Baías e Baronis – Zenit 1 vs 1 FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Vi o jogo no mesmo café onde há pouco mais de dois anos tinha estado a ver o mesmo desafio, no mesmo estádio, entre equipas parecidas, onde o que mais se notou foi a diferença do tom do nosso equipamento. Nesse jogo Fucile teve uma famosa paragem cerebral e lembrou-se de bloquear a bola com a mão, sendo bem expulso. Neste, sobrou para Alex Sandro e Otamendi somarem mais algumas parvoíces e ajudarem a enterrar o jogo de uma equipa que até ao golo do Zenit tinha estado em bom plano, com agressividade na posse de bola, jogadores esforçados e organizados, com vontade de vencer. A partir daí e especialmente na segunda parte, a desorientação perante a subida do Zenit, até então recuado à imagem de Spaletti, foi evidente e o empate acabou por ser um bom resultado. Não chegou para nos fazer crescer e manter a esperança em alta. Saí do tasco desanimado, tal como tinha acontecido há dois anos. Some things don’t seem to change. Notas abaixo:

(+) Fernando. Foi mais uma vez o melhor jogador do FC Porto. Talvez o principal responsável pela manutenção da posse de bola em permanência no meio-campo adversário, lutou contra tudo que andava de azul-céu e ajudou a equipa em combates intensos no centro do terreno, rodando a bola com a velocidade necessária para a construção de lances ofensivos. Baixou de produção na segunda parte mas esteve sempre em bom nível até final do jogo.

(+) Danilo. Subiu pelo flanco como raramente o vi fazer e apareceu muitas vezes em zonas centrais, pronto para rematar de pé esquerdo ou para cruzar para o centro da área. Foi o autor da assistência para o golo de Lucho e ajudou a dinamizar o jogo flanqueado da equipa. Levou com Hulk na segunda parte e não conseguiu subir tanto pela linha.

(+) Helton (apesar do golo sofrido). Defendeu um penalty. Sim, foi mal marcado, mas o guarda-redes estava lá e defendeu bem. Mais algumas excelentes defesas na segunda parte foram vitais para segurar o empate. Foi pena o golo…

(+) A primeira meia-hora. Surpreendeu-me a entrada da equipa em campo, especialmente depois do jogo contra o Belenenses ter mostrado uma formação lenta, inconsequente, sem garra nem vontade de limpar o jogo com a celeridade que o nome do clube exige. Hoje, contra uma equipa bastante mais forte, a atitude foi boa e podíamos (devíamos) ter conseguido pelo menos mais um golo, ou pelo menos a manutenção da vantagem até ao final da primeira parte. Não o conseguimos graças a mais um erro infantil (ver abaixo) mas a atitude não pecou por defeito.

(-) Mais uma falha defensiva grave. É complicado descobrir quem tem maior culpa: se Alex Sandro por hesitar e travar perante a saída do seu guarda-redes, alheando-se da presença de um rapaz que lhe devia meter respeito a trinta metros, quanto mais a três; ou a Helton, que sai da baliza sem eficiência. As opiniões dividiram-se na altura, mas mantenho que apesar do lateral ter tido parte na culpa, tenho de me chatear mais com o guarda-redes porque mantenho a minha opinião há muitos anos, onde sempre que vejo um guarda-redes a sair da baliza, só pode haver dois resultados possíveis: ou agarra a bola ou espeta semelhante biqueirada na bola que os apanha-bolas têm de atirar outra bola para o campo porque aquela já faz parte da cidade. Mas estas falhas recorrentes são impossíveis de entender em jogadores que me davam tanta segurança aqui há uns meses e que não consigo sequer perceber o que se anda a passar naquelas cabeças. Alguém me ajuda?

(-) Há suplentes? Mesmo? Não consegui entender a falta de alterações aos quinze minutos da segunda parte. Josué não tocava na bola, Lucho estava distante do jogo, Defour desaparecido em marcações perdidas, Jackson abandonado na frente e Varela sem capacidade de romper. Paulo Fonseca, como todos nós, via a equipa a desabar aos bocadinhos perante a pressão crescente dos russos…e nada. Nem Ghilas, nem Licá, nem Ricardo…nada. Compreendo que as opções ofensivas não eram muitas, mas especialmente depois de ver que o meio-campo se estava a perder como um aldeão ugandês em Tóquio sem mapa, nada fazia para segurar o centro do terreno. Porra, até Mikel naquela altura me pareceu uma opção sadia e bem pensada! Chateia-me que o nosso treinador deixe a equipa cair de produção sem fazer alterações, tácticas ou estruturais, para mudar a história do jogo.

(-) Otamendi. Começa a ser preocupante a frequência com que o argentino faz cagada jogo após jogo. O penalty é um exemplo claro da incrível falta de claridivência com que o rapaz se lança às bolas. Reparem como o braço vai firme e hirto em riste, como se fosse um voleibolista a fazer um bloco na rede. Fez lembrar Fucile nesse jogo há dois anos, tal foi a falta de bom senso com que se fez ao lance. Nem preciso de falar dos inúmeros passes falhados que insiste em tentar nas piores situações. Está a merecer um ou dois jogos ao banco para se acalmar, ou em alternativa uma consulta a um psiquiatra ou um mestre de reiki ou o que lhe apetecer. Em campo, hoje em dia, só faz borrada.


Nada está perdido. Tenho de acreditar nisso, tenho de manter sempre a esperança de podermos ir sempre mais longe do que os factos indicam e a estatística aponta. Mas a culpa de estarmos agora a lamentar a possível eliminação da Champions é toda nossa. Foi nossa no jogo contra o Atlético, foi nossa hoje contra o Zenit. Dizia-me um amigo depois do jogo que este ano a sorte não quer nada connosco. Mas temos de a procurar, temos sempre de a procurar. E se possível com mais cabeça.

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Baías e Baronis – Belenenses 1 vs 1 FC Porto

foto retirada de MaisFutebol.pt

Percebi, como muitos portistas também perceberam, que uma vitória neste jogo só podia aparecer de bola parada ou com uma qualquer jogada individual que fizesse com que a equipa trouxesse três pontos para casa. O jogo foi mau e não teve ajuda nenhuma do relvado que mais parecia uma espécie de duna plana ao longo de um rectângulo de 100 por 50 metros, onde a areia saltava tanto que cheguei a pensar que as ondas na Nazaré (agora diariamente nas notícias, trazendo-me todo o entusiasmo de um cão a defecar na floresta) foram tão altas e intensas que empurraram a praia até Lisboa. Talvez tenhamos merecido o empate (talvez, mas não garanto), mas pouco fizemos sequer para sair de lá com um mínimo de amor-próprio e dedicação ao clube, à equipa e ao objectivo principal, o de ser campeão. Vamos a notas:

(+) Danilo. Subiu bem pelo flanco e aproveitou a presença de Ricardo e da sua velocidade para ficar em zona mais recuada e mais interior o que lhe permitiu algumas incursões até perto da área. Tentou alguns remates que nem sempre lhe calharam bem, mas foi dos poucos jogadores com vontade e espírito de sacrifício.

(+) Fernando. Não fazendo um jogo ao nível do que fez contra o Sporting e especialmente contra o Zenit, foi prático e simples no centro do terreno, dos poucos que fez com que a bola rolasse para os flancos em condições. Não marcou a diferença num meio-campo que pareceu “vazio” de ideias, com pouca construção de jogo consistente e a dar espaço demais ao adversário, mas foi dos poucos jogadores com vontade e espírito de sacrifício.

(+) Helton. Várias defesas de bom nível, mas acima de tudo uma depois da cabeçada do Diawara, de grande dificuldade e que fez com estilo e eficácia. Salvou o FC Porto, disse o comentador da SportTV, e disse muito bem.

(-) Mangala. Nada posso dizer que faça com que Mangala não se deixe estar no fundo de um belo de um fosso neste momento, coberto de estrume e merda de esquilo até aos dentes. Só digo o seguinte: hoje devia ter levado um belo par de tabefes…e se conseguirem alguém na nossa estrutura que o consiga fazer sem medo de represálias, avisem-me que eu entro em contacto com ele. No “meu” tempo, os centrais serviam para cortar bolas para longe da zona de perigo. Parece que os de hoje já não servem para isso. É pena. Tínhamos ganho o jogo se as coisas ainda fossem assim.

(-) A qualidade do FC Porto neste tal como na grande maioria dos jogos. Não consigo entender a forma de jogar da equipa e já não é de hoje. Repararam que terminei os Baías que dei aos jogadores de campo sempre da mesma forma? Não foi concidência nem copy/paste, garanto, é mesmo a forma como olhei para a televisão hoje ao final da tarde e vi o que o FC Porto tem vindo a fazer consecutivamente quase desde o início do campeonato mas que se tem vindo a agravar nos últimos jogos. Há uma notável falta de alegria na manobra da equipa, uma quase total ausência de audácia, vivacidade, felicidade no desenrolar do jogo, esteja em que fase estiver da partida. Os jogadores parecem cansados mal entram em campo, vergados à força de um qualquer Deus do Mau Futebol que lhes vergasta as costas e quebra a moral mesmo antes do apito do árbitro. Há pouco empenho, pouca garra e muito pouco discernimento, como se tivessem desistido antes sequer de tentar. Vejo Lucho muito parado, com tabelinhas a mais e progressão a menos; olho para Varela e depois de dois bons jogos regressou às exibições ausentes, sem velocidade nem aceleração, sem improviso, sem alma. Alex Sandro, um jogo ridículo de mau, com inúmeras perdas de bola, displicências atrozes e falhas no passe que não se perdoa a amadores. Fico doente a ver Otamendi e Herrera, que passam a bola como poucos. Muito poucos. Se tirarmos uma amostra do jogo de hoje, há jogadores profissionais de Boccia que nunca chegaram aos Olímpicos e que passam melhor a bola que estes dois rapazes. Jackson, sempre sozinho; e podia continuar por aqui fora com tantos outros que perdem bolas antes de as conseguirem controlar, pela lentidão dos seus movimentos e inépcia na decisão e construção mental. Falta alma a estes gajos, falta força, vontade, brio. Falta orgulho e desejo de continuar a serem os melhores. Se eu estivesse no lugar deles, garanto que faria melhor. Pelo menos tentava mais.


E lá vão quatro pontos perdidos, todos no distrito de Lisboa. Sabia que os impostos tinham aumentado e que andavam a cortar a torto e a direito em cima da prole, mas fazerem isso a uma dúzia e pico de burgueses que apareceram do Norte já me parece exagerado. Mas lá que foi merecido, lá isso…

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Sporting

Foi um jogo grande e um grande jogo. Não me refiro a conceitos técnicos, com jogadas faustosas, pormenores fabulosos ou harmonia generalizada entre a equipa. Mas foi duro, intenso, rasgado, cansativo…um clássico dos bons. Vencemos com o mérito de termos conseguido aproveitar erros adversários e graças à inspiração plena de Danilo que nos deu fez regressar a um jogo que parecia tremido e que podia perfeitamente ter virado para o outro lado. Excelentes exibições de Varela, Josué e Danilo contrariaram um Sporting que se bateu bem e lutou por um bom resultado mas cedeu perante dois ou três lances em que imprimimos um pouco mais de velocidade na medida certa e na altura certa. Foi bom, mas continuo a achar que a equipa precisa de crescer, de evoluir, de melhorar a construção de jogo e a estrutura em campo. Vamos a notas:

(+) Varela. Divide com Josué o título de melhor em campo do nosso lado (William Carvalho foi o melhor do outro lado. Bom jogador, o puto, entra direitinho para titular na selecção agora que é representado pelo Mendes). Foi um Varela trapalhão mas trabalhador, a colar-se a Cedric e a lixar-lhe a vida com o apoio de Alex Sandro enquanto não estouraram as pernas ao brasileiro. Esteve rijo, lutador, em boa forma física e com ritmo acima do tradicional “oh, porra, esqueci-me da bola ali atrás, pronto agora já chegou o defesa, oh foda-se lá se foi a bola”. Gostei muito.

(+) Josué. Em primeiro lugar: penalties é com ele até falhar dois seguidos. Não gosto de o ver a jogar na linha, não é rápido para fazer o corredor e só quando começa a descair para o centro é que se consegue perceber que tem uma visão de jogo acima da média. Nem sempre acertou nos passes que tentou, mas hoje foi curioso ver Josué como o elemento mais consistente e acima de tudo com a cabeça mais assente entre os ombros naquele meio-campo. Foi superior a Lucho na movimentação, na rotação de bola e na procura de espaços no meio-campo ofensivo. Dizer isto chega, não?

(+) Danilo. Que golo, menino! É isto que todos pensávamos que irias fazer quase em todos os jogos e se as subidas pelo flanco nem sempre foram bem sucedidas, hoje esteve particularmente bem a defender os alas do Sporting (primeiro Wilson e depois Capel) e ajudou muito bem no ataque. É verdade que nem sempre se consegue medir a influência do Danilo em campo e a produtividade raramente resulta em valor monetário a não ser em jogos com prize-money, mas parece estar a começar a fugir do rótulo dos 18 milhões. Quem dera que continue.

(+) Helton. Tirando aquele desentendimento com Mangala no início do jogo, esteve brilhante. Várias saídas a agarrar bolas complicadas pelo ar, mas especialmente duas defesas estupendas a uma cabeçada de Montero (a única coisa de jeito que fez de produtivo durante todo o jogo, ele que andou a “levar” com Otamendi em cima desde o minuto zero) e a um remate de Piris. Jogou quase sempre bem com os pés e deu segurança e calma à equipa.

(-) Excessivas falhas no passe curto. Acaba por ser um anti-clímax perceber que a construção de jogo do FC Porto é manchada por perdas de bola consecutivas que decorrem de uma quantidade enorme de falhas num dos conceitos fundamentais do futebol: o passe. Pior, porque às falhas nos passes longos, compreensíveis no decorrer de uma partida, somam-se agora demasiadas falhas no passe curto entre elementos do meio-campo, onde muitas vezes há jogadores a mais e posse a menos. Irritam-me as perdas de bola que saem destes lances infelizes porque na grande maioria das vezes a equipa está já balanceada para a frente e apanha com um contra-ataque rápido que nos pode trazer muitas lágrimas no futuro. Fonseca, põe os gajos a apontar para um poste a cinco metros. Falha, enche vinte e leva uma chibatada do Paulinho Santos. Falha outra vez, enche mais e o Paulinho dá um nó na chibata. Ao fim de três, começam a acertar no meco, garanto-te.

(-) Incapacidade de sair da pressão alta em posse. O Sporting pressionou bem e colocou cinco homens quase em permanência a carregar em cima da nossa linha defensiva e a tapar Fernando e Herrera. Raramente conseguimos sair desse agrilhoamento colectivo de uma forma constante, estável e em progressão, com demasiados lances a resultar em pontapés para a frente de Otamendi e Mangala, quando não foi Helton que recebia a bola e lá a enviava para Jackson continuar a luta com Maurício e/ou Rojo. Exige-se mais movimentação no meio-campo, mais apoio dos alas ao centro e acima de tudo mais calma e confiança com a bola.


Extra agradável foi o encontro com a C. do Lá em casa mando eu, cujo mediatismo me impediu de ficar no paleio mais de um ou dois minutos. Fica prometido um fino mais descansado e muita conversa de bola para outra vez, caríssima. O público esteve bem e as nossas claques brilharam a grande altura com algumas faixas que ergueram durante o jogo. Os cânticos fizeram com que a malta se empolgasse ainda mais e a resposta dos adversários também esteve à altura…mas faltou-me o “outra vez…outra vez…campeonato c’o caralho outra vez!”. Não devia haver Portos vs Sportingues sem quarenta mil a cantarem essa música em uníssono.

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 1 Zenit

Cheguei a casa destruído. Saí do estádio com a cabeça virada para o pavimento, os olhos firmes no solo à minha frente e uma sensação de quem acabou de receber um remate do Hulk direitinho no estômago depois de comer uma enorme malga de sarrabulho. Foi uma noite tensa, de futebol europeu que por muito que possam dizer que é só mais uma competição, tem qualquer coisa que me transforma, que consegue elevar a alma ou demolir a moral num espaço de cinco minutos. Não merecíamos perder este jogo, esta batalha que travámos com todas as forças que temos e que foi perdida num único lance em que o russo se antecipou à nossa defesa e fez a bola entrar na baliza de Helton. Foi muito duro mas foi também uma prova que neste tipo de competições é preciso conseguir jogar de olhos nos olhos com o adversário. Hoje, fruto das circunstâncias, não foi possível e acabámos por perder numa luta desigual contra uma equipa matreira que nos bateu com algum mérito mas muita, muita sorte. Há jogos assim, passemos a notas:

(+) Espírito de sacrifício. As contrariedades foram muitas e variadas, desde a expulsão quando havia ainda gente a entrar para o estádio, passando por bolas ao ferro (sim, plural) e várias decisões enervantes e inexplicáveis da arbitragem. A equipa manteve a calma, reorganizou-se e retomou a partida sempre com uma capacidade de luta que ainda não tinha visto este ano. As bolas que se perdiam eram rapidamente procuradas para evitar progressões em loucas correrias de Hulk ou no trote canino de Danny. Lucho corria na frente de um lado, Jackson do outro, já atrás deles Josué ia ao chão como Otamendi e Fernando varria o que era necessário, bola ou pernas ou ambos. Mangala tinha cortes perfeitos, Helton saía dos postes sempre que necessário (ah, sim, mais uma “mancha” quando Otamendi teve o habitual soluço mental e deixou Hulk num 1v1 com o compatriota). Danilo e Alex Sandro subiam a medo mas recuavam em sprints doidos e todos pareciam funcionar como um grupo, como um todo, como uma unidade homogénea em vez da amálgama de nomes e camisolas que vimos recentemente. Mais para o fim, quando as pernas fraquejavam e os espíritos se arrastavam pela lama, foram para a frente, Helton inclusive, na tentativa de pelo menos salvar um ponto dos três que estavam em disputa e que passaram oitenta e muitos minutos a procurar. Fizeram-nos acreditar, deixaram tudo em campo e os adeptos, sempre do lado deles, perceberam isso. É verdade que perdemos o jogo…mas podemos ter ganho uma equipa.

(+) Fernando. Escolho Fernando como poderia escolher Lucho ou Mangala, mas o “polvo” esteve em grande hoje à noite e brilhou a um nível cósmico não só pela capacidade táctica de adivinhar o desenrolar das jogadas adversárias mas também pela garra que colocou em cada lance que disputou. Foi uma parede para tantos jogadores do Zenit que aposto que alguns milionários russos que viram o jogo devem ter apostado em comprá-lo só por este único jogo. Enorme, enorme, senhores!

(+) O público do Dragão. Esteve unido hoje o povo portista, e ao contrário do que se passou em jogos recentes, apoiou a equipa de início a fim. Gostei particularmente do enfoque dado a Danny, mais um dos muitos que amamos odiar e que se transforma num elemento agregador de todos os adeptos portistas que o vêem a jogar, o que faz com que o povo se junte em uníssono nos insultos à bestinha e transforma esse coro em apoio para os nossos. É bom e muito útil por vezes ter um gajo em quem todos podem despejar as injúrias, ajuda a unir e a criar massa crítica entre os até aí heterogéneos em fé e confiança, e apesar dos tradicionais imbecis que reclamavam com Paulo Fonseca porque…sim, a vastíssima maioria foi grande no carinho a toda a equipa e prova disso foi o aplauso de pé de um Dragão exausto e com a moral em cacos.

(+) Hulk, no regresso. É uma estrela mundial, o nosso Givanildo. E portou-se como tal, com dignidade, respeito para com os seus eternos fãs e prestou a homenagem que todos esperávamos a um público que tanto o aplaudiu durante vários anos. Ovacionado no início e no fim, nem a assistência para golo lhe tira a marca positiva do regresso a uma casa que o acarinhou e continua a acarinhar. Continuas a ser dos nossos, rapaz.

(-) O cabrão do árbitro. (modo óculos azuis-e-brancos ligado) Este filho de pai incerto parece que vinha com a lição estudada. O primeiro amarelo ao Herrera compreende-se, mas o segundo parece encomendado. Foda-se, meu cabrão violador de ovelhas mancas, tu sabes perfeitamente que se fizesses essa merda num qualquer Sampdoria vs Cagliari saías do estádio a correr e tinhas sorte se não levasses uma pedrada nos cornos, seu engolidor de esperma de boi cobridor! Deves lamber placas de petri com cultura de células de sífilis, deves, até porque estou sempre a ouvir que os árbitros devem ser pedagógicos e outras berlaitadas new-age do género mas não sei qual é a puta da pedagogia que aplicas aos teus filhos ou aos filhos das doze mães que tu perfilhaste, meu pila murcha. Se quando um deles disser que não quer comer os espargos lhe espetas um murro nas têmporas, quero ver se um dia destes, sem as costas quentes pela UEFA que só pune um árbitro quando o caralho do cometa Halley passar pelo drive-in de um McDonald’s, vais fazer uma piadinha destas lá onde tu apitas. Era quem te enfiasse um guarda-sol aberto no rabo, palavra. (modo óculos azuis-e-brancos desligado). Estragou o jogo, mesmo tendo direito e prerrogativa para o fazer. É evidente que se tivesse sido ao contrário provavelmente estaria a sorrir de contente e a aplaudir a assertividade do árbitro e isto quando é para expulsar não há nada a fazer e tenham juízo mazé…só que a verdade é que qualquer estratégia montada para a partida foi destruída nos primeiros três minutos. Grazie mille.


Se é verdade que nada está perdido, os factos apontam para que não consigamos atingir os nossos objectivos de passar à próxima fase a não ser que consigamos um pequeno milagre. Perdidos os dois jogos mais importantes em nossa casa, ainda dependemos apenas de nós para conseguirmos passar a fase de grupos. Basta vencer na Rússia. Basta isso. E depois ganhar os outros dois. Novamente, basta isso.

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Trofense

Foi um jogo demasiadamente simples para ser interessante, mas ainda assim teve vários pontos que mereceram atenção, especialmente pela utilização de vários jogadores novos, que puderam começar a experimentar o que é usar aquela camisola. A malta gosta é de futebol a sério e de jogar ao ataque e de força e subidas pelos flancos e remates e outros apontamentos de ataque permanente, mas até compreendo que não tenha havido grande incisividade do ataque durante quase todo o jogo. Malta nova, algo nervosa, com pouco ritmo e menos rotinas. Enfim, podia ter sido melhor mas não me preocupa que não o tenha sido. Notas, rápidas, seguem abaixo:

(+) A fácil integração dos novos. Victor Garcia foi o único jogador dos Bs, mas a quantidade de vezes que Carlos Eduardo, Ricardo, Kelvin e Reyes têm vindo a jogar pela segunda equipa fizeram com que o onze fosse descaracterizado em relação ao normal. E apesar disso não se notou em grande escala a diferença, o que diz muito da forma como os As jogam por estes dias mas também revela que temos alternativas a considerar com alguma importância. Carlos Eduardo pareceu rijo e disposto a mostrar que serve para esta posição diferente do habitual; Victor Garcia e Ricardo estiveram bem, como podem ler abaixo; Reyes mostrou-se seguro e com uma técnica individual acima da média; Ghilas não esteve mal e Quintero, apesar de exageradamente individualista, mostra que consegue encontrar espaço onde não cabe um feijão. Terão todos novas oportunidades no futuro.

(+) O flanco direito. O venezuelano pareceu sempre muito confortável na lateral e apareceu muitas vezes na frente de ataque ao lado de Ricardo, com bons overlaps e acima de tudo com uma facilidade notável de recuperação física e de pique rápido. Ricardo continua a ser uma boa surpresa. É rápido, prático, inventa pouco mas faz tudo a uma velocidade alta demais para muitos dos nossos adversários e pode ser extremamente útil para desatar nós górdios em tantos jogos que por aí vêm.

(-) Olhar pouco para a baliza. Foi o que mais chateou a malta e até acabo por compreender. Aliás, tem sido uma das lanças apontadas à equipa nos últimos tempos e aí compreendo mesmo. Parece haver alguma renitência na altura de criação de lances ofensivos e especialmente há uma estranha incapacidade de rasgar defesas adversárias com os entendimentos a serem feitos em zonas demasiado recuadas para causarem perigo, o que acaba por transformar a grande maioria dos ataques em organizações andebolescas. Compreendo que enfrentemos defesas fechadas em demasia, com gente colocada excessivamente perto da baliza, mas esta é uma realidade que já nos habituámos a ver desde há muitos anos a esta parte e este ano parecemos lentos demais, mais ainda que na criação sonolenta do jogo de Vitor Pereira em 80% dos jogos. Vejo vezes demais Alex Sandro a romper para o centro, para recuar a bola até Fernando que segue para Defour, que sem espaço para subir joga para um qualquer central…que joga de novo para Danilo e tudo se trava, tudo se desfaz e vamos começar de novo ao mesmo ritmo. Esta é a marca de uma equipa sem ideias, mais preocupada com a estrutura do que com a finalização. São jogos disputados com esta intensidade que estão a fazer com que o pessoal fique irrequieto no assento e que se aborreçam de ver a equipa a jogar…e criticam à primeira oportunidade. Há que ser mais, há que ser melhor, há que produzir mais. Nem que a merda da bola vá por cima, ao lado, ao poste ou direita ao guarda-redes, mas precisamos de chegar mais vezes à baliza.


Não há muito a dizer porque o jogo não foi muito exigente. Foi fácil demais, tanto que a equipa pareceu mais interessada em criar rotinas entre jogadores menos utilizados em vez de aumentar a vantagem. Na terça-feira, contra o Zenit, o nível é diferente e a equipa também vai ser. Ai dela.

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