Baías e Baronis – Benfica vs FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Vi o jogo em casa de amigos que também são família, num ambiente misto de portistas e benfiquistas. Tudo em paz, como se quer. Quando me sentei para o início do encontro, sentia-me como me senti durante a semana, inquito com as possíveis inconsistências defensivas da equipa, preocupado com a ineficácia no ataque e arreliado com a (ainda) fraca forma física dos nossos rapazes. Quando terminou o jogo, vários gritos, patadas no chão e duas garrafas de Lambrusco depois, era um homem diferente. Estava feliz, bem disposto, alegremente jubilante com a vitória da minha equipa, numa exibição de raiva e de garra como já não via o FC Porto a fazer desde…o jogo de ano passado contra o Benfica, no Dragão. Foi um bom jogo, bem disputado, entre duas boas equipas e deu o tónico para o que esperamos venha a ser uma temporada diferente do ano passado. Sem começar já a embandeirar em arco, vamos a notas:

(+) Garra No ano passado fui ao Dragão mais de 20 vezes. Só numa dessas vezes vi este empenho em vencer, em mostrar em campo que somos melhores, mesmo que não o sejamos. A forma como a equipa se impôs fisica e tacticamente em todo o terreno, com a força de vontade que só mostra quem quer mesmo ganhar, foi um deleite durante todo o jogo. Vi jogadores que raramente iam ao chão a lutarem como demónios (peço desculpa pela expressão), vi outros que nunca pressionavam a esquecer a preguiça de outros tempos e a colarem-se aos jogadores adversários como carraças, a usarem bem o corpo no choque, a chamar a si a fibra e a raça que já fizeram deles campeões, quer neste quer noutros campeonatos. Foi bonito de ver.

(+) Pressão alta Podemos questionar o número de jogos que o FC Porto teve na pré-época. Uns dizem que foram poucos, outros ainda que foram demais. O que se viu hoje foi uma pressão intensa, alta, com o guarda-redes contrário a ser sempre obrigado a pontapear a bola por estar pressionado, com os jogadores do meio-campo do Benfica a não conseguirem rodar a bola entre eles, forçados que eram a recuar e a passar a bola para os centrais. Para além do espaço que era retirado, a pressão psicológica com a energética cobertura dos espaços obrigou-os a abusar da sorte, especialmente Carlos Martins e Airton, que distribuiram a lenha do costume. Que seja sempre assim.

(+) Belluschi Entre ele e Varela está o melhor em campo. Parece aparecer nestes jogos como se tivesse mais motivação, à imagem do que aconteceu no ano passado. Esteve ridiculamente mais interventivo que o normal, a pressionar alto e a criar jogo não só para o lado mas para a frente, a rematar e a arranjar espaços para os colegas. Se Belluschi jogasse assim em todos os jogos, tínhamos um indiscutível titular. E a continuar nesta forma, Ruben vai-se ver lixado para voltar à equipa.

(+) Varela Genial na primeira parte, saiu esgotado. Parece estar refeito da lesão e está como esteve no início da época passada, a arrastar jogo para a frente pelo flanco, levando defesas atrás e puxando a si a iniciativa. Temos homem!

(+) Helton O novo capitão do FC Porto (até ver) deu a segurança que era preciso na rectaguarda. Perfeito nos cruzamentos, defendeu vários remates durante o jogo mas ficou-me na mente um do Carlos Martins na marcação de um livre e outro a remate de Saviola à queima-roupa, salvando o 2-1 que podia ter complicado as coisas.

(+) Rolando Perfeito. Marcou o primeiro golo e esteve todo o jogo sem dar um centímetro aos adversários. Só precisa de ter ao lado uma das duas opções: um Maicon mais rápido ou um outro jogador do estilo “central-forte-se-te-metes-comigo-levas-uma-bufarda-nas-ventas-que-nem-sabes-de-que-terra-és”.

(+) Sapunaru Tentou por todos os meios lutar contra a inépcia defensiva de Hulk, as investidas de Fábio Coentrão e o cotovelo de Cardozo. Só perdeu contra o último.

(-) João Ferreira Não há muito a dizer sobre esta besta. É raro falar sobre árbitros, como sabem, mas desta vez não tenho outra hipótese. Aproveito para pedir desculpa aos vizinhos da minha cunhada pelos guinchos que ouviram do apartamento dela. Era eu, sempre que via uma cotovelada ou uma patada de pitões em riste a cravarem-se na inocente pele dos nossos jogadores, e que João Ferreira ou não via ou, quando via, admoestava com singelos cartões amarelos. Para além disso, fica-me na retina a forma como quando Álvaro está a reclamar cartão a Carlos Martings, João Ferreira coloca-lhe a mão no pescoço. Álvaro, espantado, tira-a de lá e leva amarelo. Não é mau árbitro a nível técnico, mas disciplinarmente evidenciou claramente a sua côr. Só não mostrou o cartão que é feito dela a quem merecia.

(-) Hulk Ofensivamente esteve inconsequente. Defensivamente nem esteve, deixando Sapunaru à rasca para aturar Coentrão e Peixoto. Felizmente nenhum deles estava particularmente inspirado o que tornou as coisas mais fáceis, mas não retira a culpa a Hulk. Estará cansado? Já?

(-) Cardozo, César Peixoto, Carlos Martins, David Luiz et al Quando Cardozo, no ano passado, levou três sopapos do Bruno Alves na final da Taça da Liga, defendi-o. Hoje não há defesa possível. Deu uma cotovelada em Sapunaru, sem bola, e devia ter sido expulso. A mesma coisa para César Peixoto com uma calcadela estúpida em Varela, Carlos Martins teve vários lances idênticos e David Luiz agrediu Sapunaru. Continuamos na mesma, portanto. É interessante perceber que no ano passado estes lances sucediam exactamente ao contrário, onde a agressividade negativa acontecia mais com os nossos rapazes, que acertavam em tudo o que mexia, ao passo que a agressividade positiva era dos outros, especialmente do Benfica. Teremos invertido os papéis? Espero que sim!!!

É ainda muito cedo para tirar conclusões acerca da forma como a época vai decorrer. Há picos de forma diferentes, lesões, castigos, jogadores que ainda vão sair e outros que ainda vão entrar. No entanto, a vitória neste primeiro jogo, particularmente por ser contra a equi
pa que é, uma equipa forte, dinâmica e aguerrida, que é campeã nacional em título, é um excelente resultado. É a prova que a força, a garra, a vontade de vencer e a inteligência que a equipa mostrou em campo está lá, está dentro dos jogadores. E todas estas qualidades foram trazidas cá para fora pelo treinador, tal como Jesualdo tinha conseguido no jogo do Dragão contra o Benfica no ano passado. É um triunfo moral para Villas-Boas, que já teve de aturar as bocas de muitos imbecis em três curtas semanas. Este resultado serve como bofetada de luva branca e é assim que temos de jogar em todos os jogos, em todos os estádios, se queremos voltar a ser campeões. Villas-Boas começa bem. Tem tudo para o terminar da mesma forma.

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Baías e Baronis – Bordéus vs FC Porto

Foto retirada de Desporto.Sapo.pt

Foi mais um mau jogo, muito embora haja claras atenuantes: a equipa foi um conjunto claramente alternativo tendo em conta o que vai ser a equipa titular no próximo sábado frente ao Benfica, foi o segundo jogo em dois dias e parece-me que houve claras indicações para “não meter o pé”. Ainda assim, creio que podíamos ter esperado um pouco mais a nível da clarividência no momento da criação de lances ofensivos, que hoje à excepção de Varela foram quase a cem por cento delegados em Belluschi, que mais uma vez tentou mas não conseguiu. Continuo a dizer o mesmo que disse depois do jogo de ontem, vamos ter de ter paciência, muita paciência, porque se vê que os rapazes estão a tentar mas ainda não sai nada do que virá a sair num futuro mais ou menos próximo. Vamos a notas:

(+) Souza. Jogou a trinco e mostrou que finalmente vamos poder ter uma alternativa credível a Fernando, especialmente porque ainda não se sabe se Castro fica no plantel. Controlou bem a zona defensiva e tentou sempre avançar quando podia. Tem força, tem garra e faz-me lembrar o Patrick Vieira…mas comparações param aqui porque disse o mesmo do Guarín no primeiro jogo que o vi a fazer. No entanto, tenho mais esperanças neste rapaz que no colombiano e espero vê-lo a jogar muitas vezes.

(+) Varela. Com a velocidade que mostrou pelo flanco, mostrou que está recuperado da lesão e se dependesse de mim era titular indiscutível. Pode ser trapalhão e às vezes parecer que não sabe o que fazer quando chegar à linha, mas arrasta o jogo para a frente e na fase em que estamos é bastante útil, pelo menos enquanto o meio-campo não carburar ao ritmo que se quer.

(+) Belluschi. Não fez um jogo muito bom, admito, mas tentou. Mostrou-se menos preguiçoso que o costume e continuo a achar que esta nova filosofia do meio-campo se adapta mais à sua forma de jogar…mas as coisas tem de lhe sair bem senão é trabalho em seco.

(+) Maicon. Está a ficar melhor o gigante. Passa bem a bola e parece saber o que faz, mas a lentidão continua a ser um handicap grande.

(-) Sereno. Está a conseguir enervar-me enquanto está em estado de graça por ser novo no grupo, o que é raro. Hoje dei comigo a pensar que se calhar não era mau ter cá o Stepanov e despachar já Sereno. É absurdo o que faz no lance que dá origem ao segundo golo do Bordéus e não foi caso único no jogo. Vou atribuir as falhas ao nervosismo de jogar num clube a sério. É, deve ser disso.

(-) Sapunaru. Ao contrário da opinião de um amigo com quem troquei algumas mensagens depois do jogo, não gostei do romeno, mais uma vez. É indeciso demais e acima de tudo displicente na defesa. Até gosto de o ver a subir no terreno para apoiar o ataque, mas a principal função de um defesa é defender. E Sapunaru não defende bem.

(-) James Rodríguez e Walter. Não é bem um Baroni de-facto, será antes um Baroni preventivo. Têm de perder rapidamente os maus hábitos do futebol da América Latina, a lentidão com que se fazem aos lances, pensando que não virá nenhum adversário atrás deles para lhes tirarem a bola durante uns largos minutos. Walter é/está gordo e depois de perder peso falamos, já James tem de ganhar força para aguentar os choques habituais do futebol europeu.

(-) Bolas paradas defensivas. Não preciso de dizer muito. Basta comparar com o ano passado para ver que é preciso trabalhar muito nesses lances.

Ora então daqui a 6 dias jogamos contra o Benfica, dizem? Pois…vai ser um jogo complicado, se compararmos as duas equipas pela forma física e pela capacidade táctica. A nossa equipa está a ser construída quase de raíz, com poucas referências do ano passado e com treinador novo, ao passo que os senhores vermelhors tem uma base sólida do ano passado, com um treinador matreiro e parecem estar fisicamente mais em forma. É muito arriscado atirar um prognóstico e não quero ser derrotista, mas se me permitem, cá vai:

Aham, aham.

Ai.

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Baías e Baronis – PSG vs FC Porto

Foto retirada do Record

Este vai ser um Baías e Baronis um pouco diferente. Como tenho um amigo a viver em Paris que decidiu ir ao jogo, apesar de ser um adepto da Académica pedi-lhe para descrever sucintamente a forma como viveu o jogo como favor especial aqui ao menino, já que habitualmente concordo com as opiniões dele sobre a bola. Vi o jogo na TV e de facto estou de acordo com o que esse arauto da língua lusa em terras francófonas pronuncia acerca da forma como o jogo decorreu. Assim sendo, os comentários dele estão abaixo, devidamente colocados em itálico (porque não há frânquico…nevermind). Ah, o último Baía e o último Baroni são meus, sem estar em itálico e com comentários personalizados. Por isso fica o meu agradecimento, rapaz. E saudades de beber uma bela cervejola contigo. E que para a próxima seja melhor o espectáculo! E aí vai aço:

(+) Ruben Micael. Meteu ordem no jogo.

(+) O meio-campo para trás, sem a bola. Tinha aspecto seguro, pelo menos donde estava sentado.

(+) Álvaro Pereira. Gosto.

(+) Hulk. Atitude, vontade de ganhar, único que sabia o que fazer com a bola do meio-campo para a frente.

(+) Fernando. Continua a ser o elemento mais importante do meio-campo, com Moutinho lento e com poucas ideias e hoje com Guarín numa posição onde poderia ter influência mas não conseguiu. Nota-se perfeitamente quando chega a um lance porque o mais provável é ganhar a bola ao adversário e seguir com ela controlada, segundo as ideias de Villas-Boas. Está melhor de jogo para jogo.

(-) Hulk. Quezilento, resineiro, levou a única assobiadela da tarde por se ter esquecido que estava num amigável.

(-) Miguel Lopes. Carrinho quase sempre desnecessário.

(-) Guarín. Enerva-me.

(-) Equipa toda. Vir em pré-época a Paris com um bom terço do estádio português e ir directo aos balneários sem sequer olhar para as bancadas é feio. Nem o Braga quando cá veio para a UEFA fez isso. Alguém tinha a obrigação de lhes ter explicado que representam mais do que apenas um clube.

(-) Jesualdite. Sei que é pré-época e que as experiências estão a ser feitas. Mas ao ver este jogo não pude deixar de pensar: “Porra, ainda é o Jesualdo no banco?!”. Pois é, “old habits die hard”, dizem os senhores da ilha que parece um L ao espelho, e hoje notou-se isso. Havia pouca movimentação no meio-campo, fraco entendimento nas transições, muito tempo de paragem para retomar posições, exageros óbvios dos laterais nas subidas com os extremos, hesitações permanentes no centro do terreno com Guarín a ocupar espaços de ninguém, Moutinho a não conseguir criar jogo, Rodríguez a não conseguir passar por ninguém, Falcao a falhar as poucas oportunidades que criámos e umas bolas paradas absurdamente mal defendidas. Hulk continua a ser a peça-chave, e quando está em dia mau, tudo corre pior. Não gostei de Guarín, mais uma vez, apesar de achar que pode voltar a ser importante quando fôr preciso defender aquele meio-campo. Uma coisa é certa: sem ritmo e organização não vamos lá, e hoje vi pouco de um e de outro.

Aparentemente o melhor da tarde, segundo o jovem autor das linhas de cima, foi ver o Totti a fazer de conta que aquecia. Um jogo sonolento, com ligeiro ascendente dum Paris de segunda linha, um Porto com ímpeto a mais no meio campo (leia-se, rispidez), e o Hulk a jogar sozinho. Acho que traduz bem o que se viu. Ainda estamos muito verdinhos para competição a sério, apesar de já levarmos 3 semanas de preparação. Como sempre tenho dito, é preciso ter paciência e aguentar o facto de não estarmos ainda a mostrar futebol suficiente para fazer frente a adversários que joguem com ritmo mais alto e acima de tudo com garra e vontade de vencer, que hoje pareceu faltar. Ah, e só mais uma coisinha: se o Villas-Boas colocar o Rodríguez e o Walter do mesmo lado, arriscamo-nos a ter de pagar uma multa por inclinar o terreno de jogo. É muito peso junto! Aposto que a Jennifer Lopez já telefonou ao Walter a dizer: “Olha, e trazeres-me o meu rabo de volta? Isso é que era!”. Vão ter de perder uns quilinhos, vão…

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Baías e Baronis – FC Porto vs Sampdoria

foto retirada do MaisFutebol

Ao segundo jogo no Dragão houve mais uma vitória mas com uma diferença: um jogo bem mais conseguido, pelo menos até ao intervalo. Viu-se um meio-campo extremamente móvel, um Hulk em boa forma e um surpreendentemente calmo Maicon. Gostei do jogo, para lá da festa de apresentação que mesmo sem estrelas nas surpresas, foi decente e teve um piadão ver os “árbitros” a pavonearem-se para a bancada. Quem não faz a menor ideia do que estou a falar…esperem até o video aparecer na net. Vamos a notas sobre o jogo que é o que interessa:

(+) Hulk. O animal está em forma. Arranques fortes, com individualismo q.b. mas sempre a ver como o jogo se vai desenrolando. Continua a apoiar pouco à defesa mas é na frente que tem de estar, sempre à espera da bola na linha para partir tudo à frente. O golo que marcou é a prova que não se pode substituir Hulk sem pensar dez vezes no assunto. É que de vez em quando sai um balázio daqueles que decide um jogo.

(+) Maicon.  Surpreendente, no mínimo. Esteve certinho em todos os lances em que se viu envolvido e já como no ano passado pareceu mostrar, especialmente no jogo da Taça frente ao Sporting no Dragão, lê bem o jogo e não inventa quando corta a bola. Parece ser a primeira escolha para substituir Bruno Alves por isso espero que se torne mais rápido só um bocadinho.

(+) Moutinho. É como o algodão. Branquinho e fofinho. Ah, e não engana. Sabe jogar, tem timing de passe quase perfeito e encaixa-se direitinho na táctica para o meio-campo de Villas-Boas. Pode ser a nossa figura do campeonato, a par de Hulk, claro.

(+) Fernando. Não tenhamos dúvida, o rapaz vai continuar a ser titular. É dos melhores jogadores que já vi em termos de leitura de jogo defensiva (a par de Costinha) e só peca quando sobe um pouco no terreno e tenta fazer passes com a mesma força que quando o fazia a vários metros a mais de distância. Com o novo esquema do meio-campo vai ser obrigado a jogar mais à frente e só lhe falta acalmar um bocado a cabeça para passar melhor a bola. Gostei de o ver a subir nos cantos, o que com Jesualdo era proibitivo.

(+) Nova dinâmica do meio-campo. Uma mudança radical em relação ao rígido 1-2 de Jesualdo. Os jogadores estão em permanente movimento quando a bola está do nosso lado, e quer Moutinho quer Ruben vêm atrás buscar a bola, com Fernando a subir para a entrada da área, ou Moutinho trocava com Ruben e Fernando saía com a bola controlada. Gostei, quero mais!

(-) Ruben Micael. Muito abaixo do costume, falhou passes fáceis e difíceis e andou longe do jogo. Algumas boas combinações mas quando começar a doer exige-se mais de Ruben. Nota-se que sabe jogar à bola mas este ano, ao contrário do ano passado, vai ter ao lado um outro médio também criativo que também o sabe fazer. E sabe-se como o pessoal gosta de comparações…

(-) Sereno. Palavra de honra se não é igualzinho ao Pedro Emanuel quando chegou do Boavista em 2002. Cada vez que chegou perto da bola foi sinónimo de falta, e pela segunda semana consecutiva teve a lata de mandar uma patada num adversário e nem amarelo levar. Cheira-me que vai passar um monte de jogos na bancada, castigado.

(-) Ritmo lento. Sei que ainda temos 2 semanas até ao primeiro jogo a sério mas é preciso continuar a esticar o ritmo da primeira parte por mais de 45 minutos. Devagar chega-se lá mas a segunda metade do jogo foi entediante demais…

Foi melhorzinho que contra o Ajax, particularmente no meio-campo e na dinâmica nova que a equipa já começa a mostrar. Os laterais sobem bastante e a malta começa a gostar. Bastou ver que só houve assobiadelas mais para o fim, quando os rapazes já estavam cansados e o ritmo era muito baixo. Ainda assim foi um bom fim-de-tarde de Domingo, deu para rever a malta do costume, trocar duas ou três ideias sobre o plantel e esperar que venha Walter ou Kléber ou quem quer que seja. Se vier por bem, será bem acolhido.

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Baías e Baronis – FC Porto vs Ajax

E cá estamos de novo. Finalmente o primeiro jogo no Dragão, depois de dois encontros durante o estágio na Alemanha onde só o segundo pude vislumbrar via TV…ou melhor, via internet, eis que regressamos à nossa casa. Numa tarde de sol forte e calor, os nossos rapazes mostraram-se como um gajo que chega à praia com uma bola na mão. Primeiro joga durante 15 minutos e depois, quando vê que aquilo cansa, deixa-se estar mais relaxado, senta-se e pára de jogar. Foi o que aconteceu hoje, mas não era nada que não fosse esperado. É o 4º jogo numa temporada de grandes mudanças por isso não me incomoda a falta de entrosamento e de mentalidade táctica e competitiva. Se isto acontecesse em Dezembro, aí ficava preocupado. Mas aparentemente os assobiadores continuam nas bancadas…enfim, vamos a isso:

(+) Helton. Seguro, prático e sem comprometer. Se continuar assim ganha pontos a Beto na luta pela titularidade.

(+) Hulk. Foi dos poucos que lutou todo o tempo que esteve em campo. Pode ser egoísta demais e não passar a bola quando deve, mas o complexo “Ronaldo na Selecção” é complicado. Leva a equipa às costas e especialmente nesta fase, onde os tipos não aguentam mais de 45 minutos a correr, cai ainda mais pressão sobre Hulk para resolver sempre. Está a evoluir e espera-se muito dele esta época.

(+) Recepção a Moutinho. Admito que não sabia o que iria acontecer. Transferências desta índole raramente passam despercebidas aos adeptos e havia a hipótese de haver alguma ambivalência no tratamento. Uma coisa é certa: não houve ambivalência nenhuma. Toda a gente aplaudiu, gostou e cantou a adaptação do “La Bamba” criada pelos Super para homenagear o número 10. Só lhe pode ter agradado.

(+) Assistência. Mais de 40 mil pessoas num Domingo perfeito de praia é obra. Acredito que muitos fizeram como eu, que passei pela areia de manhã e de tarde fui até ao estádio. Se fosse sempre assim…estava no Rio de Janeiro e ia ver o Flamengo, provavelmente.

(-) Tomás Costa. Não pode ser uma solução credível na posição 6. Ao mesmo tempo que compreendo que Villas-Boas queira um jogador que consiga ser mais agressivo no ataque que Fernando, parece evidente pelas provas dadas ano passado que não poderá ser o argentino. Falha passes demais e parece sempre andar distraído sem saber onde deveria estar. Preferia ver Castro naquela posição, já que parece que Souza está destinado a jogar mais à frente.

(-) Sapunaru. Se Fucile não regressar de férias, haverá sempre Miguel Lopes, porque Sapunaru parece realmente ser uma peça a mais nesta equipa. Até mostra vontade e é combativo, mas continua a ter falhas individuais muito grandes e é terrível no 1-para-1.

(-) Forma física. É sempre complicado no início da época conseguir jogar 90 minutos de bom nível. No entanto ficou patente aos adeptos que a malta ainda está longe de conseguir aguentar 45 minutos a sério, quanto mais um jogo completo…

(-) Assobiadores. Este ano devem ter proibido as férias aos imbecis. Aos 20 minutos já tinha ouvido vários a criticar os jogadores e alguns a assobiar. Numa temporada de mudança, onde precisamos de ter paciência e deixar que o treinador e os seus jogadores encontrem a melhor forma de jogar e de se entenderem em campo, quando é altura de permitir algumas falhas e esperar que aprendam com essas falhas para melhorarem…já estão os idiotas dos gajos prontinhos para assobiar ao primeiro passe falhado. Fazem mal à equipa e não se importam. Lixo.

Ainda é cedo para tirar conclusões e como já fartei de dizer no passado, estes jogos são para treinador ver e não para adepto apreciar. Ficaram algumas boas indicações mas o “jogo” durou apenas 15 minutos. O resto foi um deserto de ideias e alguma lentidão excessiva, mas não os culpo. Têm tempo para ganhar força, que bem vão precisar para um mês de Agosto extra-exigente.

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