Camarada Sérgio,
É o hino, estou convencido que é o hino. Ao passo que o nosso já é tão conhecido como a sardinha e sai das nossas goelas numa manifestação de amor fraternal, servindo como ponto de união e reverência colectiva no arranque dos jogos, não é bem a mesma coisa. O hino da Champions tem um efeito diferente em todas as pessoas que se deslocam ao estádio a meio da semana, muitas vezes em noites frias e chuvosas, fazendo com que nos aproximemos todos de um objectivo comum e de um patamar em que raramente podemos aspirar a ser mais do que meros peões na luta de outros cavaleiros mais fortes. E somos mais do que escudeiros nesta cavalariça competitiva, temos também de perceber isso. Afinal já a ganhamos por uma vez neste formato e outra no formato antigo, por isso não há que ficar acanhado nem medroso perante malta um bocadinho mais hip do que é normal. Apanhamos velhos e novos, ricos e pobres (talvez seja melhor dizer não-tão-ricos para não soar demasiado Buffetesco), grandes e pequenos, fortes e fracos. E vamos continuar a fazê-lo porque esta competição, seja pelo hino, pelo nome ou pelos adversários, é diferente de todas as outras.
E é o teu primeiro jogo, Sérgio. É o primeiro de muitos que aí virão num futuro próximo, por isso sê natural, fiel aos teus princípios e não embandeires em arco se venceres mas também não desanimes se não correr tão bem. Mantém o foco, tenta vencer o jogo mas aborda isto não como o último desafio mas como mais um a ter ao longo do ano. O campeonato continua a ser o foco principal mas no FC Porto, como já sabes, não se joga para fazer número: é sempre, sempre para ganhar. Ao Besiktas ou ao Bayern!
Sou quem sabes,
Jorge