Baías e Baronis – Académica vs FC Porto

Enquanto jantava, rodeado de amigos em convívio bem humorado, ia espreitando de vez em quando o jogo. Na altura fiquei com a nítida impressão que era um jogo que nunca se devia ter realizado, porque simplesmente não foi um jogo, foi uma batalha. Uma luta contra o terreno, contra a relva, contra a piscina em que o campo se transformou. Quando cheguei a casa e vi os 90 minutos por completo, confirmei a ideia que tinha. Um jogo destes só pode ser resolvido por um azar ou por um lance de inspiração individual. Valeu-nos o segundo. Venham as notas:

(+) Todos os jogadores do FC Porto e Académica Todos eles são pequenos heróis. Uma espécie de Aquamen, pronto, que não estando ao nível de um Batman ou de um Homem-Aranha, estão inscritos na Ordem dos Super-Heróis na mesma. Jogar 90 minutos nestas condições é muito difícil, cansativo, propenso a erros e pode levar a lesões graves. Quase todos se viram perante este cenário de chuva intensa, de inclemente temporal e certamente olharam para o relvado, pensando: “Que se lixe, vamos a isso, rapazes!”. Todos os jogadores mostraram que ser jogador de futebol numa equipa de topo significa ser conhecido na rua pelos adeptos, é ter uma vida financeiramente confortável, é fazer o que se gosta. Mas é também um sacrifício físico, um extenuante exercício de luta, esforço, alma e profissionalismo. Puxando a brasa à nossa sardinha, vendo Álvaro a deslizar pela água, Sapunaru a deitar-se para impedir um remate adversário, Hulk a tentar acelerar e quase caminhar sobre as águas, Falcao a falhar remates e a escorregar sozinho, Helton a agarrar bolas impossíveis enquanto espremia (sim, espremia) as luvas…fica a ideia que foi cruel obrigar estes rapazes a fazer este esforço.

(+) Belluschi Se houve um jogador que se destacou pela positiva ao nível do futebol praticado, foi ele. A capacidade técnica acaba por não ser a principal arma de um jogador nestas condições, mas Belluschi foi dos primeiros a conseguir perceber que a única maneira de avançar com a bola de uma forma mais eficiente era levando-a pelo ar com pequenos toques depois de a levantar “à futebol de praia”. Foi o melhor jogador do FC Porto e nem preciso de falar do espírito de sacrifício e de luta, mas há que enaltecer a forma como arrastou a equipa para os locais que eram precisos. Moutinho esteve igualmente bem mas Belluschi foi brilhante.

(+) Varela Um golo perfeito, na altura perfeita, marcado por um jogador que tem pouco de perfeito mas muito de lutador e empenhado. Este jogo só podia ser resolvido por um lance destes e Varela esteve lá para picar o ponto e dar três importantíssimos pontos na luta pelo título. Obrigado pela inspiração, rapaz.

(+) Os adeptos do FC Porto Só se ouviam três coisas pela transmissão da TVI: a chuva, o irritante anti-portismo do Valdemar Duarte e os Dragões nas bancadas. O apoio foi constante durante todo o jogo e a forma como os jogadores foram dedicar o triunfo à malta que estava também ela à chuva e ao frio e ao vento (e à espera que começassem a chover calhaus, sei lá) é sintomática da união que neste momento se sente entre equipa e adeptos. E é um orgulho.

(-) Duarte Gomes Sem falar de qualquer lance, nem do penalty marcado e do não marcado, de algumas faltas bem ou mal marcadas, uma referência ao shôr árbitro. Não consigo entender como é que Duarte Gomes permite que este jogo se realize. Não sendo um conhecedor profundo das leis do futebol, sempre tive presente que o árbitro era o principal decisor no que diz respeito à avaliação das condições para que uma partida se possa efectuar, e a de ontem não as reunia. Não entro em teorias de conspiração, apenas me parece uma decisão imprudente e um risco enorme para a integridade física dos jogadores, porque se em condições normais já há hipóteses dos rapazes se magoarem seja em que lance fôr, essa probabilidade aumenta imenso quando o terreno está no estado que se viu ontem. Até para si é prejudicial, porque qualquer carrinho, qualquer mini-empurrão pode dar origem a faltas que não fáceis de avaliar! Uma má decisão, de qualquer maneira que a queiram ler.

(-) S.Pedro Se Deus é do Boavista, como vi ilustrado em vários estádios por este país quando o clube do Bessa ainda aparecia na televisão, parece-me que o Seu porteiro não gosta muito da bola. Não sei se o estádio tem um sistema de drenagem bem instalado e se estava a funcionar, mas parece-me que com a quantidade de chuva que caiu ontem, acho que nem com um campo inclinado a água tinha saído.

É complicado fazer uma análise honesta e tecnicamente correcta sobre um espectáculo como o que ontem se viu em Coimbra. Vencemos e não se pode dizer que jogamos bem porque era impossível. Ainda assim, pela luta e entrega dos jogadores e pelo talento de Varela, saímos de Coimbra com as roupas encharcadas e os três pontos no saco, que no fundo era o que mais importava. Venha o Besiktas. E por favor que não chova tanto.

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Baías e Baronis – FC Porto vs União Leiria

Foto retirada do MaisFutebol

Quando ia às Antas aqui há uns anos, na época do Oliveira e do Fernando Santos, regressava a casa e a minha mãe invariavelmente perguntava-me: “Salvé, meu primogénito! Que tal se portou a agremiação de camisolas verticais em tons de azul e branco que tu apoias com a força de mil sóis?”. A minha mãe é assim, um amor de formalidade e discurso retórico. Mãe, se estiveres a ler, estou a brincar. Continuando. Eu respondia: “São uns nabos.”. Ela retorquia: “Mas perderam?”. Eu, resignado: “Nah, ganhámos 3-0 mas podíamos ter ganho por muito mais!”. Hoje, esta história repetiu-se. Venham as notas:

(+) Hulk Como é que se pára um combóio? Deve ser mais ou menos isto que os jogadores adversários pensam. Hulk está em grande forma, com uma moral incrível, marcando golos atrás de golos, qual deles o melhor. Excelente nos arranques e nas combinações com Falcao, está a valorizar-se cada vez mais no futebol mundial e apesar de ainda precisar de crescer tacticamente, especialmente na cobertura defensiva do flanco onde joga, parece-me que temos já um jogador bem mais madura do que estava no ano passado. Villas-Boas está a conseguir potenciar o melhor Hulk que já vimos e o rapaz mostra serviço. E de que maneira!

(+) Falcao Actualmente é imprescindível no ataque do FC Porto, não só pelos golos que marca mas pelos espaços que abre e pela forma como funciona à pivot na criação de jogadas de ataque, jogando de costas para a baliza e aproveitando as movimentações de Moutinho e do colega-do-Moutinho que joga ao lado. O entendimento com Hulk está a beneficiar a equipa de uma forma como não se viu ano passado, em que Falcao “apenas” marcava golos e não encontrava um Hulk tão solto, tão liberto e tão pronto a receber as bolas com melzinho que o colombiano lhe coloca. Muito bem.

(+) Ruben Micael Dizia para o colega do lado no início do jogo: “Este jogo é muito importante para o Ruben, o rapaz precisa de minutos e de confiança”. E aproveitou-a da melhor maneira. Um jogo esforçadíssimo, cheio de garra e de inteligência, com passes excelentes a rasgar a defesa, assistências para golo e a somar à estrutura do meio-campo como Belluschi não tinha vindo a fazer nos últimos jogos. É o mais próximo de um número 10 que temos no plantel e sendo totalmente diferente do argentino que hoje substituiu, fez um jogo muito bom. Recebe a bola, pára, olha e roda. É isso que lhe é pedido e foi isso que fez hoje, na perfeição.

(+) Fernando Recuperou montanhas de bolas na primeira parte e o penalty não suja uma boa exibição, depois do enterranço no Bósforo. Já começo a desistir de pensar que tem de melhorar no passe longo porque, sinceramente, acho que já não vai lá, mas pode e deve continuar a fazer as arrancadas como fez já na parte final do jogo, voando pelos jogadores adversários durante uns bons 50 metros para sofrer falta à entrada da área e sacar um amarelo. Viste, Souza?

(+) Álvaro Pereira Melhor que o costume, principalmente na segunda parte. Falhou menos passes e entrou muito bem nos lances ofensivos. Deve haver qualquer relação entre os arranjos capilares e as boas exibições. Ainda hei-de descobrir qual é.

(-) Souza Perdeu já o capital de confiança que os adeptos lhe deram nos primeiros jogos e está a enfrentar uma batalha a subir uma montanha para a recuperar. Quando um jogador entra em campo para substituir João Moutinho, como tem acontecido com Souza, ninguém lhe pede que seja igual ao João Moutinho. No entanto, não pode fazer com que o meio-campo perca quase toda a dinâmica que tinha, que comece a falhar passes consecutivos, se enfie no meio de 2 ou 3 jogadores contrários de onde não vai conseguir sair com a bola controlada e que invente fintas quando não as sabe fazer. É essa a principal diferença para Moutinho: saber jogar à medida do que a situação exige. E Souza não o sabe, ou mostra ainda não o saber fazer. Tem de melhorar muito.

(-) Fucile Está a queimar jogos atrás de jogos com as falhas do costume, a lentidão do ano passado (pré-Mundial) e a indecisão no passe e na recepção. Nunca pensei vir a dizer isto, André, mas neste momento Sapunaru é a melhor solução para defesa-direito.

(-) Maicon Até esteve bem durante quase todo o jogo, por isso este Baroni não é exactamente pela exibição. É pelos ridículos passes longos falhados. Fico possuído quando vejo jogadores da minha equipa que se lembram de passar a bola ao longe, cheios de confiança e força, para um colega que está invariavelmente perto da linha e que vai ter de dominar a bola que chega a uma velocidade perto de uma V2 alemã da WWII com o peito ou com a cabeça enquanto é rapidamente pressionado por um defesa. A alternativa é passar para o lado ou para trás. Mas isso é fácil demais. E normalmente sai bem, ao contrário da primeira hipótese…

(-) União de Leiria (Mais) uma equipa que não devia estar na Liga. É fraco demais e não me digam que foi uma noite má. É constante vemos equipas deste calibre a jogar no nosso campeonato, com jogadores de nível baixo e que pouco ou nada contribuem para melhorar o futebol. Baixam a competitividade e diminuem o interesse nos jogos.

Jogo bonito, golos brilhantes, um meio-campo que troca a bola com dinamismo, com rapidez, com objectividade e à busca da baliza. O Trio de Ataque não é na RTPN…é nos estádios onde jogam Hulk, Falcao e Varela!!!

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Baías e Baronis – Besiktas vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

Estes jogos às seis da tarde são uma bela duma borrada, devo dizer. Um gajo tem de sair mais cedo do emprego sem grande plausibilidade para desculpas, arrisca-se a ver o jogo num ambiente fora do normal onde por vezes (hoje não foi o caso) tem de aturar gajos que não percebem nada de bola a mandar postas e a única grande vantagem é que nos livramos do trânsito. Mas hoje…hoje valeu a pena. Para além de estar com boa malta ao lado (o excelente cronista do Dragão Crónico) e mais alguns amigos, o jogo foi emocionante, bem jogado, com lances bem pensados e uma constante incerteza no resultado. Vencemos muito bem num estádio difícil, contra 11 turcos mais um espanhol (ver abaixo o último Baroni), lutámos e houve esforço e sacrifício do individual em favor do colectivo. Ah, e houve Hulk. E depois outra vez Hulk. Vamos a notas:

(+) Hulk Marcar dois golos fora numa competição europeia é obra. Dois golos repletos de oportunismo e de inteligência, ainda mais. Atento no primeiro golo, não desistiu e aproveitou o AVC pontual do defesa, avançando certeiro para a baliza. No segundo foi mais uma vez rápido a aproveitar o excelente passe rasgado de Belluschi e desfez o rapaz que lhe apareceu à frente. Além dos importantíssimos golos, passou a segunda parte toda a correr atrás dos defesas, sendo a peça mais avançada da equipa e sempre que pegava na bola obrigava os turcos a descer 20 metros para aguentar os arranques…e acabou o jogo a cair para o lado. Mas feliz, só pode.

(+) Helton E o nosso capitão mais uma vez a fazer jus à escolha. Deu segurança à defesa e esteve impecável durante quase todo o jogo, sem ter culpa no golo. Fez uma defesa incrivelmente importante no final da primeira parte, depois de um livre directo que resultou da falta feita por Maicon e que o fez ser expulso. Tocou na bola para canto e todo o mundo portista soltou um pequeno sopro de alívio. Impecável também quando veio em correria louca da baliza no final da primeira parte, usando o seu estatuto de capitão para afastar os jogadores do FC Porto que tentavam rodear o árbitro para protestar contra as decisões absurdas do espanhol. É isto que um capitão tem de fazer.

(+) Falcao Marcou dois golos e sofreu um penalty. Não teve culpa de encontrar um atrasado mental de amarelo que se lembrou de lhe marcar uma falta inexistente no segundo golo e de não marcar o abalroamento que sofreu no lance que devia ter dado penalty a nosso favor. Não fez muito mais no jogo mas o primeiro golo acabou por ser exactamente o que precisávamos na altura certa.

(+) Sapunaru Foi o costume, pouco inventivo e interventivo, sem subir muito no terreno e a jogar simples e prático. Hoje, era exactamente o que precisávamos e cumpriu bem o papel, especialmente na segunda parte. Pecou no golo do Besiktas porque estava aparentemente a tentar marcar a linha lateral quando Bobô se meteu entre ele e Rolando, mas perdoo-lhe devido à solidez da exibição.

(+) Espírito de sacrifício Villas-Boas salientou bem o espírito da equipa e a determinação de chegar à vitória. Se o arranque foi tremido, com o Besiktas a pressionar bem, cedo nos soltámos e conseguimos chegar com perigo ao ataque. Depois da primeira expulsão conseguimos cerrar fileiras e defender com garra uma vantagem importante até ao final do jogo, com uma segunda parte sofrida, esforçada, de luta e entrega, com as linhas a recuarem o suficiente para travar o ataque que os turcos queriam avassalador mas que raramente pôs a equipa nervosa. É verdade que o Besiktas não é uma equipa do topo europeu mas a jogar com mais um (e depois mais dois) e com a velocidade de troca de bola podiam ter causado mais perigo caso o FC Porto começasse a ceder. Estiveram muito bem hoje os nossos rapazes.

(-) Fernando Não foi um bom jogo para o Nandinho. Em parte porque cometeu muitos erros de posicionamento perante o adversário, caindo nas fintas em carrinho como fazia em 2008 quando cá chegou e causando desiquilíbrios que ninguém conseguia colmatar. Acabou por ser o jogador que mais sofreu com a fraca prestação tanto de Moutinho como de Belluschi na cobertura defensiva e fez muitas faltas desnecessárias. O lance do segundo amarelo é ridículo para um rapaz da sua experiência, o que me leva a pensar se não terá sido premeditado para o fazer cumprir um jogo de castigo no próximo confronto…mas como é contra este mesmo Besiktas, a minha teoria pode cair por terra. Ainda assim foi um jogo abaixo da média e exige-se mais a um dos elementos pivotais do onze.

(-) Meio-campo macio Fernando não fez um bom jogo mas os outros dois rapazes que jogam mais perto dele não fizeram melhor. Este jogo, aliás, expôs uma fraqueza da nossa equipa que ainda não tinha sido colocada à prova até agora: a capacidade defensiva do meio-campo sem bola. Quando o adversário, como o de hoje, troca a bola com velocidade e com agressividade nos confrontos directos, o FC Porto treme. Quando as bolas são rapidamente despachadas de uma forma directa para os flancos e se encontram rapazes como Nihat, que continua a ser um perigo quando deixado sozinho, o FC Porto não consegue dinamizar o meio-campo por forma a tapar os espaços que são criados pela movimentação adversária. Moutinho e Belluschi têm sido muito bons a trocar a bola e a rodá-la entre eles e fazendo a equipa bascular para onde é preciso…mas para isso é preciso terem a bola nos pés. Sem ela, contra equipas portuguesas que “mastigam” mais o jogo, não costuma haver problema. Os extremos recuam um pouco, os laterais sobem e fecham o flanco e a bola é recuperada com maior ou menor facilidade. Quando apanhamos equipas como o Besiktas, que não têm problema de ir ao choque, que aceleram com a bola controlada e se desmarcam rapidamente, sentimos dificuldades. A rever.

(-) Arbitragem Como sabem não é hábito falar de arbitragens. Mas hoje enervei-me com o fulano de amarelo que arbitrou o jogo. A expulsão de Maicon é merecida e não é passíve
l de crítica, mas um golo perfeitamente limpo foi anulado e um penalty que me pareceu evidente não foi marcado. Como se não fosse suficiente, a complacência perante o choque excessivo dos turcos esteve patente durante toda a primeira parte e questiono-me se o árbitro não terá ficado acagaçado com o barulho que vinha das bancadas. Este tipo de actuações coloca sempre os nossos árbitros em perspectiva, porque este rapaz não era melhor nem pior que um Paixão ou um Olegário.

Não foi fácil mas vencemos com todo o mérito. Nove pontos em três jogos, 7 golos marcados e um sofrido. São bons números que nos dão todas as hipóteses de passar à próxima fase sem que seja preciso precupações com resultados de terceiros nem fazer contas aos golos que temos de marcar para ganhar vantagem. Acho até que o pleno não está fora de alcance, basta alguma sorte e um jogo estruturado para jogos europeus, com um ritmo diferente dos caseiros…

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Baías e Baronis – FC Porto vs Limianos

Foto retirada do MaisFutebol

Tive pena de não ter tido hipótese de ir ao jogo. Em casa, a ver via SportTV, fiquei com a ideia que os rapazes se esforçaram, que lutaram o suficiente para vencer e convencer. Uma ou duas falhas compreensíveis não abanaram uma exibição segura e com garra suficiente para que o pessoal fique a pensar que há vida para lá dos habituais titulares. Vamos a notas:

(+) Walter Marcar três golos é sempre bom, mesmo numa eliminatória da Taça contra uma equipa da III Divisão. Ainda me parece um bocado para o rechonchudo, mas mostrou que está cá para as curvas. Como as que tem. Já disse que o puto é gordito? De qualquer forma gostei de o ver a marcar e achei curioso ter jogado sempre na zona do ponta-de-lança, eu que pensei que fosse um outro Hulk. Jogou bem e espero vê-lo a fazer o mesmo outra vez.

(+) Emídio Rafael Certinho, mas eficaz. É como disse aqui há uns tempos, o moçoilo faz-me lembrar o Nuno Valente. Não inventa, joga prático e simples. Nunca será um fora-de-série mas serve perfeitamente como alternativa mais discreta a Álvaro Pereira.

(+) Castro Não há nada a fazer, sou fã do rapaz. Joga como se não houvesse amanhã, cheio de empenho e garra, dá gosto vê-lo a correr e a esforçar-se para chegar primeiro a todas as bolas. Nos 35 minutos que esteve em campo foi dos melhores da equipa, e como a equipa não estava propriamente a jogar mal, diz muito da exibição do rapaz. Merecia um golito.

(+) James Rodriguez Vi pouco. Mas do que vi, ficaram-me dois ou três pormenores em passes a rasgar que vêm de um rapaz que parece saber jogar à bola. Precisa de mais músculo e mais força mas acho que podemos ter aqui um bom jogador para o futuro.

(+) 41 mil Quarenta e um mil espectadores num sábado à noite, num jogo da Taça para ver o Limianos, é obra. Foi daquelas noites em que o jogo, com carácter quase de amigável, acabou por levar muita gente ao Dragão como baptismo de bola. Muitos pais levaram os filhotes, muito povo de Ponte de Lima (bem-vindos, malta, espero que se tenham divertido!) e uma atmosfera simpática. O preço dos bilhetes ajudou e valeu a pena. Fosse sempre assim…

(-) Souza Lento, distraído, com pouca inteligência táctica para jogar a 6. Já tinha pensado a mesma coisa da última vez e repito: a escolher uma alternativa a Fernando naquela posição, é Castro, não Souza.

(-) Ruben Micael Continua a jogar num ritmo abaixo do que espero dele. Está a ser uma pequeníssima desilusão até agora e estou em crer que vai melhorar e que brevemente voltará a ser o Ruben do ano passado. Até lá…é só uma opção menos credível e percebe-se porque é que Belluschi é titular indiscutível.

(-) Sereno Fica-me marcado, como já tinha acontecido no passado, uma patada que dá a um rapaz limiano, à entrada da área, sem qualquer necessidade. Uma estupidez. Sereno perde pontos a cada passo que dá, nervoso e inquieto, e é o equivalente português de Stepanov quando joga a titular: nunca se sabe quando é que vai falhar clamorosamente e dar a bola ao avançado. Estou francamente desiludido.

Num jogo que não podia trazer dificuldades, tal era a diferença entre as duas equipas, o FC Porto safou-se bem. Villas-Boas ainda experimentou um pouco com 3 defesas, que não terá sido uma aposta perfeita porque mal começou a jogar nessa táctica…sofreu um golo. Nada de especial, desliguei a televisão com a confirmação que temos mais opções do que tínhamos no ano passado e que podemos rodar o plantel com alguma confiança.

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Baías e Baronis – Vitória Guimarães vs FC Porto

Foto retirada de MaisFutebol

Primeiro de tudo, é um resultado cuja injustiça será sempre disputada pelos adeptos de ambas as equipas. Se o FC Porto fez tudo o que pôde par contrariar um jogo rijo e viril do adversário, dentro das leis mas perto, pertinho da linha que divide a violência da agressividade positiva, também a malta do Vitória pode dizer que podia ter ganho o jogo com mais alguma sorte. Fiquei com a sensação que foi um ponto perdido. Mas não posso deixar de referir que o Vitória é uma bela equipa. Futebol simples, prático, agressivo e directo ao assunto. Lixou-nos. To the notes:

(+) Fernando Em todo o lado. O rapaz está em todo o lado. Recupera dezenas de bolas, nunca perde a noção de onde está e é o complemento ideal para um resto de meio-campo criativo. Jogo quase perfeito.

(+) Helton Bem melhor a colocar as bolas em jogo directamente para os laterais, muito seguro na baliza e uma excelente defesa no último minuto que nos safou um ponto. Estou a gostar de o ver como capitão.

(+) Rolando Teve um jogo ingrato, admito mesmo que a maior parte do pessoal não tenha gostado de o ver hoje. Mas…e há quase sempre um “mas”, apanhou um Edgar que fez 209 faltas durante o jogo, quase todas sobre Rolando ou perto dele. A marcação que fez ao mesmo Edgar foi difícil mas era o único que a podia fazer. E não a fez mal, contra um adversário muito alto e brutinho.

(+) Maicon Excelente. Esteve quase perfeito nas dobras e não me lembro de uma única falha que tenha tido durante o jogo. Injusto ter sofrido com as (ausências de) dobras de Álvaro porque teve de correr mais do que era preciso, mas safou-se sempre bem. Cada vez gosto mais dele.

(+) Garra depois da expulsão Já não via isto desde o jogo contra o Benfica no Dragão, na época passada. A jogar sem…Fucile, a equipa jogou com garra, com empenho e conseguiu empurrar o adversário para a área e criou algumas jogadas de perigo. Com algum cansaço que se notava em Hulk e Falcao, coube a Fernando, Guarín e Rodriguez pressionar a todo o terreno e não se podia exigir mais. Se o tivessem feito desde o início da segunda parte…mas isto é um filme que já vimos este ano e era uma questão de tempo até sofrermos o primeiro revés…

(-) Fucile Jekyll & Hyde. Fez um jogo simpático, a mostrar que ganha a Sapunaru nos movimentos ofensivos…até começar a parvoíce. O golo do Guimarães nasce de uma falha enorme de posicionamento, a alhear-se do jogador e a contar que acertava na bola com facilidade. E depois, a expulsão. A calcadela ao Faouzi até pode ter sido acidental, mas é perto do árbitro e já se sabe que não deveria poder fazer este tipo de lances porque são demasiado arriscados. Houve fita do marroquino? E?…

(-) Varela Extraordinariamente mau, rapaz. Não fez uma única coisa de jeito e o jogo não lhe correu mesmo nada bem, foi bem substituído e espero que não tenha muitas mais jogos destes. Há dias assim…

(-) Bolas paradas Volto a bater na mesma tecla. Um desperdício quase a 100% de todos os lances de bola parada de que dispômos pode ser sinónimo de deficiências técnicas ou de falta de treino específico, mas começo a achar que as estatísticas não estão a ser bem recolhidas. Os cantos batidos para a área são absurdamente marcados ao primeiro poste para serem quase sempre facilmente interceptados pelo defesa que lá está; os curtos…dão remate pressionado de Hulk que…seguem para pontapé de baliza; os livres com cruzamentos para a área são mal marcados e o guarda-redes raramente tem problemas a agarrar a bola; os livres directos…são só maus. Perdem-se tantas bolas nestes lances que mais vale jogar curto e rodar para o lado.

(-) Villas-Boas Não gostei mesmo nada da flash-interview. Acredito que estivesse chateado pela derrota mas não me parece que Xistra tenha sido tão influente no resultado para justificar as frases do nosso treinador. Conhecendo a nossa imprensa e sabendo que se vão já lembrar dos jogos da pré-época no Torneio de Paris para lhe chamar arrogante, deselegante, violento e agressivo, escalar estas parvoíces só nos pode prejudicar, por isso preferia que mantivesse a calma e se abstivesse destas declarações. Não ganha nada com isso.

Estou à espera de ler em alguns blogs portistas qualquer coisa como “ah mas ainda estamos a 7 pontos do !”. É a pior coisa que podemos começar a pensar! É preciso jogar todos os jogos para vencer mas não vem mal nenhum ao mundo perder pontos, é preciso que os adeptos percebam isso. Foi um jogo bem disputado (não muito bem jogado) que qualquer equipa podia ter ganho. Fica-me na memória aquele lance do Moutinho em frente ao guarda-redes ainda na primeira parte. Esses golos não se podem falhar, nem em Portugal nem na Europa. A pausa pode fazer bem para descansar a equipa e acalmar o povo…

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