foto retirada do zerozero
Não gosto de jogos destes. Jogos em que não dominámos mas podíamos ter ganho. Jogos em que não jogámos grande coisa mas podíamos ter ganho. Jogos em que não fomos eficazes porque se tivéssemos sido…you got it, podíamos ter ganho. E acima de tudo, um jogo em que eu pensei que não podíamos não o ganhar, com toda a envolvente fora do campo a passar para dentro, a tensão do momento do confronto entre os dois clube que passava para lá da relva e das chuteiras e das bolas…e afinal, lá dentro, somos mais iguais do que pensava. Igualmente maus, entenda-se. Notas abaixo:
(+) Marega a esticar. FC Porto em sufoco defensivo, Brahimi recebe a bola no meio-campo e zumba lá vai ela a voar para Marega, que aguenta, corre quarenta metros e ganha um canto. Isto aconteceu várias vezes na primeira parte, antes do “1º Grande Conferência Das Adaptações Tácticas Defensivas” chegar ao fim sem estrondo nem grande folia. Marega foi um dos principais corredores da equipa, porque o fez sempre com critério, com força e vontade de ajudar a equipa, mesmo que não tenha sido sempre esclarecido como podia (e como nós gostávamos, ou pelo menos eu…mais abaixo podem ver o outro lado do espelho).
(+) Danilo. Fez o que pôde no meio-campo e esteve em tantos lances de bola dividida que me cansei de os contar. Procurou ser um elemento firme na zona defensiva e mesmo com a passagem de Herrera para o meio acabou por ser o que mais se mostrou, com boa movimentação e sempre a tentar levar a equipa para a frente.
(+) Sá. Estes jogos decidem-se muitas vezes em detalhes e Sá participou em dois momentos de stress intenso em frente à sua baliza. E mais nada. No primeiro, saiu mal pelo ar mas salvou muito bem também no ar; no segundo, saiu aos pés do adversário e salvou mais uma imbecilidade dos colegas. Mais uma, entenda-se. Imbecilidades que, sem desprimor para com o nosso actual guarda-redes, pareciam acontecer menos com Casillas, mas pode ser apenas coincidência.
(-) 4-D-2-1-2-1? E depois, um 4-2-2-O-1? Como és um gajo que até parece entender bem o vernáculo e não me parece complicado de falar contigo a esse nível, apesar de arriscar levar um bufardo no focinho, quero dizer-te isto: vai inventar ao caralho, Sérgio. Colocar o Marega naquela terra de ninguém até entendo, mas o Herrera a tapar atrás dele quando o Sérgio Oliveira também descai para lá…uff, que desequilíbrio táctico em que esteve aquele meio-campo durante a primeira parte e só perdemos com isso. Explica-me lá porque raio é que metes mais um médio em campo se só vai servir para tapar as investidas do Benfica pelo centro como se fosse um grupo de vikings que fura por ali com um tronco em riste para fazer cair a porta do castelo?! É que a ideia que dá é que ficaste contente com a opção apesar de estar tudo a destruir-se à tua volta, com o Herrera a não tapar nem construir na direita, o Brahimi a vir ao meio receber e a criar apenas com o passe (quando tens um espanhol tão jeitoso para fazer o mesmo) e os médios a desentenderem-se quanto às posições que deveriam ocupar (a sério que houve alturas em que vi três todos juntos). Tinhas um modelo porreiro, que agrada a alguns e desagrada a outros, mas conseguias ganhar jogos com isso. Os adversários perceberam a manha, encheram o meio-campo e agora? Bola, estás lixado. Solução? Desce o avançado ou faz subir outro médio para a ruptura. Ou arranja mais um Marega e continua a rusga. Mas estas adaptações não favoreceram em nada a equipa, homem. Nadinha.
(-) Felipe. Juro que não te entendo, moço. Têm sido umas atrás das outras e se estás com problemas na cabeça, por favor fala com alguém, vai ao médico, arranja umas bagas ou umas garrafas de bom single malt e apanha a bebedeira todas as noites para poderes ao menos saboreá-la em condições, porque me parece que tens andado a beber sem ninguém notar e entras para o campo todo roído da mioleira. Já são demasiadas falhas em vários jogos e desta vez tiveste muita sorte de não termos sofrido um golo que poderia colocar a época em questão. Sim, é isso mesmo, neste momento és uma menos-valia na equipa e juro que se eu não achasse que o Reyes serve melhor como vara para segurar trepadeiras do que para jogar no FC Porto, punha-o a titular e mandava-te passar uns dias a umas termas para acalmares. Tu sabes que precisas.
(-) O filho da puta do banco do Benfica que chutou a bola para longe. Não sei quem foi, nem sequer se é jogador ou treinador ou copeiro. Não vi ainda repetições dos lances e escrevo a quente. Mas estimo que o engolidor de falos que sujou aquele banco e fez aquela imbecilidade acabe a sua vida em posição fetal num esgoto com vários tipos de esperma a sairem-lhe da boca. É do tipo de coisas que pode despoletar motins, daqueles que matam gente. E se é para morrer alguém, que seja este, seja lá quem for.
(-) Marega a finalizar. Eu também gostava de ter um gajo que corresse como o Marega, que esticasse o jogo como o Marega, que tivesse a força do Marega e a capacidade de luta e esforço que o Marega tem. Mas também gostava de poder depender de alguém que não tem talochas nos pés, mas é o que temos. Não vencemos hoje, como na Turquia, porque um jogador do FC Porto falhou um golo de baliza completamente aberta. E não é admissível.
(-) Arbitragem. Pois lá está. Só posso falar do que vi ao vivo e do que me disseram por mensagens, mas fica a minha opinião a partir das bancadas. Não percebi o lance do Luisão, estava muito longe para discernir. O fora-de-jogo pareceu-me no limite mas já me constou que o Sálvio punha o nosso jovem em jogo. A expulsão do Zivkovic é tão acertada como desnecessária, mas a culpa é do jogador e só dele. O Jonas é mais esperto que os outros todos, esse cabrãozinho, porque puxa sempre o adversário mas cai primeiro, sacando a falta (outro que merecia um final digno de Calígula, já agora) e sorrindo a seguir. Várias faltas não marcadas a Brahimi e apontadas igualzinhas do outro lado…
Podíamos chegar ao jogo contra o Benfica com a moral em alta? Podíamos. Podíamos sair do jogo contra o Benfica com a moral em alta? Podíamos. E agora, com dois pontos em dois jogos…não estou com a moral em alta. Nem perto.
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