Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do zerozero

Quem costuma ouvir o A Culpa é do Cavani sabe que sou um partidário de entrar nos jogos a matar e gerir depois, especialmente este tipo de jogos. Com a formatação de equipa que temos, essa maneira de abordar os jogos parece-me a mais adequada à filosofia semi-mindless que colocamos nos jogos. E hoje, mais uma vez, com uma equipa com várias peças-chave a arrastarem-se em campo, optamos por gerir antes e atacar depois. E perdemos mais dois pontos que podem ser muito importantes daqui a umas semanas. Vamos a notas:

(+) Felipe. Fiquei chateado quando não se mandou como um cabeçudo psicótico por cima da bola depois daquele livre do Telles, mas depois de ver a repetição, o mérito vai para o homem do Moreirense que lhe tirou o esférico da cabeça. Apesar disso, foi um dos homens que mostrou mais vontade em vencer o jogo e esteve impecável na defesa, jogou em esforço quase todo o jogo e não merecia perder pontos hoje.

(+) Paulinho na primeira parte. Apesar de ter sido colocado numa posição em que fazia uma ocupação de espaço muito próxima de Óliver, foi dos poucos clarividentes com a bola, prático a soltar e apenas faltou um bocadinho (grande) de acerto no remate para ser o MVP…até porque teria marcado um ou dois golos sem problema num dia melhor. Para primeiro jogo esteve bem, baixou um pouco na segunda parte e saiu na altura certa.

(-) Ansiedade excessiva. Podemos entrar com dois avançados e ir subindo para noventa, entrando um por minuto. Não me parece que consigamos marcar um golo nem com essa malta toda a saltar na área e a cabecear ou rematar todas as bolas que lhes são colocadas na frente. Estamos a deixar que a ansiedade tome controlo das nossas emoções e da nossa capacidade de jogar de uma forma inteligente e eficiente. Reparem que não uso o termo “forma pausada” porque nunca o fizemos, mas não tem mal nenhum jogar com pica quando há pica para o fazer e nos últimos jogos estamos a atravessar uma corrente emocional que faz com que não haja um único jogador que tenha paz de alma e cabeça no jogo e viva num estado de permanente hesitação e intranquilidade. A cabeça está a pensar nas pernas, no adversário, no árbitro, no relógio que não trava, na bola que salta, na relva que não existe, na relva que existe a mais, no piso escorregadio, nas luzes fortes, nos cânticos das claques, no treinador aos berros e na bola que não entra e NA PUTA DA BOLA QUE NÃO ENTRA! Esta merda é uma espiral e já estivemos no topo desse poço a olhar para baixo. E já lá entramos num passado recente. E parece que estamos a entrar lá de novo.

(-) Gestão física do plantel. Telles, Brahimi, Herrera, Felipe, Aboubakar, Marega. Todos estes jovens estão a acabar os jogos a cair para o lado de cansaço. Percebo que se queiram sempre usar os melhores homens em campo mas está-me a parecer que enquanto tiverem batimento cardíaco e calor corporal, vão jogar quase sempre os mesmos e esses mesmos estão a rebentar-se todos pelas costuras. Lembram-se daquela altura em que criticávamos as equipas do Jesus por estourar as equipas em Fevereiro? Olá, Fevereiro!


Dois pontos perdidos. Perdão, mais dois pontos perdidos. Contra o Moreirense. Perdoem-me se não consigo ter clareza no pensamento nesta altura…

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Baías e Baronis – Sporting 0 vs 0 FC Porto (4-3 em penalties)

foto retirada do dnoticias.pt

Primeiro ponto: somos melhores que eles. Segundo ponto: somos bem melhores que eles. Terceiro ponto: vamos ter mais três oportunidades para mostrarmos que somos melhores que eles. E só nos faltou marcar um golinho, porque fizemos mais e melhor durante o jogo para conseguirmos evitar os penalties, mas mais uma vez faltou…isso mesmo. Foi um jogo feio, um jogo com demasiadas paragens e um jogo que faz com que estejamos mais um ano sem ganhar esta merda. Vamos a notas:

(+) Pressão alta e recuperação rápida. Nem parecia a mesma equipa que se estava a arrastar em campo no jogo contra o Tondela, tal foi a vivacidade e a forma física e rija como se mostraram em Braga. Pressão alta a aproveitar o 4-3-3 e mesmo com a lesão de Danilo (ou talvez “devido à lesão de Danilo”, porque houve um step-up depois da saída dele e da entrada de Óliver), o meio-campo esteve impecável a defender, forçando o Sporting a um jogo à Stoke, com Bas Crouch e Rory Coentrão a servirem como únicas forças de médio-micro-perigo que nos poderia causar alguma chatice. E só o fez num cruzamento depois de uma bola parada marcada tão rápida que a equipa estava ainda a preparar-se na área, o que mostra que os rapazes estiveram em grande durante todo o jogo, impedindo que Ruben e/ou Bruno fizessem o mínimo para justificar o ordenado. Depois da recuperação, a bola raramente era colocada em condições na frente a não ser para a corrida de Marega, mas isso são outras conversas…

(+) Marega. Foi o que menos mereceu não estar presente no sábado para tentar vencer o troféu. Trabalhou como um doido, debulhou relva e obrigou os jogadores do Sporting a alugarem sete ou oito bulldozers para o tentar parar, nem sempre com sucesso. Mas nunca desistiu, este estupendo espécimen de cimento núbio, mesmo tendo pela frente um dos jogadores mais esbofeteáveis do mundo, que merecia perder todos os jogos em que estivesse envolvido (caramba, deixem-me lá ser irracional um bocadinho, se eu não gosto do Briguel nem do Nelson Oliveira, também tenho direito de não gostar deste camelo sem me justificar, não tenho?).

(+) Ricardo. Que jogaço, puto. Mesmo apanhando com um oponente que merece que lhe puxem o prepúcio por cima da testa e o graffitem com rebites, esteve muito bem na intercepção e acima de tudo nas subidas pelo flanco, aproveitando o puxão gravitacional de dois colegas (Marega à direita pela imponência física e Sérgio Oliveira um pouco mais ao meio, pelo avantajado rabo que possui) que lhe abriam avenidas naquela linha mais-ou-menos-recta-na-diagonal-assim-vá-quase-coiso e rompia por ali fora como se estivesse atrasado para apanhar o autocarro. Merecia ter marcado numa dessas correrias doidas e era menino para me meter no carro e ir até Braga só para lhe pedir a camisola.

(+) A luta dos centrais contra o Bas Dost. Como o futebol típico de JJ contra equipas grandes se reduz em 95% dos casos a atirar a bola pelo ar e esperar que um arcanjo miraculosamente lhe atire a bola de volta para os pés de um qualquer pupilo e acidentalmente entre na baliza, os nossos centrais estiveram razoáveis. Perderam umas, ganharam outras, mas ambos estiveram rijos na luta contra o que parecia uma espécie de instrutor de Yoga vertical de barba feita. Poucos erros, muita luta, muita vontade e acima de tudo poucas faltas.

(-) Demasiadas bolas perdidas em construção. Não queria ser “that guy”, mas tenho de fazer uma achega ao Sérgio Oliveira e ao Óliver, que estiveram tão bem a defender e a pressionar mas um e outro falharam demasiado na altura da construção. O Sérgio porque tomou quase sempre a opção errada na altura de rematar, chutando quando não devia e passando quando devia pontapear; Óliver porque apesar de ser o único naquela zona com capacidade de inventar passes do nada, pareceu sempre pensar a um nível diferente dos colegas. Vou copiar o que disse aos Cavanis numa conversa aqui há minutos: “ele recebe, olha, faz os cálculos mentais setenta vezes mais rápidos que o Herrera e passa a bola perfeitinha…e não está lá ninguém.”. Herrera foi trapalhão e perdeu algumas bolas importantes e Brahimi esteve tanto tempo sem apoio dos colegas e rodeado por sportinguistas que pensei que pudesse estar no meio da claque sem se aperceber. Percebo que é utópico pensar que há pernas e organização táctica e capacidade técnica e tudo está embrulhado com uma bela fitinha azul (que a todos fica bem, hey-oooo escola primária!), mas duas em três por vezes (como hoje) não chega.

(-) Golinhos? Um? Please? Não houve assim tantos golos falhados hoje, mas houve muitas oportunidades que podiam ter chegado lá se houvesse um bocadinho mais de calma e de percepção de espaço e de presença de jogadores em melhores posições que o homem que tinha a bola. Ou então era só o Aboubakar ter levantado a bola mais um bocadinho naquele quase-chapéu…e eu calava-me.

(-) Lesão de Danilo Não faço a menor ideia se é grave. Espero que não. Rezo para que não seja. Ou por favor que não seja. Porque se o Óliver entrou bem para o jogo, não há garantias que o volte a fazer na próxima vez que seja chamado. Ou então…é altura do Sérgio Oliveira justificar a aposta nos jogos grandes e extendê-la para os menos grandes…se bem que até ao final do campeonato, todos os jogos são “grandes”, né?


Perdemos. Não perdemos bem, mas perdemos. Siga, há mais, muito mais para ganhar este ano.

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Baías e Baronis – Moreirense 1 vs 2 FC Porto

foto retirada do zerozero

Um dos jogos mais fáceis da época deu-nos a qualificação para as meias-finais e garantiu que vamos ter Portos vs Sportingues suficientes para calar de vez aquela malta que diz que o campeonato devia ter dez equipas e quatro voltas. Foi uma exibição sem brilho mas também sem grandes complicações porque a equipa esteve quase sempre bem na cobertura dos espaços, raramente dando hipótese a que os homens do Moreirense fizessem o que quer que fosse em condições…até ao golo que nos marcaram, que tramou tudo. E o maior problema deste jogo pareceu sempre ser a condição física dos nossos rapazes, que andam cansados e nota-se. Vamos a notas:

(+) Danilo. Powerhouse. Um armário no relvado, a ocupar tudo que era espaço e a ser um dos jogadores com maior capacidade defensiva e ao mesmo tempo um dos principais criadores de jogadas ofensivas. Não sei muito bem se é uma característica positiva mas Danilo está a roubar a minha noção “antiga” de um seis fixo, preso a uma posição que a táctica clássica lhe obriga a ter, porque o nosso futuro capitão (por favor, sim?) é um homem de fibra, vontade e garra ao nível de poucos. E mostra-o em campo.

(+) Herrera. O que Danilo mostra em força, Herrera exibe em inteligência. O que Danilo representa em termos de capacidade defensiva na intercepção, Herrera apresenta na recuperação. São dois homens que têm sido o complemento um do outro quase na perfeição durante a época e ambos fazem deste meio-campo uma estrutura coesa que não via desde os tempos em que Kulkov e Emerson controlavam um meio-campo a dois na perfeição. Estou a gostar muito de o ver este ano, a sério que estou! Sim, sou eu, o Jorge a escrever!

(+) Mar azul. Mais um jogo a meio da semana e mais uns bons milhares de portistas a acompanharem a equipa na estrada, criando uma atmosfera muito agradável para os nossos rapazes e fazendo com que fizesse sentir durante todo o jogo e com muito entusiasmo, cor e boa disposição.

(-) Felipe, novamente, no golo sofrido. Mais um jogo, mais uma falha posicional de Felipe por desconcentração no momento da marcação do homem na área. Começa a ser preocupante ver que o nosso central com mais potencial para um futuro líder da defesa e potencialmente jogador de Selecção (da Selecção, neste caso), o mais rijo e imponente pelo ar, consiga cometer tantas falhas posicionais ao fim de dois anos a titular no nosso campeonato. E nota-se que as falhas seguem uma recta proporcional à pressão sofrida naquele determinado momento do jogo, o que me leva a crer que ainda não tiramos o brincalhão lá de dentro do moço.

(-) Hernâni. Pergunta: Quantos Hernânis são precisos para mudar uma lâmpada? Resposta: Mais um dos que são precisos no plantel do FC Porto.

(-) Lesões? Huh…Brahimi, Layún, Soares, Marega…todos eles com mini-queixas durante o jogo. Uns mais mini que outros. Se isto não serve para abanar as bandeiras e pedir reforços com alguma veemência…


Meias-finais da Taça. Simpático, mas a que custo? Com um plantel tão curto como o nosso, começa a ser complicado optar por poupar jogadores em qualquer minuto de qualquer jogo que tenhamos nos próximos tempos…

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 2 Guimarães

foto retirada do zerozero

Uma noite que podia ter acabado com uma neura do tamanho do rabo do Marega acabou por se transformar num estupendo espectáculo de simbiose entre uma equipa e um público que começam a dar sinal de nervosismo precoce como há algum tempo não se via. Há jogos que servem para isto mesmo, para as pessoas perceberem que nem sempre as coisas podem correr bem desde o arranque e que há alturas em que é preciso trabalhar não só mais mas melhor. Em que é preciso pensar antes de fazer as coisas e que se não sair bem à primeira, talvez seja melhor parar um bocadinho antes de tentar logo a segunda. Uma boa e importante lição a tirar da vitória indiscutível de hoje. Notas já aqui abaixo:

(+) Brahimi. Cada gota de suor que pinga daquela maravilhosa carequinha é composta por cerca de 73% de talento e o restante de esforço. Mas Brahimi tende a inclinar as mesas de qualquer jogo em que entre e tenho medo de um dia vir a sentar-me à mesa com ele e que o gajo me finte e saque a melhor coxa de frango, beba o vinho todo antes de eu tocar no copo e consiga traçar a empregada sem que eu consiga avaliar a prateleira da moçoila. Está um jogador melhor desde que Sérgio pegou na equipa, este nosso Yacine, que agora vem para o meio e não tenta fintar todo o mundo e o pai dele, mas consegue ainda brilhar ao nível de um Lockheed Blackbird SR-71 como fez naquela pequena obra de arte que foi o segundo golo do FC Porto hoje à noite. Que. Go. Lão!

(+) A vontade de Danilo, Telles e outros. Danilo é sempre o mais irrequieto quando está a perder, gritando para os colegas e hoje fazendo o papel deles quando estão mais distraídos ou cansados (aquele gesticular para Aboubakar subir no terreno é notável e vai ficar na minha mente muito tempo… apesar de ter uma vertente negativa – e se o Guimarães marcava golo aproveitando a ausência de Danilo no meio campo depois do homem disparar como uma gazela a anfetaminas para pressionar o guarda-redes?), mas há que dar o mérito a Alex Telles, Óliver ou Ricardo, que foram lutadores e que pareciam sentir no corpo uma injustiça que só o seria por sua própria culpa, pela primeira parte miserável que fizeram como colectivo. Mas mostram sempre este empenho, este cerrar de fileiras e morder de língua que os faz querer sempre mais e melhor e que dão garantias ao povo que não vai ser por falta de empenho que não vamos chegar ao título.

(+) O click para a segunda parte. Se havia dúvidas acerca da forma como um treinador pode motivar os jogadores, podemos perceber que a equipa que entrou para a segunda parte foi a mesma equipa que arrancou a primeira. E nos primeiros dez minutos já tinha criado oportunidades decentes de golo e acima de tudo tinha recuperado um flanco direito que esteve nervoso e inconsequente durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Ricardo e Corona foram a imagem perfeita do que deverá ter sido o discurso ao intervalo, porque não sei se o Sérgio lhes gritou aos ouvidos enquanto brandia um ferro em brasa em pêndulo perto do escroto dos moços ou se, por outro lado, os sentou ao seu colo e lhes contou qualquer história Dickensiana sobre a vontade dos desfavorecidos em tempos Vitorianos. O que é certo é que funcionou e funcionou muito bem. Tão bem que deu para quatro golinhos, bom futebol e sorrisos na bancada.

(+) O público e as luzinhas Foi querido, não foi? Para quem não percebeu, aquela espécie de árvore de Natal generalizada foi exactamente o que os visitantes fizeram aquando da visita ao Dragão aqui há umas semanas, no jogo da Taça, algo que até foi bem recebido pelo nosso povo. Mas a resposta foi ainda melhor, com todo o estádio a associar-se organicamente à “revanche” iniciada pelos Super Dragões, à qual me juntei com um enorme sorriso, eu que nem sou muito dessas coisas. Foi fofinho e serviu mais uma vez para unir o povo. Como se precisássemos de mais motivos para nos unirmos, mas tudo serve para colocar a malta toda a cantar para o mesmo lado.

(-) Toda a primeira parte. A pior primeira parte da época, sem qualquer dúvida. Um flanco direito mais desligado que um telemóvel sem bateria, com Corona sem cabeça ou pernas ou ambos e Ricardo sem acertar um passe de cinco metros. Dois avançados sem conseguirem controlar uma bola, a perderem todos os ressaltos e bolas divididas. Brahimi e Óliver sem perceberem que zona ocupar no centro. Danilo fora de posição, sem rasgo de velocidade nem discernimento. Dois defesas centrais lentos a agir e a reagir. Um chorrilho de imbecilidades individuais, desde os passes sem nexo no centro à marcação na defesa, com um golo a aparecer fruto de mais um mau posicionamento – não contem comigo para discutir foras-de-jogo de milímetro…mas a não-expulsão do Rafael Miranda, isso…enfim, é “só” mais uma que perdoam aos outros – defensivo e que fez com que o resultado ao intervalo fosse merecido. O pior de tudo foi a tremideira e a noção que não podemos abanar tanto em Janeiro. Ainda há muitos jogos para ganhar e alguns, como este, não vão começar em grande, há que saber ultrapassar isso e continuar a viver e a trabalhar.

(-) A imbecilidade dos olés. Nunca gostei desta manifestação orgânica de gáudio e auto-elogio que a malta insiste em gritar nos jogos que estão mais ou menos resolvidos e em que dois ou três passes seguidos puxam logo um “OLÉ” das bancadas. Não gosto porque os jogadores, nessa altura já com os motores desligados, ainda os colocam a andar em contra-rotação e desligam os cérebros, o que normalmente não resulta lá muito bem. E mais uma vez, não resultou. Ou melhor, resultou num golo para a outra equipa. Para quê? Nobody fucking knows.


A equipa está com mais vontade de ser campeã do que o Marega de fazer finalmente um hat-trick. E com mais ou menos nervosismo, lá vamos aguentando a rusga…

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Baías e Baronis – Feirense 1 vs 2 FC Porto

foto retirada do Twitter

Era importante ganhar o jogo. Era muito importante ganhar o jogo. E como era importante, aconteceu que todos os momentos do jogo se tornavam importantes, desde as primeiras fintas às primeiras faltas, a relva e as luvas do guarda-redes, os postes e as bandeirolas de canto. E como o jogo era importante, apareceu o árbitro. Importante. Bom. Genial. Perfeito na assunção de que o jogo era importante para nós, era importante que o conseguíssemos vencer. E como tal, seria importante evitar que o fizéssemos. E tentou, oh se tentou. Tentou tudo, o enorme cabrão. Mas não conseguiu, porque o FC Porto mostrou que está pronto para um 2018 contra tudo e todos, especialmente quando tudo e todos estiverem dentro de campo, contra nós. Vamos a notas:

(+) Brahimi. Pá, vai-te embora. Vai porque não mereces o que te está a acontecer nos últimos tempos. Nao sei se já te disseram, mas está aberta a época de caça ao Brahimi. E eu sei que tu bem tentas fugir dos lenhadores que jogo após jogo te tentam criar novos orifícios nos joelhos ou talvez fazer o milagre da multiplicação dos perónios, mas cais, por vezes cais e cais com força. E levantas-te de novo, pegas na bola e fintas. Dói-te a coxa, o joelho e a alma. Reclamas com o árbitro, bates com a mão no peito e dizes-lhe na cara: “Mas vamos ganhar! Vamos ganhar!”. Homem, uma vénia para ti.

(+) A entrada de Óliver. Não tendo sido um jogador que tenha conseguido influenciar a manobra de jogo da equip…oh pá, foda-se. O homem é melhor que o André, várias ordens de magnitude melhor. Conseguiu não só não perder bolas como também colocá-las decentemente nos sítios que quis. Recuperou alguns lances defensivos e esteve prático na criação de jogo, acalmando a equipa em vez de a enervar, algo que me pareceu que o André estava a fazer. Acima de tudo trouxe mais estabilidade ao meio-campo e espero que volte a jogar. Por favor.

(+) Auto-controlo. Conseguir levar pancada desde o início do jogo, assistindo à forma como o árbitro permitia todo o tipo de lances rijos por parte do Feirense e não marcando as faltas que os jogadores VIAM À FRENTE DOS SEUS OLHOS, resistindo à vontade de espetar sete murros nos dentes do gajo do apito…não é fácil. Não pode ser fácil. Dou um simples exemplo: joguei basket durante alguns anos. Ao fim de meia-dúzia de jogos levei uma falta anti-desportiva porque me virei para um árbitro e insinuei em elevado nível sonoro que lhe iria penetrar metaforicamente a cavidade oral quando ambos colocássemos os pés fora do recinto. Neste jogo, se eu estivesse na relva do estádio do Feirense, tinha sido banido de toda a actividade desportiva para sempre porque era bem possível que tentasse fazer exactamente o que insinuei ao outro, mas sem metáforas. E quem se aguentou firme e estóico merece o meu aplauso.

(-) Arbitragem. Here we go. O que se passou hoje na Feira devia ser analisado por um painel de árbitros que possa olhar para a quantidade absurda de lances que Fábio Veríssimo assinalou erradamente, sem critério ou apenas porque sim, e impedir que este fulano possa arbitrar mais na vida dele. Sim, para sempre. Porque houve ali mão de mestre. Mão de quem quis roubar o FC Porto, mão de quem procurou retirar todas as possibilidades do FC Porto conseguir um resultado positivo na noite de hoje. Foi deliberada a forma como deu um cartão amarelo a Kakuba quando ele deu um pontapé deliberado no joelho de Brahimi; foi deliberada a forma como nao expulsou Tiago Silva com um segundo amarelo merecido e fez exactamente o contrário num lance com Felipe; foi deliberada a forma como não viu um pé acima do tornozelo de Soares e transformou-a num cartão amarelo por simulação; foi deliberada a maneira como não viu (nem consultou video-árbitro) um pontapé em Marcano que seria penalty nítido; foi deliberada a transformação de uma cotovelada em Marcano num cartão amarelo ao mesmo jogador por protestos, para logo a seguir transformar um lançamento lateral num livre frontal contra o FC Porto; foi deliberada a forma como Brahimi foi consistentemente puxado, empurrado, pontapeado e agredido durante a primeira parte, sem que houvesse punição adequada para o adversário; foi deliberado a roubar. Enviei um tweet logo depois do jogo a dizer que nunca tinha visto nada assim. Talvez em Campo Maior. Talvez. Mas este jogo vai para o topo da lista de maiores roubos a que assisti contra o FC Porto.


Posso ter sido um pouco condescendente com alguns jogadores do FC Porto que não estiveram em bom plano (Felipe no golo sofrido, AA e Corona quase todo o tempo que estiveram em campo) mas a arbitragem tirou-me o ar para o resto. Para bem de alguma justiça, fica aqui o disclaimer.

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