Baías e Baronis – Arouca 1 vs 3 FC Porto

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imagem retirada do MaisFutebol

 

Há dias em que tudo corre bem mesmo quando tudo podia correr mal. Um ervado foleiro, estreias em posições-chave, o equipamento branco (que é lindo mas que mantenho que nos dá azar, seja em que temporada for que o usemos), um árbitro que faz dos cartões o que um flasher de gabardine no parque faz da pila e um adversário lutador e bem preparado. E correu bem porque fizemos por isso, porque nunca desistimos dos lances divididos e mostrámos que jogando razoavelmente bem também conseguimos golos bonitos e jogadas de bom entendimento. Uma boa vitória. Vamos a notas:

(+) André. Quem disser que te pareces com o teu pai em campo só pode estar a falar da entrega e da força que mostra em cada lance que disputa, porque a subir no terreno não é nada como o “velhinho”. Jogou em duas posições diferentes hoje em Arouca, começando como médio “criativo”, deslizando para a ala esquerda depois da saída de Imbula, foi perfeito na forma como interligou a inteligência de Ruben Neves com a simplicidade de processos de Aboubakar, criando uma zona de transição da bola que fez com que até parecesse que tínhamos um número dez. Um Óliver de barba rija, por assim dizer. Duas assistências (uma delas depois de um remate que me faz salivar por mais momentos do género) e um jogo muito positivo.

(+) Aboubakar. Marcou um e falhou vários, mas esteve sempre em jogo e constantemente a aparecer em zonas de perigo e a “pedir” bolas para a finalização. Está a trabalhar muito bem quando recua no arranque da construção das jogadas e tem técnica com os pés, força com o torso e velocidade de raciocínio com a mona, tudo qualidades que lhe permitem continuar a manter Osvaldo no banco e André Silva na B. E parece mesmo um gajo porreiro pela forma como cumprimenta os adversários e lamenta as faltas que ocasionalmente faz. Um senhor, até agora.

(+) Corona. Não fez um jogo fantástico mas os dois golos mostram que aparece bem em zona de finalização e tem a calma para enfiar a bola lá para dentro. Boa capacidade técnica e velocidade elevada fazem com que este rapaz, com um relvado em condições e boa forma física, seja o extremo rápido que precisamos e que Tello, neste momento, não é. Faz lembrar um pouco o Alessandro, um rapaz que por cá passou nos finais dos anos 90 e que tinha uns pés maravilhosos e era rapidíssimo no drible, mas que infelizmente não teve grande sorte na continuação da época. Espero que o percurso de Corona seja bem diferente.

(+) Ruben Neves. Tem dezoito anos, aquele pirralho. E recebe a bola com elegância, passa-a com critério e organiza os lances ofensivos com uma perfeição que me faz pensar no que raio esteve na papa que comeu aqui há meia-dúzia de anos, ainda em cueiros. Não tem a força de Danilo mas traz algo muito mais importante: inteligência na construção do jogo. Quero vê-lo a jogar mais vezes e este tipo de rotação no meio-campo, quando os rapazes se entenderem melhor, vai ser imensamente proveitosa para o fluxo de jogo da equipa. É só esperar, vão ver.

(-) O flanco esquerdo. O entrosamento do flanco direito parecia nascido há alguns anos, com Maxi e Corona a trocarem bola com uma facilidade tal que deu a entender que jogavam juntos desde o berço. Olhando para o outro lado, nem Layun nem Brahimi tiveram um jogo positivo, o primeiro algo nervoso e pouco afoito nas subidas (melhorou para o fim do jogo) e o argelino sem conseguir ser prático nem produtivo. O tempo trará melhorias, estou certo disso, mas por agora é algo a rever.

(-) Imbula Brinca demais e apenas parece conseguir mostrar valor quando tem a bola nos pés, o que nem sempre vai ser possível. Uma falta idiota no final da primeira parte, mesmo à entrada da nossa área, podia ter dado o empate e complicado muito o jogo. Tem de estar mais concentrado durante as partidas.

(-) O irmão do Maicon Ora. Que puta de besta, física e moral. É mais um daqueles canastrões que chega cá com algum nome e se presta imediatamente a marcar a diferença pela estupidez. O encosto que deu em Marcano merecia pelo menos um amarelo (ó Capela, se dás amarelagem a toda a gente e não dás a este, não te queixes de questionarmos os teus critérios) e se vestisse outra camisola e estivesse no Dragão daqui a uma semana, dava origem a arremesso de isqueiros e pontapés à chegada ao túnel. E só se perdiam os que caíssem no chão.


Olha, o campeonato não vai parar mas há um jogo muito importante entre este que acabou e o próximo que dizem que é muito importante. Vamos a Kiev e só podemos esperar sair de lá com pontos. Um ou três, já depende da inspiração dos nossos rapazes. Zero é que não. Certo? Certo.

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Estoril

790 (2)

Se eu fosse treinador do FC Porto, quando chegasse ao balneário depois daquela primeira parte mandava untar os bancos todos com estrume e via a reacção dos meus jogadores. Aposto que alguns deles se sentava na mesma, de tão cansados e distraídos que pareciam estar depois de sair de quarenta e cinco penosos minutos em que pouco houve para se aproveitar. E depois veio a segunda parte, ainda pior. Não esperava grande coisa do arranque de temporada, a equipa ainda está sem entrosamento, com demasiadas falhas de posicionamento e capacidade criativa. Mas esperava um pouco mais de tino e concentração e hoje não vi nem uma nem outra. Valeu pelos golos. Notas já aqui em baixo:

(+) Maxi. *suspiro* Três jogos oficiais, três Baías para Maxi. Não surpreende quem o tem visto a jogar, especialmente pela diferença que tem mostrado em relação a grande parte dos colegas (ouviste, Tello?) e pela atitude que mostra em campo. Manda abaixo todos que ousavam vir a criticá-lo quando se esforça como se tem vindo a esforçar em lances quase perdidos e como aparece na área contrária a tentar o golo quando o extremo à sua frente parece menos talhado para o mesmo destino (OUVISTE, TELLO???). O número dois está bem entregue.

(+) Danilo. Sem inventar muito, usando bem o corpo (está aí uma boa alcunha para ele: “o corpo”) para proteger a bola e para a fazer rodar logo que possível. Ainda tentou várias incursões pelo meio-campo contrário, sempre inclinado para a direita (a rever, caso contrário começa a ser um lance “à Tarik”, sempre igual com resultados nem sempre positivos) mas raramente teve linhas de passe para criar perigo. Foi dos poucos que se safou.

(+) Casillas. Não teve muito trabalho mas teve duas intervenções importantes que fez com que a equipa continuasse sem sofrer golos no Dragão. Os guarda-redes de equipas de topo têm muitas vezes este papel ingrato de terem de ser 100% eficazes nas poucas vezes em que estão activos, sem haver margem para falha. Foi o que fez e segurou bem a vantagem.

(+) Estoril. Pressionou sempre alto, sem medo, com força e garra e intensidade tais que me envergonhou olhar para os nossos e perceber que não conseguiam manter-se a par dos amarelobranquinhos. É raro ver uma equipa tão interessada em tirar pontos ao adversário num estádio que teoricamente é complicado, por isso louvo o esforço.

(+) Lopetegui. Teve os cojones de mudar o esquema ainda na primeira parte e de retirar um dos mais produtivos bonecos de azul-e-branco que me lembro de ver a jogar e admitir que a experiência de colocar Brahimi a 10 não estava a funcionar. Nem sempre vejo um treinador a mudar quando vê que não está bem e gosto disso. Herrar é o mano.

(-) Os extremos. Tello mantém a sua forma de início de época que se equipara à do ano passado: é incapaz de fintar qualquer jogador que seja mais móvel que um ecoponto. Tão rápido quanto indeciso, raramente se atira para cima do defesa com propósito, com audácia de tentar passar por ele, levando a que o seu processo mental se torça num nó górdio que é incapaz de desatar. Do outro lado, o Silvestre, numa das piores exibições desde a galinha que foi atirada para perto do Roberto aqui há uns anos, foi incapaz de acertar passes, tabelinhas, amortecimentos, you name it. Pareceu a um certo ponto que lhe era complicado manter-se de pé, usar os polegares ou pôr água ao lume. Só faltou dissolver-se numa poça de água e esvair-se dali para fora. Assim percebo a putativa vinda de Corona: os que temos, se continuam assim, não chegam.

(-) A entrada na segunda parte No jogo contra o Guimarães escrevi isto: “Lentos, distraídos, com pouca movimentação no meio-campo e demasiadas hesitações na defesa, foi por nossa culpa que o adversário se impôs durante quase dez minutos e nos empurrou para uma sequência de perdas de bola e bolas paradas defensivas que, com o resultado em apenas 1-0, podia ter corrido mal. Agradeço à equipa ter-me poupado a criatividade de imaginar outras palavras para dizer exactamente o mesmo. E podia somar o resto da exibição, cinzentíssima, sem capacidade de percepcionarem o que deveriam fazer em campo de uma forma construtiva, optando constantemente pelo jogo lateralizado nem sempre bem feito. Houve mais que uma altura em que vi o meio-campo a formar uma linha vertical, com Danilo-Imbula-Brahimi a fazerem lembrar uma espécie de batuta basculante sem propósito nem organização posicional consistente. Foi muito fraco o jogo e muita pobre a exibição.


Pára o campeonato para mais uma absurda jornada de Selecções. Que ninguém se magoe e que voltem com mais cabeça e menos destrambelhamentos. E com o mercado fechado, já agora.

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Baías e Baronis – Marítimo 1 vs 1 FC Porto

790 (1)

imagem retirada do MaisFutebol

 

Mais um ano, mais pontos perdidos na Madeira. Podemos atribuir o empate ao azar da cabeçada do Maxi não ter batido na trave e a bola não ter sido desviada para dentro; podemos dizer que Cissokho faz Alex Sandro parecer um Deus olímpico; podemos aventar que se Varela não tivesse tijolos em vez de pés podíamos ter criado mais perigo; podemos insinuar que o Marítimo é uma equipa de arruaceiros e que tivemos sorte de não ter tido gajos expulsos. Mas o que não podemos dizer é que fomos competentes. Não fomos. Este não era um jogo de dificuldade máxima, Julen. Era só mais um dos dezatais jogos que vais ter no campeonato: relvado merdoso, adversário merdoso e futebol merdoso. E mais uma vez não conseguimos ser menos merdosos que os outros. Seguem as notas:

(+) Maicon e Marcano. Sem culpa no lance do golo, estiveram bem durante toda a partida, impedindo que os avançados do Marítimo entrassem na área com grande perigo. Marcano em particular esteve bem no duelo contra Marega (bom jogador, este rapaz), com alguns cortes importantes e acima de tudo a aparência que os lances estavam quase sempre controlados. Indi no banco parece-me cada vez mais acertado.

(+) Maxi. Excelente nas subidas pelo flanco, especialmente no apoio a Tello, foi muitas vezes o elemento mais perigoso a aparecer perto da área do Marítimo e só não marcou por acaso. Lutador, não desistiu de qualquer lance apesar de não me parecer em grande forma fisicamente. Os lançamentos são usados ad nauseam mas um destes dias podem mesmo dar um golo, que hoje quase acontecia.

(+) O controlo emocional. Perante o equivalente do exército de Átila em versão ponta-e-mola, não sei como é que alguns rapazes se aguentaram firmes e não desataram à estalada em frente ao árbitro. Maicon e Osvaldo ainda começaram a cair na esparrela dos contactos e das mini-pseudo-agressões, mas o resto da malta esteve firme e focada na conquista dos três pontos. Não sei se conseguia manter a cabeça fria todo o jogo, porque era notório o ar de Briguelice daquela corja, por isso louvo a capacidade dos nossos moços.

(-) Cissokho. Que nervosinho que tu estavas, Aly, e podes ter a certeza que te culpo pelo golo deles. Não que Alex não tenha feito algumas do género (no Annus Horribilis Fonsecus teve uma ou duas destas ou piores) mas pareceste tão desfasado da realidade do posto que vais ocupar, tanto nível moral como táctico, que só peço que te acalmes um bocadinho e percebas que isto é a tua vida agora. Deixaste saudades quando saíste mas estiveste cá tão pouco tempo que nem deu para perceber se eras o gajo certo para o lugar. Ainda acredito que sejas, mas não podes ter jogos como o de hoje, a tremer sempre que o adversário te aparece pela frente e a colocar as mãos na cabeça quando perdes um lance. Melhora, rapaz, e fá-lo rápido.

(-) As bolas paradas ofensivas Quando um lançamento cria 300% mais perigo que um canto, algo vai mal. Constantemente apontados ao primeiro poste e constantemente alvos de corte fácil por parte do adversário, é uma insistência que não compreendo e que parece entranhada na filosofia de treino e jogo da nossa equipa com os resultados que temos visto. Não sei o que fazer, não sei por onde a bola deve ir, mas não é por ali. Garanto.

(-) Os arruaceiros do Marítimo Enquanto escrevo estas palavras, há uma pessoa a passar por baixo da minha varanda de t-shirt amarela a ouvir Bon Jovi aos berros e a cantar juntamente com a música. Posso com toda a certeza afirmar que é menos anormal que a grande maioria dos jogadores do Marítimo que hoje nos defrontaram. A enormidade de saltos para a relva, insinuações de pancadaria, queixumes constantes, voos para cima dos nossos jogadores e AQUELA PUTA DAQUELA MANIA DE PEGAR NA BOLA PARA ATRASAR O JOGO DEPOIS DE LHES SER MARCADA UMA FALTA. Enerva-me saber que este tipo de equipas acaba o jogo com mais de oito ou nove jogadores em campo e não são corridos a amarelos por conduta anti-desportiva, anti-humanizante e anti-darwiniana. São símios, só pode.


Seria utópico pensar que poderíamos passar o campeonato sem perder pontos. E talvez seja melhor perdê-los cedo (e fora) do que em casa. Mas perder estes dois pontos contra um bando de insurrectos que só dão luta com os braços é uma enorme frustração.

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 0 Vitória Guimarães

retirado de desporto.sapo.pt

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Para primeiro jogo, foi bem bom. A equipa pareceu harmonizada, com o estilo mais musculado do meio-campo a contrastar com o “onde está o Casemiro?” do ano passado sempre que era necessário usar o corpo para vencer as bolas divididas. As alas foram ágeis, com os laterais a subirem no terreno sempre que possível, a integração dos novos a correr razoavelmente bem e um rapaz que mostra que pode haver vida depois de Jackson mais cedo do que se pensava. Ainda houve tempo para um Varela trapalhão mas empenhado, um Tello rápido mas inconsequente e um central que sendo o quarto da hierarquia no início do ano passado se afirmar como titular indiscutível. Sic transit gloria mundi e por aí fora. As primeiras notas da época estão já a seguir:

(+) Aboubakar. Humilde, trabalhador e eficaz. Já tinha entrado no goto dos adeptos quando libertou alguns mísseis no ano passado e começou o ano da melhor maneira: com golos. Não é Jackson e nunca o será, mas a diferença entre ele e o colombiano faz-se na força e velocidade com que consegue ultrapassar os adversários e na aparente facilidade com que vem atrás ajudar a equipa na construção ofensiva. Osvaldo, puto, tens de fazer pela vida, que o Vincent entrou em grande.

(+) Maxi. Não sabe jogar de outra forma sem ser na raça, mas surpreendeu-me com a forma como se integrou tão rapidamente na criação de lances ofensivos e na facilidade de desdobramento com qualquer um dos alas que lhe apareceu à frente. Foi o mesmo Maxi que vimos durante os últimos anos de vermelho ao peito: lutador, duro, esforçado, sempre pronto a subir no terreno e a recuar com garra e a conquistar os adeptos pela capacidade de recuperação defensiva e pelo sentido prático. Continua a ser estranho aplaudi-lo, mas está a saber fazer-nos engolir as dúvidas que poderíamos ter quando o contratamos. Que continue assim, é só o que peço.

(+) Varela. Entrou trapalhão, lento e inconsequente, mas fez uma excelente segunda parte e acabou por marcar um golo que fez por merecer. Mantenho que não podemos depender de um jogador como o nosso Silvestre, tão dado a oscilações de forma como um gordo a fazer abdominais perante uma pizza de queijo, mas pode trazer alguma mais-valia a um ataque com demasiada…velocidade. E ele, não a tendo, compensa com a experiência.

(+) A força extra no meio-campo. Aqui está a principal diferença do FC Porto de Lopetegui deste ano quando comparado com o do ano passado. Este meio-campo consegue vencer batalhas individuais e será sem dúvida utilizada em muitos dos jogos onde vamos precisar de combater alguns vilões musculados com outras camisolas, ao contrário do que acontecia anteriormente, onde se sacrificava a imponência física para privilegiar a capacidade técnica. Não digo que é a opção perfeita, porque apesar do bom jogo de Danilo preferia ver ali Ruben a distribuir o jogo, não contesto que o ex-Marítimo é um homem importante para garantir que uma pressão feita com bons índices físicos, somado a Imbula e, nalgumas circunstâncias, André, pode ter um efeito estupendo na recuperação de bolas no centro do terreno.

(-) Herrera. Ora bem. Não. Assim tipo não. Hell no, se fosse uma avó afro-americana do sul com chapéu de abas na cabeça e tudo. Esteve tão mal que fez lembrar uma espécie de Mariano González no meio-campo, com a desvantagem de não correr um décimo do que o argentino corria e a mostrar o mesmo ar de inépcia que o nosso anti-herói preferido tantas vezes exibia. Falhou quase tudo: o passe, a movimentação, a finalização, a criação de lances ofensivos e a recuperação defensiva. Se Lopetegui está a apostar no mexicano para ser titular, ele que me parece ser do tipo de jogadores que os treinadores gostam, os que fazem sempre o que lhes é pedido, então estamos mal, porque se o faz, fá-lo mal. Parece ainda estar cansado das poucas férias que teve e pode ser uma justificação para o jogo que teve, mas receio não ser o único factor. Herrera, neste momento, está a mais na equipa.

(-) A entrada na segunda parte Lentos, distraídos, com pouca movimentação no meio-campo e demasiadas hesitações na defesa, foi por nossa culpa que o adversário se impôs durante quase dez minutos e nos empurrou para uma sequência de perdas de bola e bolas paradas defensivas que, com o resultado em apenas 1-0, podia ter corrido mal. Já sei, sou um pessimista, mas já vi jogos a mais em que por parvoíces destas acabamos por andar a tremer até ao final da partida para sacar uma vitória a ferros. Não quero ver nada mais disso, não senhor, obrigado.


Um já está. Faltam 33. E o próximo, na Madeira, pode ser uma vitória física e moral excelente para arrancar a época em grande…

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Balanço 2014/2015

FC Porto's new head coach Spanish Julen Lopetegui (C) waves to the fans during the team´s presentation to the supporters, at Dragao Stadium, in Porto, north of Portugal, 27 July 2014. ESTELA SILVA/LUSA

Chega então a tradicional altura da época me que tentamos todos olhar para trás e recordar o que foi a temporada de cada um dos elementos que deram o seu suor pelas lides da equipa principal de futebol e onde se avaliam as suas prestações. Para memória futura, porque se os balanços servissem para mais que isso em fóruns não-oficiais, mudava-se de equipa quase todos os anos.

Desta vez e como tenho andado bem mais activo no Twitter desde há um ano a esta parte, vou fazer a análise a cada um dos jogadores em 140 caracteres ou menos (incluindo a nota final). É mais prático de ler e não se entediam com longas narrações sobre os pontos fortes e fracos. Uma espécie de balanço semi-automático, se preferirem, ainda que possa ser mais propenso a falácias e a análises demasiado concentradas. As notas, como de costume, vão do Baroni ao Baía em sentido ascendente, com variantes em relação aos topos: pode haver “meios”. Assim, de baixo para cima:


2b – Duplo Baroni (muito mas muito fraquinho)
b – Baroni (fraco)
BB – Baía em Barcelona (jeitoso mas longe de ser memorável)
B – Baía (bom, acima da média)
2B – Duplo Baía (época de grande nível)


 

Sem mais demoras, vamos a isso:

GUARDA-REDES:

Andrés Fernández – Nem bom, nem mau. Incapaz de ultrapassar Fabiano ou Helton na ordem de escolha, foi caro demais para continuar a ser 3ª opção no plantel. BB
Fabiano – Bons números a ajudar a defesa a ser a menos batida mas incapaz de convencer os adeptos que seria o melhor de todos. Munique arrasou-o. B
Helton – Continua a ser o preferido dos adeptos e depois da incrível exibição em Braga deveria ter sido titular até ao fim. Eternamente aplaudível. B
Ricardo Nunes – Nem um jogo nos As para contar aos netos. Não sendo mau GR, está uns degraus abaixo do que pode e deve ser um titular do FCP. Deve sair. b

DEFESAS:

Alex Sandro – Incansável na Champions, cansado na Liga, alternou o bom com o genial com o “outra vez?!”. Acaba contrato para o ano…sairá? €€€ falam. B
Danilo – Um deleite de temporada, dentro e fora, com uma força física e moral a fazer inveja a muitos, históricos e não só. Deixa muitas saudades. 2B
José Ángel – Muitas hesitações defesivas, subidas inconsequentes apesar da boa técnica. Incapaz de cruzar bem. Não o vejo capaz de ser titular. b
Maicon – *suspiro* incapaz de melhorar o passe longo, alterna o muito bom com o sofrível. Continua a cometer erros infantis e teve evolução zero. BB
Ivan Marcano – Muitas vezes o melhor central da equipa, com jogo simples, prático e eficaz. Não é maravilhoso mas joga bem de e com a cabeça. Titular. B
Bruno Martins Indi – Terrível no jogo aéreo, rijo no confronto directo, a polivalência à esquerda ajuda mas não muito. Tem de melhorar muito para ser titular. BB
Diego Reyes – 60 quilos para um defesa central é pouco. Foi caro demais para o nível que exibe, não parece conseguir evoluir para mostrar mais e melhor. b

MÉDIOS:

Casemiro – Começou mal, lento, gordo, morto. Cresceu e evoluiu para imprescindível, forte, agressivo, goleador. Grande negócio para uma perda grande. B
Evandro – O bombeiral da moda. Sempre que era preciso lá estava ele pronto a calçar. Nervoso mas mexido, prático e activo, foi o melhor 12º jogador. B
Héctor Herrera – Continua lento para o futebol europeu e foi abaixo das pernas cedo demais, arrastando-se em campo durante meses. Uma boa oferta e vende-se. BB
José Campaña – Poucos jogos para uma âncora de meio-campo que só parece saber jogar para o lado. Não o vejo superior a nenhum dos rapazes do meio-campo. b
Óliver Torres – Um pequeno génio, com e sem a bola. A maravilhosa visão de jogo, dinamiza o jogo e põe o talento a trabalhar para a equipa. Volta, niño! 2B
Juan Quintero – Fraco na condução de bola, espera sempre o passe de morte e incapacita-se quando o espaço não aparece. Zero no rácio esforço/talento. b
Ruben Neves17 anos e uma maturidade Pírlica. Ainda não consegue ser um 6 à Fernando mas com um 8 que o ajude pode fazer a diferença. Grande talento. B

AVANÇADOS:

Ricardo Pereira – Não é defesa direito. Não é defesa direito. Não é defesa direito. Não é defesa direito. Não é defesa direito. NÃO É defesa direito! Raios! BB
Vincent Aboubakar – Vários golos e muito trabalho, mas inconsequente compará-lo com Jackson. Numa frente de ataque móvel, sem referência, pode ser letal. BB
Adrián López – Sem vontade, sem garra, sem capacidade para se impor numa equipa que precisava de mais força e mais acutilância no ataque. Esperava mais. b
Yacine Brahimi – Grande arranque levou-o ao céu, a CAN trouxe-o de novo para a terra. Não pareceu o mesmo a nível físico mas tem talento para muito mais. B
Cristian Tello – Demorou a ganhar sentido prático mas fê-lo numa altura chave. As lesões tramaram-no mas foi dos melhores da segunda partre da época. B
Gonçalo Paciência – Quatro jogos e um golo que mostraram que há talento nos Bs e tem de ser aproveitado. Talvez tenha chegado a altura certa de subir de vez. BB
Hernâni – Muita vontade, pouca cabeça. Entrou para a equipa na pior altura, em que se exigia o que não sabia dar. Pode ser muito útil em 2015/16. BB
Jackson Martínez – O melhor colombiano de sempre no FC Porto, incluindo Radamel. A entrega e a inteligência, na área e fora dela. Só falhou nos penalties. 2B
Ricardo Quaresma – Continua a querer sempre mais. Insiste mais e finta demais. Mas também trabalha mais, luta mais e ajuda mais. Valeu a pena, Lopetegui? B
Kelvin – 53 minutos não chegaram para mostrar o que vale. Parece fadado a ser recordado com uma figura de cartão no museu e não no relvado. b
Ivo Rodrigues – Mais um talento enorme que acompanho há anos. Tem tudo para fazer parte do plantel e merece uma oportunidade. Perdeu-se em Guimarães. BB

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