Estou a fazer dieta. Decidi parar de fumar e começar a vaporizar, ainda com nicotina, para que daqui a uns tempos possa começar a deixar essa treta e passar a não meter nada na boca ou, fazendo-o, acalmar o vício. E tomei esta decisão no meio desta luta pelo primeiro lugar que nem parece luta nenhuma. Parece um acobardar de responsabilidade, uma equipa sem o mínimo de estratégia, tranquilidade ou mentalidade competitiva. Desisto e garanto que se conseguir manter o cigarro à distância nos próximos tempos, sou um cabrão dum herói. Vamos a notas:
(+) Otávio. Marcou um golo e foi dos poucos que se mostrou esclarecido, activo e prático durante grande parte do jogo. Uma grande diferença entre ele e Óliver é a forma como rompe pelo centro, criando em progressão os desequilíbrios que o espanhol cria em passe. Gostei de o ver em campo e continuo a achar que rende muito mais no meio do que nas alas.
(+) Herrera. Para o que me tem vindo a habituar nos últimos tempos, não esteve mal. Lutador, empenhado, sempre lento mas capaz de mascarar essa falta de velocidade com astúcia e inteligência no passe, faltou rematar uma ou duas vezes para tentar o golo que não aparecia por culpa de todos.
(-) E rematarem à baliza, era giro, não era? Perdi a calma depois de ver tantas jogadas promissoras que não acabavam em remate. Por inépcia dos jogadores, lentidão na altura de executar o pontapé, maus passes horizontais ou demasiado foco na fintinha e no “vamos passar só mais um gajo e depois fica mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo fácil marcar”. Bem podem todos sentar-se em pinos de estrada porque se eu fosse treinador destes gajos, mal chegassem ao balneário começava a chutar bolas na direcção deles, com pontapés com tanta força que fariam o Roberto Carlos parecer um paneleirote de esquina. O jogador, não o cantor, get a fucking grip. Se Nuno ajuda a perder pontos pela falta de estratégia, em muitos casos a culpa é dos jogadores por nao conseguirem invocar o sentido prático e enfiarem uma biqueirada lá para dentro.
(-) André². O que fez no último jogo contra o Chaves foi o completo oposto da exibição de hoje. Trapalhão, pouco prático e indesculpavelmente pouco lutador, foi a imagem da equipa na ausênca de pressão alta e na quase assustadora falta de concentração e mentalidade competitiva. Foi (mais um) daqueles jogos em que penso que a principal posição a reforçar neste plantel é mesmo a de médio volante.
(-) A total ausência de estratégia vencedora. Já chega. Já. Chega. JÁ! CHEGA! Estou completamente farto de ver uma equipa com a CAMISOLA do meu clube, COM A PUTA DA CAMISOLA DO MEU CLUBE, a jogar “vamos ver se acertamos naquela núvem” no meio dos jogos e a permitir que o adversário troque a bola no nosso meio-campo. Não admito que se sofra um golo na única vez que o adversário chega à nossa área e não se consigam marcar seis ou sete golos como resposta. Não consigo entender a tremideira que tantos jogadores mostram durante tanto tempo e o Fernando Fonseca (perdão, o Fernado, que estes imbecis nem a merda de umas letras numa camisola conseguem fazer direito), estreando-se, teve menos cagaço que um bom punhado dos seus colegas em campo. Um treinador fraco faz fraca a forte gente. E quando a gente não é assim tão forte, ainda se nota mais a fraqueza do treinador. Pela primeira vez neste ano creio que posso dizer: Nuno, obrigado, mas podes ir. Sim, é isso tudo. Podes ir. Adios, rapaz.
Não desisto por causa da matemática, mas o coração diz-me que o cérebro está a fazer contas e acaba de perceber que empatamos cinco jogos nos últimos sete. E isso não é de campeão.