Muito complicado. Muito, muito complicado. Voltou a ser complicado marcar golos para uma equipa que trabalha muito durante o jogo mas sempre com aquele pequenino extra a falhar na altura de finalizar. Os remates, quando saem, vão pouco afinados, os guarda-redes estão sempre prontos para desviar a bola da baliza, há uma constante rotação da bola sem destino traçado e parece sempre ficar a faltar alguma coisa a esta equipa para que comece a carburar em condições. Assim não vamos lá, minha gente. Notas, abaixo:
(+) Ruben Neves. Não se deu pela falta de Danilo hoje em Paços, o que é dizer muito tendo em conta o papel que tem vindo a mostrar na equipa nos últimos…sei lá, quarenta jogos. Ruben esteve bem, rijo no confronto físico e trouxe uma nova dimensão ao jogo da equipa ao nível da lateralização rápida. Peca no jogo vertical porque procura colocar a bola a distâncias impossíveis pela relva quando há demasiadas pernas ao barulho, mas compensa na subida no terreno e na tentativa de remates de fora da área. Pena não o ter feito mais vezes.
(+) Apoio do público. Milhares de portistas numa noite fria em Paços de Ferreira tentaram criar uma atmosfera semelhante a um jogo caseiro e de certa forma conseguiram. Nunca temos casas hostis naquela zona do país mas os nossos adeptos estiveram em força e mereciam um resultado mais condizente com a sua vontade e apoio. Mais uma desilusão para muitos que continuam a deslocar-se com a equipa para todo o lado. Bem hajam.
(-) Algodão a atacar muralhas. Paulo Fonseca estava na bancada e até podia estar Lopetegui, tal foi a lateralização de jogo sem tentativas de ruptura para dentro da área e a exagerada horizontalização do jogo à entrada da área. Demasiados toques, demasiadas mini-nano-combinações que não dão em nada e continuarão a não dar em nada porque não há baliza na cabeça de muitos dos homens em campo. Corona é um exemplo claro disto, porque tem tantas oportunidades de rematar que opta quase sempre por cruzar (mal) ou por fintar (mal) ou até por perder a bola de forma espectacular, como foram prova os dois passes absurdos em zona recuada que levou o esférico direitinho para um médio pacense. Ou Jota, que continua trapalhão ou Herrera (que nem fez um jogo assim tão mau) insiste em jogar dois níveis de velocidade abaixo do resto da malta. Nuno não ajudou, com a colocação de Óliver mais uma vez encostado à esquerda, afastando-o do jogo. Falta baliza à equipa. Falta mentalidade vencedora e prática. Falta, numa simples palavra, liderança.
(-) A quantidade indecente de maus cruzamentos. Mal pensados, mal executados. Tudo mal. Foram dezenas de bolas enviadas de ambas as linhas, com a mão ou com o pé, que nunca encontraram um destino em condições que vestisse de azul e branco, não só porque a defesa do Paços era alta e forte pelo ar mas também porque a nossa presença na área não “pede” este tipo de bolas, especialmente quando são enviadas para lá sem critério e sem alvos definidos. Doze Jardéis e noventa e sete Vinhas não conseguiriam fazer nada da grande maioria dos cruzamentos que hoje foram feitos. Hoje e noutros jogos, admita-se.
E lá vão mais dois pontos atirados ao ar. Tantos pontos desperdiçados que no final do campeonato nos vão fazer imensa falta. Tantos. E tanta culpa nossa.
Depois do jogo de hoje, chego a uma conclusão: Aqueles jogos conseguidos depois do jogo com o Braga, foram e vão ser a excepção de uma época de jogos medianos daquele que é em termos teóricos o 3º plantel do campeonato. Gostava de ser mais positivo, mas creio que estaria a negar a realidade. Nunca gostei de desculpar incapacidade com erros dos árbitros. Dito isto, fiquei estupefacto com a expulsão de Danilo, no ultimo jogo da Taça da Liga. Achei mesmo que era uma evidência absolutamente visível do poder e influência que o Benfica exerce nos homens do apito. Pensei eu que a equipa ia cerrar fileiras e teríamos 11 Jogadores-Soldados prontos a comer a relva. Pura ilusão. A luta e contestação contra a arbitragem tem o seu tempo e modo de fazer, desde que nunca se sobreponha à real análise do valor da equipa em cada jogo. Não podemos discutir lances de pénalti que ocorrem em segundos e esquecer os outros 90 e tal minutos do jogo. O que temos assistido desde o início da época é uma hiper-contestação contra o homem do apito, que desculpa a incompetência e falta de ideias de um treinador e de uma direcção cujo líder é cada vez mais uma sombra de si mesmo. Protestar contra a arbitragem tem sido o principal motivo do crescimento da equipa ter sido ZERO. Como diz o outro – BOLA. O Porto jogou hoje como já o tinha vindo a fazer nos 3 jogos da taça da liga. Não fizemos mais do que a “normalidade”. A normalidade no Porto é este jogo insípido, inconsequente e mediano a que a equipa nos tem habituado desde o início da época e não aqueles 4 ou 5 jogos à porto que nos puseram a sonhar com o resto da temporada. Os jogadores no meio desta trapalhada é que menos culpa tem. As culpas começam no treinador. Pela a mostra NES é inconsequente na chefia da equipa técnica. Poucas vezes é uma mais-valia. Anda ao sabor do que os jogadores dão em campo e é refém da mentalidade e disposição com que estes entram em campo. NES não consegue fazer aquilo que os grandes treinadores fazem. Não motiva e não consegue ser capas de transmitir um bom fio de jogo à equipa. A sua sagacidade táctica é zero. É o pior treinador do Porto que vi, em termos de substituições. A única coisa de treinador que mostra ter é o look. Mesmo o discurso é curto, irreal e fora de validade. E é precisamente quando a diferença entre o real e a perspectiva do treinador é grande, que a capacidade deste em guiar a equipa fica visivelmente abalada aos olhos dos adeptos. Quem vive na ilusão que tudo está bem e que continuamos no bem caminho, logicamente nada faz para melhorar. Acha que o estado presente de coisas é bom e assim continua. E tal como o treinador não sabe guiar a equipa. O presidente nesta altura é um sombra do que foi. A inércia é neste momento a principal característica de PdC. É triste dizer isto e não é de ânimo leve que o faço, mas está de facto na altura de sangue novo na direção do clube. A isso obriga o passado recente de glórias e triunfos que a esse mesmo PdC devemos. Vivemos em tempos em que o futebol é a modalidade raínha é ela o barómetro dos grandes clubes. Um clube está bem ou mal mediante o desempenho da equipa de futebol. Por isso mesmo o diagnóstico lógico é que o Porto está mal. Somos nesta altura um clube adoentado, sem ideias, e cada vez mais a transformar-se num cemitério de treinadores. Mudança precisasse. A continuar assim é cada vez mais uma certeza que o actual mandato do Presidente não chegará ao fim.
Absolutamente de acordo. Subscrevo. Chega de culpar o “sistema” pela fraca qualidade do plantel e principalmente do treinador que, do banco, nada faz, assistindo sem reacção a um futebol mastigado e inconsequente, sem soluções, sem leveza, sem elegância (valha-me meu querido André Vilas Boas), sem se perceber qual o sistema de jogo (sinto que nem os jogadores percebem). Quanto ao nosso presidente ainda não se apercebeu que os adversários arrepiaram caminho elevando muito a sua qualidade e competitividade. Já não chega a estrutura para vencer campeonatos. O nível subiu e nós na nossa arrogância continuamos a pensar que não ganhamos porque somos prejudicados pelos árbitros, pelos empresários e pelo duendes verdes que dorme debaixo do relvado do estádio. Acredito que há imenso potencial, que somado a duas ou três contratações poderiam formar um bom plantel. Com este treinador não acredito. Para finalizar relembrar que NES disse, talvez em Novembro “não abandonamos nenhum jogador” e em Janeiro decide deixar três a treinar à parte porque quer reduzir o plantel. Para mim isto é falta de carácter. Agradeço a quem teve paciência para ler estas palavras e um especial abraço ao Jorge que vive isto de ser Porto com alma e que, semanalmente, nos presenteia com a sua sensibilidade, inteligência e cultura, perceptíveis na forma como escreve. É sempre um prazer ler as suas crónicas! Abraço. Bruno
Sou forcado a concordar integralmente com este comentario lucido, transparente, logico.
A culpa é do presidente dos adeptos adorarem um Oliver que precisa de jogar com uma bola de plástico, porque a de jogo é muito pesada para ele. de e que faz uma assistência de 30 em 30 jogos.
O Oliver e um enormissimo jogador, mas nao e o Messias. Nao queiram fazer de jogadores individuais a razao unica dos nossos problemas. Alias, eu vejo na forma como se acolheu o Oliver o problema tipico da formacao e treino de jogadores em Portugal. Um jogador da craveira do Oliver, se estivesse a chegar a Inglaterra teria um plano de treinos de ginasio especifico para si. Fariam-no ficar numa versao rapida e solida, um Rui Barros do seculo 21. Mas aqui o que interessa e a comissao ter chegado a bom Porto, depois disso entrega-se o homem ao desleixo. O Porto anda a naufragar porque precisa de uma nova direccao, com ideias frescas e gente que queira provar o seu valor. O grande problema daqueles que estao no poder faz tempo e qu nao precisam de mostrar quao bons sao (porque a historia ja tem registos) e acabam perdidos na sua propria vaidade sem se adaptarem as exigencias do mundo moderno.
Se Oliver é esse enormíssimo jogador que afirma, tem andado muito escondido, porque ainda não o vimos. Esse trabalho que fariam em Inglaterra para o tornarem numa versão rápida e sólida de Rui Barros seria excelente, se ele quisesse e tivesse capacidade para tal. Esse trabalho não me quer parecer que seja de qualquer direcção, mas do corpo técnico. No entanto, nem Simeone nem a direcção do Athletic o conseguiram, por algum motivo será.
Claro que este mandato chega ao fim. E haverá próximo mandato. O Dr Fernando Macaco Madureira, futuro vice-presidente, já tem tudo planeado. Assim vai o nosso FCP-
FUTEBOL COMISSIONISTAS DO PORTO
Triste é perder um clube(baluarte) de bola,para se ganhar uns gunas como protagonistas de vida boa com (negócios)legais actualmente.
Portanto já referi aqui várias vezes que já de há uma década para cá o Porto tem vindo a defecar em campo,mas o povo chamava me tolo,louco,doido,atrofiado.
Dizendo mesmo que muitos de vos sois intressicamente responsáveis por deixarem o chegar o clube a este estado.lastimavel,em que os gunas da claque tem mais protagonismo que o clube em si.
Até mais
7 metros de largura por 2,35 metros de altura.
Eis o que costumamos chamar de baliza, que é o principal objetivo de um desporto chamado futebol.
Já lá vão 270 minutos e não há um sacana vestido de azul e branco que consiga enfiar uma bola dentro de 7 metros de largura por 2,35 metros de altura em 200 mil remates por jogo.
O que será que o Nulo Espírito Santo anda a fazer nos treinos que não consegue fazer com que o ataque consiga enfiar uma merda de uma bola em 7 metros por 2,35???
Eu já perdi a fé, sinceramente.
Não consigo perceber o fato de termos necessidade de gente pra marcar gols e emprestarem o Paciencia, que não deve ser pior que aquele belga nem nunca teve segundas chances como evandros, varelas e outros, ao Rio Ave.
Não consigo perceber o fato de Herrera ainda jogar no Porto, e pior, ser capitão.
Não consigo perceber o fato de Nulo espírito santo, ao invés de colocar toda a carne no assador, em 90% dos casos reage tarde, em más horas e com as piores opções.
Há muitos mais fatos que não percebo, se fosse enumerá-los, era preciso 50 comentários no mínimo…
Temos de ser realistas, o boifica, pra além dos colinhos, tem para cada posição 2 jogadores que dão garantias, tem um treinador que mesmo com uma carrada de lesionados e castigados, não reclama e coloca a equipe pra jogar bem ou mal, e o mais importante:tem 4, eu disse 4 pontas de lança que basta uma ou duas chances que eles metem lá dentro.
Ontem em Guimarães, em apenas 6 remates, marcaram 2, nós em 22 remates, NULO!!!
É certo que contra nós, os guarda-redes adversários fazem a exibição da época, os centrais defendem tudo e mais alguma coisa, os gajos do meio-campo quase não erram passes e os avançados quando lá vão, é sempre perigo de gol.
Mas o que me intriga é: entra ano, sai ano, entra treinador, sai treinador, entra jogador, sai jogador e a merda é a mesma…
Concordo perfeitamente com a tua opiniao e so queria deixar aqui um pequeno registo. Quando dizes “É certo que contra nós, os guarda-redes adversários fazem a exibição da época, os centrais defendem tudo e mais alguma coisa, os gajos do meio-campo quase não erram passes e os avançados quando lá vão, é sempre perigo de gol” a razao esta em que o adversario nao nos teme, e se nao nos teme reduz imediatamente a percentagem de erro. isto porque o erro parte em grande parte dos casos nao do nao se saber, mas da ansiedade de poder correr mal.
a baliza tem 7,32m por 2,44m. ainda é mais do que diz o rbn.
estranhe-se a diferença entre o oliver deste ano e o de há 2 anos. culpa dele? ou o sistema de agora não explora as suas capacidades?
estranhe-se que uma equipa ganhe 16 cantos sem conseguir criar perigo. e isso tem sido recorrente. ainda por cima no início da época marcou alguns golos de canto ou livre lateral, pelo que ainda é mais estranho.
admita-se que o jogo de paços não foi dos piores – neste houve de facto 6 ou 7 lances CLAROS de golo. não é oportunidades. é lances CLAROS – e houve azelhice tremenda na finalização.
danilo não fez falta – rúben foi se calhar o melhor em campo.
o porto deste ano tem muito a ver com o de vítor pereira – posicionamento excelente, sistema defensivo excelente. só que VP tinha abre-latas de 1ª água – hulk, james, depois jackson… este porto descobriu tarde que precisava de um desequilibrador nato, que so podia ser o brahimi – mas agora foi para a CAN… e só volta daqui a umas 4 semanas. e assim, ter uma defesa excelente que não sofre golos não chega.
e não se pode exigir que um rapaz de 21 anos seja a resposta para tudo, não podem pedir-lhe que cruze para ele próprio finalizar.
Pa a serio, as vezes apetecia-me fazer um postal de Natal e envia-lo ao PdC com esta frase “não se pode exigir que um rapaz de 21 anos seja a resposta para tudo, não podem pedir-lhe que cruze para ele próprio finalizar.”
…assim não vamos lá… parece que ando sempre a ver o mesmo jogo de um passado não muito distante … ate quando se faz as substituições parece que fica igual ou pior…enfim.. até domingo no sitio do costume.
..acho que aquele braço na bola do Alex Teles foi um bocado evidente e por isso também não ficava mal ao nosso clube admitir que o arbitro também errou a nosso favor.. apesar de também haver uma mão na área do paços de ferreira não tão fácil de assinalar.
Parece-me que neste momento da época que estamos a virar o campeonato já se pode concluir duas coisas sobre o Porto desta época.
– O NES é um treinador de equipa média, com bons processos defensivos, mas com enormes deficiências ofensivas, os processos são básicos e o que vai salvado são as individualidades, quando estas não resolvem, os problemas aumentam, (mas isto é o que já todos esperávamos deste treinador, por isso não se pode cobrar muito mais)
– O plantel é curto, as lacunas que eram apontadas no inicio da época, (excepção dos centrais) são mais evidentes agora, falta mais um bom ala e um avançado de topo, experiente e que faça golos. Incrível a falta de habilidade que esta direcção teve para construir o plantel, excesso de médios, e falta de jogadores para posições cruciais.
Estamos na abertura do mercado e se o novo ala parece que seja o Kelvin (falta de dinheiro!), a compra de um bom e experiente avançado continua a ser crucial se queremos lutar pelo titulo até ao final, provavelmente não virá, mas nós adeptos não devemos esquecer que nos últimos grandes títulos houve, James, Falcao, Hulk, Jackson, Lucho, Quaresma, Moutinho… era de facto outra qualidade, eram outros tempos, mas era o mesmo clube. Não quero com isto dizer que André Silva ou Jota não são avançados de qualidade, porque o são, acredito mesmo que André Silva seja um jogador de topo do futebol mundial, mas nenhum avançado atinge a maturação com 22 anos de idade para além disso é de uma enorme irresponsabilidade colocar a responsabilidade nas costas de um miúdo, André Silva devia estar a crescer com um outro avançado ao lado e não com todo o peso da equipa em cima.
Quanto ao jogo, mais uma vez fizemos o suficiente para ganhar, fizemos uma muito boa primeira parte, mas a segunda foi fraca, a ansiedade tomou conta da equipa, e mais uma vez como quase sempre NES mexeu muito mal na equipa, a verdade é que as opções não eram muitas, mas NES conseguiu piorar muito a equipa, para além disso cometeu mais uma vez o erro de colocar Oliver numa ala. Vi em algum lado que ganhamos 6 dos 15 jogos fora, não sei se são mesmo esses os números, mas a serem verdade são assustadores.