O regresso de Óliver

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Em vez de espetar aqui com uma conversa floreada sobre as virtudes do nosso re-novo trinta, vou fazer um pequeno apanhado de conversas floreadas que já publiquei sobre ele, em particular os jogos em que recebeu Baías. Não quer dizer que nos outros jogos tenha estado mal, mas nestes destacou-se mais. Nada mudou entretanto e a minha opinião mantém-se, só espero que regresse ao mesmo nível que saiu. Vamos a isso:

É um jogador diferente, sem dúvida, e quando está em campo nota-se na perfeição a diferença que mostra em relação aos colegas. Raramente há passes falhados, desconcentrações na construção de jogo e desatenções defensivas. Pode trazer muito ao meio-campo (mais que na ala, creio) quando colocado a jogar por detrás do ponta-de-lança e preferia vê-lo sempre como dez recuado em vez de colocado na linha. Em forma, é titularíssimo.

  • 30 de Setembro de 2014, empate a dois golos contra o Shakhtar onde Óliver, só para me lixar, não esteve bem:

Óliver foi apenas ingénuo, a tentar controlar a bola numa zona em que merecia que o treinador entrasse em campo e lhe desse dois tabefes na hora para entender que num jogo deste nível é imperdoável achar que aquela era uma atitude interessante e de grande jogador. Dezanove aninhos, dezanove sapatadas de mão aberta em rabo ao léu. E ficávamos conversados.

Impecável na zona defensiva em apoio à primeira fase de construção, perfeito na labuta do centro do terreno e trabalhador como poucos na altura de pressionar o adversário, parece estar a atravessar um bom momento e a jogar com a confiança que esperávamos desde o início da temporada. Excelente capacidade técnica, toque de bola de primeiro nível e uma inteligência táctica acima da média fazem dele titular na frente de Quintero e uma peça essencial do estilo de Lopetegui. Excelente jogo.

O motor da equipa mostrou hoje o quão importante é para a manobra ofensiva em campo, pela dinâmica que transmitiu aos colegas, a constante procura da bola, a simplicidade de movimentos e de endosso da bola pela melhor zona possível, com uma tremenda facilidade de encontrar soluções que tem naqueles minúsculos pés sobre os quais assenta o seu também minúsculo corpo. Mas minúscula não é a capacidade de criação de jogo e de manipulação das zonas tácticas no plano de ataque da equipa, onde Óliver, quando deixado sozinho, é rei. Puto, sim, mas um puto cheio de talento.

Para lá do golo, que é um deleite só de observar em qualquer estádio do mundo, é a forma como se mostra sempre disponível no meio-campo para receber a bola de Casemiro ou Herrera e procede a construir o resto das jogadas, seja com passes curtos ou longos, com rotações naquele baixíssimo centro de gravidade que aproveita tão bem, ou com assistências cruzadas com a tradicional conta, o perfeito peso e a adequada medida. Parece adaptado a jogar neste nosso campeonato onde há pancada a mais e jogadores a menos e onde Óliver, pelo talento e capacidade técnica, se destaca bem acima de tantos outros. Jogas tanto, puto.

Foi dos poucos que procurou jogar de uma forma mais vertical e de romper pelo centro aproveitando o centro de gravidade tão baixo que tem e que usa com inteligência para passar pelos adversários. Alguns bons pormenores e várias desmarcações fizeram dele o homem mais activo no meio-campo. Não era complicado, admita-se.

  • 8 de Junho de 2015, resumo da época 2014/2015 onde recebeu um duplo Baía (sim, eu invento patamares de prémios, so what?):

Um pequeno génio, com e sem a bola. A maravilhosa visão de jogo, dinamiza o jogo e põe o talento a trabalhar para a equipa. Volta, niño!

8 comentários

  1. Andava há 2 anos à espera disto! É um Jogador que me enche as medidas! Este menino e o Octávio a meterem bolas no André Silva… que maravilha!

  2. A melhor contratação dos clubes portugueses esta época de longe e não mereceu os destaques devidos… nada que não estejamos habituados.

    O melhor médio que passou no Porto depois de Deco, é um craque e é Porto.

    Gostava de ver em alguns jogos em casa Ruben — Oliver — Corona — Jota —Otávio — André.

  3. Que grande contratação! Outra vez!
    Raça, técnica e uma capacidade de, silenciosamente, colocar a equipa adversária em “contra-pé”…
    Repito, por considerar que se tornou ainda mais actual, o que já disse num post anterior: “não sei sé a falta de dinheiro ou o Antero a impor-se… Nem me interessa!”
    Este ano temos de volta o FC PORTO!!!

    P.S.: esperem… O Diogo Jota é um jogador do c@r@lh%… Vai ter que caber em alguns “11s”…

  4. Jorge, não se zangue comigo pelo texto publicado. Pessoas inteligentes sabem distinguir factos de ficção, é pensando nessas (5 ou 6) que escrevo. Caso amanhã não tenha tempo de passar por aqui, desejo-lhe agora boa sorte para o jogo e que dele possamos sair com coisas boas para contar, independentemente do resultado. Um abraço.

    1. nada disso, meu caro. aliás, vivo bastante perto do Parque Silva Matos e já lá fui ver um ou outro jogo, já que o meu pai é conterrâneo e viveu a sua infância ainda mais perto do que eu vivo a minha idade adulta. quanto às histórias dos 60s, pois lá calha da malta gostar do vaquedo, era bem normal e hoje só não o é porque o controlo é mais apertado. ou será? ;)

      em relação ao jogo, é o mais complicado confronto da época e só não é o mais vibrante porque a história recente tratou de enobrecer os jogos contra a vermelhagem em detrimento dos vossos. mas devo dizer que nunca na história do FC Porto nos vi a sair vergados à ignomínia de uma derrota e de alarvidades arbitrais como à saída de Alvalade, mais até no antigo que no novo. pode ser que este ano seja diferente, mas de qualquer maneira espero que seja um jogo leal e que no final, co’a breca, saiamos do Sul com uma vitória como saiu o Bruno e o Lisandro em 2008. raios, já lá vai demasiado tempo :)

      um abraço,
      Jorge

  5. Aqui um benfiquista que te segue. Podes acrescentar: “O momento em que o Glorioso (se calhar aqui arranjas outra desgnação) ganhou o jogo em Madrid na Champions do ano passado, foi o momento em que o Simeone decidiu tirar o Oliver de campo. A partir daí acabou-se o perigo para a baliza encarnada e o meio campo, que soprava e bufava de tanto andar atrás do puto, passou a respirar com calma e tranquilidade.”

    1. não uso outro termo que não Benfica, às vezes benfas. há que manter o respeito para lá das rivalidades. e ainda bem que o Óliver não singrou no Atlético, naquela equipa de bullies só vingam os assassinos. o gaitán que se acautele ;)

      abraço,
      Jorge

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