Baías e Baronis – Paços de Ferreira 2 vs 3 FC Porto

foto retirada do Twitter (não me lembro de que conta, sorry!)

Um jogo que devia ter sido mais tranquilo a nível do resultado mas que foi bem pacífico em termos tácticos e do controlo que tivemos durante toda a partida. Bastava acelerarmos um poucochinho e via-se logo que a diferença entre os nossos jogadores e os do Paços era enorme e só pecamos pela incapacidade de enfiar pelo menos mais umas cinco ou seis bolas na rede. Notas abaixo:

(+) Brahimi. É impossível ver Brahimi e não ficar logo na beirinha da cadeira, sofá, poltrona, onde quer que estejam sentados, prontinhos para saltar depois de mais uma finta em progressão. E depois de um jogo destes, onde Brahimi mais uma vez levou pancada como se fosse um saco de boxe em frente ao Rocky, vê-lo marcar um golaço daqueles e ser o principal desequilibrador da equipa com alegria e vontade de jogar, só posso ficar babado por tê-lo moralizado e em força no nosso ataque. Continua assim pelo menos até ao fim do ano, rapaz!

(+) Herrera (até ao cotovelo maroto). Jogaço do capitão, com excelente posicionamento em recuperação defensiva e acima de tudo a pautar o jogo como era preciso, especialmente numa altura em que os centrais decidiram começar a jogar longo e Hector começou a pegar mais na bola e rodá-la para os locais mais indicados. Estou a ter um momento Guarín com este fulano, depois de o criticar tanto e durante tanto tempo, rendo-me à evolução positiva de um homem que nos pode garantir equilíbrio no jogo e tino nas acções com bola. Quem diria.

(+) Mar Azul. Com o estupendo agendamento de um jogo a um sábado à noite, dia 30 de Dezembro, com frio e possivelmente alguma chuva, houve milhares de portistas que foram até Paços de Ferreira apoiar a equipa e encheram o estádio de azul e branco, cantando durante todo o jogo e fazendo daquele estádio uma casa fora de casa. E apesar das tochas, foi uma alegria ver uma bancada completamente cheia de malta das nossas cores a incentivar os rapazes. A repetir já na quarta-feira!

(-) Demasiados golos falhados. No jogo contra o Rio Ave, para esta mesma competição, escrevi isto: “Meninos, não me lixem. Houve demasiadas oportunidades falhadas para poder ser considerado normal. Muitos remates por cima, indecisões na altura da opção de finalização e quase todos estes lances em bola corrida (sim, porque marcamos dois golos de bola corrida, huzzah!) que não se percebe muito bem se os rapazes estavam a tentar colocar a bola de uma forma mais bonita ou apenas se ficaram surpreendidos pela facilidade com que interceptavam a bola logo no início das jogadas. Ainda assim, merecia um dia de treino específico para todos.”. Só mudo os “remates por cima” para “remates à figura”. Vinham todos à Ben-Hur, amarrados atrás do autocarro até ao Olival para aprenderem.

(-) Os centrais a nanar. Oh minha gente, o jogo tem quarenta e cinco minutos multiplicados por duas partes e vocês passaram uma boa parte da primeira numa indolência terrível, com maus passes longos e curtos, desconcentrações a rodos e uma doentia soneira na altura de fazerem alguma coisa para interceptar bolas do adversário na área. Demasiada passividade nos dois golos do Paços que, aposto, levou a que o Sérgio lhes ganisse aos ouvidos durante o intervalo, porque vieram mais atentos e afoitos para a segunda parte.

(-) A expulsão de Herrera. Foi bem expulso, nada a dizer. O capitão de equipa não pode fazer aquele gesto e colocar em risco a sua continuação em campo e a participação no próximo jogo, porque nem o próprio João Pinto ou Jorge Costa, dois dos capitães que identifico como maiores símbolos do clube a usar a braçadeira (do meu tempo, atente-se) poderiam fazer aquilo sem arriscar um puxão de orelhas de quem quer que seja que mande na equipa. E eu já vi o Jorge Costa a arrancar um escroto com as mãos, regá-lo de bagaço e assá-lo num espeto ao lado da baliza! Pronto, não vi, mas imagino que poderia acontecer cmo alguma facilidade! Foi desnecessário e só pecou pela ineficiência, porque se ia fazer aquela parvoíce, ao menos que tivesse servido para fazer com que o gajo do Paços tivesse de ir para o hospital para lhe tirarem os pré-molares do estômago…

(-) A não-expulsão de vários gajos do Paços. …e continuando com o ponto acima, vamos passar para o outro lado. Gian fez pelo menos quatro faltas que mereciam amarelo com aviso que a reincidência daria mais um. O André Leão passou o jogo a acertar o que via (com uma coerência incrível, ele que só sabe jogar assim há tantos anos), esse mesmo André que amarrou o Herrera como se o fosse raptar fez o mesmo em vários lances e o Mateus entrou para bater em gente de azul e branco. Só, porque nada mais fez em campo. Não discuto o lance do Herrera (nem há nada para discutir) mas vários homens do Paços teriam de ir para a rua mais cedo. Como de costume, foi o nosso que seguiu para tomar banho antes dos outros, tal como Danilo na jornada anterior. Não devia haver um livro de regras para nós e outro para os outros…pero que lo hay…


Final four. Não me consigo entusiasmar muito com isto, apesar da meia-final ser contra o Sporting e um clássico é sempre para ganhar e viver e sofrer…mas ainda há muito campeonato para jogar até lá chegarmos. E é bem mais importante.

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 0 Rio Ave

foto retirada do zerozero

Quando os jogos começam a ganhar contextos de “vitória or bust”, exigem-se exibições deste nível, onde os jogadores encaram a partida com cinismo, sentido prático e acima de tudo noção de responsabilidade para vencer sem ser preciso jogar bem. Ou bonito. Ou só jogar. E à boa maneira de Mourinho em 2004, foi um jogo que controlamos sem dominar e que teve dois vencedores: o FC Porto e Sérgio Conceição. Notas abaixo:

(+) Ganhar vs jogar. É uma forma interessante de ver um jogo de futebol e algo que raramente acontecerá se não estivermos a torcer por nenhuma das equipas que está em campo: aposto que ninguém estará muito entusiasmado a ver um jogo em que uma equipa joga apenas para ganhar e preferiria que ambas as equipas estivessem em confronto de ideias iguais, numa espécie de justa medieval entre cavaleiros semelhantes e que dura noventa deliciosos minutos em que um e outro se equiparam de olhos nos olhos e atacam com as mesmas armas e a mesma mentalidade. Nem sempre é assim, sabem, meus líricos do carago. Por vezes, os treinadores optam por vencer o jogo em vez de jogar bem e foi isso que o FC Porto fez hoje. Abdicou de jogar para ganhar. Adequou a sua estratégia às valências do adversário, percebeu como o contrariar e fê-lo bem. Fê-lo muito bem. A espaços, fê-lo extraordinariamente bem, tão bem que quase sem atacar podia ter goleado o Rio Ave. E garanto que este Rio Ave pode jogar melhor que o adversário em oitenta por cento dos jogos que disputa. Mas vai perder sempre que apanhar uma equipa que jogue para ganhar.

(+) Pressão alta. Foi o ás na manga de Sérgio Conceição e que abanou toda a construção do Rio Ave, um pouco como todos os adversários nos fizeram no início da curta carreira de Paulo Fonseca no Dragão, quando os jogadores não conseguiam quase sair da área sem serem pressionados. E foi com empenho e qualidade que a equipa apertou toda a linha defensiva do Rio Ave de uma forma de tal maneira sufocante que até a ver o jogo na televisão me cansou ver a equipa tão esticada no terreno. Funcionou muito bem e só não marcamos mais golos porque mais uma vez estivemos em dia de fartura de oportunidades e fome de eficácia.

(+) Ricardo. Não sei o que me fez gostar tanto da exibição dele hoje. Se as subidas muito bem feitas pelo flanco, as intercepções pelo ar ou pela relva, a maneira como apanhou o Yuri Ribeiro sempre com muita vontade de o vergar a um falo metafórico e de lho enfiar pela goela abaixo (sim, é mais um daqueles gajos que merece engolir tudo o que lhe derem para engolir, esse neo-Briguel) ou até pela maneira como o vi sempre muito empenhado e sem falhas. Gostei, mais uma vez.

(-) Demasiados golos falhados. Meninos, não me lixem. Houve demasiadas oportunidades falhadas para poder ser considerado normal. Muitos remates por cima, indecisões na altura da opção de finalização e quase todos estes lances em bola corrida (sim, porque marcamos dois golos de bola corrida, huzzah!) que não se percebe muito bem se os rapazes estavam a tentar colocar a bola de uma forma mais bonita ou apenas se ficaram surpreendidos pela facilidade com que interceptavam a bola logo no início das jogadas. Ainda assim, merecia um dia de treino específico para todos.

(-) A expulsão de Danilo. Só consigo ver aquilo de uma forma: Danilo forçou o segundo amarelo para se poupar em Paços de Ferreira no dia 30, porque para lá de dar um murro na bandeira de canto também insinuou em voz alta que o árbitro se deitava em conchinha com carneiros. Porque se foi apenas pela coisa da bandeira…porra, foi a expulsão mais soft da época e quase incompreensível.


Não pude ir ao Dragão e como tal tive de aguentar o Bruno Prata. Deus está stressado com o nascimento iminente do filho, sinceramente.

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Marítimo

foto retirada do zerozero

Mais de trinta e quatro mil almas enregelaram no Dragão com um jogo ultra-defensivo do Marítimo perante um FC Porto que terá sido (não vi númbaros mas foi o que me pareceu) um dos menos rematadores da época, constrastando com uma segurança curiosa enquanto mantinha a posse de bola. Houve alturas em que pareceu que a equipa estava a aprender uma forma nova de jogar, a perceber que não precisa de atirar com a bola como um conjunto de gente doida com vontade férrea de marcar já já já já ou então já. Gostei da calma, gostei da confiança e acho que os próprios jogadores estavam confortáveis com isso, o que me deixa muito esperançoso para o futuro. Notas abaixo:

(+) Marega. Porra, homem, agora também marcas com o pé esquerdo? Ainda por cima entendes-te bem com o Brahimi muito embora joguem em zonas distintas do campo? O que se segue? Vais começar a marcar pontapés de baliza de calcanhar?! Moussa está em grande e os dois golos, apesar de bastante parecidos, só são possíveis porque é um Marega a ganhar na aceleração e na ocupação de espaço e a rematar razoavelmente bem mas com a força suficiente para não se preocupar com a técnica. Muito bem, rapaz, mais uma vez.

(+) Herrera. Mais um excelente jogo de Herrera, a imagem perfeita da coordenação e da metronomização do jogo do FC Porto pelo seu próprio timing. Ele é que decide se a equipa avança depressa ou devagar, ele é que está a pautar o equilíbrio de posse de bola ou a sua cedência rápida. Muito bem em todo o jogo na recuperação defensiva bem subida e um cada vez melhor entrosamento com Danilo na compensação às suas subidas.

(+) Brahimi no meio. Não estava a ter um grande jogo, em parte por culpa própria (estava a complicar quando podia simplificar) e pelo árbitro aparentemente pensar que era Dia Mundial de “Vamos puxar o Argelino” e deixou que o Marítimo arrancasse tudo o que quisesse do rapaz. E como na linha não estava nada a correr bem, toca de vir para o meio brincar um bocadinho. E foi o que fez melhor porque teve mais espaço e transformou o que parecia tão tramado na linha em algo simples e fácil no meio. Duas assistências num jogo não muito conseguido. Os dias maus do Brahimi são os melhores de tantos por aí fora e por vezes damos pouca importância ao moço…

(+) It’s the possession, stupid! Temos andado a discutir isto no A Culpa é do Cavani e é possível que tenhamos assistido hoje à mudança final de paradigma, apesar de mais uma vez haver condicionantes (jogar contra dez) que não me garanta a 100% que o plano é esse. Mas estamos a chegar à fase em que comparamos os sentidos aplicados ao proverbial pato e se cheira, parece e soa como ele…é bem possível que o seja. E é uma diferença interessante ver esta equipa, tão inclinada para o ataque com quatro homens bem lá na frente, a trocar a bola no meio-campo com “apenas” dois homens, apesar de bem apoiados pelos laterais e resguardados pelos centrais. Mais um ou dois jogos e tiro conclusões disto, por agora é novo e fresquinho e bem brilhante, por isso gosto mas quero ver isto contra uma equipa em condições.

(-) Arbitragem. Noite muito fria no Dragão mas calor suficiente dentro do campo. Porque para lá das assistências do extremo-dez aos remates de pé esquerdo do ponta de lança que nem com o direito sabia rematar, houve mais do que calor suficiente para atirar com o árbitro para uma panela bem quentinha e mergulhá-lo num vulcão para que ele fique lá, rodeado do enxofre e do cheiro a morte que merece ter à sua volta. Dezenas de puxões a Brahimi passaram sem falta, mais uma jogada tremenda de Corona a fintar vários homens enquanto puxado que acaba com Manuel Mota a avisar…Corona. Várias faltas nossas sobre o guarda-redes sem qualquer motivo para serem apontadas. Um vermelho a passar por amarelo. Uma equipa do Marítimo belicosa, a jogar fora das regras, a empurrar e a bater em quem queria e podia porque…lá está, porque podia. Este foi um bom exemplo do que se pode fazer durante um jogo para condicionar o trabalho de uma equipa e Manuel Mota fez o que pôde. Amén, estupor.

(-) Marítimo. Bem tentaram, seus montes de esterco. Tentaram puxar cartões aos nossos rapazes, provocando deliberadamente o encosto, puxando, empurrando, pisando e outros verbos no gerúndio. Tiveram uma atitude que será sempre imagem de marca de equipas enojantes, que percebem que o benefício arbitral lhes dá a facilidade de poderem fazer os que os nossos jogadores não podem e como tal abusam do privilégio até ao limite. Saiu-lhes mal com o duplo amarelo que com um árbitro em condições seria vermelho directo. Saiu-lhes pior porque os nossos rapazes se seguraram e não partiram para a estupidez que faria com que um ou outro maritimista tivesse de ir ao dentista ainda na Invicta, sob pena de ficar sem o resto das pérolas na placa. Mereciam que o Marega lhes obrasse no peito, a sério.


Natal em primeiro lugar. Não é mau de todo, mas estou como o Sérgio: prefiro dizer o mesmo em Maio…

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Guimarães

 

foto retirada da conta do FC Porto no Twitter

Antes do jogo escrevi: “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.”. E fico muito contente por ver que não só o treinador leu o meu texto (como aliás seria de esperar já que é dirigido a ele) mas também os jogadores, que fizeram exactamente o que eu pedi. E exactamente, presumo, o que o próprio treinador pediu, porque vimos uma exibição consistente, sem necessidade de grandes correrias mas com um equilíbrio quase perfeito entre controlo de jogo e posse de bola e ruptura no ataque. Ah, e as bolas paradas estão assim (clique feito com a língua no céu da boca, enquanto o polegar e o indicador da mão direita fazem um círculo no ar). Vamos a notas:

(+) Danilo. Um jogão. Esteve em todo o lado mas foi em particular pela forma como subiu com bola (aos 80 minutos estava a passar à minha frente a galopar pela relva acima, o doido!) e como se colocou sempre disponível para criar perigo com remates de longe (de pé esquerdo ou direito, credo!) ou pela maneira como aparece imponente nas bolas paradas ou a pressionar alto e a usar o corpo bem como barragem que impede o crescimento do adversário. Tremo a pensar o que nos acontece se Danilo não estiver disponível para jogar na Champions em Fevereiro, porque com Reyes a central…tremo, digo-vos!

(+) Herrera. Eu aplaudi o Herrera de pé no Dragão. É verdade. E estava completamente sóbrio, por isso podem perceber o que o homem jogou, tanto atrás como à frente, soltando a bola com inteligência e acima de tudo mantendo-a parada quando era necessário, pausando o jogo, acalmando a equipa e…pá, nem acredito nisto…liderando-a com inteligência. Uma inversão de opinião dá-se quando chegar aos 180 graus e eu já estou nos 140 e tais, porque este Herrera a jogar calmo, com confiança, está a quilómetros do tolinho que via a correr no ano passado.

(+) Bolas paradas. Há muitos anos que pedia trabalho específico nas bolas paradas e apesar de temer sempre que se passe do 0.08 para o 80 mil, não deixo de ficar muito satisfeito ao ver que estão a trabalhar nos treinos. Sabem, aqueles meses todos em que não se viam melhorias em lances de bola parada agora notam-se ao fim de dois ou três e isso, minha gente, vale pontos. Não quero depender delas, mas quero poder aproveitar ao máximo para ver um livre ou um canto a nosso favor e não pensar, como fazia antes: “bah, outro pontapé de baliza para eles”. Missa happy.

(+) “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.” Sim, sei que estou a repetir o mesmo que disse no arranque do post, mas é exactamente esta máxima que temos de aplicar em todos os jogos em que defrontamos equipas que serão teoricamente inferiores à nossa. Se excluirmos os jogos contra Benfica e Sporting e um ou outro jogo fora de casa, a ideia tem sempre de ser uma vitória, tranquila ou não. Para a tornarmos tranquila, há que gerir bem e se gerirmos suficientemente bem e for possível subir mais um bocadinho, siga para marcar mais alguns. A pensar assim seremos campeões, a bem ou a mal.

(-) Dezasseis mil. Eu sei que estava frio, que o jogo dava na televisão e que as compras de Natal não se fazem sozinhas. Mas caramba, tão pouca gente no Dragão para os oitavos da Taça contra o Guimarães parece-me absurdo, mesmo contando com a valiosa participação da malta de Guimarães que lá veio A3 abaixo aos magotes, como sempre fazem e ainda bem. E se não conseguimos mais gente é também graças à hora do jogo e acima de tudo à calendarização, que com antecipação de jogos por causa do Mundial estão a estragar competições internas de vários países, onde a Taça é um bom exemplo disso. E espero pela Taça da Liga, no dia 21 de Dezembro à noite. Upa, é só motivos para sorrir, né?


Quartos da Taça. Simpático mesmo era calharmos contra o Farense, não só pela valia da equipa mas para dar um docinho ao Azul ao Sul e deixá-lo ver o FC Porto na zona dele!

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Baías e Baronis – Setúbal 0 vs 5 FC Porto

foto retirada do zerozero

Acredito que o Setúbal seja uma das piores, senão mesmo a pior equipa da Liga. Mas também acredito que os rapazes estivessem mais ou menos cansados depois de jogar na quarta-feira e que jogar com estas condições climatéricas é o equivalente a tentar subir os Clérigos com o Walter às costas. Ou seja, o jogo podia ter sido complicado se não houvesse sentido prático, vontade de limpar isto rapidamente e pouca disposição para brincadeiras. Houve a primeira em boa dose, a segunda também e até deu tempo para alguma parvoíce a meio-campo. Ah, e o Marega picou a bola por cima do guarda-redes a vinte metros da baliza. No biggie. Notas abaixo:

(+) Aboubakar. Três golos (mais uma vez, não é um hat-trick quando não são consecutivos, malta…eu sei que soa bem, mas não está certo) e mais uma assistência, numa exibição cheia de força, inteligência posicional e eficácia, mostrando que está em grande nos últimos tempos e a equipa só tem a ganhar com isso. .

(+) Marega. Lukaku fez um jogo horrível no derby de hoje contra o City, onde assistiu o adversário com dois golos. E Lukaku é uma espécie de anti-Marega a nível técnico, podendo ser quase gémeo dele a nível físico. Já Marega esteve em grande, com uma assistência depois de um trabalho onde enganou a defesa toda do Setúbal com duas simulações consecutivas (deliberadas, hã?!) e dois golos, o segundo dos quais a surgir depois de um passe lindo de Aboubakar e onde Marega picou a bola por cima do guarda-redes com uma tranquilidade quase olímpica. E eu continuo a não perceber como é que esta cisterna em formato maliano consegue jogar tanto parecendo que joga tão pouco…

(+) No bullshit. Sem brincadeiras, a equipa colocou a vitória acima de tudo e preocupou-se sempre em manter a posse de bola apenas até ao nível que era necessário para encontrar um bom espaço para onde a colocar, como presumo sejam as indicações do treinador. E até aí, maravilhoso, pela forma prática com que encarou o jogo, a facilidade com que criou situações de perigo e como aproveitou as oportunidades que teve.

(-) Video-árbitro. Expliquem-me como se eu tivesse três anos. O árbitro vê um lance. O árbitro tem dúvidas perante o que viu, o que é normal. Afinal os jogadores são uns fiteiros tremendos, a chuva era absurda e o vento mandava sequóias abaixo. Mas marca-se o lance. Marca-se? Ah, espera, o gajo do video ganiu nos auriculares. Afinal pode não ser. Abou, podes por ali a bola. É ou não? Keeper, prá baliza, anda lá, mexe esse rabinho rosa. Sim? Alô? Espera. Mas…eu n…não ent…espera. Costinha, atrás da linha. Aboubakar, és tu a marcar? Oh pra eu a rim…sim? Ah. Então é melh…eu v…pronto, espera, eu dou já aí um salto. E SE FOSSES LOGO VER A MERDA DO LANCE, NÃO SE POUPAVA ESTE TEMPO TODO!? É que parece de propósito para descredibilizarem esta treta…ah, ok…

(-) Brahimi. Olha, um jogo mau de Brahimi! Lento no arranque, incapaz de passar pelos adversários directos e com pouca desenvoltura com ou sem bola. Não pareceu adaptado ao jogo e não conseguiu entender-se muito bem com Alex Telles, ele que apareceu poucas vezes na frente no início do jogo pela pressão defensiva que sofria mas quando apareceu não conseguiu trocar as voltas à defesa como costuma fazer com o argelino, principalmente por culpa de Yacine que hoje não esteve em grande.

(-) André em vez de Óliver. Percebo a ideia do Sérgio, ou pelo menos acho que percebo. Tirar a bola do meio-campo, arrastar jogo para as alas, ficar sem bola para marcar rápido e prático, sem necessitar de ser bonito, criativo, esteticamente mais interessante. Percebo isso e já falei montes de vezes nisso em várias edições do A Culpa é do Cavani. Mas ao mesmo tempo que percebo, sempre que vejo André André a jogar em vez de Óliver, há um anjo que morre num universo paralelo. E tenho muita pena dos anjos, a sério que tenho, porque me parece que vão morrer muitos mais.


Boa recuperação mental depois de quatro pontos perdidos na Liga. Agora, dois jogos antes do Natal e depois uma semaninha de pausa. Para acabar o ano em grande e comecá-lo ainda melhor. Não é, rapazes? Vamos a isso.

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