Baías e Baronis – Chelsea vs FCP


(foto tirada de uefa.com)

Quando vi a equipa do FC Porto que ia entrar no relvado de Stamford Bridge enviei uma mensagem ao meu companheiro portista e colega de Porta a dizer: “Guarín em vez de Belluschi, Rodríguez e Mariano em vez de Varela e Falcao, vamos lá jogar como o Leixões no Dragão”. Apesar de tudo não acertei completamente. Perdemos mas não foi a humilhação que pensei, fizemos uma boa primeira parte, tivemos algum azar no golo e notou-se a diferença de nível técnico e especialmente físico entre as duas equipas. Acabado o jogo, fiquei mais triste que chateado e ansioso que chegasse o jogo contra o Atlético para ganharmos os (sim, oS, como em 3) primeiros pontos! Onwards to the B&Bs:

BAÍAS
(+) Fernando foi, para mim, o melhor jogador em campo. Esteve sempre no sítio certo como o último reduto antes da entrada da área, recuperou inúmeras bolas e saiu quase sempre bem para o ataque. Acaba por ser bem expulso apesar do primeiro cartão amarelo ter sido “culpa” de Guarín, o que o afasta do jogo contra o Atlético. E que falta vai fazer…
(+) Hélton parece ter-se decidido a limpar a má imagem com que costuma sair do espaço aéreo britânico. Uma exibição ao mais alto nível, do melhor que o vi fazer desde que veste de azul e branco (ou preto ou amarelo, pronto, a metáfora fica). Defesas simples, sem inventar num relvado complicadíssimo, salvou a equipa até onde pôde, até mesmo no lance do golo. Não foi por culpa dele que perdemos.
(+) Um Baía histórico para Guarín. E espero que não seja o único, apesar da história e estatística me desmentir, mas enfim, veremos. Fez uma primeira parte muito acima do esperado, a jogar simples e prático, sem criar jogo mas sem se atrapalhar todo com a bola, rodando-a sempre que pressionado e fazendo-o com facilidade. Ajudou bem na defesa e tapou bem os buracos que iam surgindo no super-povoado meio-campo portista. Se continuar assim pode ser opção e obriga-me a engolir as minhas palavras do início de época.
(+) Álvaro Pereira e Fucile fizeram um belo jogo, especialmente na primeira parte. Fucile saiu bem para o ataque e Álvaro, apesar de menos bem na defesa, esteve excelente no apoio à linha, com cruzamentos perigosos e boas recuperações.
(+) Falcao e Varela entraram muito bem em campo, numa altura complicada. Deram bem conta do recado (especialmente Varela, que desfez os rins a Ashley Cole na primeira vez que toca na bola, e teve um remate que só não deu golo porque o Cech estava em dia bom. Maldito.
BARONIS
(-) Jogar com três médios de cobertura/defensivos pode ser uma boa ideia para controlar o genial meio-campo do Chelsea, mas deixa pouco à imaginação. A imagem da equipa durante toda a primeira parte é uma imagem de medo do papão inglês e a assunção das nossas limitações. É triste, realista e infelizmente, português.
(-) Rodríguez e Mariano. A experiência não é tudo, e a falta de ritmo (e excesso de peso) do uruguaio notam-se bem, e não há experiência que lhe valha. Quanto a Mariano, o costume. Trapalhão, sem noção de colocação táctica no apoio ao desgraçado do Fucile que apanhou com Ashley Cole e Malouda em cima e que deve ter rogado pragas ao argentino.
(-) A expulsão de Fernando, apesar de compreensível, acaba por deixar a equipa manca para o próximo jogo. Nuno André Coelho e Prediger, alternativas credíveis para o lugar, não estão inscritos, e por isso afigura-se-me uma escolha dificílima entre Tomás Costa, Guarín e Raúl Meireles para ocupar a posição 6. Arghhhhhhh!
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Baías e Baronis – FCP vs Leixões

Um jogo que se perspectivava fácil, tendo em conta o jogo de pré-época que tivemos contra os jovens de Matosinhos. Acabou por ser ainda melhor, com uma primeira-parte de luxo e uma segunda parte de gestão, calma e tranquila, apesar do golo sofrido que mostra mais uma vez que não se pode dormir na forma, mesmo contra equipas fracas como o Leixões. Vários pontos positivos e alguns negativos, escalpelizados abaixo:

BAÍAS
(+) O FC Porto soube tornar o jogo fácil a partir dos primeiros 10 minutos. Futebol rápido com boas trocas de bola, a jogar simples e a colocar a bola nas alas onde claramente o Leixões é uma miséria. Jogadas com entendimento acima da média, frescura mental e entre-ajuda nas desmarcações e coberturas defensivas fizeram com que a primeira-parte passasse rápido e colocou sorrisos na focinheira do Dragão, eu incluído.
(+) Quem era aquele número 12 de azul e branco? Costumava ver um rapaz a jogar com o mesmo número, mas esse não passava a bola a ninguém, fazia arranques fenomenais, tentava fintar tudo o que visse à frente e rematava sempre que via a baliza. Ontem, o super-herói passou a bola, jogava de cabeça levantada, integrava-se nas jogadas combinadas da equipa…e não abriu o pio quando sofria faltas, o que é extraordinário tendo em conta o passado recente. É um misto entre o antighulk e o novhulk que precisamos, um jogador explosivo mas calado, criativo mas eficiente. No fundo, brasileiro mas não-muito-brasileiro.
(+) Álvaro Pereira continua a consolidar a posição com muita facilidade. As subidas no terreno fazem dele essencial (um novo Bosingwa) na construção ofensiva e se melhorar um pouco na defesa, é candidato a um dos jogadores do ano.
(+) Falcao não é Farías e ontem provou-o de novo. A capacidade de domínio de bola, quando comparada com os tijolos dos pés do argentino, é bem acima da média, e funciona muito bem como uma versão mais jovem do Nuno Gomes, mas em homem. A parte que não liga muito bem ao Nuninho…é que este marca golos. Este ritmo é impossível de manter, mas por agora está bastante bem no ataque.
BARONIS
(-) O Leixões é fraquinho. Muito fraquinho. Não vi grandes pontos positivos para os bébés (que nome estúpido) e prevejo que vai andar a disputar os últimos lugares com o Setúbal e a Naval.
(-) Benítez. Como é que fomos alguma vez pensar que este fulano poderia ser titular no FC Porto é uma dissertação que deveríamos todos fazer, ao nível de “N’tsunda e Zwane: duas amebas?” e “Paulinho César, ou Ensaio sobre a Cegueira”.
(-) Ao intervalo, enquanto alguns no Dragão exultavam a primeira parte e ansiavam por bater os 8-1 do Benfica ao Setúbal, eu disse para o meu amigo: “Isto hoje muda aos 4 e acaba aos 4”. Acertei nos nossos, enganei-me nos deles porque ainda sofremos um. Compreendo a descompressão que é natural na estrutura mental das equipas de Jesualdo, afinal não têm nada a provar ao contrário dos encarnados, e acima de tudo com jogos frente a equipas como o Chelsea num espaço tão curto de tempo seria inútil andar a estourar as pernas já cansadas contra o Leixões pela fugaz glória de mais um ou dois golos. No entanto, a constante displicência especialmente da parte de jogadores-chave como Bruno Alves, não se pode admitir.
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Baías e Baronis – Hungria vs Portugal


Este é um blog que se dedica a dois tópicos: o FC Porto e o cabelo do Rui Santos, quando fôr decente. No entanto, queria fazer um pequeníssimo Baías & Baronis sobre o jogo de hoje. Pequeníssimo que é como quem diz dois de cada.

Cá vai:

BAÍAS
(+) Era preciso mas mesmo preciso ganhar? Ganhámos. Jogámos mal? Ver primeira resposta.
(+) Os melhores jogadores são os ex-brasileiros. Contra a Dinamarca, Deco e Liedson. Hoje foi Pepe. Se tiverem todos esta qualidade, venham, até porque não acredito que naturalizemos o Patric.
BARONIS
(-) Pôr o Duda em campo é o mesmo que pôr um pneu. Furado e enlameado. E aposto que o pneu dominava melhor a bola.
(-) O Ronaldo está para a Selecção como o Jardel estava para o Porto. Nunca é substituído, mesmo que só faça cagada.
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Baías e Baronis – Naval vs FCP


foto tirada do jornal “A Bola”


O jogo é mais facilmente descrito com uma onomatopeia: zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.
Bons primeiros 15/20 minutos e depois de algumas displicências Heltonianas (e não só) e o proverbial auto-golo, acabou por ser uma vitória fácil, como deveriam ser todas as vitórias frente a equipas como a Naval 1º Maio, claramente abaixo de qualquer nível de exigência para o primeiro campeonato de Portugal.
Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Varela é o melhor jogador do FC Porto neste momento. Não há comparação ao ritmo que impõe e à forma como arrasta o jogo para cima dos defesas e na capacidade de criar perigo no ataque. Tem ainda muito a melhorar, entre cruzamentos longos demais e uma gritante incapacidade de rematar à baliza, é actualmente titularíssimo no FC Porto, pelo menos enquanto Rodríguez não perder alguns quilos.
(+) Falcao está como um belo dum relógio suíço: 3 jogos, 3 golos. Muito melhor que Farías na área, continua a movimentar-se com inteligência e se fosse um bocadinho mais rápido seria um caso sério. Ainda assim continua a marcar e a dar a marcar, como aconteceu com Varela no lance do segundo golo. Está cada vez mais titular, a não ser que Jesualdo opte por colocar Hulk no meio, o que creio ser um erro.
(+) Fernando é um dos indiscutíveis e continua a não desiludir. Só tenho pena que o resto do meio campo não o acompanhe na pressão um pouco mais à frente da zona de Fernando, que é a entrada da área e pouco mais.
(+) Os laterais estiveram bastante bem no apoio ao ataque, com destaque para Álvaro na primeira parte e Fucile durante todo o jogo. Fucile esteve bem melhor que noutros jogos, com mais cabeça e mais atenção na partida, deixou-me esperança para o futuro.
(+) A equipa mostrou capacidade de reacção rápida depois do azarado auto-golo de Rolando. Já vi muitos jogos em que sofremos um golo quando estamos a ganhar por dois e é um vê se te avias de despachar bolas para a frente feitos loucos, o que não se viu na Figueira.
BARONIS
(-) Uma seca de jogo. Meu Deus, que soneira que me deu durante o jogo, o que apesar de compreensível tendo em conta as poupanças tendo em vista os jogos internacionais, é mau demais. É nestes jogos que dou comigo a pensar: “Se estes gajos não dão luta, porque não golear?!!?”.
(-) Vou citar exactamente o que disse na semana passada sobre o jogo do Nacional. Não é preguiça, é apenas porque não vale a pena dizer mais: “O meio-campo ainda está muito verde em funções defensivas e dá muito espaço aos adversários. É inusitado estar a ver um jogo do FC Porto e reparar que os adversários têm a posse de bola no nosso sector e não são pressionados, ficando com tempo suficiente para fazer o que querem. É verdade que nos últimos 30 metros os nossos defesas acabam por fechar as brechas, mas é preciso ter um meio-campo mais movimentado e a pressionar mais o jogador com a bola, especialmente contra equipas que sabem o que fazer com ela.”. Tenho dito.
(-) A equipa da Naval é horrível. A quantidade de bolas mal cruzadas para a área e que foram direitinhas para o Helton foram incontáveis. É muito mau para a Liga ter equipas destas que não elevam patamares de competitividade e forçam a jogos lentos e chatos.
(-) Helton, meu caro Helton. Até eu, que sou um defensor do brasileiro, não acho que seja tão mau como muitos dizem (apesar de não ser excelente), mas desta vez tenho de começar a dar a mão à palmatória. Não pode ter falhas daquelas, os cruzamentos são para agarrar e não para pensar que se vão agarrar. Este ano está ali o Beto prontinho para mostrar serviço e Helton tem a margem de erro cada vez mais reduzida.
Mais uma semana, mais uma vitória. Estamos a encarreirar, e depois do sorteio malfadado da Champions’, temos que subir o nível para conseguirmos objectivos mínimos. Pausa no campeonato para a Selecção e depois Leixões. Vamos a isso!
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Baías e Baronis – FCP vs CD Nacional

foto tirada do jornal “A Bola”


Depois da miséria que tinha sido o primeiro jogo da Liga, fui ao Dragão esperando pouco mais que uma reacção tentada mas não conseguida. Estava enganado. O jogo foi bom, fluido, com boas jogadas e trocas de bola, um fio de jogo razoável e muita entrega por parte dos jogadores. A vitória assenta bem à equipa, talvez por números um pouco exagerados mas nada de extraordinário tendo em conta o futebol produzido. Vamos aos B&Bs:

BAÍAS
(+) Falcao esteve bastante bem. As comparações com Farías começam a esfumar-se como…bem, como coisas que se esfumam. Falcao mexe-se mais e acima de tudo mexe-se melhor que o argentino, mais dentro do jogo e mais envolvido no ataque, sem ficar apenas à espera que um acaso do destino lhe coloque a bola nos pés ou na carola. O grande remate à trave deu o mote para um bom jogo e o penalty foi bem marcado. Pode ter futuro.
(+) Belluschi esteve um bom pedaço acima do que tinha mostrado em Paços de Ferreira, e estou convencido que quando tiver mais força nas pernas vai ser preponderante na criação de jogadas ofensivas. Mostrou alguns pormenores de pura classe, com um toque de bola muito acima da média e uma excelente visão de jogo. Precisa de treino físico e especialmente de aprender a meter o pé, mas deixou boa imagem.
(+) Varela, grande Varela. O rapaz é já um dos preferidos do meu pai, grande apoiante de extremos que caem em cima dos defesas quando têm a bola. Varela é irreverente, rápido (aquelas duas arrancadas individuais no início da segunda parte são muito boas) e só precisa de aprender o que fazer com a bola quando passar pelos defesas. Esta última já consegue com maior ou menor dificuldade, só falta é a primeira.
(+) Fernando voltou a fazer um belo jogo, com passes simples, sentido prático alto, cortes providenciais e a capacidade de rodar o jogo para onde é preciso. Como diz o meu colega de lugar e amigo de infância: “Quem é que o vem buscar em Janeiro?”.
(+) Acima de 40.000 pessoas num Domingo às 20h15 é uma boa casa, o que diz muito da vontade dos adeptos em ver bom futebol e bons desempenhos da equipa. E ontem tiveram sorte.
(+) Álvaro Pereira muito melhor que contra o Paços, a subir bem no flanco (sendo verdade que tinha menor oposição) e a ajudar bem Varela e depois Rodríguez no apoio ofensivo. Precisa de saber posicionar-se melhor na defesa mas está a progredir.
BARONIS
(-) Mariano esteve ao seu nível. Ontem, ao lado de Falcao e Varela, o único deste tridente que já fazia parte do plantel mostrou porque é que não pode ser considerado como titular no FC Porto. Mais uma vez muito esforçado mas quando é preciso fazer alguma coisa que envolva dominar a bola de primeira ou fazer um passe decente…está o caldo entornado. Com Rodríguez em pleno e Hulk sem estar lesionado/castigado, Mariano é jogador quando muito para o banco.
(-) O meio-campo ainda está muito verde em funções defensivas e dá muito espaço aos adversários. É inusitado estar a ver um jogo do FC Porto e reparar que os adversários têm a posse de bola no nosso sector e não são pressionados, ficando com tempo suficiente para fazer o que querem. É verdade que nos últimos 30 metros os nossos defesas acabam por fechar as brechas, mas é preciso ter um meio-campo mais movimentado e a pressionar mais o jogador com a bola, especialmente contra equipas que sabem o que fazer com ela.
(-) Os jogadores do Nacional. É verdade que o árbitro primeiro apitou para canto e depois mudou de ideias e marcou penalty, mas não se admite a reacção absurda e infantil que tiveram. Não se podem queixar das expulsões tanto quanto o FC Porto não se pode queixar da expulsão de Hulk na semana passada.
(-) Raúl Meireles foi eleito o melhor em campo pela TSF. Discordo totalmente. Este ainda não é o Raúl Meireles que eu já vi a jogar, especialmente no ano passado. Está lento, com fraco posicionamento e um zero a criar jogo. O facto de Varela e Mariano terem tido tantas vezes a bola deve-se também à má exibição de Meireles. Tem de ganhar ritmo rapidamente, e as viagens pela Selecção podem ajudar a isso, apesar da quebra física notória. É daqueles que devia ter tido mais uma semaninha de férias…
Muito melhor que semana passada, o FC Porto mostrou melhor entrosamento, bom fio de jogo e alguns bons pormenores, especialmente por Varela, Belluschi e Falcao. É preciso que não seja um oásis num deserto de ideias e que se continue este crescendo de forma na próxima jornada frente à Naval, onde normalmente temos dificuldades. Com o Sporting a jogar muito mal (só pode melhorar) e o Benfica a sacar os tradicionais chouriços nos finais dos jogos, temos de manter o nível!
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