Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Marítimo

foto retirada do zerozero

Mais de trinta e quatro mil almas enregelaram no Dragão com um jogo ultra-defensivo do Marítimo perante um FC Porto que terá sido (não vi númbaros mas foi o que me pareceu) um dos menos rematadores da época, constrastando com uma segurança curiosa enquanto mantinha a posse de bola. Houve alturas em que pareceu que a equipa estava a aprender uma forma nova de jogar, a perceber que não precisa de atirar com a bola como um conjunto de gente doida com vontade férrea de marcar já já já já ou então já. Gostei da calma, gostei da confiança e acho que os próprios jogadores estavam confortáveis com isso, o que me deixa muito esperançoso para o futuro. Notas abaixo:

(+) Marega. Porra, homem, agora também marcas com o pé esquerdo? Ainda por cima entendes-te bem com o Brahimi muito embora joguem em zonas distintas do campo? O que se segue? Vais começar a marcar pontapés de baliza de calcanhar?! Moussa está em grande e os dois golos, apesar de bastante parecidos, só são possíveis porque é um Marega a ganhar na aceleração e na ocupação de espaço e a rematar razoavelmente bem mas com a força suficiente para não se preocupar com a técnica. Muito bem, rapaz, mais uma vez.

(+) Herrera. Mais um excelente jogo de Herrera, a imagem perfeita da coordenação e da metronomização do jogo do FC Porto pelo seu próprio timing. Ele é que decide se a equipa avança depressa ou devagar, ele é que está a pautar o equilíbrio de posse de bola ou a sua cedência rápida. Muito bem em todo o jogo na recuperação defensiva bem subida e um cada vez melhor entrosamento com Danilo na compensação às suas subidas.

(+) Brahimi no meio. Não estava a ter um grande jogo, em parte por culpa própria (estava a complicar quando podia simplificar) e pelo árbitro aparentemente pensar que era Dia Mundial de “Vamos puxar o Argelino” e deixou que o Marítimo arrancasse tudo o que quisesse do rapaz. E como na linha não estava nada a correr bem, toca de vir para o meio brincar um bocadinho. E foi o que fez melhor porque teve mais espaço e transformou o que parecia tão tramado na linha em algo simples e fácil no meio. Duas assistências num jogo não muito conseguido. Os dias maus do Brahimi são os melhores de tantos por aí fora e por vezes damos pouca importância ao moço…

(+) It’s the possession, stupid! Temos andado a discutir isto no A Culpa é do Cavani e é possível que tenhamos assistido hoje à mudança final de paradigma, apesar de mais uma vez haver condicionantes (jogar contra dez) que não me garanta a 100% que o plano é esse. Mas estamos a chegar à fase em que comparamos os sentidos aplicados ao proverbial pato e se cheira, parece e soa como ele…é bem possível que o seja. E é uma diferença interessante ver esta equipa, tão inclinada para o ataque com quatro homens bem lá na frente, a trocar a bola no meio-campo com “apenas” dois homens, apesar de bem apoiados pelos laterais e resguardados pelos centrais. Mais um ou dois jogos e tiro conclusões disto, por agora é novo e fresquinho e bem brilhante, por isso gosto mas quero ver isto contra uma equipa em condições.

(-) Arbitragem. Noite muito fria no Dragão mas calor suficiente dentro do campo. Porque para lá das assistências do extremo-dez aos remates de pé esquerdo do ponta de lança que nem com o direito sabia rematar, houve mais do que calor suficiente para atirar com o árbitro para uma panela bem quentinha e mergulhá-lo num vulcão para que ele fique lá, rodeado do enxofre e do cheiro a morte que merece ter à sua volta. Dezenas de puxões a Brahimi passaram sem falta, mais uma jogada tremenda de Corona a fintar vários homens enquanto puxado que acaba com Manuel Mota a avisar…Corona. Várias faltas nossas sobre o guarda-redes sem qualquer motivo para serem apontadas. Um vermelho a passar por amarelo. Uma equipa do Marítimo belicosa, a jogar fora das regras, a empurrar e a bater em quem queria e podia porque…lá está, porque podia. Este foi um bom exemplo do que se pode fazer durante um jogo para condicionar o trabalho de uma equipa e Manuel Mota fez o que pôde. Amén, estupor.

(-) Marítimo. Bem tentaram, seus montes de esterco. Tentaram puxar cartões aos nossos rapazes, provocando deliberadamente o encosto, puxando, empurrando, pisando e outros verbos no gerúndio. Tiveram uma atitude que será sempre imagem de marca de equipas enojantes, que percebem que o benefício arbitral lhes dá a facilidade de poderem fazer os que os nossos jogadores não podem e como tal abusam do privilégio até ao limite. Saiu-lhes mal com o duplo amarelo que com um árbitro em condições seria vermelho directo. Saiu-lhes pior porque os nossos rapazes se seguraram e não partiram para a estupidez que faria com que um ou outro maritimista tivesse de ir ao dentista ainda na Invicta, sob pena de ficar sem o resto das pérolas na placa. Mereciam que o Marega lhes obrasse no peito, a sério.


Natal em primeiro lugar. Não é mau de todo, mas estou como o Sérgio: prefiro dizer o mesmo em Maio…

3 comentários

  1. concordo, mas fomos superiores, pena aquilo de aves e a roubalçheira descarada e em direto no dragao com os lampioes se bem que mesmo assim falhamos varios golos.

  2. Ena,

    Hoje não concordo contigo: é bom sinal.

    Baia: Danilo e Marega.

    Baroni: Old school Brahimi…

    Acho que a arbitragem até esteve bem e acho que o marítimo jogou (joga) bastante bem até.

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