Señor Lopetegui,
Mais uma estreia. É hoje que vai sentir o que é entrar em campo na principal prova de clubes do Mundo, superior a qualquer campeonato ou taça que se disputa por esse planeta fora. Hoje, mais que na pré-eliminatória contra o Lille, é que se começa a distinguir a qualidade dos executantes e a valia que os clubes mostram para estar a este nível durante seis difíceis jogos que arrastam multidões e criam aquele nervoso miudinho que mais nenhuma competição consegue criar no nosso estômago.
E bem-vindo também às tradicionais noites de Outono na Invicta, caríssimo! Esta promete ser mais uma inclemente jornada nocturna, com as tradicionais entradas com aguaceiros, seguidas pelo primeiro prato de chuvinha no lombo e terminando com uma carga de trovoada e relâmpagos como sobremesa para levantar as almas ainda mais alto na sonoridade e beleza de uma noitada de vitórias europeias! Quem não se lembra de jogos à chuva como contra a Lázio ou das saraivadas contra o Áustria de Viena? É que essa conversa de verão já lá vai, por isso toca a calçar as galochas e a vestir a gabardine porque o Porto está como sempre esteve: molhado.
E as galochas também servem como metáfora para este jogo. Não conheço o BATE tão a fundo como o meu caro amigo, mas tenho a certeza de uma coisa: se jogarmos com a intensidade a meio-campo que fizemos no Domingo em Guimarães, bem podemos estar tramados com F grande porque não acredito que estes bielocoisos venham cá brincar ao futebol. Isto é malta de barba bem rija, uma espécie de Brian Wilson em cirílico que nos vai lixar se tiver a mínima hipótese. Fecha bem o centro do terreno e faz lá um favor à malta, tira o Herrera e mete o Evandro e aposta em mais estrutura e menos parvoíce. E aposta no Quaresma ou no Adrián numa das alas. É malta com calo nestas coisas e pode equilibrar a inexperiência dos outros putos do meio-campo.
Bate no BATE. É impossível fugir desta piada, Julen.
Sou quem sabes,
Jorge