Baías e Baronis – Académica vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Mais um jogo para uma competição menor, mais uma exibição medíocre, mais uma imagem triste e fraca que se passa para o exterior, comprovando que as segundas linhas não têm capacidade para lutar com as opções principais. Para as notas que se faz tarde e as pessoas têm de trabalhar:

BAÍAS
(+) O centro da defesa safou-se razoavelmente bem, particularmente na segunda parte. Maicon e Nuno André Coelho (mais o luso que o brasileiro) estiveram em bom plano, entenderam-se bem nas dobras e não deram grandes hipóteses aos avançados da Académica, que se limitavam a estourar para a baliza quando tinham espaço, quase sempre mal.
(+) Fucile. Com um adversário muito complicado pela rapidez que mostra em todas as jogadas, esteve bem na marcação e acabou por mostrar, contra o meu habitual julgamento de ser um jogador pouco motivado para jogos inócuos, que é o único que jogou ontem a titular que terá hipótese de ser titular na equipa principal. Sem dúvida. Miguel Lopes não esteve mal, mas nota-se que precisa de estar mais calmo, o que só se ganha com mais jogos.
(+) Mariano não esteve mal, tendo em conta as limitações que todos lhe reconhecem. Lutou muito, conseguiu passar uma ou duas vezes por mais que um adversário na mesma jogada, e não fosse o facto de ter os pés virados para Meca e não conseguir fazer um passe de morte correcto se a vida dele depender disso…e até podia ser uma boa opção.
BARONIS
(-) Compreendo que não é por enfiar 11 gajos dentro de campo que se pode dizer que temos uma equipa. Ainda assim, é frustrante ver noventa minutos de um jogo fraco, com poucas oportunidades de jogo, a contar para uma competição que ninguém quer, a horas que ninguém gosta e com um relvado quase impraticável. Esta Taça da Liga é um horror.
(-) Farías. Sempre lento, nunca se conseguia antecipar aos adversários e perdia constantemente a bola para os centrais. Fraco, como sempre, e continuo a não perceber o porquê de se falar em renovação…
(-) Tomás Costa. Não é um jogador calmo e pelos vistos nunca vai ser. Sempre que toca na bola e a perde, tenho a ideia que vai dar uma troçada no rapaz que lhe retirou a redonda e vai ser expulso com todas as regalias que tal acto oferece. Se tiver de optar por um substituto a Fernando, pensava várias vezes antes de escolher Tomás Costa. Não está a evoluir, ao contrário de Guarín, que apesar de não ter a maior clarividência quando tem a bola nos pés, ao menos ainda faz alguma coisa com ela.
(-) Valeri. Continua a queimar oportunidades de mostrar serviço, rapaz, vais longe…não é que tenhas sapatos grandes para calçar, o teu número nem era assim tão importante para a equipa nos anos anteriores…
Fraco, feio ou horrível? Escolham, porque uma destas palavras qualifica o jogo de ontem. Se quiserem escolher as três, ninguém se opõe…
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Baías e Baronis – FCP vs Leiria


(foto retirada de fcporto.pt)

A noite estava fria e a chuva, ligeira mas constante, caía sobre as nossas cabeças como um prenúncio de soturnidade que não assentava bem no espírito Natalício que acabava de expirar. Eis senão quando, do meio de nada, numa altura em que as almas já repousavam em descanso depois de um fim-de-semana retemperador, ainda que frio, aparece um jogo que, nada fazendo prever, acabou por se transformar num quasi-épico para terminar em grande a primeira volta deste nosso campeonato da bola. Foi, como tem sido infelizmente habitual este ano, um jogo de parvoíces. Siga para notas:

BAÍAS
(+) Varela, mais uma vez. Num deserto de ideias e capacidade criativa para um ataque minimamente condizente com os nossos pergaminhos, temos em Varela o único fogacho ciente do papel que ocupa e da vontade que tem de mostrar serviço e de produzir qualquer coisa mais que uma corrida pela linha e um cruzamento para a bancada. Este ano tem sido um dos poucos elementos que consegue ostentar a camisola que tem ao corpo com algum orgulho pelo trabalho realizado. Merece.
(+) Álvaro Pereira. Depois de várias experiências falhadas e uma semi-acertada (tendo em conta o pouco tempo que cá passou, Cissokho foi melhor que todos os outros juntos), o uruguaio está de pedra, cal e cimento no lugar. Tal como Varela não é genial mas acaba por ser um elemento sempre muito interventivo nas manobras ofensivas da equipa, apoiando o flanco e regressando para a defesa a alta velocidade. É jeitoso e pode vir a ser um excelente investimento, basta aprender a centrar uma bola em condições.
(+) Falcao. Não nos iludamos, o colombiano não é Lisandro nem Jardel. É um meio termo, com o oportunismo do brasileiro e a luta do argentino, pecando apenas pela lentidão que não consegue sacudir, mas que pode ainda ser trabalhada para pior. Ou seja, para ser menos lento. Domina bem a bola no meio dos centrais e abre bem para os extremos/interiores que o acaompanham no ataque. Marcou dois golos, já vai em 10 no campeonato e é uma das figuras da equipa, pelo menos até vir outro ponta-de-lança ou até Orlando Sá mostrar o porquê da sua contratação ao Braga, já que não vejo Farías a tirar-lhe o lugar.
(+) Helton. Que o rapaz era capaz do melhor e do pior, todos os portistas o sabiam. Agora que conseguia ir das profundezas de um inferno dantesco até às portas celestiais no decorrer de um único jogo, já ninguém esperava. Defender um penalty é sempre bom. Aos 92 minutos, ainda melhor. Quando o resultado está 2-2, upa upa. E depois de sofrer um frango enorme (ver Baroni abaixo), conseguir recuperar mentalmente de forma a ter a presença de espírito para marcar a diferença, é obra. Safou-se de boa.
BARONIS
(-) Há uma intensa previsibilidade no jogo criativo da nossa equipa que assusta os adeptos. Todo o estádio já viu as subidas de Álvaro sem ninguém pela frente, atrasando para Rodríguez que tenta fintar um ou dois, deixando para Meireles quando invariavelmente não passa pelos oponentes, ao passo que Meireles vai rodar quase sempre para Fernando ou Bruno Alves, que passa para o lateral direito…e recomeça o ciclo no flanco contrário, com os mesmos trejeitos e infelizes decisões, só mudando os nomes nas camisolas. É tudo muito “pastoso”, lento, arrastado e previsível. As equipas que aparecem para jogar no Dragão já conhecem o estilo há que tempos e já sabem a melhor maneira para o contrariar. Resta-nos sempre um ou dois ressaltos na área e uma ou outra arrancada do Varela. E pouco mais temos.
(-) Outra coisa que tenho reparado acaba por ser a contínua estagnação (peço desculpa pela redundância semântica) da qualidade de jogo da equipa. Semana após semana vemos os mesmos jogadores tristes, sem grande motivação, com algum empenho mas pouca concentração, com medo do adversário, seja ele quem fôr, e uma gritante incapacidade de controlar um jogo que não pode fugir do seu alcance. Ontem veio ao Dragão uma equipa que está e estará no máximo a meio da tabela no final do campeonato. Marcou dois golos porque fez dois remates (pronto, um, o primeiro não conta) e ainda teve mais algumas semi-oportunidades. Cada um dos golos surge depois de nos colocarmos em vantagem e não a conseguirmos segurar. Chegou ao ponto em que qualquer equipa pode dar cá um salto e sacar uns pontinhos, seja ela o Benfica ou o Olhanense. Estamos a transmitir um espírito de equipa pequena.
(-) Fernando esteve mais uma vez mal. É frustrante olhar para o campo e ver que um dos melhores jogadores da equipa tem por vezes algumas atitudes infantis que o colocam no lote dos demais quando claramente tem qualidade para estar no topo. A forma como nos últimos jogos tem vindo a reclamar de TODAS as bolas em que o árbitro lhe aponta uma falta é sintomática da instabilidade competitiva que a equipa atravessa desde Agosto. Terá de crescer ainda um pouco mais.
(-) Helton. “É sempre a mesma merda, põe as putas das mãos em frente à bola e espera que ela pare!“, dizia um colega da Porta19 ontem após o primeiro golo dos visitantes. Com as devidas desculpas pelo vernáculo algo exagerado, mas a frase faz todo o sentido. Helton que este ano até estava bem mais estável que em tempos idos, acaba sempre por trazer ao de cima o excesso de confiança com que entra em campo, tal como aconteceu, apesar de menos exuberantemente, em Braga. Safou-se de boa, como disse acima, ao defender o penalty, mas a imagem do rapaz vestido de laranja, com as mãos perpendiculares ao relvado e a bola a passar-lhe por cima…fica na memória.
Começa a s
er entediante escrever quase sempre a mesma coisa, mas cá vai: foi pouco, mas chegou. No final de uma primeira volta bem abaixo do que os adeptos desejam, fica a sensação que não há muito mais a fazer para melhorar as exibições que temos visto. 4 pontos de diferença são perfeitamente recuperáveis e podemos chegar ao final da Liga em primeiro lugar! Mas se me perguntarem se estamos a fazer o suficiente para isso acontecer…
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Baías e Baronis – FCP vs Leixões


(foto retirada do MaisFutebol)

Optei por não ir ver o jogo ao vivo, ainda que a entrada fosse gratuita para detentores de Dragon Seat, que possuo e ostento com gosto. Um jogo a uma terça-feira à noite, a contar para a Taça da Liga, contra o Leixões…não, obrigado. Jogos para taças nacionais só a partir das meias-finais ou contra Benfica ou Sporting. Sem ser isso não contem comigo. Acabei por ver o jogo via SIC, sem som, como qualquer portista deve fazer. Vamos a notas, tão curtas quanto a qualidade do jogo que vi:

BAÍAS
(+) Varela, porque é simples, prático, rápido, agressivo e marca golos. Sou habitualmente exigente em relação aos jogadores do FC Porto, e Varela está a marcar pontos na minha consideração, apesar do pouco que ela possa valer. Está motivado, está em boa forma e tem de ser titular, aposto que deve estar secretamente agradecido por Hulk ter sido suspenso, porque assim torna-se mais complicado para Jesualdo lhe lixar a vida.
(+) Álvaro Pereira continua a mostrar ser uma acertada contratação. Depois de vários anos sem um defesa-esquerdo em condições, eis que apareceu o messias chamado Cissokho, que depois de vendido por 15 milhões de euros acaba por deixar a vaga em aberto mais uma vez. Álvaro está a fazer uma boa época, mostrando raça, agressividade e velocidade no flanco, faltando-lhe apenas começar a acertar mais com os cruzamentos, talvez a sua grande falha até ao momento. É titularíssimo e não prevejo alteração no seu estado.
(+) Orlando Sá, apesar de ainda não ter marcado, mostra serviço. É mais lento que Falcao e menos oportunista que Farías, mas é grande, forte e parece ter vontade de jogar (pudera, ao fim de 7 meses no estaleiro quem não teria…) e marcar. Trabalhou que se fartou e só não marcou por azar. Gostei do empenho.
BARONIS
(-) Falta de elasticidade táctica. Há qualquer coisa que se passa para Jesualdo não conseguir transmitir a mensagem de adaptabilidade do esquema de três médios para os seus jogadores, e temo que o tempo esteja a escassear para poder haver algo de diferente para melhor nesta organização da equipa dentro de campo. Hoje, apesar da óbvia falta de entrosamento entre os homens do centro, notou-se alguma falta de mobilidade, particularmente para as alas, e uma gritante lentidão na criação de jogadas ofensivas que não passassem por Varela.
(-) Mariano. Parafraseando Lewis Black, o argentino transformou-se numa punchline. Nem é preciso dizer mais nada. Se estiverem numa situação em que vos apeteça dizer qualquer coisa cómica, basta dizerem “Mariano González” e tiram logo um ou dois sorrisos. É muito muito mau.
(-) Maicon é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito leeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeento…em demasia para uma equipa como a nossa, que já não tem jogadores muito rápidos no centro do terreno. Ou ganha ritmo e velocidade ou não pode ser opção.
(-) Substituições. Continuo a não entender muito bem a mente do nosso treinador no que diz respeito a substituições. É algo que tem sido questionado desde que Jesualdo chegou ao FC Porto, e é um caso que merece ser estudado. Se Guarín até deu alguma chama ao meio do terreno e Sérgio Oliveira conseguiu ganhar alguns minutos (que acabou por acalmar os adeptos porque mostrou muito pouco), a entrada de Rodríguez roça o absurdo. E quase que ia para a rua porque entrou e começou a entreter-se com picardias ridículas com os adversários. Palavra que por vezes não entendo o que se passa com estes meninos…
(-) Esta Taça da Liga consegue despertar em mim ainda menos interesse que a Taça de Portugal, o que não é fácil. É uma competição para encher um calendário que já de si está cheio e que se devia processar por sorteio até à final. Quem lá fosse, porreiro, podia sacar um caneco. Os outros aposto que não ficavam muito preocupados…
Tal como no passado sábado, foi pouco mas chegou. Numa competição que não interessa a quase ninguém, marcamos os primeiros pontos numa exibição fraquinha e que serviu para dar alguns minutos e deixar os adeptos ainda mais receosos dos eventuais castigos a alguns jogadores do plantel envolvidos no túnel da Luz. Enfim, que regressem os jogos a sério!
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Baías e Baronis – Oliveirense vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Algumas semanas depois da primeira tentativa no lamaçal de Oliveira de Azeméis, realizou-se finalmente o jogo da 4ª eliminatória da Taça de Portugal frente ao Oliveirense. E quase que adormecia ao ver a partida. Fraquinho, ao nível do adversário que enfrentamos. Para primeiro jogo do ano ficaram algumas boas indicações e outras menos interessantes. Ora deixem-me lá desenferrujar os dedos depois da pausa natalícia:

BAÍAS
(+) Álvaro Pereira e Rodríguez fizeram do flanco esquerdo aquele que foi claramente o mais perigoso neste jogo. O lateral subiu muito bem, rápido e agressivo e tentou sempre combinar com o extremo, mostrando que está em forma e pronto para encarar esta nova fase da temporada com acuidade ofensiva e atenção na defesa. Já Rodríguez fez um jogo mais à imagem do ano transacto, com garra, empenho, nunca virando a cara à luta e mostrando alguns pormenores de toque e remate que dão esperança aos adeptos. Gostei.
(+) Belluschi foi o melhor jogador do FC Porto. Não sendo um jogador extraordinário, tem um toque de bola acima de 90% dos colegas e é o único jogador que não recrimino por falhar passes. Afinal, a função dele é essa, procurar espaços e colocar a bola nos avançados, o que por vezes corre mal mas quando corre bem…as artérias defensivas estão cortadas e há uma linha directa para a baliza. Se continuar com o empenho que mostrou hoje e a aguentar 90 minutos, pode ser finalmente o construtor de jogo que tanto procuramos.
(+) O facto de Orlando Sá e Yero terem ganho alguns minutos, apesar das condicionantes que Jesualdo tinha para este jogo, com Falcao e Farías lesionados e Hulk castigado, acabam por ser benéficas em virtude dos jogos que temos pela frente. Alternativas aos titulares têm de ser testadas e estes jogos que fazem parte de competições menores (onde, convenhamos, esta se enquadra) são excelentes para colocar a malta em campo e dar-lhe minutos. Dito isto, Yero quase não teve um único momento positivo e Orlando Sá teve um regresso à competição pouco feliz, falhando um penalty (que arrecadou) e mostrando compreensível lentidão e fracos atributos técnicos. Mas só jogando é que ganham o ritmo que precisam e que a equipa pode aproveitar em jogos futuros.
BARONIS
(-) Se virem um jogo da liga inglesa, espanhola, francesa, italiana, alemã, qualquer dos campeonatos de topo por esse mundo fora, e forem avaliar os atributos técnicos das equipas que lutam pelo título, aposto que a nossa fica em último ou perto disso. Façam um exercício e contem o rácio de passes acertados/falhados, particularmente nas segundas-partes dos jogos, e vejam a quantidade absurda de jogadas de ataque desperdiçadas, cruzamentos sem nexo cortados pelos adversários ou saídos directamente para lá da linha de fundo. Contem os lançamentos mal efectuados, as reposições atrapalhadas, os cortes para o ar e os domínios de bola mal feitos. Tudo são factores que minam o nosso jogo, tudo são pequenos nadas que dão num jogo feio, mal pensado e ainda pior executado. É confrangedor ver o FC Porto jogar.
(-) Sou da opinião que alguns jogadores devem ser poupados nestes jogos. Apesar de ser necessário manter o ritmo nesta fase que arranca logo depois das férias de Natal e o facto de Jesualdo, Helton aparte, ter apostado na mesma equipa que considera titular (aparte nos jogos grandes, onde Belluschi parece ter lugar apenas depois dos 75 minutos) parece confirmar esta teoria, continuo a achar que se devem poupar alguns elementos-chave, o que provavelmente irá acontecer já no meio da semana, frente ao Leixões. Teremos muitos jogos em pouco tempo e há que poupar os nossos rapazes para as batalhas que se avizinham. Uma dessas peças é Fucile. É daqueles jogadores que só se motivam nos jogos grandes e nestes confrontos contra equipas pequenas faz-me lembrar o melhor jogador de uma equipa de bairro, que vê o jovem gordinho em frente a ele e tenta fintá-lo para depois perder a bola e acertar-lhe na canela só para mostrar que pode fazer o que lhe apetece. Fucile é um jogador fulcral no FC Porto 2009/10 e deve ser dada hipótese de o mostrar. Mas não nestes jogos. Miguel Lopes passou o jogo no banco, a ver o detentor do lugar para o qual compete a brincar e a facilitar em quase todos os lances em que se envolveu. Vocês, ficariam motivados? Eu, garantidamente, não ficava.
Foi pouco mas chegou. Falhou-se mais um penalty e apesar de nunca termos visto a nossa baliza em grande perigo, acabamos por andar a brincar uma boa parte do tempo. Temos muitos jogos e isso pode estar na cabeça dos jogadores mas, como sempre, exijo mais. Contra o Leixões optaria por uma equipa quase na sua totalidade composta por elementos de segunda-linha. Se não me interesso muito pela Taça de Portugal, a da Liga então ainda menos. Podemos ser eliminados na fase de grupos que não sou capaz de arrotar para mostrar que me interesso, por isso vamos lá dar uma hipótese ao Miguel Lopes, ao Valeri, ao Nuno André Coelho, ao Prediger, ao Abdoulaye, ao Sérgio Oliveira, ao Engin, ao Dias, ao Claro, ao Yero, ao Alex, a todos que podem mostrar serviço e oferecer alternativas credíveis. Porque jogar sempre com os mesmos é uma chatice.
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Baías e Baronis – Benfica vs FCP


(foto retirada d’A Bola)

Esperei um pouco para escrever o artigo de hoje porque pensei que escrevê-lo logo a seguir ao término da partida podia fazer com que dissesse coisas demasiado a quente e perdesse alguma clarividência. Depois de 10 horas, estou igual, e o texto vai também sair igual. A primeira coisa que me apraz dizer é uma frase controversa (não polémica, entenda-se) sobre o jogo de ontem: o FC Porto tinha obrigação de ganhar. Leram bem, obrigação. A equipa do Benfica, à qual nos temos de equiparar sempre nos nossos confrontos, era uma equipa com ausências de vulto que se agravaram durante a partida, e nós tínhamos a obrigação de vencer. Ora o que aconteceu foi que perdemos e perdemos bem. Escalpelização abaixo:

BAÍAS
(+) Helton foi a única nota clara e coerentemente positiva da noite. Não inventou nem um milímetro, jogou simples, defendeu bem e em segurança e tentou sempre lançar contra-ataques pelos flancos, como se indicaria pela velocidade dos laterais. Os colegas nunca estiveram à sua altura.
(+) Varela foi dos poucos que tentou remar contra a maré vermelha, mas com o relvado da forma que estava e a pressão constante dos benfiquistas, aliada à falta de elementos azuis-e-brancos para o apoiar, impossibilitou algo melhor. É claramente um jogador para ser titular, no lugar do actualmente sobre-valorizadíssimo Hulk.
(+) Um Baía histórico: Ramires. É um jogador que é uma mais-valia impressionante, pelo que joga e faz jogar, pela alma que coloca em campo, por lutar contra o relvado, contra a lesão e contra o adversário com uma tenacidade que choca os seus oponentes e entusiasma os apoiantes. É destes jogadores que se fazem campeões e o brasileiro, com low-profile e sem vender muitas camisolas, é potencialmente um deles. Que o seja fora de Portugal!
BARONIS
(-) Começo pela frase com que abri a crónica e que aqui repito: o FC Porto tinha obrigação de vencer. Contra um Benfica sem Aimar, Coentrão e Di Maria, com Ramires tocado e Carlos Martins sem ritmo, tínhamos o plantel todo apto e pronto a jogar. O que se viu ontem no enlameado da Luz foi uma exibição desgarrada, sem construção de jogo, com graves problemas em lidar com pressão alta, sem conseguir rodar a bola por mais de 3 jogadores no próprio meio-campo e uma gritante ausência de atributos técnicos básicos. Ontem regredimos várias jornadas em termos de produtividade ofensiva e concentração defensiva, e apesar de quase nada poder ser apontado aos jogadores em termos de empenho, fica a imagem de uma equipa derrotada mentalmente, convencida que os outros são melhores só porque todo o mundo apregoa que tal é um dogma do futebol português em 2009, atemorizada pelo ambiente e pela festa circundante e incapaz de dar a volta aos seus próprios demónios. Ir jogar à Luz contra uma equipa enfraquecida, com ausências de peso em locais fulcrais…e vamos com medo e a defender? Fraco.
(-) Jesualdo continua a apostar em elementos chave para posições chave com resultados…como direi…de merda. Mais uma vez entra Guarín para o lugar de “criativo” onde, como foi evidente e esperado, não criou. Ou melhor, criou problemas acrescidos para os colegas do meio-campo, com falhas de posição atrozes, perdas de bola quase instantâneas, incapacidade de dominar as bolas mais fáceis e zero em termos de construção de jogo. Compare-se com Ramires. Está tudo dito. A somar a Guarín, temos Meireles e Fernando a ocupar um espaço de 15 metros à entrada da área. A mobilidade dos jogadores do Benfica foi chave para contrariar um esquema defensivo em demasia e com medo a mais para uma equipa que quer ser campeã. E depois vieram as tradicionais loucuras de desespero. Entra Farías! A bola não chega lá, estão dois pontas-de-lança a jogar no meio de duas estacas, sem hipótese de ganhar a bola pelo ar. Ah, então entra Belluschi! Agora? Com o campo neste estado? A 5 minutos do fim?…É absurdo.
(-) Hulk corre o risco de ser considerado como o jogador mais sobre-valorizado desde que o Secretário foi vendido por 300 mil contos para o Real Madrid. Nada há a acrescentar.
O que custa mais nestes jogos é perder sem sequer tentar ganhar. Foi o que aconteceu ontem. Perdemos o lanço que tínhamos vindo a ganhar e apesar do campeonato ainda estar perfeitamente ao alcance, há que recuperar a equipa mentalmente e dar-lhe outro ânimo, outra alma. Ou isso ou então ir buscar um ou dois jogadores a sério. Porque estes, neste momento, não dão confiança suficiente ao treinador para ganhar os jogos que não se podem perder…
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