Um jogo que devia ter sido mais tranquilo a nível do resultado mas que foi bem pacífico em termos tácticos e do controlo que tivemos durante toda a partida. Bastava acelerarmos um poucochinho e via-se logo que a diferença entre os nossos jogadores e os do Paços era enorme e só pecamos pela incapacidade de enfiar pelo menos mais umas cinco ou seis bolas na rede. Notas abaixo:
(+) Brahimi. É impossível ver Brahimi e não ficar logo na beirinha da cadeira, sofá, poltrona, onde quer que estejam sentados, prontinhos para saltar depois de mais uma finta em progressão. E depois de um jogo destes, onde Brahimi mais uma vez levou pancada como se fosse um saco de boxe em frente ao Rocky, vê-lo marcar um golaço daqueles e ser o principal desequilibrador da equipa com alegria e vontade de jogar, só posso ficar babado por tê-lo moralizado e em força no nosso ataque. Continua assim pelo menos até ao fim do ano, rapaz!
(+) Herrera (até ao cotovelo maroto). Jogaço do capitão, com excelente posicionamento em recuperação defensiva e acima de tudo a pautar o jogo como era preciso, especialmente numa altura em que os centrais decidiram começar a jogar longo e Hector começou a pegar mais na bola e rodá-la para os locais mais indicados. Estou a ter um momento Guarín com este fulano, depois de o criticar tanto e durante tanto tempo, rendo-me à evolução positiva de um homem que nos pode garantir equilíbrio no jogo e tino nas acções com bola. Quem diria.
(+) Mar Azul. Com o estupendo agendamento de um jogo a um sábado à noite, dia 30 de Dezembro, com frio e possivelmente alguma chuva, houve milhares de portistas que foram até Paços de Ferreira apoiar a equipa e encheram o estádio de azul e branco, cantando durante todo o jogo e fazendo daquele estádio uma casa fora de casa. E apesar das tochas, foi uma alegria ver uma bancada completamente cheia de malta das nossas cores a incentivar os rapazes. A repetir já na quarta-feira!
(-) Demasiados golos falhados. No jogo contra o Rio Ave, para esta mesma competição, escrevi isto: “Meninos, não me lixem. Houve demasiadas oportunidades falhadas para poder ser considerado normal. Muitos remates por cima, indecisões na altura da opção de finalização e quase todos estes lances em bola corrida (sim, porque marcamos dois golos de bola corrida, huzzah!) que não se percebe muito bem se os rapazes estavam a tentar colocar a bola de uma forma mais bonita ou apenas se ficaram surpreendidos pela facilidade com que interceptavam a bola logo no início das jogadas. Ainda assim, merecia um dia de treino específico para todos.”. Só mudo os “remates por cima” para “remates à figura”. Vinham todos à Ben-Hur, amarrados atrás do autocarro até ao Olival para aprenderem.
(-) Os centrais a nanar. Oh minha gente, o jogo tem quarenta e cinco minutos multiplicados por duas partes e vocês passaram uma boa parte da primeira numa indolência terrível, com maus passes longos e curtos, desconcentrações a rodos e uma doentia soneira na altura de fazerem alguma coisa para interceptar bolas do adversário na área. Demasiada passividade nos dois golos do Paços que, aposto, levou a que o Sérgio lhes ganisse aos ouvidos durante o intervalo, porque vieram mais atentos e afoitos para a segunda parte.
(-) A expulsão de Herrera. Foi bem expulso, nada a dizer. O capitão de equipa não pode fazer aquele gesto e colocar em risco a sua continuação em campo e a participação no próximo jogo, porque nem o próprio João Pinto ou Jorge Costa, dois dos capitães que identifico como maiores símbolos do clube a usar a braçadeira (do meu tempo, atente-se) poderiam fazer aquilo sem arriscar um puxão de orelhas de quem quer que seja que mande na equipa. E eu já vi o Jorge Costa a arrancar um escroto com as mãos, regá-lo de bagaço e assá-lo num espeto ao lado da baliza! Pronto, não vi, mas imagino que poderia acontecer cmo alguma facilidade! Foi desnecessário e só pecou pela ineficiência, porque se ia fazer aquela parvoíce, ao menos que tivesse servido para fazer com que o gajo do Paços tivesse de ir para o hospital para lhe tirarem os pré-molares do estômago…
(-) A não-expulsão de vários gajos do Paços. …e continuando com o ponto acima, vamos passar para o outro lado. Gian fez pelo menos quatro faltas que mereciam amarelo com aviso que a reincidência daria mais um. O André Leão passou o jogo a acertar o que via (com uma coerência incrível, ele que só sabe jogar assim há tantos anos), esse mesmo André que amarrou o Herrera como se o fosse raptar fez o mesmo em vários lances e o Mateus entrou para bater em gente de azul e branco. Só, porque nada mais fez em campo. Não discuto o lance do Herrera (nem há nada para discutir) mas vários homens do Paços teriam de ir para a rua mais cedo. Como de costume, foi o nosso que seguiu para tomar banho antes dos outros, tal como Danilo na jornada anterior. Não devia haver um livro de regras para nós e outro para os outros…pero que lo hay…
Final four. Não me consigo entusiasmar muito com isto, apesar da meia-final ser contra o Sporting e um clássico é sempre para ganhar e viver e sofrer…mas ainda há muito campeonato para jogar até lá chegarmos. E é bem mais importante.