Mais um jogo da Taça da Liga e mais um enorme bocejo. A equipa que entrou em campo tentou ser fiel aos princípios de jogo de Lopetegui, com extremo enfoque na posse de bola e na sua manutenção em zonas de conforto para cada um dos jogadores, mas a forma como raramente conseguiu desequilibrar um adversário entediante na postura defensiva foi novamente aborrecida demais de se ver com um mínimo de entusiasmo. Se todos os jogos da Taça da Liga forem tão bons como este, a competição ainda será menos empolgante do que parece. E não será fácil de o conseguir, acreditem. A notas:
(+) Evandro. Ao contrário do que tinha feito na jornada anterior em Vila do Conde, o brasileiro esteve bem melhor e foi o único jogador do meio-campo a mostrar-se activo e acima de tudo pressionante e sem problemas no contacto físico. Ruben (ainda a medo) e Campaña (nada acrescentou ao jogo) eclipasaram-se perante o dinamismo do “quinze”, que tentou subir sempre que possível e em constante movimento no centro do terreno e em apoio aos colegas da frente. Mereceu marcar o penalty e ainda por cima fê-lo bem. Quem diria?
(+) Óliver. É uma diferença abismal ver Óliver e qualquer outro jogador do nosso meio.campo a nível de simplicidade de processos em zona adiantada e na forma como joga de cabeça levantada. Aquele centro de gravidade baixo ajuda imenso mas é no discernimento da posição dos colegas e na condução de bola vertical que mais tem a oferecer. E oferece, felizmente.
(+) Quaresma. Este é habitualmente o tipo de jogos em que Quaresma se senta no seu sofá e anda a passear em campo, mas hoje esteve activo, sempre à procura da bola e mesmo não tendo tomado sempre as melhores opções foi um elemento vital na forma como rematou para o segundo golo, como sacou bem o penalty e como se mostrou sempre pronto a ajudar a equipa.
(+) O regresso (?) de Helton. Não sei se o capitão está em condições para regressar em pleno mas a forma voraz como se tentou mostrar aos adeptos foi como se tivesse voltado a ser um puto de 18 anos a estrear-se na sua equipa de (quase) sempre. É um guarda-redes que nos podia dar mais garantias que Fabiano pela capacidade de jogar com os pés em zonas avançadas e pela tranquilidade que transmite à equipa. Mesmo com 36 anos.
(-) Adrián López. Um jogo fraco, mais um. A mudança para o centro do terreno só pode mostrar a Lopetegui que pode ter de se desenrascar com outro moço (Gonçalo? Ivo? Outro qualquer?) naquela posição no caso de Jackson se lesionar, porque o espanhol parece não ter mantido a subida de forma e fez um jogo apagadíssimo, sem se mostrar livre para receber passes, a trabalhar pouco quando recuava a passo no terreno e falhando um ou dois golos em frente ao guarda-redes. É preciso ter calma para que o rapaz consiga melhorar, mas o tempo escasseia…
(-) A decisão do passe longo que continuo a não entender. Aconteceu a Marcano, a Reyes, a Ricardo e a Quintero. Vêem-se paralisados perante o posicionamento mais subido do adversário, reparam que a equipa não está com o equilíbrio certo e optam pelo passe longo. A minha dúvida perante esta opção é sempre a mesma: porque é que a bola raramente chega ao seu destino? Os passes saem pouco tensos, mal medidos, com força a menos ou a mais, mal orientados…e o que me deixa lixado é que da próxima vez que tentam, acontece o mesmo ou quase. Dudes. Falham um passe, esperem vinte minutos até tentar outro. Até lá, joguem simples. Obrigados.
Dois jogos, duas vitórias. Perfeito, ou quase. Só faltava haver futebol em condições, mas isso…deixo para o campeonato e (esperemos) para a Champions.