Companheiro Nuno,
Descobri uma coisa recentemente e quando digo recentemente é coisa de vinte segundos: sou disléxico a escrever o nome da cidade de onde vêm estes moços que hoje jogam contra nós. Tenho de pensar bem e olhar para o que estou a escrever para não sair, e não estou a brincar: Compenhaga. O dedo desloca-se ali para o “m” como se fosse uma gaja boa no cinema e estivesses a tentar açambarcar o encosto do braço ao mesmo tempo que ela. Mais dedo menos braço, a verdade é que não consigo escrever o nome em condições. Vou atribuir a este comportamento o facto de não ser um hábito escrever o nome da cidade (nem do clube) porque, convenhamos, nem um nem outro estarão habitualmente nas bocas do mundo.
Mas essa é uma atitude arrogante que temos de saber contrariar, por muito que possa parecer natural tendo em conta a diferença de histórico. Porque já houve vários Artmedias no nosso passado e foram suficientes para percebermos que nada é ganho à partida e que tens de fazer pela vida para conseguires desfazer estes e os outros que por aí virão. Sejam dinamarqueses, bretões, gauleses, hunos ou powatan. Entrar em campo com mentalidade de vitória, cabeça focada no desafio e noção que pelo menos no arranque são todos iguais. Ódespois os resultados terão de ditar as diferenças.
Sou quem sabes,
Jorge