Época: Esta será uma nota pouco consensual, mas creio que é merecida. Mais uma vez tenho de dar uma volta de 180º em relação à opinião que tive no início da temporada, que passo a citar: “Este Domingo, entre as 19h e as 21h, estive num universo paralelo em que se fala uma outra versão de Português e onde “Sereno” queira dizer “Jovem central alentejano que já mostrou ter talento mas que talvez ainda não se tenha adaptado e precisa de mais tempo para pôr a cabeça na ordem porque por agora anda meio tolinho à patada aos adversários e perde a bola em terrenos perigosos mas não tem mal porque resolve as coisas com um carrinho de pitões em riste.“. Isto porque a pré-época foi recheada de agressividade excessiva e pouco futebol. Mas durante a época, na altura que conta, Sereno mostrou-se voluntarioso, esforçado, com a noção que a competição para um lugar era tão elevada e que só a sua polivalência o iria ajudar. E ajudou de que maneira, porque as lesões de Álvaro e Fucile deram lugar à entrada deste rapaz que se conteve muito mais e que foi bem útil ao longo da temporada. Para mim, fica.
Momento: Não pode haver discussão, até porque me vai ficar na memória enquanto fôr vivo: a desenfreada correria no jogo em casa contra o Sporting. Na altura disse: “E, vindo do nada, um alentejano anti-natura e anti-piada começa uma cavalgada qual Bugatti Veyron, quase voa ao nível da relva e ganhando 5 metros por cada 10 ao chileno, consegue chegar perto dele e interrompe uma jogada de golo quase certo. Saltei da cadeira como se tivesse uma mola agarrada aos glúteos. Aplaudi Sereno de pé, aos berros, gritando, apoiando, vibrando com o esforço de um jogador que compensa o talento com a capacidade de luta. E hoje, naquele lance, fez o que poucos conseguiriam fazer.“. Mantenho o que disse.
Nota final 2010/2011: