Ouve lá ó Mister – Club Brugge

Companheiro Nuno,

Quando descobri que o Timmy Simons ainda jogava no Club Brugge, uma fantástica nostalgia caiu sobre mim e dei comigo a regressar ao início do século e a jogos vespertinos (que se esticavam pela madrugada fora) no antiguinho Championship Manager, quando este rapaz era um dos meus esteios do meio-campo, um trinco rijo como cornos mas que aparecia muitas vezes na vizinhança da baliza adversária, marcando e dando a marcar. Um herói nas minhas temporadas ao comando do Club Brugge (que terminou com vários campeonatos apesar da pouca glória europeia) que terminou com a saída amigável por forma a abraçar um novo desafio, ao lado, no PSV. Era um treinador inteligente mas firme com os jogadores, uma espécie de math savant com poucos dotes sociais que exigia o máximo da sua equipa e era capaz de sacrificar o jogo bonito pelo sentido prático. E era também um líder que ficava chateado com brincadeiras e que não gostava de baixar o ritmo mesmo quando estava a vencer por cinco ou seis.

Não mudei muito desde essa altura, pelo menos a nível futebolístico. Continuo a cerrar os dentes e a querer que a equipa jogue sempre no limite, até ao fim. Claro que já permito alguma gestão mas nunca em excesso, mas este jogo não exige menos do que absoluta entrega e concentração. Temos um ponto em dois jogos e se acham que é possível arranjar um milagre que nos faça ganhar os jogos todos da segunda fase quando não ganhámos nenhum na primeira, estão bem enganados. É para ganhar e para arranjar alguém que consiga, em campo, dizer ao Timmy Simons que ele pode ser um gajo porreiro mas o antigo treinador dele está do outro lado e não vai facilitar. Desculpa, Timmy, mas tem mesmo de ser.

Sou quem sabes,
Jorge

Deixar uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.