. Ah, percebo, queres que a malta mantenha a pressão até ao fim, não é? Siga, rapaz, continua o trabalho mas aponta melhor da próxima vez, sim?
(-) O basqueiral. Aposto que os rapazes dão uma pastilhinha com cada bilhete que se vende, para que o povo possa ser transportado até tempos em que os Otomanos conquistavam, pilhavam e tinham uma atitude bastante pouco new-age perante o Mundo, por forma a poderem estar a ganir todo o jogo. Começo a perceber do que se queixava o Werner quando teve de sair de campo e louvo os nossos rapazes por conseguirem estar em campo, sem conseguirem ouvir o treinador (não deviam conseguir ouvir um F16 a bater a barreira do som por cima deles com aquelas vuvuzelas humanas a gritar) nem a conseguirem comunicar uns com os outros.
Tudo se decide no último jogo. Tudo depende de nós. SÓ depende de nós. Menos mal.