Baías e Baronis – FCP vs Sporting


(foto retirada do MaisFutebol)

Já há muito tempo não saía do Dragão com um sorriso tão rasgado. Há meses que não ganhávamos de uma forma tão convincente, jogando um futebol vivo, agressivo e prático, com trocas de bola rápidas e bem orientadas, com gente que sabia ou parecia saber o que fazia em campo, de tal forma que demolimos uma equipa que não é tão má quanto aparenta. Os pobres sportinguistas que foram ver o jogo saíram vergados a uma derrota pela mesma diferença que nós, na época transacta, sofremos em Alvalade para a outra Taça. E não se podem queixar de nada a não ser deles próprios e do azar que tiveram em apanhar a melhor exibição da temporada do FC Porto. To the notes:

BAÍAS
(+) Falcao. É inegável que está em grande forma, mas o que mais impressiona é a maneira como continuamente marca golos em diversas situações, desta vez com um remate de fora da área (com a ajuda de Rui Patrício) e outro de ponta-de-lança, na finalização de mais uma excelente jogada de Ruben Micael. Mexe-se bem, controla bem a bola e é um perigo quando tem espaço. Parece ser lento nos movimentos mas é rápido a executar e a despachar-se dos defesas que tem constantemente à sua volta. Excelente.
(+) Vou comprar uma vergasta, está decidido. Quando Mariano faz um jogo destes depois da miséria que fez na Madeira, o mundo está um pouco torcido ou então a bracadeira de capitão tem poderes mágicos. Dá elevação sobrenatural a Bruno Alves e dá ânimo a Mariano. Ver o argentino como capitão do FC Porto já foi deveras peculiar, vê-lo a dar um nó enorme ao João Pereira entusiasmou, observar o remate que deu o 5º golo do ângulo que me foi possível, em linha recta para a baliza e ver a bola a entrar, foi genial. Mas o que mais impressiona neste fulano é o esforço que coloca em todas as jogadas. Acabou quase de gatas, sem mais para dar. Como já disse incontáveis vezes, Mariano é um lutador, um guerreiro. Se soubesse jogar à bola (pelo menos consistentemente) era um ídolo. Mariano, penitencio-me perante o gigantesco jogo que fizeste hoje. E se jogares assim no Domingo contra a Naval, escrevo uma crónica em forma de poesia sobre ti.
(+) O mesmo que disse sobre Mariano aplica-se a Maicon, apesar de uma forma não tão intensa. Maicon jogou simples, duro e bruto, sem inventar e a impedir que a sua lentidão se tornasse como um handicap para tentar deter Liedson. Não se notou que Bruno Alves estava de fora, o que creio ser suficiente para caracterizar a sua exibição. Evitável o “chega-para-lá” na segunda-parte, que poderia ter resultado na sua expulsão.
(+) Ruben Micael. Desde que Lucho saiu que não via isto ao vivo. É esperto, bom tecnicamente e eminentemente prático. Ainda um pouco indeciso quando chega muito perto da área, acaba por ser exactamente o que precisávamos para recuperar as famosas transições defesa/ataque. Entendeu-se bem com Fernando e Belluschi, com quem formou o improvável meio-campo que demoliu por completo os oponentes na mesma zona. Assenta como uma luva na posição que ocupa, resta saber se Jesualdo o irá mudar para o lugar de Belluschi quando Meireles estiver em condições.
(+) A agressividade que colocamos em campo durante o jogo foi muito acima da média e era algo que os adeptos pareciam já ter esquecido, tal era a forma passiva com que vinha a exibir-se. Já na Madeira tínhamos arrancado uma boa exibição (contra 10, certo) através da pressão no meio-campo, e hoje confirmou-se uma maior disponibilidade física e acima de tudo mental para o fazer. Gostei de ver e espero que a equipa aguente a enorme carga que vai ter de suportar durante o mês de Fevereiro.
BARONIS
(-) Sporting. Para uma equipa fazer um super-jogo, normalmente a outra equipa realiza um sub-jogo. Foi isso que aconteceu com o Sporting. Raramente se entenderam do meio-campo para a frente, limitando-se a enviar bolas longas para Saleiro ou Liedson que raramente causaram perigo à muito atenta defesa do FC Porto. Moutinho esteve trabalhador mas…inconsequente. Veloso esteve atento mas…inconsequente. Izmailov foi talvez o único que causou perigo enquanto aguentou das pernas, marcou um belo golo mas não chegava. Era Marat mais nove, porque Rui Patrício esteve a dormir o jogo todo, Grimi esteve a besta do costume, agressivo em demasia quando nada o exige e macio quando é preciso ser rijo. Foi uma das equipas do Sporting mais desgarradas que me lembro de ver ao vivo.
(-) Fucile. Facilita. Brinca. Perde a bola. Golo do adversário. Não é a primeira vez e infelizmente não será a última. Dá vontade de lhe dar dois bananos no focinho sempre que começa com as tradicionais infantilidades que enervam os adeptos e colocam a equipa e o resultado em risco.
(-) Voltamos a cair nos mesmos erros e no mesmo enervante e absurdo relaxamento depois de marcar um golo. Felizmente contámos com uma equipa fraquíssima do outro lado que para lá do golo que marcou nunca mais conseguiu conter o renascimento do FC Porto, mas é recorrente ver a equipa a recuar depois de se colocar em vantagem. Se a outra equipa desse mais luta teria havido muito mais dificuldades para recuperar a diferença no marcador.
Duas cadeiras do meu lado direito estavam três adeptos sportinguistas. Pai e dois filhos. Saíram 5 minutos antes do final da partida, desejando boa noite aos portistas perto dos quais se sentaram e com quem durante o jogo estiveram a trocar algumas impressões. Só nesse momento me apercebi que apoiavam o outro lado. Raramente se manifestavam, mantinham a c
abeça para baixo e suspiravam imenso durante o jogo. Ao contrário, os meus habituais colegas de bancada exultavam com a fugaz glória de uma exibição que nos encheu de alegria. Só peço uma coisa aos rapazes de azul-e-branco: por favor, mas por favor não vão perder a Alvalade daqui a umas semanas. Seria uma facada nas nossas aspirações e uma vingança saborosa para os leões. E pelo que vi hoje, custava-me ainda mais hipotecar as nossas chances na Liga às mãos de uma equipa tão fraca…
Link:

Baías e Baronis – Nacional vs FCP


(foto retirada do blog Carrega Porto)

Foi um jogo fácil demais, em grande parte causado pela expulsão (justa) do jogador do Nacional, que teve a pior estreia possível na Liga. Conseguimos jogar bastante bem, particularmente do meio-campo para a frente, com Álvaro e Varela a rasgar as alas, Micael a orientar o meio-campo com qualidade e Falcao a mostrar o porquê de ser o melhor avançado do FC Porto. Gostei, e teria gostado mais se tivesse acontecido contra 11. Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Álvaro estava como queria. Raramente teve de defender, apanhou um corredor enorme e desimpedido pela frente e não se fez rogado. Zarpou por ali fora como um cavalo de competição, fez duas assistências perfeitas para Falcao concretizar e foi o principal impulsionador do nosso ataque, sempre com velocidade alta e bom domínio de bola. Está a ser um dos melhores jogadores do plantel este ano.
(+) Varela também esteve bem, a tentar sempre que possível a linha, baralhando os defesas do Nacional que, valha a verdade, não são grande coisa. Foi incisivo, marcou por duas vezes, com um penalty idêntico aos que tinha marcado ao Belenenses e uma correria depois de passe de Micael que acabou no nosso quarto golo. Continua um pouco trapalhão mas compensa com esforço e produtividade…ouviste, Mariano? (ver abaixo)
(+) Ruben Micael (ainda não decidi se lhe chamo Ruben, Micael ou os dois juntos) está a tentar provar que a sua contratação foi acertada, e se continuar a jogar ao ritmo que o fez ontem, será uma tarefa fácil. Sempre que tinha a bola criava perigo, fosse com passes a rasgar as defesas ou com rotações simples para o flanco, trouxe uma clarividência que este ano ainda não tinha visto. Palavra que por vezes parecia que Lucho ainda estava a jogar, tal era a diferença do seu toque de bola para os outros que lá costumam andar. Gostei de ver o empenho, o esforço e a qualidade. Só foi pena ter levado tanta pancada dos seus ex-colegas que teve de sair tocado e sem conseguir marcar o golo que merecia.
(+) Falcao está em forma de novo, e marca duas vezes em trabalho puro de ponta-de-lança, sempre bem municiado por Álvaro Pereira. Continua a trabalhar imenso como pivot, a reter a bola à espera que os médios ofensivos (finalmente dois!) apareçam para rematar. Que continue assim na terça-feira!!!
BARONIS
(-) Mariano, mais uma vez, foi uma nulidade. Quase sempre que teve a bola nos pés acabou por estragar jogadas da equipa e perder a bola, ou então passar a bola com força a mais e o destino era o mesmo, bola perdida. Foi fraco demais para uma das primeiras opções alternativas, e questiono-me o porquê de termos emprestado Candeias e Ukra quando este rapaz, sinceramente, não dá uma para a caixa. Pelo lado positivo, quando Rodríguez saiu lesionado e Mariano entrou para o seu lugar, Varela trocou para o lado esquerdo onde conseguiu criar ainda mais perigo para o ataque. Sem querer estiveste bem, Mariano!
(-) A caça ao Ruben que se verificou ontem foi absurda. Manuel Machado veio no fim do jogo reclamar do penalty que Fucile teria cometido (admito que sim) e da excessiva e não-punida agressividade de Fernando. E o que dizer de Leandro Salino e Luíz Alberto, que sempre que se aproximavam de Ruben tentavam acertar-lhe como um puto furioso faz a caixotes do lixo? Não compreendo como Xistra deixou aquilo andar e andar sem chamar os jogadores do Nacional à razão.
(-) Fernando continua a rejuvenescer pelos piores motivos. Reclama demais e anda a varrer jogadores pelo campo quando não deve. Está a ter sorte por não levar mais cartões em alguns jogos e tem de ter mais calma.
Enquanto o jogo estava em igualdade numérica de jogadores, houve igualdade no marcador e também em termos de qualidade de futebol. Estávamos por cima mas nada faria prever o resultado final. Apesar da “sorte” do jogo nos ter favorecido, conseguimos estabilizar processos e mostrar que também podemos fazer coisas bonitas, tão longe este ano das nossas exibições. Vamos ver se continuamos a onda na 3ª feira, no Dragão, contra o Sporting. Eu vou lá estar!
Link:

Baías e Baronis – Estoril vs FCP


(foto retirada d’A Bola)

Quem é que diz que a Taça da Liga não entretém o povo?! Não dava dois tostões por este jogo e acabou por ser uma agradável surpresa, uma partida entretida e bem disputada, apesar do mau estado do relvado e da baixa qualidade técnica da maior parte dos executantes. Estreamos Ruben Micael que se saiu bem, mostramos ao mundo os dotes de Guarín para imitar bidons de gasolina (ou pinos de estrada, usem a metáfora que preferirem) e passámos à próxima fase da competição menos interessante do panorama futebolístico nacional. Iupi. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Falcao. Quando o colombiano entra em campo para render o seu compatriota que aparentemente se tinha transformado num poste de electricidade fundido em pleno campo, muda um pouco a história da partida. Orlando trabalhava muito mas quando era preciso dominar uma bola para esperar pela subida dos médios, era um desastre. Com Falcao, Orlando passou a lutar na área, ao passo que o seu colega andava a vaguear pelas alas (mais pela direita), a roubar bolas e a municiar o ataque. Muito bem.
(+) Tomás Costa. Esteve acima da média para o que o costumo ver fazer, apesar dos muitos passes falhados (parece ser um anti-Fernando, nunca está onde deve estar mas aparece sempre a cortar a bola, falha os passes mais fáceis e acerta os complicados!) e perdas de bola infantis, mas é daqueles jogadores que sabe o que sabe e sabe o que não sabe. Luta desalmadamente de início a fim e é do tipo de gajo útil para ter no plantel, quanto mais não seja pela versatilidade.
(+) Miguel Lopes. Mais um rapaz que se rasga todo enquanto está em jogo. Não houve um único lance em que não metesse o pé à bola, várias vezes em clara desvantagem mas sempre na procura de não perder a bola ou de a recuperar para a sua equipa. É guerreiro, lutador e sobe muito bem pelo seu flanco, apenas precisa de um pouco mais consciência táctica para ser verdadeira alternativa a Fucile.
(+) Ruben Micael. O madeirense entrou bem, teve algumas boas jogadas e acima de tudo ganhou entrosamento. Tendo em conta que estes jogos funcionam para pouco mais que treinos para rotação de jogadores, serviu para ganhar rotinas de equipa, o que quer que isso queira dizer no estado actual da nação.
BARONIS
(-) Em toda a minha vida como adepto portista já tive alguns belos presentes durante um jogo. Costa em Manchester, Mareque em Leiria ou Baroni…em qualquer um que tenha entrado. E ontem, meus amigos, tive mais uma entrada para o galarim dos piores jogos de sempre. O nome da abóbora de calções que entra para o Hall of Fame é nada mais nada menos que Fredy Guarín. Apesar de nada se poder dizer quanto à…não, esperem, vou recomeçar. Muito embora tenha sempre tentado…não, também não está bem. É melhor dizer as verdades primeiro. Guarín protagonizou os piores 45 minutos que há memória de ver um jogador do FC Porto a fazer desde há vários anos, ressalvando algumas muito más exibições que já vimos no passado (com Mariano no Top 5). Não conseguia dominar uma bola que fosse, e sempre que ia a correr para a tentar apanhar, o esférico já tinha saído. Foi atroz a maneira como perdia sempre a bola para o seu marcador directo quando tentava proteger a redondinha dos defesas e invariavelmente a perdia para o marcador directo. Apesar da atenuante de ter sido colocado a jogar como falso-interior-direito-barra-falso-extremo-direito por Jesualdo, nada pode justificar a total inépcia técnica que mostrou. Não chega arrancar feito louco pelo relvado fora com a bola mal dominada, marcar livres contra a barreira e dizer que se tentou. Este é um exemplo similar a Tomás Costa, que aparentemente sabe bem melhor o seu lugar. E o argentino, quando não sabe, manda a bola para fora. Guarín, como acha que sabe, tenta fintar (muito à imagem de Belluschi). E, como quase sempre lhe corre mal, perde créditos. E já tem poucos.
(-) Maicon. É lento demais, passa a bola com força a mais e é sempre um susto quando a bola vai para perto dele e tem um adversário a pressionar. Eu que sou do tempo de ver jogar o Alejandro Díaz, digo: não serve.
(-) Mariano. Voltou o terror das linhas. Esteve activo mas demasiadamente distraído. Se tivesse o talento proporcional à entrega seria um dos melhores do mundo. Assim, é dos melhores jogadores em casa dele. E pouco mais.
(-) Táctica. Sei que era um jogo propício a experiências, com um adversário fraco e um resultado que, convenhamos, caso fosse negativo não seria propriamente uma calamidade. Mas a anarquia táctica que se viveu nos primeiros 45 minutos foi surreal. Como vi o jogo na SportTV não tive hipótese de ver as nuances ao vivo, mas duvido que alguém que tenha ido à Amoreira conseguisse vislumbrar qualquer coisa que fosse perceptível de algum trabalho de casa ou treino. Quando começo a ver a equipa a defender com 4 defesas e a atacar com 3, pensei: “Ei lá, isto vai ser giro”, até que começo a olhar para o meio-campo, com Tomás Costa mais recuado, Belluschi ao seu lado a atacar mas mais à frente a defender, Guarín a servir de qualquer-coisa-estranha-que-passa-por-jogador-de-futebol-se-olharmos-muito-ao-longe tanto a defender como a atacar, Mariano aberto na ala e Ruben Micael a oscilar entre os quatro, todos atrás de Orlando Sá…só conseguia olhar e pensar em números. 3-6-1? 3-4-2-1-2? 4-2-2-2-1? What? Foi estranho demais.
Resumindo numa expressão onomatopaica: meh (com encolher de ombros). Foi engraçadito e bem melhor que ver os Ídolos, mas ainda assim fraquinho. Gostei de um o
u dois e confirmei que a maioria deles não serve para o FC Porto. Caminhamos a passos largos para uma limpeza de balneário no final da época…
Link:

Baías e Baronis – Belenenses vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Acabei agora mesmo de ver o jogo e ainda estou a sorrir. Para além da vitória, que é sempre boa, assistir a um jogo na TVI é sempre fantástico, com comentários mais distantes da realidade que uma pintura de Dali, constantes trocas de nomes (a maneira como aquela besta do Valdemar Duarte dizia Fussíle em vez do tradicional Futchílé estava-me a fazer uma febre), números e factos, aliados a análises tendenciosas e que me fazem lamentar ter de ver jogos da nossa Selecção naquele canal. Enfim, o jogo acabou por correr bem no fim mas foi fraco, à imagem das prendas que temos vindo a receber da nossa equipa. A auto-demolição táctica da equipa foi novamente aplicada por Jesualdo, e só não resultou em mais golos para o Belenenses porque, convenhamos, tivemos alguma sorte. De qualquer forma, foi um jogo desgarrado, com muito coração e muito pouca cabeça. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Falcao lutou todo o jogo com os centrais, com o(s) trinco(s), com tudo o que via. Foi buscar bolas à linha, prendeu centrais para remates dos médios que quase nunca apareceram e marcou um golo. É um bom jogador e começo a achar que precisa de ter um colega ao lado para efectuar combinações como a que resultou no primeiro golo.
(+) Varela continua a ser dos melhorzinhos da equipa. É rápido e agressivo, ajuda a defender e insiste sempre em arrancar por cima do defesa, característica que aprecio bastante. Para além do mais, é muito pouco comum que um extremo consiga cruzar com os dois pés sem grande diferença entre eles. Se ao menos o homem o fizesse bem, tínhamos jogador para ombrear com Nani ou Simão na Selecção, para jogar no flanco oposto a Ronaldo. Falta-lhe também aprender a ser menos trapalhão, começa a ser prejudicial ao jogo de equipa porque quando não tem espaço para correr acaba por perder a bola em fintas inconsequentes.
(+) Álvaro Pereira, pelo esforço, pelo apoio ao ataque e pelas tentativas de cruzamento. Mas fico com uma vontade enorme de lhe dar um Baroni pela mesma insistência em cruzar (quase) sempre mal, sem sequer olhar para onde raio iria enviar a bola. A quantidade absurda de centros que foram parar à cabeça de jogadores do Restelo é sintomática de muito esforço com pouco discernimento.
(+) Beto, pelas 174 defesas durante a marcação dos penaltis e por nos ter colocado nos quartos-de-final. Pouco mais posso dizer de positivo sobre Beto no jogo de hoje, com culpas óbvias no primeiro golo (onde raio é que ele ia?!) e alguns pontapés mal medidos a colocarem um belo de um ponto de interrogação aos detractores de Helton.
BARONIS
(-) Jesualdo. Um pouco à imagem do que aconteceu no passado sábado contra o Paços de Ferreira, o nosso treinador transmite mais nervosismo à equipa do que ajuda a retirar o que já existe. A forma como jogamos, passivos, lentos, à espera do adversário, sem pressão, sem apoio do meio-campo, está a matar a moral dos adeptos e acredito que a própria confiança dos jogadores. O Belenenses está no último lugar do campeonato e tinha 7 baixas para este jogo. Marcou duas vezes, forçou uma expulsão (limpinha) e lixou-nos a vida, ou pelo menos fez tudo para tentar. Nós? Actualmente somos uma equipa reactiva em vez de activa, de desespero em vez de controlo, de fraquezas em vez de forças. Jesualdo não está a conseguir mudar o rumo de um plantel que parece caminhar para uma depressão profunda, de onde não há Prozac suficiente para nos safar. A forma como novamente opta por retirar Fucile e fazer entrar Guarín, com a equipa a jogar em 3-3-4 (ou 3-2-5, ou 3-6-1, como quiserem), só consegue perigar a nossa baliza em função de contra-ataques rápidos do adversário, aos quais ficamos incapazes de reagir, tal é a lentidão e descoordenação das peças centrais da nossa defesa. É frustrante ver o FC Porto jogar.
(-) Bruno Alves e Rolando tiveram (mais) um jogo horrível. Bruno esteve mal na marcação e a forma como está a defender “à Sapunaru”, dando muito espaço ao avançado que lhe aparece pela frente, leva a golos como o segundo do Belenenses. Rolando por sua vez continua sem saber muito bem o que fazer quando é obrigado a sair nas dobras, tendo culpas também no primeiro golo, tão lento que foi a cobrir a subida de Fucile. Falhas após falhas, de ambos.
(-) Meireles continua a jogar num nível que não se lhe reconhece. A forma como no ano passado conseguia romper as defesas com passes bem medidos parece ter desaparecido, porque quando vejo o tatoo-fucking-master a levantar os corninhos para fazer um passe longo…é melhor a equipa recuar, porque o guarda-redes deles ou vai pontapear ou organizar o ataque com calma, mas a bola, essa fica do lado contrário.
(-) Acredito que estavam cansados, depois de um 120 minutos a correr e particularmente depois de recuperarem duas vezes de situações de desvantagem. Mas que diabos, uma equipa que está em várias competições a eliminar e que já tem um historial de falhas técnicas em situações de bolas paradas…não pode falhar a quantidade de penaltis absurda que falhou ontem. Para não falar da quantidade de lançamentos do Álvaro que foram para a terra de ninguém, os cantos que não resultaram minimamente em perigo, ou os cruzamentos para as cabeças do Devic ou do Gabriel Gomez. Tecnicamente, como disse, estamos ao nível do Salgueiros.
Mais um jogo sofrível com um resultado positivo. Já tivemos muitos destes durante a presente época, mas nenhum com as características épicas do de ontem em Belém. Não gosto muito de jogos que se decidem em penaltis, mas a provação
que os jogadores ontem passaram pode servir como estímulo para o resto da temporada. Ou então é só um desabafo de um adepto que já viu jogos a mais este ano com estas características: FC Porto entra mal, sofre golo, recupera e acaba por empatar. Portista sofre, meus amigos…
Link:

Baías e Baronis – FCP vs Paços Ferreira


(foto retirada de A Bola)

Foi com o coração partido que cheguei a casa ontem à noite, com a sensação de dever não-cumprido e um sabor a fel na boca que não sairá tão cedo. Ontem uma equipa pequena veio fazer um jogo horrível, defensivo e anti-futebol, e acabou por aproveitar a desinspiração global e a falta de movimentação ofensiva e criativa daquela que seria a equipa mais forte para marcar um golo e arriscar gelar ainda mais a bancada que, nervosa, aguardava algum lampejo de sorte que pudesse alterar os destinos da partida. Diz-se que quando tal acontece, há Futebol. Pois ontem houve Futebol no Dragão. E com Jesualdo, Futebol pode acontecer mais vezes.

BAÍAS
(+) Álvaro Pereira. Continuo a gostar de ver os arranques do uruguaio nas subidas que faz pelo terreno, com bom entendimento com qualquer dos extremos que esteja pela sua frente. É rápido, agressivo, e não merecia a tragédia de ter de recuar para defender dois avançados no golo do Paços. Esteve bem no jogo todo e é dos poucos que mostra inconformismo perante as adversidades.
(+) Fucile. Continua em grande, tanto a defender como a atacar. Está a ser provavelmente o melhor jogador do FC Porto 2009/10, e é um gosto ver o rapaz a subir pelo flanco e a apoiar o ataque. Não merecia ter saído na altura que saiu, em mais uma atitude desagregadora de Jesualdo, a somar a muitas outras que já vimos no passado. A equipa ressentiu-se, apesar do excelente esforço de Mariano para recuar e vir buscar jogo, mas já estava tudo tão nervoso e ansioso que nada se podia fazer.
(+) Tomás Costa. Tinha bastante receio da performance de Tomás Costa neste jogo, com os seus acessos de excessiva agressividade que por vezes vêm ao de cima a poderem ser prejudiciais à equipa, aliados a alguma inexperiência fundamentalmente táctica que Tomy poderia sentir face à maior habituação da equipa a ter um jogador como Fernando a funcionar na zona pendular do meio-campo. Tomás Costa saiu-se bastante bem, com uma ou duas falhas, mas não abusou das entradas assassinas e tapou bem os espaços. Saiu, tal como Fucile, sem merecer.
(+) Um auto-Baía para mim e para o resto dos adeptos. A massa associativa que vai ao Dragão semana-sim, semana-não, já merece ver reflectido o trabalho diário no Olival em termos de fio de jogo, estrutura táctica e entrosamento entre os jogadores. Até agora, nada ou quase nada disto temos visto, e a malta anda-se a aguentar muito bem sem exigir mais e melhor. É verdade que todos reconhecem que há dificuldades com elementos novos e especialmente pela ausência de elementos antigos, mas começa a ser fraco demais para aguentar.
BARONIS
(-) Jesualdo. A forma como retira Tomás Costa para fazer entrar Farías e mudou a estratégia da equipa de um 4-3-3 para um 4-2-4 acaba por não resultar, como aconteceu noutras ocasiões. Não compreendo como é que tendo jogadores não muito altos na área e extremos que só centram em balão, Jesualdo pensa que vai conseguir atingir alguma coisa com esta mudança. Após esta aposta falhada, a loucura. O 3-3-4 Adriaânsico que se viu nos últimos 15 minutos é qualquer coisa de extraordinário. Sai Fucile, entra Guarín, os três defesas, já de si nervosos, ficam ainda mais desagregados e mais dispersos em campo, e toda a gente começou a perceber que bastava o Paços querer marcar e fá-lo-ia sem grandes problemas, o que aconteceu com a naturalidade que se esperava. Era óbvio para um miúdo de 7 anos, era óbvio para toda a gente que a equipa estava tão desorientada que falhava passes consecutivos, tinha medo de perder a bola e então arriscava pouco, fazendo-o sem o mínimo de tino. Esta é mais uma a somar à série de desorientações tácticas em que Jesualdo mete a equipa, e não é justo. Os rapazes já jogam sobre brasas, com níveis de confiança muito em baixo, não precisam de ser pontapeados na nuca desta forma.
(-) Bruno Alves. O que se passou com Bruno Alves ontem é sintomático do que se ia passando com a equipa. Não se compreende que o capitão de equipa se perca em picardias fúteis com tudo o que mexe, acabando por desestabilizar o resto da equipa quando deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Espero que o que mostrou ontem tenha sido apenas uma má noite, porque é algo que não pode continuar.
(-) Belluschi. Definitivamente não serve. Sempre que pode fazer qualquer coisa, acaba por estragar. Não aguenta ventos acima de 20 km/h, quando passa fá-lo com força demais e quando remata…exacto, com força a menos. Foi um elemento inútil para o FC Porto e muito útil para o Paços de Ferreira ganhar pontapés de baliza.
(-) É raro falar de arbitragens, mas a de ontem merece comentário. Não pela ausência de amarelo a Bruno Alves pelas picardias, a Danielson pela entrada brutal sobre Belluschi, aos foras-de-jogo mal tirados pelos fiscais-de-linha ou pela anedótica expulsão de Ozéia. Aliás, este Baroni podia ser tanto para Rui Costa como para toda a equipa do Paços de Ferreira, porque tanto um como os outros prestaram serviço ao anti-jogo durante toda a partida. Os jogadores do Paços porque se atiravam para o chão desde os 10 minutos, o árbitro porque os deixava, entrando no joguinho parvo, chamando a maca e o INEM e a Amnistia Internacional sempre que um fulano de amarelo se agarrava ao tornozelo…para se levantar logo de seguida como se nada se passasse. Foi absurdo e levou os adeptos à fúria, tal era a evidência do que se passava.
Esperei até hoje para falar do jogo porque tinha sido muito mau e queria acalmar-me um pouco pa
ra escrever com mais coerência e menos explosividade. Ainda assim, permanece um ponto: temos de reforçar o meio-campo. Li há pouco num rodapé do Telejornal que contratamos o Ruben Micael. Parece-me bem. Alguém tem de fazer mexer aquele meio-campo, mas não chega. É preciso acalmar os jogadores, fazer-lhes ver que tudo depende deles mas só funciona se estiverem confiantes e calmos. Jesualdo está a perder o controlo do barco há várias semanas, e não parece haver forma de o recuperar. Espero para ver.
Link: