Ouve lá ó Mister – Zenit


Amigo Vítor,

Hoje é um dia importante na tua vida. Para lá da qualidade da exibição, do número de remates ao lado, da quantidade de foras-de-jogo tirados aos nossos jogadores, o resultado é vital. Os últimos jogos que ainda estão na nossa mente foram simpáticos, vitórias que saíram fruto do nosso empenho e de um espírito que pensávamos perdido. Mas sabes tão bem quanto eu que a malta ainda não está convencida e que falta um bom bocado para conseguires trazer de novo o povo para a palma da tua mão.

E hoje, só pode haver uma equipa em campo. Só onze (e mais três, caso precises ou aches necessário) é que podem mandar no relvado do nosso Dragão. Nenhum sócio admite que tenhamos de ver a exibição abaixo de medíocre que vimos em Leninegrado ou Petrogrado ou lá como se chama o estupor da cidade onde agora mora o Bruno Alves. E por falar nele, espero que não te preocupes quando vires que o rapaz vai ser aplaudido, e espero bem que o seja, porque bem merece e foi um rapaz porreiro enquanto cá esteve. Mas vai ser a única salva de palmas que os um zenítico vai levar hoje, garanto-te. Já o Danny, deixa lá o moço. Só alimentas a vontade de sangue daqueles que andam de caderno na mão…ah, espera, agora levam portáteis ou aipéde ou uma tablete qualquer para escrever o que eles acham do que tu dizes. Não lhes ligues, manda-os f**** para dentro e mostra dentro de campo o que valemos.

Não vou estar no Dragão hoje à noite, porque valores mais altos se alevantam e porque se tiver de dormir no sofá da sala prefiro que seja por opção e não por ser a única hipótese. Assim sendo, deposito em ti a minha esperança: não quero que o jogo contra o APOEL tenha sido o meu último da época na Champions. Faz por isso, se não te importas.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Braga


Amigo Vítor,

Aqui há uns meses, em Maio, fui falar com o meu chefe para lhe pedir se podia trocar um dia de férias em Dezembro por um lá pró meio do mês. O homem, compreendendo a minha ânsia de ir ver o FC Porto à cidade onde a Guinness flui pelas ruas e os duendes saltam alegremente nos jardins, acedeu ao meu pedido e seguiu aqui no blog a epopeia que foi a viagem a Dublin para ver este mesmo adversário que vamos enfrentar hoje. E que vamos bater, como fizemos em Maio, em Dublin. Não quero saber se joga o Djalma, se o Hulk pintou o cabelo de fuchsia ou se o Rolando faz um hat-trick com um último golo em pontapé de moínho de fora da área. Interessa-me, sinceramente, é perceber se aquele empenho que vi na Ucrânia não ficou no estrangeiro e se mesmo depois de aterrar em Vigo, descobriu o caminho para o Dragão.

Hoje é a reedição da final da Liga Europa do ano passado. Basta-me o mesmo resultado.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Shakhtar


Amigo Vítor,

Raios partam a puta da minha vida, Vitor. Já não me bastava estar com uma constipação que me põe os olhos a meia-haste e faz atravessar o equivalente do Rio Trancão cheio de muco nasal pela penca. Já não me chegava apanhar trânsito de morte todos os dias, com camiões atravessados na VCI e as estradas mais molhadas que as cuecas da Carolina Salgado quando vê um maço de notas. Já não estava suficientemente chateado com a minha vizinha de cima que aparentemente deixa a miúda fazer maratonas dentro de casa de tacão alto calçado. E ainda me tenho de chatear com o Fêcêpê a embrulhar três mangalhos da Académica?! Não pode ser, pá, não pode ser.

Isto tem de mudar, homem, e já estamos nesta conversa há mais um mês. Começa a ser difícil defender-te e apelar à calma quando olhamos para as nossas exibições e vemos a borrada que os teus rapazes andam a fazer. Não lhes consegues pôr a mão em cima e massacrar-lhes a carola para que façam o que sabem? Eles dizem-te alguma coisa? Reclamam contigo? Levantam a voz? Ou ouvem caladinhos e aceitam as críticas? Estão entusiasmados? Revoltados? Furiosos com a vida? Porra, Vitor, vamos lá calcar os calos dos meninos e mostrar quem é que manda, homem!

Não há ucranianos que nos resistam se estivermos a jogar ao nosso nível. Não há. É assim temos de olhar para este jogo, porque se o futuro próximo dos rapazes que estão lá dentro pode não depender deste jogo, o teu…já não garanto, e tu sabes disso. Até Pinto da Costa, que sabe o que faz, tem de estar a ficar chateado com o estado da naçom. E a causa das coisas, pelo menos a mais fácil de trocar…és tu. Faz pela vida, Vitor.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Académica


Amigo Vítor,

Em primeiro lugar, espero que este período de descanso tenha feito bem a toda a gente. A ti, aos teus companheiros da equipa técnica, aos jogadores, aos médicos, aos massagistas, aos tratadores da relva, aos stewards, aos animais que chamam stewards na Luz, à SAD e principalmente ao grupo onde me incluo, os bloggers arrogantes adeptos.

Já estou enferrujado destas minhas proto-palestras. Estas pausas constantes no campeonato estão-me a lixar um bocado o esquema, porque se mete o país à frente da naçom e não me permite focar no maior problema para lá do trânsito da VCI: a qualidade do nosso jogo. É verdade que já não vejo a equipa a jogar há duas semanas mas a amostra que tivemos em Olhão foi muito fraquinha, Vitor. E depois deste tempo todo sem ver o FCP a jogar, admito que estou um caco cheio de ansiosidade, ansiosismo, até com um pouco de ansiedade, vê lá.

E agora quando regressamos às competições, recomeça o ciclo. Taça, Champions e Campeonato, tudo seguido. O nível de dificuldade do primeiro é o mais baixo, em teoria, mas não quer dizer que não seja decisivo para ti, para os teus jogadores e para a forma como os adeptos vos vêem. Não quero ver facilitismos nem brincadeira, este é a eliminar e por muito que a maior parte do povo só dê atenção à Taça se o campeonato já estiver ganho ou se não houver hipótese de o ganhar, tens de mostrar a todos que estamos de volta, que o grande FC Porto está afinado. De uma vez por todas tira as nuvens negras de cima da tola e põe-nos a bater palmas como uma foca com espasmos. Força aí em Coimbra!

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Olhanense


Amigo Vítor,

Estás numa de me lixar a vida, pá. Os fins-de-semana até nem têm corrido muito mal, mas os entremeios tem sido ao nível de um pontapé nos dentes com uma bota de biqueira de aço. Este jogo no Chipre deixou meia nação portista histérica e outra meia, ainda que com mais calma e racionalidade, com o pé tão atrás que uma pessoa pensa que ficou no meio do caminho.

Todos sabemos que a tua tarefa não é fácil, home. Mas ninguém para lá de ti e dos teus subalternos podem fazer o que quer que seja senão mandar bitaites pró tecto e esperar que as coisas funcionem. Eu posso achar que o Belluschi não está em condições de jogar, ou que o James devia ser titular em vez do Varela, ou até que o Mangala é a melhor coisa que apareceu no centro da defesa portista desde que o Ricardo Carvalho saiu para o Chelski, mas isso sou eu. Nem sou eu, que eu nem concordo com algumas das coisas que disse em cima, foi só para dar um exemplo. Só tu é que podes tomar essas decisões e só mesmo TU é que podes fazer com que os tipos em campo sejam aquilo que nós queremos que sejam.

Para este jogo em Olhão, só te peço que permitas que a imprensa, tão convencida da nossa queda e ansiosa por ver o estertor de um ser ainda bem vivo, retome aquela máxima a que nos associavam quando vínhamos de uma derrota europeia: “Quem é que vai pagar?”. Acontecia com todos os clubes que tinham o azar de nos apanharem depois de perdermos com qualquer gigante europeu (que o APOEL obviamente não é, mas isso são outros quinhentos) e o rótulo era colado na perfeição porque o que habitualmente acontecia…exactamente, eram despachados com três ou quatro na pá e iam para beira da mãe queixar-se dos meninos maus.

Quero voltar a ver esse grupo de meninos maus. Atiça-os, Vitor, manda-os morder, raspar, marcar, ganhar. Por nós, mas também por eles próprios.

Sou quem sabes,
Jorge

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