Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Paços de Ferreira

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Podiam ter sido seis, sete, mil, se o FC Porto tivesse tido o tino e a paz de alma para conseguir enfiar a bola na baliza do Marafona mais que as duas vezes que o fez esta noite no Dragão. Desde o golo sofrido depois de (mais) um destrambelhamento defensivo, seguiu-se um festival de golos falhados por Aboubakar & Cª, que não evitaram ceder a cabeça depois das pernas já terem ido. A equipa não jogou mal, fez um jogo bem superior ao que tinha feito contra Tondela e União, mas o resultado peca por escasso e o final da partida, a defender e a atirar bolas para a bancada, só mostram que a equipa está intranquila numa altura em que devia estar a carburar em pleno. Sigamos para as notas:

(+) Corona. O melhor jogo com a nossa camisola. Não foram muitos, mas este teve algo de diferente porque vi-o a correr atrás da bola depois de a perder com uma vontade que até agora parecia escondida. Ágil e mais confiante no 1×1, parece no entanto ser no meio onde melhor rende e o golo é prova disso, com uma boa desmarcação, finta e gesto técnico para enviar a bola por cima do guarda-redes para a baliza. Ainda assim o que mais me impressionou foi a capacidade de recuperação da bola, a garra com que ia para cima do adversário para a tentar ganhar de volta. Assim sim, Tecatito!

(+) Layún. Um bom caso de um rapaz esforçado que tem técnica apurada mas pouca capacidade natural para defender a um nível superior. Nunca será um excelente defesa mas é um lateral bem acima da média, com cruzamentos bem medidos e uma vontade de participar nos lances ofensivos da equipa com empenho e a quota parte certa de subida no terreno em apoio a Brahimi e a noção que não pode subir muito para evitar que as suas falhas se notem demasiado. Ah, e marcou um penalty, que nos últimos dez anos de FC Porto quase dá direito a estátua…

(+) O esforço de Herrera para conseguir o penalty. Ainda não vi as repetições e por isso não sei se fez falta sobre Marafona antes de ser varrido pelo defesa do Paços. Até admito que possa haver, se bem que me pareceu um confronto “de iguais” no relvado, mas a forma como Herrera procurou aproveitar o fraco atraso para o guarda-redes e depois de ver que a bola estava solta, a garra com que se lançou à procura de fazer algo daquele lance deviam ser-lhe mostradas todos os dias para que ele percebesse que aquele ritmo, aquela força, são as que tem de colocar em todos os lances que disputa. Mas estarei a ser injusto, até porque nenhum mexicano esteve mal hoje em campo, com Herrera a subir de produção na segunda parte até as pernas darem de si.

(-) Quase toda a defesa. Indi acabou por melhorar na segunda parte mas fez uma primeira parte em que parecia não acertar uma bola, desde a hesitação no golo a vários ressaltos “suaves” em que perdeu a bola à entrada da área. E Maicon não lhe ficou atrás, com cortes mal colocados e um nervosismo tão típico nele que já não prevejo mudanças nos próximos tempos. Some-se um Maxi em baixo de forma e um Layún com maior vontade de ajudar o ataque sem ter o apoio que precisava na defesa…e a primeira parte foi um chorrilho de disparates defensivos.

(-) Perninhas Foram-se, lá para o meio da segunda parte. Sim, eu sei, fizemos três jogos em oito dias, mas lembrem-se que vêm aí mais dois no mesmo período e não há espaço para falhas neste momento porque qualquer deslize pode afastar-nos de a) Champions e b) Campeonato. E atrás das pernas lá vai a cabeça, como de costume, porque o final de jogo meio tremido foi fruto da falta de cabeça e de frescura física. E isto acontece todos os anos, mesmo com mais rotação que um disco do Zé Cid numa casa de tias dos anos 70.

(-) Os golos falhados Oh Vincent, e se tirasses a cabeça do rabo e começasses a encostar a bolinha à baliza em vez de tentares marcar golos? Era mais fácil só colocá-la lá dentro em vez de apontares para os cantinhos ou forçares o remate, não era? E tu, Hector, talvez apertar os atacadores mais firmes para não te fugir a bota para cima, não? Ah, faltas tu, Cristian, que também precisavas de levar com uma rebarbadeira nas pontas do cabelo com aquele falhanço depois de uma jogada tão bonita! Raios me partam, ainda por cima o Marafona (é tão bom dizer este nome, soa a Maradona e afinal de contas também joga com as mãos) estava numa noite daquelas que defende quase tudo! E fica mais um jogo com inúmeros lances para golo que ficam por marcar. Mais um. Só mais um. Damnit.


A vitória era o único resultado que poderia ser justo e não fosse a nossa falta de eficácia e teria sido bem mais tranquila. Agora…para Londres!

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Baías e Baronis – União 0 vs 4 FC Porto

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Há jogos em que tudo corre bem e mesmo que a equipa não faça uma exibição por aí fora, a bola parece chegar sempre ao destino e roçar no interior da baliza nas alturas certas. O resultado é perfeito e apesar da capacidade de criação de jogo ofensivo não bater certo com os números, a verdade é que é com vitórias como estas que as conquistas nos campeonatos são feitas. Entediante mas produtivo. Vamos a notas:

(+) Danilo. Firme no meio-campo onde enfrentou mais um trio de caceteiros profissionais, que jogavam mais com os braços que várias equipas de voleibol em conjunto, foi um dos jogadores mais dinamizadores da zona central e o mais importante na rotação da bola por essa parte do terreno. É verdade que procurámos muito mais as alas do que o meio, mas sempre que o fizemos aparecia Danilo a impôr o físico e a força que era necessária para um jogo contra bordoeiros. Marcou o primeiro golo com a nossa camisola e espero que o faça de forma mais regular no futuro.

(+) Layún. Duas assistências, uma de bola corrida (e de pé esquerdo!) e outra de bola parada, foram os pontos altos de mais um bom jogo do mexicano com a nossa camisola, que arrisca a ser o melhor dos seus conterrâneos em tão poucos jogos, quando comparado com a lentidão de Herrera e a inconstância de Corona (apesar do chouriço do golo de hoje). Activo pela linha e mexido em zona ofensiva, continua a ser um dos melhores jogadores da equipa e é vital na criação de lances ofensivos (os poucos que criamos). Titular, sem dúvida.

(-) Criação de lances ofensivos. Sim, hoje tudo correu bem e espetámos quatro batatas no União. E quando a cabeçada do Herrera não bater na perna do defesa? E o cruzamento do Corona não sair direitinho para a baliza? Aí o que é que acontece? Ficamos com o resto, uma sucessão interminável de passes a meio-campo (aposto que falhámos mais passes que a União acertou) e muito pouco jogo de área. É evidente que Lopetegui se queixa de não haver penalties a nosso favor, porque não os há. Mas para que houvesse aposto que dava muito jeito conseguir entrar lá mais frequentemente. E a aparente incapacidade de gerar oportunidades de golo de uma forma consistente está a preocupar-me bem mais do que as falhas defensivas ou os passes falhados a meio-campo.

(-) A expulsão de Osvaldo. Uma anedota pela mão de Paixão, que não resiste a deixar a marca num jogo que estava a ser normalzinho, com pancada “natural” e nada mais que isso. O Dani chega perto do gajo e até lhe pode tocar, mas nada que justifique aquela reacção ou a expulsão. Amarelo, no máximo, mas Bruno tinha de marcar a diferença. Vendo as coisas pelo lado positivo, pode ser que o André jogue contra o Paços no sábado…

(-) Mais uma opção contraditória. A entrada de Maicon depois da expulsão de Osvaldo (mais uma vez Bruno Paixão não resistiu a deixar a sua marca num jogo normalzinho), juntamente com mais um reajuste das peças na defesa e no meio-campo, é novamente uma ideia semelhante à que Lopetegui teve no jogo contra o Tondela. É uma transmissão de insegurança para os seus jogadores, uma mensagem de “malta, não acredito que aguentem isto sem meter um canastrão para mandar a bola para longe quando for preciso”, ao mesmo tempo que troca mais dois ou três jogadores e os obriga a jogar noutras posições que até podem ser relativamente naturais mas que já percebemos que ainda não estão preparados para o fazer numa questão de segundos. Lopetegui insiste em mensagens contraditórias: acredita nos jogadores ao ponto de os fazer ocupar várias posições por jogo, mas não confia neles para aguentar uma situação de jogo menos favorável. É difícil de entender, palavra.


Calendário acertado, ainda dois pontos atrás do papão verde e branco e mais umas dezenas de jogos até ao final da época. Melhorias exigem-se e quanto mais cedo chegarem, melhor…

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Baías e Baronis – Tondela 0 vs 1 FC Porto

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Pobre, muito pobre. Estamos na versão Lopeteguiana dos tempos de Fevereiro de 2012, quando Vitor Pereira tentava colocar a equipa a jogar em condições e os resultados eram os mesmos. Ou Jesualdo em Dezembro de 2009. Ou Fernando Santos em 2000. Ou Ivic em 1993. Ou Quinito. Sem data certa, porque Quinito não precisava de ano para ser tolo. E Julen também não parece necessitar, porque a gestão da equipa está a ser ridícula e a maneira como temos vindo a jogar é um pedacinho abaixo do equivalente a onze Adamastores com botas coloridas. Muito fraco, valeu o golão de Brahimi e a boa colocação de Casillas no penalty defendido. Muito pouco para quem quer ser campeão. Notas, abaixo:

(+) O golo de Brahimi. Fez lembrar, com as devidas diferenças e distâncias no tempo e no mito, a jogada de Madjer que deu origem ao golo de Juary no Prater: um “one-two” com o mesmo pé (direito) e o pontapé (neste caso remate, no outro cruzamento) com o pé esquerdo a fazer a bola entrar direitinha na gaveta, impossível para qualquer guarda-redes defender a não ser que tivesse sido avisado por um qualquer oráculo, e mesmo assim duvido que lá chegasse. Um golo para correr mundo e logo com o feioso do segundo equipamento. A New Balance estará a esfregar as mãos.

(+) Casillas. Aposto que Iker se atira para o seu lado esquerdo aí umas 90% das vezes, quando está a tentar defender um penalty. Entramos pois naquela parvoíce teórica da teoria de jogos, onde o marcador sabe que o guarda-redes sabe que o jogador sabe e por aí fora. Ainda assim, teoria dos jogos aparte, foi uma boa defesa e teve o condão de fazer com que conseguíssemos sair de Aveiro com três pontos, eu que já me preparava para lamentar a perda de mais dois pontinhos porque não via a equipa com força anímica e estrutura consistente para dar a volta aquilo…

(-) Criação de lances ofensivos. Meia-dúzia de remates para uma posse de bola tão alta é sintomático da incapacidade de gerar lances de verdadeiro perigo para a baliza do Tondela, uma equipa fraquinha que corre e bate mais do que joga. Não parecemos capazes de ter um fio de jogo consistente, jogando com não-extremos colados à linha, não-trincos recuados em demasia e não-criativos sem criar. Somos uma equipa previsível para quem defende, lenta para quem trabalha no centro e medrosa em zona de recuperação defensiva. Não tapamos os espaços certos, raramente conseguimos.

(-) A expulsão de Lopetegui. Não faço ideia do que o homem terá dito ao árbitro, mas juro que já vi tantos outros a fazer o mesmo tipo de gesticulação e protesto que me leva a pensar que Lopetegui emitirá sons numa frequência que prejudica os tímpanos da arbitragem portuguesa com uma intensidade digna de experiencia do exército americano. E mesmo achando que estava a fazer de propósito para ser expulso, pareceu-me exagerado.

(-) Lopetegui como Guardiola. Ma non troppo. Pep, aqui há uns tempos, experimentou colocar uma zona recuada com apenas três defesas, dois dos quais eram os “mínimos” Lahm e Rafinha. E gosta de trocar os jogadores, experimentando com algumas nuances tácticas para agilizar a sua formação em campo e fazer com que, pegando no jogo, encarem o adversário de uma forma diferente e inovadora. Julen, por seu lado, agita as águas de tal forma que ninguém parece compreender o porquê de o fazer de uma maneira tão brusca, alternando posições com uma absurda facilidade que eles próprios devem ficar a pensar no que raio anda o mister a pensar. A forma como retira Marcano do jogo, entrando Ruben Neves para o seu lugar e baixando Danilo para a zona mais recuada, para que dez minutos depois regresse ao meio-campo depois da saída de Brahimi para a entrada de Maicon…desafia o maior analista táctico a tentar entender o porquê de tal agilidade mental em alturas cruciais do jogo, transmitindo uma sensação de inconstância e nervosismo à equipa como raramente vi em tantos anos de futebol. Era giro ao início mas tornou-se incompreensível e, francamente, penoso tentar perceber as alterações do treinador que servem bem mais para destruir a confiança e entrosamento da equipa do que para melhorar o seu alinhamento em campo. Mais um jogo, mais uma explosão de criatividade táctica que não é criativa…e quase não chega a ser uma táctica.


Não há muito mais que se possa dizer perante exibições deste calibre. Somos, neste momento, uma equipa perdida, sem rotinas nem capacidade de lutar contra adversários remotamente perigosos, dependentes de talento individual. E quando ele não aparecer, estamos tramados.

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 2 Dinamo Kiev

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O perímetro de segurança, as revistas personalizadas e o cuidado extra da polícia para assegurar que não haveria perigo na envolvente do Dragão faria antever que tudo estaria bem e que nenhuma bomba rebentaria nas redondezas. Errado. Rebentou lá dentro, com um resultado tão abjecto como a exibição, com um FC Porto incapaz de jogar futebol a um nível minimamente aceitável e com os seus jogadores, os seus pobres, apáticos jogadores a deitarem por terra aquilo que seria um passo tão fácil para uma qualificação directa e sem grandes espinhas. Foi mau demais. Mau. Demais. Vamos a notas:

(+) André. Dos poucos que entrou com algum lampejo de vontade (Marcano também pareceu com vontade de mudar alguma coisa mas lá de trás é mais complicado) e de determinação a impedir que o Dínamo saísse daqui com a vitória e entregou-se à luta com quase nenhum apoio por parte dos colegas. Várias tentativas de incursão na área, um remate disparatado e empenho no combate pela bola, foi o único do meio-campo para a frente que não pareceu um veado em frente a uns faróis.

(-) Tudo. Preparem-se que esta pode ser uma longa viagem com vernáculo solto e intenso. Prontos? Aqui vai. FODA-SE! Já vi várias implosões europeias de equipas do FC Porto, desde as destruições contra Arsenal, PSV e Bayern às humilhações contra APOEL, Artmedia ou Sevilha, tudo jogos em que coloquei as mãos na cabeça e pedi a qualquer Deus que estivesse a ouvir para que me tirasse do fundo do poço moral em que me encontrava no momento. Mas esta tem um sabor com uma particular adstringência de estrume, porque o que vi não foi uma equipa. Não era uma equipa composta por onze jogadores que tentam o seu melhor para conseguirem levar de vencido o adversário que se coloca à sua frente. Hoje vi um grupo de homens feitos meninos, uma turba mais desorganizada que um grupo de visigodos de ressaca depois de pilharem uma aldeia e beberem setecentos barris de vinho rançoso. Um meio-campo inexistente, desorganizado, sem cobertura mínima do espaço defensivo e com movimentações lentas e inconsequentes para a frente. Laterais amorfos, doentes, mortiços, sem vivacidade nem alma nem empenho nem esforço. Vi pés a saírem do combate, corpos a fugirem da luta e relva que ficou por pisar com intensidade e querer. Reparei estupefacto, sem conseguir perceber como nem porquê, que os extremos recebem a bola sem apoio dos colegas, isolados em terreno inimigo como um soldado a subir sozinho para fora de uma trincheira em Verdun, consciente que será moído pelas metralhadoras do outro lado. Vi médios a perderem a bola na sua zona e a pressionarem (TODOS, CARALHO, SEM QUE UM ÚNICO ENFIE O PÉ PARA TENTAR TIRAR A BOLA AO UCRANIANO!) o gajo que leva o esférico como miúdos da primária a correr em parvo ensemble atrás dele. Avançados que não controlam a bola de primeira, centrais que se trocam e destrocam e contratocam, um médio que não percebe o que está a fazer quer atrás quer à frente e acima de tudo um treinador incapaz de colocar um dos plantéis com mais qualidade dos últimos anos a praticar um futebol que seja dinâmico, vivo mas acima de tudo consistente. Mais. Vejo uma equipa mentalmente frágil como nunca vi, nem nos tempos mais soturnos de Vitor Pereira (ali a meio da primeira época) ou durante a “fase palminhas” de Paulo Fonseca. Vejo jogadores de reconhecido valor a perderem-se em campo e a não conseguirem encontrar o lugar certo na altura certa. Vejo pouco trabalho táctico, inacreditáveis falhas de conjunto e pouca vontade de vencer. Quando um ou outro jogadores têm dias maus, toda a gente percebe e mesmo que falhem, a malta compreende. Quando acontece com onze jogadores, a história é outra. E já aconteceu várias vezes com Lopetegui no ano passado, basta recordarmos as derrotas com o Sporting em casa para a Taça, aquela “coisa” em Munique ou as deslocações à Madeira ou a Belém. Lopetegui parece incapaz de trabalhar a equipa de forma a que gostem do que fazem e corram por esse mesmo gosto de uma forma consistente e não apenas uma ou outra semana em jogos pontuais. E a forma como gere a equipa em campo, com as constantes trocas tácticas e as nada-subtis-alterações de posição só contribuem para este desnorte que se parece abater por cima das cabeças dos jogadores. Não. Não. NÃO, CARALHO! Não é possível ver onze gajos a desanimarem ao mesmo tempo e atirar a culpa apenas para cima deles! E hoje perdemos não só porque o Dínamo esteve bem, seguro e eficaz, mas porque fomos maus. Fomos fracos. Os jogadores foram fracos. O treinador foi fraco. Tudo foi mau e fomos uma vergonha. Os jogadores que hoje estiveram em campo, juntamente com o treinador, envergonharam o clube. E fizeram-no no pior momento.


Uma vitória em Londres não é impossível mas será improvável. O mais provável, se jogarmos como fizemos hoje, é sair para a Europa League com o rabinho bem rosado. E não se pode dizer que tenhamos merecido melhor tratamento.

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Baías e Baronis – Angrense 0 vs 2 FC Porto

Angrense's player Miguel Oliveira (L) vies for the ball against FC Porto player Martins Indi (R) during their Portugal's Cup fourth round between Angrense and FC Porto held at John Paul II stadium in Angra do Heroismo, Terceira Island, Azores, Portugal, 21 November 2015. EDUARDO COSTA/LUSA

EDUARDO COSTA/LUSA

Um jogo simpático contra uma equipa simpática numa terra bem simpática onde fomos recebidos com…you got it, simpatia. Apesar dos melhores esforços do Angrense, a verdade é que o resultado peca por escasso, com várias oportunidades a serem falhadas e com a típica falta de rotinas entre jogadores que raramente jogam em conjunto a fazer-se notar. Foi o suficiente para uma vitória interessante mas que irá rapidamente desaparecer das nossas mentes. Vamos a notas:

(+) Sérgio Oliveira. A quantidade de vezes que já vi Herrera jogar sabendo que este rapaz está na bancada a ver a bola é coisa para me partir o coração. Gosto de o ver a pensar o jogo, a progredir com tino e a raciocinar com o esférico nos pés, raramente se enviando em demandas loucas, optando sempre pela construção inteligente e sustentada. Uma espécie de Rakitic de Mozelos, vá. Quero vê-lo a jogar mais, até para poder ganhar a forma física que necessita para nos dar mais e melhor.

(+) Bueno. Dois bons golos e uma boa integração na equipa em qualquer das posições que foi ocupando, inclusive na defesa, onde salvou uma ou outra das fugazes jogadas de ataque do Angrense. Mexe-se bem, é prático e executa com rapidez. Neste momento deveria ser a segunda escolha para ponta-de-lança à frente de Osvaldo, que não consegue acertar na baliza a não ser que a bola tenha controlo remoto…

(+) Victor Garcia. Apesar de algo nervoso na primeira meia-hora (compreensível mas estranho, para um rapaz que já jogou nos As e é titular nos Bs), subiu de produção a partir dessa altura e mostrou o que já conhecíamos dele: velocidade, força física no confronto directo, boas subidas pelo flanco e postura de lateral ofensivo como um jogador naquela posição tem de ter no nosso clube. Faz-me pensar no que deve ter ficado a pensar ao ver Reyes a titular em Munique no ano passado…

(-) Osvaldo. É raro dar Baronis para malta que se esforça, mas Osvaldo está a correr nos sítios errados. Técnica apurada? Sim. Bom domínio de bola? Óbvio. Mas…pouco interventivo nas zonas de finalização apesar de muito mexido fora delas, é notável a capacidade que tem, jogando como avançado…de raramente o ser. Constantemente a tomar as decisões erradas, está mesmo a precisar de um golinho para animar, mas a continuar assim não vejo como o vai conseguir..

(-) Oh Silvestre, a sério?! Metade da equipa do Angrense muge vacas durante o dia e treina à noite. E têm trinta e nove anos de média de idade, mais coisa menos coisa. E todos eles chegavam à bola primeiro que o Varela. Need I say more?


Pode sair outro Angrense na próxima eliminatória? Sim? A gerência agradece.

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