Naquele que foi o podcast com maior dose de vernáculo desde que começámos com esta treta, houve uma espécie de catarse globalizada e os Cavanis falaram de árbitros e de arbitragens, porque até nós ficamos fartos com esta trampa desta roubalheira. A somar a isso, mais uma bela tirada do Vassalo, uma estupenda análise do Bertocchini e uma tremendíssima escalpelização do Silva. Isso, ou houve metáforas com Scrabble, paradigmas duvidosos de gestão de activos milionários e voltinhas em rotundas. Seja como for, vem aí o Benfica e a malta já está toda exaltada. Ouçam e vão perceber porquê.
Os médios defensivos ficam novamente para o próximo episódio ou talvez até para o seguinte. Valores mais altos se pontapeam, minha gente!
Jornada 18 – What the fucking fucking fuck?!
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Eu gostava de deixar a minha opiniao, se me for permitido. Sei que pode ser uma opiniao longa mas que ha-de interessar a alguem. Sei que pode pecar por excessivamente pessoal, mas e o que as opinioes devem ser, pessoais e nao demagogas, fundamentadas e nao passionais. E antes que alguem venha dizer que o meu comentario e parvo, ou a minha opiniao estupida, porque ja vi certos adeptos do meu clube, clube que todos nos amamos e queremos ver de volta a ribalta, adjectivarem-se uns aos outros por da ca aquela palha…
O problema do futebol portugues e o problema da sociedade portuguesa, e essa ligacao de si ja de origem embrionaria com as raizes da nacao, e o primeirissimo fundamento de podridao que acelera a danificar toda a restante estrutura. Portugal depende exageradamente de um centralismo quase bizarro mas muito bem erguido por umas 7 ou 8 familias com muito dinheiro, que desde o inicio do seculo XX estao estabelecidas no nosso pais numa sombra protegida mas de muitas riquezas adornadas. Estas familias desde a decada de 30 e ja bem antes para ser mais preciso, comandam o pais que vive ordenhado por e para Lisboa, como se todo o restante pais de um buraco negro sofresse… um que suga de tal forma ideias, iniciativas, diferencas, mas acima de tudo dinheiro e atencao.
Por mais imbecil que pareca a ideia de que o problema do futebol portugues reside na forma como o pais foi erguido desde a entrada de Salazar no poder e ate um pouco antes disso, a verdade dos factos e indesmentivel. O pais arrasta-se ha anos num processo suicida de subserviencia as iniciativas assambarcadoras dos que se estabeleceram na capital, a volta dela tudo orbita e nela revolvem os senhores que controlam o dinheiro do pais, mas acima de tudo que controlam as decisoes que o governo central toma para bem deles e para mal do pais.
Em Portugal, tudo o que nao e Lisboa e selvagem e desinteressante. Foi assim ha uns anos quando se discutiu a margem sul como destino do novo aeroporto, e tem sido assim que a par de tantos exemplos se tem votado toda uma regiao periferica (que no fundo e toda uma nacao e a ela subtraida uma capital) a um abandono que assassinou o Alentejo, reduziu o Algarve a uma monoindustria (como o foi Cuba nos anos 30 com a cana-de-acucar, assim esta o ALgarve com o Turismo), deixou as Beiras e Tras-os-Montes votados a emigracao para Francas e outros destinos que tais, e ficou o Minho dedicado ao Alvarinho e um unico bastiao resistente contra toda esta homicida e sensaborona forma de governar, o Porto.
Falo do Porto nao com orgulho nas palavras, mas mais com resignacao aos factos. Uma resignacao que me faz, de forma afastada e quase desistente, ver que o Porto, sem os recursos votados de forma negligente e leviana a capital Lisboeta, tem conseguido trunfos sobre trunfos aos olhos de quem pode ver sem ser ostracisado. Os turistas, analistas externos e outros agentes estrangeiros nos mais diferenciados ramos socio-economicos afirmam em diferentes premios e artigos que o Porto e uma fenix renascida puxada a forca de uma intrepida capacidade de fazer bem contra todas as mais negativas previsoes.
O Estado que sempre governou o nosso pais teve durante grande parte do seculo XX as riquezas das provincias ultra-marinas como um garante para senhores desesperados que em Portugal viam as suas posses desbaratadas por sucessivas guerras parvas e um pais em desnorte desde o final do seculo XVIII. A norte do pais obrigaram as pessoas a votarem-se ao contrabando para sobreviver, a pesca no litoral deixava alimentar a mingua familias de 10 com umas poucas sardinhas, ao Sul o turismo ainda nao era musica na bitola (isso foi ja um pouco depois da entrada na UE la perto de 86)… e onde ficou o Porto, novamente como o parente pseudo-inteligente e pseudo-capaz desbaratado e humilhado pelos senhores de Lisboa. O Porto sempre foi a afilhada camponia sem modos a comer a mesa que a madrasta Lisboa decidiu adoptar como gesto de boa vontade e falaciosa filantropia, quando na realidade tal madrasta tudo o que queria era parecer bem aos olhos dos que levantavam a voz.
Na decada de 80 surgiu o futebol, surgiu quem por meios mais ou menos licitos/ilicitos tenha transformado senhoras de tras-das-pedras em grandes visionarios da construcao civil, e clubes de futebol com expressao nacional em um nome temido e falado pelos quatro campos do mundo. Isto, meus senhores, e uma fuga de recursos que Lisboa nunca pode aceitar. Uma fuga liquida de bens imoveis que Lisboa e os senhores nela instalados teriam que contra-balancar a todo o custo. Com muitissimo merito e tembem com o seu enorme quinhao de criminalidade, surgiu o Porto clube como destronador dons bons costumer. E numa sociedade em que adora a contancia e a nal-alteracao das rotinas, numa sociedade onde a tradicao e estabelecida por decreto do ditador e versa as tres ententes que Clero e Estado determinaram, o pais nunca poderia aceitar que Portugal nao fosse mais Patria, Familia e Benfica. O pais nao podia aceitar que Eusebio-Fatima e Amalia deixassem de ser os bastioes do senso comum nacionalista. Madjer, PdC e Antas era uma aberracao ofensiva aos costumer estadistas que votaram TODO um pais a desercao nao se de gente, mas acima de tudo de ideias. Esse pais que e Portugal ve, a custa de tres lobbies vigentes (corrupcao, nepotismo, centralismo), os seus jovens talentos desaparecerem para outros paises. Jovens talentos formados em Portugal, com dinheiros de todos nos, dinheiros esses que acabam derretidos em projectos centralisados, e na vizinhanca dessa patial, seja essa vizinhanca contigua ou longinqua, da-se milho a pardalitos com umas casas da cultura caiadinhas de branco e uns pequenissimos centros clinicos abertos por pena, Ano apos ano os jovens talentosos do pais vao-se, depois de formados por dinheiros portugueses, nao regressa, ou regressam ja depois do seu pico intelectual/fisico, ja depois de terem dado os seus melhores anos a paises onde vao receber mais mas nunca como os nativos.
E em Portugal, continuam a somar-se casos de corrupcao activa e a necessidade endemica da cunha, os verdadeiros grandes valores da nacao lusitana.
E depois no meio deste assomo ergueu-se forte o Futebol Clube do Porto como simbolo de uma revolucao quase impossivel de conter. O Porto foi a raiva de muitos, a necessidade de expressao de muitos, e nessa raiva contra o silencio ergueram-se muitas vitorias, mas tambem se ergueram muitas arrogancias. O clube pos-se a jeito e prevaricou. O apito dourado e o exemplo perfeito dessa prevaricacao; um exemplo irrefutavel, uma vergonha e uma prova de que nada vale iniciarmos uma revolucao pela verdade se a meio do caminho nos tornamos falsos. Mas a verdade e que o pais esta podre desde a raiz, os de Lisboa prevaricam tanto ou mais mas controlam os meios de comunicacao, e como ja dizia George Orwell e outros que tais, quem controla o passado controla o futuro, quem controla o presente controla o passado… e vive-se na audacia informatica e comunicativa de querer gente podre passar por meninos de couro, de norte a sul, gente sem valores, com registos criminosos de violencia, corrupcao, e tantos outros crimes e bizarrias sociais que envolvem grupos organizados que num qualquer outro pais civilizado ja nem sao chamados de hooligans mas de terroristas.
O que se ve no pais e uma luta de interesses extra-futebol, sao os lobbies e os seus ‘lobbieistas’ a usarem todas as suas armas para conseguirem em terrenos ate bastante extra-futebol manipularem politicas que levam a nao-criminalizacao de homicidios, de actos de violencia gratuitos, de corrupcao, de clubes a serem perdoados de crimes terriveis contra o progresso do pais. E tudo isto com a conivencia do Ze Povinho que adora ser Ze e adora ser Povinho porque e um povo acomodado. E povo acomodado e povo cobarde. E cobardes somos todos nos. Os que fomos e ficamos e nao ousamos levantar um dedo para mudar um pais que tambem e nosso. Isto tem marezia de cobardia e um chavao musical a esta imagem associada:
HA MUITO TEMPO QUE O CHEIRO DESTA LATRINA SE TORNOU INSUPORTAVEL
Fizemos de Portugal uma latrina que eu 31 anos de Europeidade alimentou o monstro centralista e o seu enormissimo ego com a conivencia de todos nos quasi-pais babados apontando para Lisboa como o filhote de 4 anos que ja sabe ler tao bem e nos pais vestidos de roupas sujas, rasgadas, olhando o rebento de 4 anos que ate ja sabe ler, de pele luzidia, brilahnte, gordo que nem uma porca, beicas lavadas em chocolate fino.
Um pais de corruptos onde e impossivel encontrar um agente que nao tenha rabos-de-palha… e quando assim e ganha quem esta em maior numero. E quem esta em maior numero e o Benfica, para mal de todos nos, da nossa tambem falaciosa honestidade. Mas acima de tudo para mal do que mais amamos ou deveriamos amar, o desporto e a competicao em si.
E este, meus senhores, e um comentario estupido, parvo, mas muito meu… ate a medula.
man, a sério, tu tens um problema e eu quero aproveitar esse problema. vou mandar-te um email com um convite :)
O problema e escrever as duas da manha e a pressa. E o problema. Isso e Stouts? Outro problema. :DDDDDDD