Ah. Assim sim, meus amigos. Depois de um arranque complicado, a equipa conseguiu recuperar a alma, o espírito de sacrifício e alguma capacidade táctica e acabamos mesmo por conseguir passar a fase de grupos com alguma tranquilidade, apesar de apenas hoje termos conseguido confirmar essa passagem. E fomos pragmáticos, inteligentes…raios, vou dizer mesmo maduros na abordagem ao jogo, mesmo perante um Mónaco com algum talento mas pouco esforço. Aliás, é curioso que tenhamos espetado cinco golos aos teóricos candidatos a passar a fase de grupos, no último jogo, quando precisávamos de vencer para passar. E ambos jogavam de vermelho. Coincidências fofinhas que tiveram o mesmo resultado: o nosso apuramento. Vamos a notas:
(+) Boa estrutura táctica em campo. Pareceu-me sempre ver a equipa equilibrada em campo, com onze ou dez. A equipa esteve serena na colocação das peças em campo, sem perder a compostura e a estrutura do esquema que o treinador montou e que cumpriu na perfeição. Claro, parece mais fácil cumprir os posicionamentos quando o jogo é esticado para as alas e para a frente com bolas aéreas ou quase directas pela relva, mas também faz com que a estrutura seja mais fácil de desfazer em correrias parvas e hoje, como em vários jogos, os rapazes estiveram bem com a bola nos pés.
(+) Aboubakar. Eficácia no topo, marcou dois golos e assistiu outro, num jogo em que pareceu sempre muito relaxado a jogar no centro do terreno, quer na área como também em apoio à pivot, a recuar para receber a bola e criando espaço para a entrada de Marega, Brahimi ou até Herrera. Só gostava que o rapaz fosse sempre assim eficaz, mas não se pode ter tudo.
(+) Alex Telles. Já merecia um golo pelo que tem feito para o merecer e pela forma como se entrega a todos os lances em todas as partidas. É daqueles gajos que vai ser sempre lembrado pela forma como vive o jogo e como corre e se esforça. Pode não acertar todos os cruzamentos, pode não acertar todos os passes, pode nem sequer fazer bons jogos, mas nunca se pode apontar nada em termos de esforço. E só isso conta um bom pedaço para agradar ao povo.
(+) Herrera. Bom jogo do capitão, talvez o único a perceber quando parar o ritmo de jogo e como o fazer da melhor forma, sem as rodinhas de Brahimi e o nervosismo de Ricardo. Aliás, Hector (nome usado pelo meu amigo do lado no Dragão quando as coisas correm bem, deixando o apelido para os jogos piores) foi uma espécie de elemento equilibrador do jogo da equipa, conseguindo marcar a diferença com a bola nos pés e na recuperação defensiva, especialmente na primeira parte.
(-) A precipitação no passe. Um dos maiores pecadores neste caso é Ricardo, que insiste em tentar passes à queima sem ser necessário fazê-lo, quando pode perfeitamente parar para pensar um bocadinho. Marega, Herrera e os defesas centrais são também alguns dos rapazes que se lixam com este vírus que aparece, este “correbol” (termo cunhado pelo Jorge Vassalo, meu companheiro n’a Culpa é do Cavani) acaba por forçar a que os jogadores se sintam obrigados a soltar a bola mais depressa do que precisam quando podem por vezes segurar a bola, pensar um bocadinho e tentar perceber se vale mesmo a pena passar em vez de raciocinarem sobre o melhor destino a dar ao couro.
(-) Arbitragem. Para mostrarem que lá fora também há árbitros imbecis, podemos tomar o exemplo deste sueco, que marca um penalty que não existe, deixa de marcar pelo menos um dos dois que eu vi (na televisão é mais fácil, eu sei, mas o Glik corta o pé do Brahimi e um dos centrais, que me esquece agora o nome, corta com a mão um cruzamento do Telles) e expulsa dois jogadores por uma picadelazita quando podia (e devia, na minha opinião) dar um amarelo a cada um e um aviso do que aconteceria se olhassem sequer um para o outro com cara feia. Assim, lixou-nos e lixou o Felipe, que não tinha nada que tentar dar uma estalada no Ghazzal, por muito que o gajo merecesse.
E lá estaremos em Fevereiro, à espera do que nos calhar em sorte. Venha quem vier, o mínimo está cumprido e o que vier a seguir…fuck it, é para cair!!!