É hoje.
Uma temporada para a história, até agora. A Supertaça foi excelente, a Liga divinal. Ninguém, nenhum de nós, os indefectíveis Portistas, aqueles que vão aos jogos todos no Dragão e até os imparáveis apoiantes nos jogos fora, entre os milhares, as centenas de milhares, os milhões de Dragões por esse mundo fora, simpatizantes e sócios, ninguém esperava este destino. Dublin pode entrar para a lista de cidades tão importantes para qualquer Portista como Viena, Sevilha, Gelsenkirchen ou Tóquio. Basileia e Mónaco não interessam a ninguém, como se sabe, ainda por cima fala-se francês em ambos e ninguém fala Francês. Até em França o evitam.
De qualquer maneira, a épica época pode sê-lo ainda mais. Hoje. André, tens a hipótese dos guerreiros de Esparta, dos heróis pré-Olímpicos, de inscrever o teu nome na curta lista de treinadores vencedores na Europa. Shankly, Trapattoni, Van Gaal, Lucescu, Eriksson, Mourinho…Robson. Sir Bobby Robson, o teu primeiro mentor, o homem que te lançou nesta louca cavalgada de onde estás a emergir como um homem com nome próprio. Hifenizado, é certo, mas teu. E estás a noventa curtos minutos de distância.
Tens as armas todas prontas. Um guardião elástico, firme, seguro e confiante; um quarteto defensivo experiente, rijo, duro e entrosado; um meio-campo dinâmico, criativo, solidário e talentoso; e um ataque versátil, rápido, agressivo, eficaz, imprevisível e irreverente. Tens tudo e tudo foi pela tua mão. Aproveitaste as fundações de Jesualdo, a inteligência de Pinto da Costa, a escola de Pedro Emanuel, a força de José Mário, a visão de Daniel Sousa, a visão de Vitor Pereira e a cultura de Will Coort. Pegaste em todos os ingredientes deste conjunto de homens trabalhadores e agregaste tudo numa mescla de profissionalismo e vitória.
Só faltam noventa minutos. Estou lá em cima, junto dos gajos de azul-e-branco. Vence, André. Por ti e por nós.
Sou quem sabes,
Jorge