Baías e Baronis – Olhanense 2 vs 3 FC Porto

foto sacada de MaisFutebol.pt

É sempre estranho olhar para um resultado de 2-3 a nosso favor e depois consultar as estatísticas do jogo. Verifica-se logo que houve domínio claro, na posse de bola, nos remates à baliza, no fluxo ofensivo e no controlo de jogo. Mas quem assistiu à partida viu que o jogo teve porções distintas de bom futebol alternado com pontapé para a frente, com falhas grandes a nível defensivo. Saímos em cima, virando um resultado estupidamente negativo depois de uma sequência de desatenções, mas podemos ter recuperado de vez um activo para o plantel: James. Sem ser consistente durante o jogo todo, há alturas em que o brilho do colombiano ofusca todos os outros em campo e esteve perfeito na entrada, no primeiro golo e na assistência para o segundo. Só podemos esperar que assim continue. Notas abaixo:

 

(+) James Assim sim, rapaz. Assim mostras do que és feito, ao contrário do que tinhas vindo a fazer durante um bom punhado de jogos este ano até a semana passada. Surpreende-me a velocidade no controlo de bola e no passe (porque a técnica e o talento não surpreendem nada, há dois anos que os vejo), mas lamento que só quando começa um jogo no banco é que parece ficar mais “picado” para entrar em campo e ajudar a equipa. Genial o passe para o segundo golo, perfeito o chapéu a Ricardo no primeiro, aproveitando o que o nosso ex-keeper nacional tem de pior e que os gregos já agradeceram há oito anos. Continua, miúdo, mas assim, não como em Barcelos.

(+) Moutinho Uma corrida louca atrás de uma bola que ressaltava em velocidade uns bons 20 metros à sua frente. Não conseguiu lá chegar mas João mostrou que é disto que é feito e fê-lo também para mostrar aos adeptos que está cá até deixar de estar. Um jogo estupendo de controlo de bola, passe certeiro e rotação de bola a meio-campo, conseguiu mostrar o grande talento que tem da melhor forma, com luta, com empenho, com suor. Os adeptos podiam duvidar da vontade de Moutinho, mas não creio que tenham razões para o fazer. Ainda bem.

(+) O início da segunda parte Forte, pressionante, rápido, eficaz. Todos os adjectivos que faltaram durante tantas semanas no ano passado e vários minutos já este ano, todos eles estiveram à vista no arranque do segundo tempo e o resultado foi óbvio. Um golo depois de várias tentativas e a reviravolta no marcador. Uma salva de palmas para quando conseguirem mostrar isso mesmo durante alguns jogos consecutivos. Preferencialmente desde o início do jogo, pode ser?

 

(-) Tremideira nos últimos dez minutos Compreendo que os rapazes estivessem cansados, principalmente Hulk e Moutinho que se fartaram de correr todo o jogo. Mas se somarmos essas duas peças em baixo rendimento na zona final a outros dois que por natureza pouco defendem (James e Varela), temos uma equipa de putos a pontapear bolas para a frente sem que consigam manter um fio de jogo estável e amedrontando-se perante o Olhanense como se as cores fossem as mesmas mas estivesse o Milan do outro lado. Mais confiança, rapazes, fazem favor de não dar enfartes aos adeptos? Alguns de nós ainda se lembram do Olympiakos e do Sparta de Praga, ou até do Nacional aqui há uns anos. Obrigados.

(-) Ausência de FernandoÉ uma constatação que até Rui Santos pode tirar sem que o acusemos de ser um pederasta benfiquista: sem Fernando, a zona central em frente à defesa fica muito fraca. Defour tem boa vontade mas é incapaz de manter um jogo defensivamente estável e com posse de bola firme e sem sobressaltos, mas nem a entrada de Castro ajudou, tal é a disfunção entre a posição natural tanto do português como do belga quando comparadas com o raio de acção do brasileiro. Fernando continua a ser vital para tapar os desiquilíbrios naturais de uma equipa com balanceamento ofensivo e é muito complicado rendê-lo, especialmente quando o adversário dá pancada de criar bicho, como foi hoje o caso o Algarve.


Não tão bom como o jogo contra o Guimarães (o adversário não só é melhor como distribuiu lenha como um madeireiro no inverno, com João Ferreira a ter um critério exageradamente largo, que compreendo mas não aceito alguns dos lances divididos com Rui Duarte, Abdi ou Maurício, a roçar a violência), mas o suficiente para que tenhamos saído do Algarve satisfeitos. Não mais iremos tão a sul no campeonato, mas a imagem que deixamos foi de uma equipa que parece ter índices competitivos mais altos que no ano passado e certamente acima da primeira não-exibição em Barcelos. A pausa que vem aí é uma bela duma treta, portanto.

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Vitória Guimarães

Posso dizer, sem que me caiam os testículos de espanto, que foi o melhor jogo de Vitor Pereira no Dragão. Depois da desilusão do jogo de Barcelos, foi um deleite ver aqueles jogadores a mostrarem que quando querem, quando se sentem motivados ou espicaçados, conseguem fazer jogos a este nível, com excelentes trocas de bola, jogadas bem pensadas, um fluxo de jogo constantemente ofensivo e uma pressão intensa a impedir que este pobre Guimarães conseguisse sequer sair do meio-campo com a bola controlada. Entrei para o Dragão com uma dupla bifana+fino, mas com pouca confiança e algum receio de repetirmos a exibição contra o Gil. Saí do estádio feliz, como já não acontecia há muito tempo, com uma sensação de dever cumprido e maior confiança para um futuro próximo. O que vi hoje no Dragão foi o que já podia e devia ter visto há muito tempo: uma equipa que jogou não só para ganhar mas para ganhar bem. Notas, ainda de sorriso no rosto, abaixo:

 

(+) A posse de bola no ataque Foi o que mais me alegrou hoje na bela noite do Dragão. Ver Danilo a romper pelo flanco, Alex Sandro e Atsu a entenderem-se bem ao primeiro toque, Jackson a rodar com a bola controlada para entregar a Moutinho, Lucho a jogar subido mas a saber recuar e Fernando a varrer o que era preciso para manter o jogo sempre no meio-campo contrário. Bela, belíssima a imagem do Guimarães a defender quase sempre nos últimos trinta metros, aquela pseudo-grande equipa amarrada pela força de uma que lhe é superior mesmo quando está em baixo (está-me a dar para o bairrismo, hoje…). É assim que Vitor Pereira tem de colocar os rapazes em campo, sempre com esta mentalidade vencedora, de acabar com o jogo antes que a outra equipa se aperceba que o jogo já arrancou, e continuar a bater-lhes quando estiverem de joelhos a implorar por clemência. Por falar no “mister”, esteve bem nas substituições, tirando os jogadores certos nas alturas certas, rodando a equipa sem a deixar desfazer, como em Barcelos aquando da saída de Fernando. Muito bem, os meus parabéns a todos.

(+) Atsu Continuo impressionado com o puto. A forma como se desenvencilhou de uma forma consistente do defesa que o marcava foi notória mas ainda melhor foi vê-lo a travar quando via que não conseguiria passar por ele, a esperar, com a bola BEM CONTROLADA (!!!), que aparecesse um colega para lhe passar a bola. Atsu traz ao FC Porto o extremo-esquerdo que não tinha desde 2009/2010, na altura que Varela estava em forma: um jogador que sabe quando acelerar e quando travar, quando passar para o meio e quando cruzar para a área. Precisa de continuar a jogar, continuar a mostrar que é por ele que passa o futuro do ataque do FC Porto.

(+) A vantagem de ter dois laterais Miguel Lopes tinha cumprido no lugar dele e Mangala andava a jogar “à Maicon” desde o início da temporada. Não era mau. Era fraquinho, mas não era mau. Mas estes dois brasileiros cujo valor conjunto é equivalente ao orçamento de várias equipas portuguesas juntas mostraram hoje que podem ser extraordinárias mais-valias para um plantel como o nosso. O facto de podermos ter dois jogadores que têm uma tamanha verticalidade no approach ao jogo, que podem ajudar a equipa a carregar por cima do adversário pelos dois flancos de uma forma tão ofensiva e assertiva, só podem deixar os adeptos a salivar. Mais, porque não são laterais. Danilo é um médio interior e Alex Sandro um médio-ala. Mas ambos podem dar à equipa o que ela precisa nas posições que mais precisa. É só continuarem a este nível…e terem um Fernando a tapar-lhes as costas.

 

(-) A necessidade dos passes longos Continuo a ver Otamendi a espetar um balázio nos passes a dez metros e a mira a ser persistentemente mal calibrada quando se envia a bola para os laterais, o que os obriga a dar dois ou três passos para o lado de maneira a que a bola não saia de campo. Até perdoo o penúltimo passe sair mais longo ou mais curto por falhas pontuais. Mas incomoda-me muito ver os passes longos de Maicon ou Moutinho a tentarem mudar de flanco a quarenta metros com o que parece ser, aos olhos de um leigo, um pontapé de baliza. Ainda por cima quando não há necessidade de o fazer. Esta insistente busca do mais difícil em detrimento do simples é daquelas coisas que nunca vou conseguir perceber na psique de um jogador de futebol. E também por isso me identifico mais com o Barcelona do que com o Real Madrid. Simple beats beautiful. É assim que vejo as coisas.


À semelhança das andorinhas e da primavera, não é por vencermos um jogo por quatrazero que vamos começar a achar que somos os melhores do Mundo. Mas mal reparei na constituição da equipa que estava em campo pensei: “Não me digam que estes onze fulanos não metem medo a qualquer adversário em Portugal!”. E a verdade é que continuo confiante, ainda que o meu lado pessimista venha sempre ao de cima, como aquele estupor daquele anjinho que se põe no ombro nos desenhos animados a minar a mente do protagonista com os moralismos bacocos da racionalidade. “Ainda é cedo, rapaz, ainda é cedo para cantares vitória…”. Eu sei que sim. Mas aqueles rapazes que hoje alinharam de azul e branco mostraram-me que é possível jogarem bem. Já estava a perder a esperança, palavra.

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Baías e Baronis – Gil Vicente 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Está a ser particularmente complicado arrancar, hoje à noite. Sinto-me como o Mariano quando tinha de controlar uma bola à primeira, nunca sabendo o que devia fazer, com tantos pensamentos (demónios, todos eles) a atravessarem-me a mona. O que eu vi foi o FC Porto, é certo, e foi o FC Porto 2012/2013, porque aquelas camisolas são iguais ao que já tinha visto na Supertaça. Estava lá o Hulk, o Lucho e um colombiano na frente…e pouco mais. O resto não me pareceu bem. Moutinho falhou dezenas de passes, Maicon travou a mente várias vezes, Otamendi parecia um júnior na Arménia a mandar bolas para a bancada e James fez mais um jogo de escondidas do jogo e do “vamos ver quantas voltas sobre mim mesmo consigo dar sem cair”. Foi mais um jogo frouxo, em que pouco pode servir como desculpa à lentidão, à exasperante falta de opções de passe e à aparente falta de vontade de jogar como antigamente se fazia, onde alguns loucos idealistas pensavam que era de facto melhor marcar um ou dois golos e gerir a vantagem, em vez de esperar pelo fim e tentar cruzar bolas à doido para ver se marcamos numa jogada de sorte. Eram loucos, eram. Notas abaixo:

 

(+) Lucho Um bom jogo de Lucho, muito interventivo e com um rendimento muito superior a Moutinho, o que não tem sido normal até agora nos jogos que realizámos. Constantemente a pedir a bola, foi quase um contrasenso ver Lucho, à medida que a equipa jogava no ritmo pastoso que via, era um dos poucos elementos que tentava de facto imprimir alguma velocidade no passe e na rotação de bola mais em cima do meio-campo adversário. Tentou vários remates, nenhum saiu particularmente perigoso, mas foi o jogador mais em destaque na criação de lances ofensivos pensados, exceptuando as arrancadas de Hulk, claro.

(+) Jackson Não marcou mas fez muito por isso. Tem um jogo mais posicional que Falcao e aparece menos de frente para a baliza que o compatriota (as comparações são inevitáveis, peço desculpa), mas tem um excelente controlo de bola e postura ofensiva suficiente para que os colegas lhe coloquem a bola em situações melhores que as que hoje teve. Bons trabalhos na área mas o fiteiro do guarda-redes do Gil estava em dia sim. Estupor.

(+) Hulk É fácil criticarmos as falhas, as perdas de bola e a excessiva conversa com o árbitro. Mas se formos a ver bem o contributo que Hulk hoje deu à equipa, é também fácil perceber que foi dos poucos que tentou, ao seu estilo, romper a defesa adversária e tentar o remate que tantas vezes nos deu as alegrias que queríamos hoje ter visto em Barcelos. Não o conseguiu e pareceu, como referiu um amigo num sms enviado pós-jogo, regredir uns anos quando mantinha a cornadura na relva e avançava como tanques alemães pelas Ardenas, mas à medida que o jogo ia avançando ia-se tornando evidente que os colegas simplesmente não estavam preocupados. E ele estava.

 

(-) James Mais um jogo “off” do novo 10. Fraco no 1×1 (é assim tão improvável conseguir driblar aquele idiota do defesa direito do Gil Vicente sem cair?!), terrivelmente ineficaz no passe e na transição ofensiva, foi quase invisível a presença de James em campo enquanto lá esteve. Preocupa-me a inconstância exibicional do colombiano, tendo em conta que é uma das poucas nuances tácticas que a equipa exibe em relação ao ano passado. Não o vejo a evoluir, não o vejo a explodir para um jogador que queremos que seja uma das putativas jóias da coroa por forma a conseguirmos vendê-lo, valorizado, daqui a uns anos. Tem de melhorar muito.

(-) Moutinho Completamente fora de jogo hoje, o nosso João. Sem ideias, sem passes de ruptura, sem concentração e sem cabeça. Esteve apagadíssimo no centro do terreno e acabou por desaparecer da partida depois da saída de Fernando, altura em que foi obrigado a ocupar uma posição (ainda) mais recuada em campo e mais central em relação ao jogo da equipa. Cansado pelo jogo da Selecção, talvez, mas não posso arranjar desculpas: Moutinho fez um jogo muito fraco.

(-) A coerência exibicional com a época passada Isto é que me deixa mais chateado e não consigo evitar ficar neste estado porque eu e todos os portistas aturámos uma temporada em que apesar do campeonato ter ficado do nosso lado, as exibições foram consistentemente fracas, desconexas, com recurso a lances individuais para decidir resultados e com muito poucos motivos para satisfação plena depois de noventa e pico minutos de futebol. O ritmo continua lento, as ideias continuam sem aparecer, os jogadores mantém-se numa movimentação arrastada e sem acelerações para uma competição que apesar de não ser do topo do futebol europeu, está perfeitamente ao nosso alcance. E perder pontos contra os Gis Vicentes deste campeonato é sinal de uma equipa que não quer subir, que não quer crescer, que parece estar enervantemente à espera que algo aconteça para mostrar alguma vontade. Fraco, mais uma vez. Quantas vezes é que já tive este discurso…


E lá vão dois pontos perdidos contra uma equipa que não poderia aspirar a mais que perder por poucos contra o FC Porto. Não consigo ter pena do Gil Vicente por só ter seis jogadores no banco, porque não conseguiram contratar mais nenhuma opção válida, yadda yadda. Tretas. O que me interessa é o FC Porto e APENAS o FC Porto. E hoje, mais uma vez, Vitor Pereira mas principalmente os jogadores decepcionaram-me bastante, o que já acontece desde Setembro de 2011. E custa-me ver que não vejo melhorias ao fim de tanto tempo, continuo a lamentar as jogadas falhadas, os passes a quarenta metros, as descombinações combinadas, os cantos que não causam perigo e os livres para a bancada. Estou decepcionado.

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Curtos B&Bs dos Bs

Ainda a recuperar dos iminentes sinais do Armagedão que foram lançados em Londres quando as Spice Girls entraram em palco e a acordar depois do espectáculo cromaticamente entediante (ou será entediantemente cromático?) que encerrou uma Olimpíada no outro extremo do aborrecimento da cerimónia de encerramento, deixo algumas palavras sobre o jogo dos Bs hoje de manhã em Tondela. Não foi mau. Também não foi bom. Nota-se uma ingenuidade imensa na abordagem a muitos lances, alguns nervos em demasia, pouca qualidade no passe curto (será esta a imagem de marca que se está a tentar criar no FC Porto? ter jogadores que desde cedo desaprendem a passar uma bola em condições?), incapacidade de gerir o jogo com confiança e autoridade e a noção que ainda há muito trabalho pela frente. Não creio que vá conseguir ver todos os jogos, por isso não haverá B&Bs depois de cada partida dos Bs. Os B&Bs, ironicamente, ficam para os As. Ainda assim quero tentar ver mais vezes os miúdos (e o Zé António) a jogar e vou dar um salto ao Jorge Sampaio para assistir a uma ou outra partida ao vivo, horário permita. Baías e Baronis, rapidinhos para não enjoar nem fazer juízos antecipados da juventude:

 

(+) Dellatorre, Sebá e Tiago Ferreira O ponta-de-lança pela mobilidade e pelos dois golos. Remate pronto, boa movimentação na área e fora dela. O extremo porque parece ter um ritmo diferente dos outros (com a bola, entenda-se) e sabe usar bem o corpo. O defesa porque se nota que é bom e que sabe o que faz. É bom e só pode ficar melhor.

 

(-) Victor Luiz, Sergio Oliveira e Stefanovic com os pés e pelo ar O defesa é fraco, coloca-se mal na cobertura ao centro, perde lances fáceis e parece não proteger a bola em posse. O médio porque sinceramente não estou a vê-lo a evoluir ao nível de poder integrar o plantel principal mas espero estar enganado. Stefanovic porque apesar de mostrar bons reflexos na baliza, assusta quando sai dos postes para interceptar cruzamentos e o jogo com os pés é medíocre. Ou então estava só nervoso, pode ser isso.

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Académica

foto retirada de record.pt

Melhor que ganhar um título é fazê-lo quando ninguém está à espera. Hoje, em Aveiro, foi mais um perfeito exemplo que nunca se pode desistir de tentar mais um ataque, só mais um cruzamento, só mais uma bolinha que passe pelos defesas e chegue à área, porque nunca se sabe o que pode acontecer quando o avançado lhe chega e lhe chega com boa intenção. Jackson abriu a conta, James limpou a imagem, Maicon confirmou o crescendo de forma, Moutinho confirmou a titularidade e Atsu confirmou que é um jovem que ainda tem algum pedaço para evoluir. No fundo, é mais um troféu para o nosso putativo Museu mas acima de tudo a noção que estes rapazes já perceberam uma coisa: o campeonato está aí à porta. E é a sério. Acima de tudo, parabéns aos nossos rapazes. Onwards to the grades:

 

(+) Fernando Esteve lá. Esteve sempre lá. Esteve em todo o lado hoje em Aveiro e se tivesse falado com alguém que passasse pela Lourenço Peixinho, Fernando também deve lá ter estado. Esteve no ISCAA (shoutout para o Bruno), esteve nos canais, esteve nos ovos e esteve no Estádio, naquela zona desterrada do mundo aveireinse, onde mostrou o porquê de ser o melhor trinco a jogar no país pela noção táctica, a perfeição na colocação defensiva, o cuidado na cobertura dos espaços, a facilidade de movimento lateral para guardar a bola longe do adversário…foi o grande suporte do meio-campo e o principal responsável por fazer com que o FC Porto fizesse grande parte do jogo no meio-campo da Académica. Ah, e venceu 2-1 em “cuecas” ao adversário directo, o que é sempre giro.

(+) Jackson, no golo e para lá dele O golo foi bom, dou-lhe isso. A colocação do corpo, o salto no meio dos adversários, a boa noção de baliza, gostei de ver isso tudo. Mas o que mais gostei de ver foi a participação em várias jogadas de ataque com toques curtos para o sítio certo ou com a tentativa de ficar com a bola controlada até poder finalmente soltar o esférico para um colega em boas condições. Estou entusiasmado com o rapaz, acreditem que estou, porque mais que ter o faro de golo “à Jardel”, mostra ter a inteligência de criar jogo “à Falcao”. E neste momento pode ser muito mais útil a segunda que a primeira. Ah, e recuso-me a chamar-lhe “cha cha cha” ou “merengue” ou seja lá qual for o epíteto mediático para parvos que lhe foi colado no México ou na Colômbia. Jackson. Soa-me bem.

(+) James, pelo empenho Um pequeno Baía mas um Baía sentido. O James que hoje vi em Aveiro pareceu-me mais solto, mais empenhado em ajudar a equipa e em fazer-se útil não só do ponto de vista da criação de lances ofensivos mas a tapar o flanco e a surgir de trás para a frente na ajuda aos colegas. Espero que continue assim.

(+) A garra que faltou na apresentação? Alguma esteve aqui. Quando saí do Dragão no passado sábado, faltou-me algo. Não estou habituado a ver jogos em que a relva fique no sítio, onde os jogadores não se empenham a cem por cento, onde há um medo subjacente de uma qualquer arreliadora ou perigosa lesão que os afaste dos jogos que realmente importam. E chateia-me, mas pouco, porque o idealista em mim diz-me ao ouvido: “espera pelos jogos a sério, vais ver que eles animam…imam…imam…”, porque ouço sempre uma espécie de eco quando o cabrão do idealista abre a matraca. Mas tinha razão, a bestinha. Hoje já vi Otamendi a raspar a relva, James a fazer o mesmo (aleluia, irmãos!) e Miguel Lopes a rasgar o flanco sem medo do lateral mais rijo. Vi capacidade de luta e gostei.

 

(-) Lucho Pareceu-me sempre com poucas pernas para o ritmo que queremos manter. Não querendo menosprezar a influência que o homem tem como capitão e líder de balneário, estamos a ver um Lucho com fraca capacidade para impôr um ritmo mais agressivo na posse de bola ofensiva e com uma troca de bola mais rápida até chegar ao ataque. É certo que com jogadores como Hulk em campo, Lucho reserva-se mais nas corridas e usa o “pass precise” de que Robson tanto falava para fazer com que a bola rode e o jogo progrida, mas para já vejo-o como um elemento que não faz a diferença para melhor. Questiono-me se terá estaleca física para aguentar as quarenta e tal partidas que vamos fazer este ano. Espero estar enganado.


Uma palavra para a Académica. Lutou sempre, nunca se inclinou de rabo empinado como já vi muitas equipas a fazer em terrenos que lhes são diferentes do normal contra adversários de calibre superior. Quando viu que não podia jogar para ganhar, optou por tapar e sair rápido quando pudesse. Não conseguiu e ainda bem. O FC Porto fez um bom jogo, um jogo de garra, vontade, luta. Ganhou bem, teve a sorte de conseguir marcar mesmo no final mas fez por isso durante os primeiros noventa minutos. Os outros quatro? Também contam. Estou mais esperançado para o campeonato, obrigado por me levantarem o espírito, meus caros!

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