Baías e Baronis – Tondela 0 vs 1 FC Porto

Jogo difícil, sofrido e de qualidade sofrível, contra uma equipa que exemplifica bem o que já estamos habituados a apanhar no campeonato: malta que gosta de acertar nos pés e nas pernas e em tudo o que mexa, que pressiona o que pode dentro do espaço que cobre, que é sempre muito porque a vontade é imensa. Como em qualquer arranque de época, o que interessa é ganhar, seja por quatro ou por meio a zero. Sigam as notas:

(+) Óliver a pensar. Vai estar muito mais exposto à falha durante a época e isso é bom sinal, porque vai ter a bola nos pés muito mais tempo. É um deleite vê-lo a construir de cabeça levantada e a forma como tenta orientar o jogo da equipa é notável tendo em conta a dupla função que tem de desempenhar, servindo também como elemento defensivo e de recuperação de bola. Hoje esteve bem no passe com poucas excepções, bem na recuperação e…saiu mais cedo para entrar um sucedâneo de jogador que não fez nem uma coisa nem outra em condições. Precisamos de reforços, não precisamos? Sim, precisamos.

(+) Danilo a tapar. Mesmo estando abaixo a nível físico, é pivotal na equipa pela força que dá no meio-campo e na recuperação defensiva, em particular pela forma como consegue varrer a sua zona e ajudar a fazer o mesmo na rectaguarda. E pensar que até 31 de Agosto temos de esperar que ninguém bata a cláusula…ou que ele queira ficar pelo menos mais um ano. Brrrr, tremo só de pensar…

(+) Marcano a limpar. E quando a bola passava para a zona defensiva, lá tínhamos Ivan, o capitão. Não consultei os números antes de começar a escrever mas quase que aposto que sofreu mais faltas que os dois avançados juntos e lutou como sempre para desfazer os ataques do Tondela sempre que conseguia. E conseguiu. Sempre.

(-) Corona a (não) assistir. Tal como José deve ter dito depois do filho voltar dos proverbiais quarenta dias no deserto: “continuamos na mesma, não é, Jesus?”. É uma discrepância a um nível cósmico verificar a capacidade técnica de Corona e a forma como faz o último passe quase sempre sem olhar, sem critério nem selecção apropriada do que fazer ou para onde enviar a bola. Esteve bem durante o jogo, lutador e empenhado, mas faltou sempre acertar aquilo que deve ser uma das suas tarefas mais importantes depois do desequilíbrio: a assistência.

(-) Brahimi a (não) passar. Drible curto tão bom. Arranque tão bom. Outro drible maravilhoso, passa pelo defesa e…lá mete as antenas na relva e começa à procura do próximo defesa. Nunca conseguiu perceber o timing certo para passar a bola aos colegas e apenas serviu para raspar mais um pedaço da nova relva do estádio. Foi um Brahimi inconsequente e a equipa perdeu com isso.

(-) Todos a (não) finalizar. Ei lá, Moussa, que queda desde a semana passada. Sim, também essa queda na área com o nosso ex-biscateiro defensivo, que podia e devia ter sido marcada, mas a queda na eficácia foi ao nível de chegar um gigante à Invicta e começar a usar os Clérigos como palito. Trapalhão, torto, ineficaz na frente. Valeu-nos Aboubakar que também não esteve famoso…e aposto que Soares tinha marcado um ou outro golito que estes dois matulões falharam.


Dois jogos, duas vitórias. Nada mau. É para fazer a terceira no Domingo, rapazes, vamos a isso!

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Estoril

O primeiro jogo oficial de Sérgio Conceição como treinador do FC Porto podia ter corrido muito mal. Um azar, dois azares, três pontapés ao lado, nove golos anulados, um murro no nariz do nosso capitão (talvez acidental mas não menos doloroso) e uma lesão inoportuna. Mas eis que aparece uma espécie de D.Sebastião núbio a salvar a alma portista e a desencadear uma pequena avalanche de futebol ofensivo, soltando os rapazes da tensão do arranque para uma boa exibição colectiva. Foi bom, podia ter sido melhor e tenho a certeza que será. Mas também podemos sofrer até lá chegarmos, mas atravessemos essa ponte quando chegarmos a ela. Vamos às primeiras notas do ano:

(+) Marega. Esquerda é direita. Cima é baixo. Azul é branco. Wait, esta não funciona tão bem, mas percebem o padrão: está tudo ao contrário. Eu, que um dia pensei em trocar o nome desta mesma rubrica para Madjers e Maregas, fico a pensar que há uma razão para não se construirem estátuas ou fazerem homenagens enquanto os alvos estão vivos. Nuns casos, dá em tretas como o busto do Ronaldo, noutras dá no Marega a bisar no jogo de arranque do campeonato. Há coisas que não lembram a ninguém a não ser a casas de apostas, que teriam perdido pau e bolas se alguém tiver apostado nesta invulgar combinação de factores que levou a tal desfecho. Eu, portista pecador, me penitencio: obrigado, Moussa. Foi jeitoso.

(+) Brahimi. Parece bem disposto, o nosso Yacine. Solto pelo centro ou colado à linha esperando a passagem do lateral ou aproveitando as corridas de Óliver que várias vezes por lá apareceu, foi o elemento principal de desequilíbrio na frente de ataque e uma das peças fundamentais na criação de lances ofensivos. Serpenteou tantas vezes por Mano e amigos limitados que fez lembrar uma estrada de montanha, de quadris amplos e ondulantes, em busca de um santuário que para ele parece ser no fundo das balizas adversárias. Que continues assim, meu maravilhoso magrebino.

(+) A criação de oportunidades de golo. Chiça que isto assim dá mais gosto. Não tenho noção absolutamente nenhuma dos números e sou tão mau para me lembrar deles como o Mareg…ah, porra, tenho de arranjar uma metáfora diferente, pera lá…isso, como o Hugo Miguel a apitar. Onde ia eu? Ah, sim, os lances de golo. Foram muitos, variados, surgindo de arranques pela ala, cruzamentos para a área em bola corrida, cruzamentos em bola parada, lances individuais pelo centro, contra-ataques em superioridade numérica, contra-ataques em inferioridade numérica e atrasos mal calculados. Faltaram remates de meia-distância, algo que foi muito visível na pré-época, mas o caminho parece ser este: avassalar pelos números e esperar que pelo menos uma ou outra bola lá entre na baliza. Não me parece mal.

(-) Parece que pica, amigos! A equipa entrou nervosa e o golo de Marega (o primeiro, claro…já agora, é muito estranho dizer “o primeiro golo de Marega” porque assim admite-se que houve mais… a imprevisibilidade do futebol é tão emocionante, carago!) ajudou a acalmar o povo mas notava-se que queriam fazer as coisas com o mínimo risco e ao mesmo tempo manter a matriz. Houve muitos passes falhados, demasiadas combinações descombinadas e tabelinhas destabeladas. Houve confusão, pouca movimentação e alguma complicação. (chupa, Seuss!) As coisas tenderão a melhorar com o tempo mas o arranque mostrou que ainda há muita incerteza na confiança dos jogadores, mas nada que uma boa sequência de vitórias não cure.

(-) A concretização de oportunidades de golo. Parece ligeiramente arrogante estar a criticar os golos falhados quando acabamos de vencer a partida por quatro bolinhas contra zero bolinhas. Mas já estive em demasiados jogos em que criámos dezenas de oportunidade de golo sem as conseguirmos concretizar e ficamos à rasca por causa disso. Aboubakar foi o principal falhador de serviço mas outros homens estiveram incapazes de acertar num Pedro Guerra depois de seis doses de cozido. Ou, como ele chama, um aperitivo interessante. Há que apontar melhor e tentar ser mais eficaz.

(-) A forma do video-árbitro (não o conteúdo). Nada contra o conceito. Prefiro saber que não foram cometidos erros grosseiros ou que, no mínimo, foram corrigidos. Mas a forma como foi aplicado hoje, ao vivo, deixa-me aborrecido especialmente porque juntamente com grande parte do estádio, não me apercebi sequer que o lance estaria a ser revisto na têvê. Não há hipótese de aparecer no écran do estádio algum aviso ou de se ligarem umas luzes nas balizas como se faz no hóquei em gelo? Há pontos a melhorar num conceito que está a ser aplicado pela primeira vez e este é um deles, para que o público não tenha de festejar com atraso como se estivesse a ver um jogo pela net e a ligação tivesse falhado no momento do remate.


One down, 33 to go. É assim que se fazem as contas no Dragão este ano. Que remédio.

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Balanço 2016/2017


Depois de uma época extremamente complicada de analisar, escalpelizar, dissecar…raios, até de viver, tentemos olhar para o copo e perceber se esteve meio cheio, meio vazio ou se teve o dobro do tamanho que devia. Como fiz aqui há dois anos, as notas vão do Baroni ao Baía em sentido obviamente ascendente e terão tamanho suficiente para caber num tweet. Nem mais, nem menos:


2b – Duplo Baroni (muito mas muito fraquinho)
b – Baroni (fraco)
Bb – Baía em Barcelona (jeitoso mas longe de ser memorável)
B – Baía (bom, acima da média)
2B – Duplo Baía (época de grande nível)


 

 

GUARDA-REDES:

Casillas – Fez o que pôde, sempre que pôde. Salvou-nos o couro na Luz novamente e foi um dos elementos mais inconformados, a vibrar e a sentir. Um senhor. 2B
José Sá – Jogou pouco mas apoiou muito. Não faço ideia do que pode vir a valer como titular mas não o consigo ver como tal. Um eterno nº2? Não sei, não sei mesmo. Bb

DEFESAS:

Maxi – Gordo? Nah. Lento? Nem pensem. Perdeu fulgor mas manteve a luta e o golo do Benfica na Luz mostrou a sua vontade de ganhar por nós. Terá tempo para isso? B
Layún – Queda abrupta depois de um bom primeiro ano, quase em exclusivo por culpa própria. Um desperdício para ele e para o clube, não sei qual perdeu mais. 2b
Alex Telles – Limitado na técnica e estratégia. Lutador, assistiu muitos golos e foi expulso em momentos-chave por parvoíces. Jeitoso, mas perde para Rafa. B
Boly – Sempre que entrou fê-lo bem, mas jogou muito pouco para um gajo que custou quase €8M e que esteve no banco a maior parte da época. Bb
Ivan Marcano – Capitão de equipa por mérito, manteve-se fiel ao que sabe, inventou pouco e foi sempre um tipo fiável. Espero que continue no clube. 2B
Felipe – Exactamente o que precisávamos, um gajo duro, no-bullshit. Começou mal e acabou pior, mas o meio foi estupendo. Por favor, fica mais um ano! 2B
Fernando Fonseca – Sigo-o desde os juniores e gosto dele. É audaz, cheio de genica, é possível que não fique no plantel mas já se estreou. Menos mal. Bb
Inácio – Um jogo na Taça da Liga onde até esteve envolvido num golo. Está emprestado e não sei se fica, mas opções para lateral esquerdo há várias… Bb

MÉDIOS:

Ruben Neves– Jogou muito menos do que devia para o talento que tem. Danilo secou-lhe o lugar e Nuno não quis inventar outro para ele. Tenho pena se sair. Bb
João Carlos Teixeira – Sempre que entrou em campo pareceu mexer no jogo. Pena que tenha entrado poucas vezes. Brincalhão com a bola, talvez demais. Bb
Danilo Pereira – Um tanque no meio-campo, responsável pelo menos por uma dezena de pontos não perdidos. Se ficar, fazia dele capitão em 2017/18. 2B
Héctor Herrera – Tenho pena dele porque não parece má pessoa. Mas não chega para ser titular no FC Porto e é caro para manter no banco. Adios? Por favor? b
André André – Oscilou entre o jeitoso e o muito fraco depois da lesão no ano passado. Nunca se impôs na posição mais manca do plantel. Bb
Óliver – Nuno tirou da equipa aquele que mais futebol tem nos pés e na cabeça. A equipa ressentiu-se disso e muito. Óliver é o melhor que temos. 2B
Otávio – Melhor a 10 que na ala, arrancou a titular mas perdeu gás com a lesão e o regresso de Brahimi. Boa 1ª época completa, a 2ª será melhor. B
Sérgio Oliveira – Mais uma metade de época perdida e mais um empréstimo onde não vingou. Começa a ser complicado mantê-lo nas opções válidas. Bb
Evandro– Sempre pareceu um homem com vontade mas não conseguiu tirar o lugar aos volantes. Always the bridesmaid, never the bride, hã?. Bb

AVANÇADOS:

André Silva – 1ª época, 44 jogos, 21 golos, titularidade no clube e na selecção. É preciso dizer mais? Não é poacher, é um avançado completo. E dos bons. 2B
Jesús Corona – Faz sempre pouco para o talento que tem. Podia ser um génio a produzir, acaba por ser apenas episodicamente bom. Devia fazer mais. Bb
Adrián López – Um bom exemplo do que temos a perder com as excessivas ligações a Mendes e amigos. Um jogador desmotivado e inadaptado. Out, please. b
Yacine Brahimi – Um homem recuperado para o plantel, num dos poucos méritos que Nuno teve. Brincou muito mas produziu imenso. Uma mais-valia em qualquer lado. 2B
Laurent Depoitre – Um ainda melhor exemplo das ligações a empresários e do mau planeamento e/ou desfasamento de ideias. Obrigado mas não chega. 2b
Rui Pedro – Queimou etapas por falta de opções válidas e salvou a equipa no jogo contra o Braga. Vitória de Pirro, talvez, mas mostrou-se e muito bem. Bb
Silvestre Varela – Não é defesa direito e se Nuno queria que fosse, estaria a pensar no gajo errado. Merecia ter saído antes de se queimar mais meio ano. b
Soares – Nunca será um génio mas foi o que a equipa precisava na altura certa. Pouco faro mas muita luta, não sei que espaço terá no próximo ano. Espero que fique. B
Diogo Jota – Rápido, prático, nem sempre eficaz. Demasiado caro para insistir em empréstimos, impossível sequer pensar em comprar…mas seria útil no plantel. B
Kelvin – A prova que as vitórias do passado não contam nada no presente. Enquanto cá esteve vencemos os jogos todos, mas nunca por culpa dele. b

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Baías e Baronis – Moreirense 3 vs 1 FC Porto

Hesito. As opções são: fazer uma crónica com (tentativa de) humor; escolher a via do “rant” e desbravar caminho até ao primeiro jogo amigável do próximo ano; ignorar o que se passou hoje em Moreira de Cónegos. Vou optar pela terceira com recheio da segunda e cobertura da primeira. É que só assim é que consigo manter a sanidade. Vamos a notas:

(+) O golo de Maxi. Fizeste de propósito, seu demente? TU FIZESTE AQUILO DE PROPÓSITO?! Ou estavas só a tentar dominar a bola à Bergkamp e saiu-te a sorte grande quando o cabrão do ex-russo viu a bola a passar por cima dele? Carago, pá, agora vou ter de me lembrar deste jogo por causa da imbecilidade de golo que tu marcaste! Não se faz, Maxi, que vergonha, pá!

(+) Herrera. Foi dos poucos que na primeira parte parecia interessado em fazer qualquer coisa que não fosse olhar para o relógio e esperar que a Custódia tivesse colocado os calções da moda na mala para a fuga imediata para férias. E até tentou, com meia dúzia de arranques e um ou outro remate. Menos mal.

(-) NES. Há ali um lance em que Danilo falha um golo depois de um lance de bola parada mesmo em cima da linha da pequena área. A bola vai por cima e imediatamente a realização muda para Nuno, no banco do FC Porto…e aposto que numa tarde em que tivessem distribuído morfina pelo banco, não haveria tanta calma nos olhos e na atitude do nosso treinador. Um ar derrotado, depois de apresentar um onze só porque tinha de o fazer, sem vontade de incentivar alguns dos jovens do clube, sejam eles jogadores menos utilizados do plantel sénior ou alguns até da equipa B, que jogava quase à mesma hora mas que aposto um tomate que muitos dos rapazes dariam esse mesmo tomate para poderem jogar um bocadinho no escalão superior. Mas não, Nuno mostrou apenas mais um onze típico de alguém que nem pareceu muito interessado em jogar, quanto mais ganhar. E isso não é “ser Porto”. É só ser. E não chega.

(-) Felipe. Ui. Alguém está já com a cabecinha nas férias, não está, meu amor? Alguém está a sonhar com um jarralhão de mojitos e uma ou oito mulheres polinésias a abanar o cagueiro com uma saia de palha que mostra aquele ínfimo nível de nalguedo que deixa o povo a salivar…não está? Só pode, porque a quantidade de parvoíces que t fizeste hoje levou-me a pensar que o Stepanov ainda por cá andava e tinha acabado de deixar crescer uma barba simpática. Vai de férias, Felipe. Volta, oh por favor volta, mas por agora vai dar as tuas voltas e depois falamos. Sim, porque tens de pagar por teres, no fundo, oferecido ao Moreirense a permanência na Liga sem ser esse o plano. I think.


Fim de época. Fim de ciclo?

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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 1 Paços de Ferreira

Um jogo com tão pouco para ganhar ou perder acaba por ser um corolário lógico para uma época que nos trouxe momentos agridoces e que nos deixa com uma sensação de dever não cumprido. Vitória sobre o Paços por 4-1, com dois penalties a favor, várias decisões arbitrais discutíveis, uma táctica reinventada e uma clara separação dos adeptos perante a sua equipa. É apenas mais uma semana no tumultuoso mundo do Dragão. Vamos a notas:

(+) Otávio. Muito bem nas rupturas, na procura constante de uma linha de passe para um colega, aproveitando para ir ganhando terreno enquanto ela não aparecia. Merecia o golo que acabou por não conseguir marcar mas foi um elemento sempre imensamente activo e a marcar a diferença para Óliver na forma como consegue progredir com bola. Espero que faça uma época tremenda para o ano e seja vendido por noventa milhões para o Barcelona. What, posso sonhar, não?!

(+) André². Melhor que Otávio na primeira parte, foi-se apagando um pouco na segunda mas esteve em todo o lado com muita inteligência e capacidade de posicionamento acima do que tem vindo a fazer. Recuperou muitas bolas no meio-campo e ajudou a dinamizar o ataque enquanto teve pernas.

(+) Boly. Pode ter sido caro para o que jogou este ano, mas sempre que esteve em campo fê-lo com força, determinação e raramente teve falhas comprometedoras. Espero que fique para o próximo ano porque vamos precisar de gente com essas características, especialmente se pensarmos que apenas há três centrais no plantel sénior…e um deles tem mercado e do bom.

(-) NES. Na conferência de imprensa, NES deu os parabéns ao Benfica pelo campeonato. Vou repetir: NES deu os parabéns ao Benfica pelo campeonato. Depois do clube andar um ano inteiro a lutar contra os benefícios arbitrais ao Benfica, depois de todas as agulhas estarem apontadas ao agora tetra-campeão nacional para expôr o polvo e as ligações e os compadrios e todo o tipo de ataques que se fizeram ao clube rival, Nuno Espírito Santo, treinador do FC Porto, deu os parabéns ao Benfica. Se há exemplo de um homem que está desalinhado com as linhas condutoras do clube, é ele. E quem o mantém por lá não fica muito longe da bipolaridade.

(-) A cena com o Colectivo. Na altura não percebi o que se tinha passado e pensei que tivesse sido um protesto contra a direcção ou um memorial ao minuto X. Admito que a maior parte das vezes estou no estádio a ver o jogo e os eventos paralelos passam-me ao lado…como paralelos que são. Não liguei muito e apenas quando cheguei a casa percebi o que se tinha passado e…nem sei o que dizer. Se houve de facto censura interna à manifestação do Colectivo, é absurdo e só pode ter sido causado por exaustivamente termos andado a falar de Salazar durante tanto tempo que uma magia osmótica fez com que nos picássemos no fuso da roca dos outros. E é mais um exemplo que um clube que se quer unido acaba por disparar uma metralhadora nos pés nas alturas mais importantes, algo que tem vindo a acontecer, de uma forma ou outra, vezes demais nos últimos anos. Há que repensar algumas das atitudes que tomamos e especialmente o poder dado a algumas pessoas dentro do clube porque se uma cabeça toma decisões deste género, é sobre essa cabeça que cai a responsabilidade dos actos. Se as coisas se passaram da forma que li, este acto foi grave e é algo que me desilude de uma forma profunda.


Uma semana para acabar esta trampa e depois penso no que vou fazer a seguir. Começa a ser complicado manter a fé.

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