Baías e Baronis – CSKA Sófia vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

A primeira ideia que me surgiu depois do jogo foi que tínhamos tido mesmo muita sorte no sorteio da Europa League. Esta equipa do CSKA é exemplo disso, muito à imagem do que tínhamos visto aqui há umas semanas contra o Rapid Viena, um conjunto fraquinho com pouco saber e bastante agressividade, que acabou por nos causar alguns problemas graças ao inexplicável abrandamento do ritmo da primeira para a segunda parte. Villas-Boas tirou as razões aos críticos que lhe apontaram o dedo quando deu a Otamenti a titularidade retirando Maicon no jogo frente ao Olhanense e tivemos sorte em não sofrer um empate que, convenhamos, seria pouco menos que escandaloso. To the notes:

(+) Hulk Apanhou pancada toda a primeira parte. Uma assistência (Hossana! Hossana! O Hulk no ano passado não era capaz de nada disto! Hossana!) e um remate perigoso não parecem muito, mas foi enquanto esteve em campo que a equipa mais produziu, mais atacou e foi mais perigosa. Varela entrou e quase não se viu…

(+) Falcao Marcou um golo à ponta-de-lança e merecia ter marcado pelo menos mais um. Algo desapoiado no centro do ataque porque as bolas chegavam tão depressa às alas que quando os extremos queriam colocar no meio, apanhavam o colombiano com 3 ou 4 búlgaros à volta dele e o meio-campo estava ainda 20 ou 30 metros atrás.

(+) Cristian Rodriguez Pouco produtivo mas esforçadíssimo. Correu todo o jogo a pressionar os adversários, a tentar procurar espaços que raramente encontrou e a cruzar para a entrada da área em diagonais simples mas que baralharam o adversário. Gostei, e teria gostado mais se conseguisse passar por um adversário em drible. Por favor, Cebola, prova que estou errado quando digo que és um dos únicos extremos do mundo que não consegue fintar o adversário directo!

(-) Defesa. Toda a defesa. Não sofremos golos. Quem não viu o jogo e olhar para o resultado, é essa a conclusão que tira. Mas quem assistiu ao jogo pela TV, como eu, apanhou vários sustos durante o jogo. A fraca coordenação é compreensível para o primeiro jogo no caso de Otamendi e Maicon, mas é indesculpável para Álvaro Pereira que é claramente o jogador em pior forma na equipa titular. Maicon teve pelo menos 3 falhas graves no centro da defesa e desconfio se a sua confiança não terá abanado por ter sido preterido em função de Rolando no passado sábado. Espero que não, mas não gostei. Sapunaru e Álvaro continuam a jogar muito por dentro, demasiado perto dos centrais, perdendo largura e dando muito espaço aos extremos contrários.

(-) Jogo directo O que me custou mais neste jogo, particularmente na penosa segunda-parte, foi a forma como jogamos de uma forma quase directa da defesa para a frente durante boa parte do jogo. Com o meio-campo talentoso que temos, Moutinho e Belluschi quase que se apagaram perante as contínuas parvoíces de Álvaro e Sapunaru que insistiam em enviar a bola ao longo da linha para Hulk ou Rodríguez, passando por cima em vez de o fazer com a bola na relva. No início da segunda parte, quando o CSKA começou a tentar subir…nós descemos, inexplicavelmente. Com um futebol que não metia medo a ninguém, o FC Porto começou lentamente a recuar e a abrir espaços que não são admissíveis. No final do jogo voltamos ao futebol de toque curto, de posse de bola, de rotação do meio-campo e a manter o adversário a correr atrás da bichinha. Custava muito terem feito isso o resto do tempo?!

Mais que a vitória, ao ver o que de facto valia a equipa do CSKA, exigia-se uma vitória com mais golos. Acabou por não aparecer mais que um e sinto que ficou uma oportunidade perdida para facturar mais alguns e, dando descanso à equipa, experimentar mais uma ou duas nuances tácticas para adepto e treinador verem. Gostei de ver Walter a entrar de novo, a ganhar forma e entrosamento, mas gostava de ter visto James. Some other time, right?

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Baías e Baronis – FC Porto vs Olhanense

Foto retirada do MaisFutebol

Um jogo fácil que a equipa soube tornear com simplicidade de processos e com uma primeira parte que arrasou a equipa do Olhanense. O Daúto gosta muito destas estratégias de fechar o meio-campo com uma barreira de 11 jogadores em 30 metros (entre a área e o meio-campo) e apesar de se terem notado algumas dificuldades na transição entre a defesa e os médios volantes, tal era a quantidade de gajos de vermelho e preto nessa zona, o FC Porto conseguiu criar várias oportunidades de perigo e chegou ao(s) golo(s) sem problema. A segunda parte…bem, é só olhar para o último Baroni. Vamos a notas:

(+) Fernando Todo o estádio ficou a segurar a respiração quando o viu deitado agarrado à coxa. Uma lesão nesta altura pode ser prejudicial à estrutura do meio-campo que tem em Fernando a garantia de segurança no controlo do jogo e da posse de bola. Quase perfeito na rotação entre os dois colegas mais volantes, o que mais surpreende a quem tem acompanhado a evolução deste puto, é a capacidade de subir com a bola controlada que tem vindo a mostrar. Podia aprender a rematar melhor e tornava-se num jogador ainda mais completo. É imprescindível e está em grande forma.

(+) João Moutinho Continua a falhar poucos passes e a jogar com uma inteligência acima da média. Vê na perfeição o posicionamento dos colegas em campo e está a trocar muito bem a bola e a posição com Belluschi. Como Helton e Fernando, é imprescindível no actual esquema de Villas-Boas porque joga e faz jogar, sempre com segurança e calma.

(+) Otamendi Para primeiro jogo, não esteve mal. O Baía é acima de tudo pelo golo marcado e pela união que a equipa mostrou à sua volta nos festejos. No resto do jogo não esteve mal mas teve algumas hesitações que podem custar caro à equipa. Não é alto mas é rijo e pareceu-me bom e seguro no 1×1. Acima de tudo .

(+) Hulk É quase impossível de parar quando arranca em velocidade e usa o corpo para ir ao choque. Na primeira parte teve quatro ou cinco acelerações que lixou a vida aos algarvios, que tentavam de tudo para impedir o avanço do brasileiro. O golo foi merecido mas um remate alguns minutos antes foi extraordinário na força que levava. Se fosse à baliza, Moretto não teria hipótese. Porra, acho que quatro Morettos não tinham hipótese.

(+) Moretto Um Baía, perguntarão?! Sim, um Baía. Um Baía porque Moretto é uma anedota e põe a malta na bancada a rir, o que é sempre bom. A hesitação, a falta de controlo na baliza, o mau posicionamento e a forma como não sabe pontapear uma bola são tudo componentes da inépcia deste rapaz. Moretto faz o Kralj parecer o Yashin e não entendo como é que alguma vez estivemos interessados nele…

(-) Álvaro Pereira Hoje, ao vê-lo a jogar, só me vinha à cabeça um nome: Rubens Júnior. Quem se lembra de ver esse rapaz a vestir a nossa camisola, recorda-se da incapacidade de colocação defensiva decente, dos cruzamentos sem grande pontaria e de inconsequentes correrias pelo flanco esquerdo. Era daqueles rapazes que não se sabia muito bem se era defesa-esquerdo, extremo-esquerdo ou burro. Não estou a gostar nada de Álvaro esta temporada, apesar dos elogios que vai recebendo da imprensa, que não entendo. Está muito longe da forma do ano passado e começo a pensar que precisa de parar um pouco. Aposto que os produtos que usa nos 47 penteados diferentes que já mostrou este ano (que não critico, que faça o que quiser com a trunfa) estão a ser absorvidos e a entrar na corrente sanguínea. Enfim, tem de melhorar muito.

(-) Falcao Continua a falhar golos a mais. Hoje teve pelo menos 3 oportunidades de golo quase feito que não conseguiu empurrar lá para dentro e está, muito à imagem de Cardozo, a perder muito em relação à época passada. Se em 2009/2010 não seria preciso apoiá-lo com muitos jogadores porque apesar de surgir muitas vezes sozinho no meio dos centrais, Falcao normalmente resolvia. Este ano ainda não o faz e a equipa sente. Se Hulk não estivesse em tão boa forma…

(-) Relaxar cedo demais Mourinho costumava dizer que uma equipa controlava o jogo quando, mesmo que não tivesse a bola, impedia o adversário de fazer qualquer coisa de produtivo com ela nos pés. Foi no fundo o que aconteceu durante a segunda parte, quando o Olhanense começava a subir no terreno e o FC Porto ia recuando mas não os deixava chegar muito perto da área. Assim sendo, o jogo tornou-se mais chato e menos corrido como na primeira parte e os adeptos não gostam, como é normal. Se na grande maioria dos jogos este factor de diferenciação tinha ocorrido ao contrário, onde as primeiras-partes tinham sido menos afoitas e eficientes que as segundas, hoje foi ao contrário. Fez lembrar alguns jogos de Jesualdo, com a diferença que não entrou nenhum golo na nossa baliza. E a única diferença foi essa.

Mais uma voltinha, mais uma vitória, mais uma exibição segura. O adversário não metia medo (se acabarem em lugar europeu prometo que bebo uma jarra de vodka de penalty) mas podíamos ter vencido com uma margem mais confortável se não houvesse preocupação excessiva com o descanso. Parámos cedo demais e apesar do jogo estar contr
olado, a malta gosta de ver mais ataques, mais golos e melhores jogadas. Não é que seja merecido, mas um 4-0 sabe muito melhor do que um 2-0. Siga para a Bulgária!

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Baías e Baronis – Nacional vs FC Porto

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A ideia que fica, de acordo com os sempre geniais e imaginativos comentários da TVI, é que o Nacional é a pior equipa do mundo e o FC Porto ganhou com algum mérito mas em grande parte graças à inépcia do adversário. Não está mal para neuróticos, mas o adepto normal, aquele que viu o jogo, apercebeu-se da solidez defensiva do FC Porto que não deixou o Nacional progredir no terreno como é hábito e marcou dois golos quando podia ter marcado pelo menos onze. Vamos a notas:

(+) João Moutinho Depois do jogo de quinta-feira, Moutinho hoje fez mais um excelente jogo. Mais audacioso do que tinha feito contra o Rapid, esteve nos principais lances de ataque do FC Porto e acima de tudo continua a jogar com inteligência muito acima da média e a ser o pêndulo da balança que é o nosso meio-campo. Entre a força e solidez de Fernando e o desaparecimento deliberado de Belluschi, Moutinho equilibra, joga e faz jogar. Merecia o golo naquela jogada individual de drible, tão rara quanto meritória no jogo do nosso novo playmaker.

(+) Maicon Parecia que Rolando era o menos traquejado e Maicon era o mais experiente. Raramente perdeu a noção do jogo e das trajectórias que teria de cobrir, esteve mais uma vez em excelente nível. Ainda lhe falta encontrar um adversário muito bom (o jogo contra o Benfica não conta porque ambos os avançados estavam em muito baixa rotação) para provar o seu valor mas estou a gostar cada vez mais. Não estragues a imagem, rapaz!

(+) Varela Mais um jogo, mais um golo. Mais rápido e mais decidido que Hulk, arrastou muito bem o jogo para a frente pelo seu flanco e apareceu muitas vezes desmarcado na perfeição, pecando, como de costume, no controlo de bola. Se não tivesse tijolos em vez de pés…já não estava no FC Porto.

(+) Sapunaru Olha que rico jogo me fez este gajo. Simples, prático e…até passou o meio-campo, o que dá para perceber a pouca capacidade do Nacional criar perigo nas alas. Falhou um golo em frente a Bracalli mas conseguiu um excelente jogo e apesar de continuar a perder para Fucile na agressividade ofensiva, esteve bem melhor a subir no terreno do que é costume.

(+) Fernando Quase perfeito na rotação de bola no meio-campo, apareceu várias vezes a levar a bola para a frente (vertical, meus amigos, nunca pensei ver o rapaz a fazer isto!!!) e só por inadaptação e alguma falta de espontaneidade não conseguiu marcar um golo ou fazer uma assistência de morte. Muito bem defensivamente, sempre a roubar as bolas aos médios contrários em força, com a garra que já nos habituamos. Muito bem.

(-) Rolando Quem era o rapaz a jogar ao lado do Maicon? Sim, aquele que parecia um júnior a dominar a bola e a deixá-la bater 43 vezes antes de lá ir, com pouca segurança e atabalhoado? O que fez (mais) um penalty tão infantil quanto desnecessário? Ah…é internacional A? Português? Não parece.

(-) A ousadia da patinagem Não percebi o porquê de ver os jogadores do FC Porto a deslizar pelo campo como qualquer Evgeny Pluschenko. Desde o início que vi Falcao a perder aderência e Hulk a fazer três ou quatro triplos-mortais que até fazia confusão. Não terão percebido que o relvado estava tão escorregadio que parecia musgo?!

(-) As claques do Nacional Começaram com os bombos. Se não havia força para tocar nos bombos, havia cornetas. Se as cornetas estavam em surdina, lá vinha a sirene de nevoeiro. Caso a sirene falhasse, siga para os guinchos intoleráveis da claque feminina do Nacional, que emanam o som mais irritante que ouvi desde que vi o Exorcista com auscultadores que cancelam o ruído. E aposto que o Jardim proibiu as vuvuzelas, senão ainda tínhamos de as aturar. Ainda se queixam que há pouca gente nos estádios? Pudera.

Cinco jogos, cinco vitórias. Não se podia pedir mais a Villas-Boas, e a gestão do plantel está a ser feita com alguma contenção mas com regra e com equilíbrio. Ainda estou à espera de ver jogar Otamendi, James e Walter. O problema é que os 15/16 que têm jogado não estão a dar hipótese ao resto do pessoal, por isso vão ter de esperar o seu momento. Com tranquilidade, em homenagem ao nosso novo seleccionador.

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Baías e Baronis – FC Porto vs Rapid Wien

Foto retirada do MaisFutebol

Na saída do estádio, entre conversas em tom amigável com os colegas da Porta19, vinha satisfeito. O jogo foi fracote mas o adversário não exigia mais e acabou por ser bem mais macio do que pensei. Gostei da inteligência da equipa na retenção da posse de bola, gostei imenso dos adeptos do Rapid, a ganir como loucos com 3 batatas na mona e gostei de uma ou outra jogada de um ou outro jogador. Acima de tudo, foi um exemplo simples que esta fase de grupos da Europa League não pode oferecer grande resistência ao nosso clube, bastando para tal jogar com alguma cabecinha e sem facilitar em demasia. O resto resume-se a talento, e disso temos nós suficiente para eliminar os nossos adversários do Grupo L. Vamos a notas:

(+) João Moutinho Este foi o melhor jogo de Moutinho pelo FC Porto. Continuo a dizer duas coisas às pessoas que o criticam e que não vêem um fora-de-série: primeiro, ele não é um fora-de-série; segundo, vão ver um jogo dele ao vivo e digam-me se o rapaz não é bom de bola. Raramente falha um passe e quando a bola chega aos pés dele há quase garantia que vai ser entregue ao jogador na melhor posição possível para continuar a jogada de uma forma positiva. Não pensem em jogadas individuais com dribles sucessivos (apesar de hoje ter feito uma dessas), atravessando barreira atrás de barreira adversária para culminar num remate brutal ao cantinho. Moutinho é cerebral, calmo, disciplinado. O FC Porto não poderia jogar desta forma sem ele.

(+) Maicon Conseguiu secar a torre que lhe apareceu à frente todo o jogo, o que já chegava para uma nota positiva, porque apesar do rapaz não ter talento proporcional à altura, incomodava bastante. Excelente no passe longo, merecia o golo que Falcao acabou por marcar e teve um falhanço terrível em frente ao guarda-redes que mais pareceu tiro ao meco, com um meco obeso que não se mexesse. Gostei muito.

(+) Cristián Rodriguez Duas assistências e muita entrega. Ainda tem de melhorar o físico e continua a ser pouco mais que uma formiga manca no 1×1, mas começa a ser uma alternativa viável a Varela.

(+) Ruben Hesitei em dar-lhe nota positiva. A primeira parte foi fraca, continua com medo de meter o pé e tem de melhorar MUITO no posicionamento táctico sem bola, mas o golo que marcou é excelente e a segunda parte foi melhor que a primeira. Precisa de ritmo para ganhar mais minutos porque gosto de o ver jogar com bola, é inteligente e sabe o que fazer. Neste momento perde para Belluschi porque o argentino está muito mais prático e rápido (o contrário do ano passado, portanto).

(+) Rotação do plantel Dar alguns minutos a outros rapazes que têm jogado pouco foi excelente. Castro e Walter puderam entrar em jogo e ganhar algum ritmo, numa altura em que estamos a meio de um ciclo complicado e em que todas as armas têm de estar afiadas.

(-) Álvaro Pereira Continuo a achar que é o jogador em pior forma na equipa-base do FC Porto. Anda desatento na defesa e falha muitos passes na construção inicial de lances ofensivos. Tem de melhorar muito.

(-) Rapid Wien Muito fraquinho. Sei que tinham várias baixas, algumas delas titulares, mas é mau demais. Houve alturas em que pensei que estava a ver uma equipa inglesa dos anos 80, tal era a parvoíce do “bola prá frente e siga que a torre há-de fazer alguma coisa”. Nem os adeptos lhes valeram, eles que estiveram a berrar todo o jogo, cheios de força (cerveja) e voz afinada (mais cerveja).

Estamos com uma média acima de 3 golos por jogo no Dragão e os adeptos gostam. Temos de continuar a ter paciência com o estilo de jogo mas creio que é um hábito adquirido. O nosso modus operandi é mais lento, mas mais inteligente, mais pausado mas mais controlado, mais eficaz ainda que com menos oportunidades. Por agora está a funcionar e Villas-Boas tem todo o mérito nisso.

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Baías e Baronis – FC Porto vs Braga

Foto retirada do MaisFutebol

Quase 48 mil pessoas no Dragão. 20 graus de temperatura, ambiente quente e as duas melhores equipas do campeonato a enfrentarem-se cara a cara. Foi um grande jogo, emotivo e bem disputado, com incerteza no resultado e qualidade de jogo acima da média. Entrei bem disposto e saí ainda melhor, com uma vitória muito sofrida mas merecida (se bem que o empate não ficava mal a ninguém) e a noção que apesar de continuar a haver muito trabalho a fazer, a equipa mostrou o que ainda não tinha sido preciso mostrar: capacidade de sofrimento e de dar a volta a um resultado negativo por duas vezes, contra um Braga que joga muito e bem. Notas time:

(+) Hulk Quem foi ao Dragão hoje à noite não pôde deixar de sofrer com o brasileiro com nome de bicho verde. Vê-lo exausto no final do jogo, a correr para ir buscar as bolas que os companheiros lhe colocavam em desespero, a sprintar ao lado de Rodríguez e a arrastar o jogo para a frente quando o resto da equipa, também cansada, o via ao longe…foi uma prova da luta constante de Hulk durante todo o jogo. Enfrentou Elderson e deu cabo da cabeça ao nigeriano. Marcou um, deu outro a marcar e foi aplaudido de pé por toda a gente no final do encontro. Excelente.

(+) Falcao O que se nota mais no jogo de Falcao é a inteligência com que está em campo. Mesmo em jogos que não marca, como hoje, a forma como se posiciona, como domina a bola e ganha espaço para os colegas, como muda de velocidade sem que o adversário esteja à espera, tudo são exemplos de um avançado completo e em forma. Imaginem isto tudo com mais alguns golos. Quase perfeito.

(+) Varela O jogo que fez não foi excelente. Porra, nem sequer foi bom. Mas marcar dois golos ao Braga, numa noite como esta, merece nota positiva. Mas no resto das dezenas de minutos ficou a dever algumas jogadas à malta.

(+) Fernando Excelente na cobertura defensiva, menos bem quando sobe. Foi uma das unidades mais importantes na segunda parte depois do 3-2, quando o Braga apertou com a defesa e Hulk estava a jogar a 20%. Fernando subiu ainda mais de produção nessa altura e continua a ser bem melhor como trinco do que quando joga mais à frente.

(+) Maicon A par de Rolando, esteve muito bem. É uma pena que venha a ser o escolhido para sair da equipa para a entrada de Otamendi, até porque precisamos de um central com um estilo mais ofensivo parecido com (Deus me perdoe) David Luiz, que saia com a bola controlada e cause pânico nas marcações do meio-campo adversário. Hoje esteve muito bem e safou-se com quase 100% de eficácia.

(-) Helton Que me lembre não fez uma única defesa digna de registo durante todo o jogo. Se no primeiro golo não me parece ter responsabilidades (o livre é marcado no meio e demorou um pouco a chegar à bola mas não era fácil), o mesmo não posso dizer do segundo. Muito adiantado, voltou aquele belo problema de épocas passadas, o excesso de confiança. Ainda teve tempo para pôr os adeptos arrepiados com um pontapé para a frente que bateu num fulano do Braga e por sorte não foi para a baliza. Acho que tinha perdido o estado de graça se essa bola entrasse…

(-) Sapunaru Continuo com a mesma opinião. Sapunaru é certinho e defende com mais segurança que Fucile…mas não chega. É menos audaz e enerva-me quando não mete o pé à bola em disputas directas com os adversários. Dá-lhes muito espaço e parece nunca saber quando pode ou não subir. Tem de se entender melhor com o extremo à sua frente e com o médio que cobre o seu flanco e ganhar confiança para subir mais no campo. Ou, sei lá, era melhor jogar o Fucile.

(-) Medo na primeira parte O problema nem estava tanto na defesa, apesar do golo sofrido. Notava-se que a equipa jogava contra o Braga como os adeptos querem que qualquer equipa jogue contra nós: com medo. Compreendo, o Braga tem um contra-ataque muito bom, com Lima e o fiteiro do Alan, Paulo César e Luís Aguiar. E compreendo também que Villas-Boas diga o que disse na conferência de imprensa, que se a equipa fosse como louca para a frente o mais provável era mesmo termos sofrido o segundo golo. Mas também sou da opinião que o facto de termos sofrido o primeiro golo foi um corolário lógico do temor com que os nossos rapazes entraram em campo. Era notório o receio de arriscar, de subir muito no terreno, de fazer um passe rasteiro de ruptura, de apoiar Falcao no centro do ataque, tudo com o intenso cagaço da possibilidade da bola ir parar a Vandinho ou a Salino (dois excelentes médios-centro, já agora) e daí sair um contra-ataque que causasse perigo. A lentidão enervava os adeptos não pela pura natureza do estilo mas pela incapacidade de mostrar a justa arrogância de quem se tem obrigatoriamente de sentir superior. Há que jogar mais forte, com ritmo mais intenso, mais em cima dos adversário e com melhor cobertura dos espaços. Hoje correu bem, noutros dias o remate de Varela podia ter ido por cima ou Elderson podia não ter escorregado no segundo golo. E um destes dias esse cenário vai acontecer, podem ter a certeza.

Quatro jogos, quatro vitórias e os primeiros golos sofridos. Até agora não houve deslumbramento nem facilitismos, os jogadores estão empenhados e a fazer força por continuar a lutar para estar em primeiro até ao fim. Nota-se que os adeptos estão com a equipa e que algumas das exibições menos boas estão a ser compensadas com golos e bons resultados. O meio-campo continua perro? Vamos ganhando. Varela está lento? Marca golos. Falcao não marca golos? Abre espaços para os outros marcarem. Os centrais são lentos? Cortam as bolas quase todas. Estamos bem e continuamos a vencer. E isso é o que importa.

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