Baías e Baronis – Rio Ave 1 vs 3 FC Porto

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Primeiro jogo oficial, primeira vitória. O arranque que queríamos, com ou sem expulsões, penalties falhados ou golos sofridos. Vencer é sempre um prazer e mesmo a forma como a equipa deu a volta ao resultado só pode dar uma sensação de alegria e dever cumprido depois de algumas semanas de incertezas e que se vão prolongar por mais algumas. Ainda falta muito para que a equipa se possa chamar isso mesmo, mas para primeiro jogo, não foi mau. Arranquemos também nós (eu, pronto) para os primeiros B&Bs da época:

(+) Otávio. Visão de jogo bem acima da média, parece sempre disposto a colocar a bola direitinha para a cabeça do avançado ou para desmarcar a subida de um dos médios. Não é forte fisicamente mas lutou por todas as bolas e procurou sempre descobrir a zona mais liberta para que consiga finalmente desamarrar-se da marcação e fazer o passe certo na altura certa. Uma espécie de Quintero com menos reggaeton e mais futebol. Gostei.

(+) O golo de Corona. Se o golo de Herrera me pôs de braços erguidos e a festejar em surdina para não acordar a casa (volto a ver jogos em diferido para bem da paz familiar), o de Corona só me deixou de boca aberta. Com a bola no ar e Jesus a rodar para fugir à marcação do central, é estupenda a forma como o mexicano consegue ver que com um simples toque conseguiria desviar a bola do guarda-redes e enfiá-la na baliza. Um golo que só ele viu e que pareceu nem acreditar, tal foi a forma como ficou sentado no relvado quase sem festejar. Para lá do golo, esteve razoavelmente bem apesar do apoio de Maxi ter ficado distante do que (espero) será daqui a uns meses.

(+) A gestão táctica de Nuno. A expulsão de Telles fez com que Nuno pudesse recolocar a equipa de uma forma a que não se desequilibrasse e voltasse a tempos recentes em que uma adversidade punha tudo em risco. Já antes, na forma como a equipa nunca se conformou com a temporária derrota nem com o pontual empatem tinha notado que a formação em campo era constante: Danilo preso em frente à defesa, Herrera sempre a descer para transportar a bola, Otávio solto do flanco para o centro e Corona a furar pela direita, com André² a inclinar ligeiramente para a esquerda e André Silva móvel na área. Depois da expulsão, viu-se quase o mesmo, com menos homens, o que me agradou pela consistência já que o futebol, nem sempre bem praticado, serviu um propósito pragmático que é o maior objectivo neste arranque de época, enquanto a máquina não está oleada: não perder pontos. Villas-Boas fez isso, Jesualdo oh se fez isso e Vitor Pereira fez com que isso durasse duas épocas inteiras. As substituições também foram conservadoras e quase perfeitas, com Nuno a mostrar que dá lugar ao espectáculo para preservar a estrutura e o sentido prático. Por agora, pelo menos, agrada-me.

(-) Felipe com a bola nos pés. Não é complicado, rapaz. Tu és lento. És, não te enganes a pensar que não és. És, pronto. E és lento a pensar, que é o maior problema para quem acabou de chegar a um futebol onde há vários Yazaldes e Wakasos, para não falar de Rubens Ribeiros e vários outros do género, que te vão tentar pisar os calcanhares de cinco em cinco segundos, mal se aperceberem que tu, como já referi en passant, és lento. E como tal não há que inventar nem demorar muito. Há espaço? Despacha a bola. Não há espaço? Despacha a bola. Chegou um autocarro cheio de gajas nuas a yodelar enquanto dançam aquelas merdas irlandesas? Despacha a bola. O árbitro está à tua frente? Chut…despacha a bola. Isso. Vais ver que te enervas menos e enervas ainda menos a malta, logo tu que tens potencial para seres um belo espécimen de jogador com a nossa camisola. Anda lá.

(-) Maxi. Temos um novo Rui Filipe (salvo seja, cruzes canhoto e tal)!!! Olha o gordo!!! Olha o gajo que vem de férias com a pança cheia e vai demorar a queimar a banha! Pareceu pesado, sem mobilidade, pouco prático com a bola nos pés e lento a executar e a pensar. Melhorou na segunda parte mas ainda está bem longe da forma física ideal. Como eu, com a diferença que eu não sou titular no FC Porto. Por culpa própria, obviamente.

(-) O golo do Rio Ave Muda o ano e continua a passividade na marcação nos cantos. Marcação mista, dizem-me, é o que fazemos, em que um ou outro é marcado ao homem e cinco ou seis são marcados à zona. E se continuarem a marcar assim, quem vai marcar são os outros, várias vezes.


Quarta-feira vai doer mais. Bem mais. E vamos ver como a equipa se safa contra um adversário que joga no ferrolho. Tal como 70% da nossa Liga, mas em bom.

12 comentários

          1. se dissesse isso não estava a ser honesto comigo nem contigo! gostei muito mais do Corona ou do Otávio, francamente :)

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