Os sorteios da Champions são sempre um monte de nervos com muito brilho, um ou outro decote e sete ex-jogadores de fato a tentarem dizer alguma coisa de jeito, raramente conseguindo passar das banalidades que lhes são exigidas pelos mediáticos da praça. Um ou outro video a passar nas televisões, muitas imagens antigas e golos bonitos e tal. Ninguém fala dos jogos tramados na Rùssia no inverno ou nas deslocações à Grécia ou a Chipre ou até dos joelhos esfolados da UEFA perante os clubes que mais dinheiro lhes dão a ganhar. Uma feira de vaidades onde meia-dúzia de imbecis fingem gostar do desporto e o resto dos quinhentos que estão na sala preocupam-se com o amarelo sorriso que darão para a câmara quando reparam que calharam em sorte contra o Barcelona ou o Bayern. Todos os anos é a mesma coisa e o cinismo, que paira baixinho por cima deste post, é crescente.
Mas…há sempre um mas…eu gosto daquela merda, pá. Gosto, que diabos. Fico nervoso, excitadíssimo por ouvir o hino e exaltado quando o adversário que sai da bolinha não é o pretendido. Este ano não foi bem o caso mas há sempre um certo desrespeito pela solenidade da ocasião quando olhamos para um nome escrito em letras gordas num mini-papelinho e vemos que era exactamente aquele que não queríamos que calhasse. Como foi com a Roma no play-off, onde muita malta na sala comum lá no trabalho ficou a saber do nosso oponente simplesmente ao ouvir a minha reacção. Coisas da vida de um doente, é o que é.
O sorteio foi simpático mas não vamos cair na ilusão de dizer que é fácil. Fáceis são os APOELs e os Artmedias que nos tramam quando baixamos a guarda e nos empalam com uma vara cheia de rebites ao primeiro sinal de fraqueza. Dos grandes não tenho medo. Respeito, mas nunca medo. Dos pequenos a história é diferente, jogam motivados, especialmente os que nos apanham em sorte porque depois das palavras de circunstância mais trivial que uma entrevista na passadeira vermelha dos Óscares, logo procedem a elevar os níveis de garra e nos defrontam como iguais, raramente o sendo. Os grandes não, puxam o lustro à arrogância e só não se tramam mais vezes porque, enfim, costumam ser melhores. Quando não o são, costumamos ser nós a ser os infra-homens que os elevam como dizia Torga há muitos anos, numa frase que continua a ser tão actual como era à época.
Não vou ousar fazer uma análise séria do grupo. O Leicester ainda se vai reforçar até fechar o mercado e tem a equipa que todos passamos a conhecer desde a metade da época passada, com mais ou menos Kantés, Vardys ou Mahrezes; não conheço quase nada do Copenhaga, vá lá que sei que o treinador tem o mesmo apelido que um grupo holandês que em conjunto com uma das minhas bandas preferidas de sempre fez um dos meus álbuns de estimação daqueles que se leva para ilhas desertas; pelo mesmo caminho vai o Brugge que também sei que é treinado pelo Preud’Homme, um estupendo guarda-redes que me enervava quase tanto como o Schmeichel porque…porra, porque era muito bom. Apenas sei que o Bruno Prata se vai esforçar imenso por dizer Brúgue para mostrar que percebe muito de flamengo ou neerlandês ou lá qual é a raiz da palavra.
Venham eles. Lá estarei.
Grande Jorge… estive lá no Artmedia… ainda hoje é o jogo que mais me custou a engolir…
estive pois…foi tão estranho, mas os jogos do Co eram loucos, tudo podia acontecer. mas houve outros que me custaram bem mais…aquela derrota com a Sampdoria…ugh, pesadelos, pá, pesadelos!
Caríssimo,
Nem uma palavrinha sobre o regresso do Óliver?
Bom sorteio, nem nos nossos sonhos… mas há que lutar e trabalhar da mesma forma se nos tivessem calhado Barcelonas e Beyerns…
Um abraço
lá chegaremos :)