Ouve lá ó Mister – Feirense

Camarada José,

Deu para ver, no jogo do passado Domingo, que já começaste a tentar fazer alguma coisa. Houve ali uma tentativa de jogar mais pela zona central, de tentar passes de ruptura com os extremos a fazerem a diagonal um bocadinho mais inclinada e a aproveitar a subida da linha defensiva contrária. Tudo muito bem, mas a uma velocidade tão baixa que se o Bolatti estivesse a ver o jogo tinha pensado: “estes gajos são mais lentos que eu!”. Compreendo que estejas a fazer a equipa atravessar uma espécie de pré-época tardia e que se lhes estás a dar uma ou outra tareia nos treinos para fazeres deles homens, é pouco provável que consigas resultados positivos num intervalo de tempo próximo. Não me preocupa muito, mas fico apreensivo ao ver os rapazes todos partidos em campo. Mas é tudo por bem e especialmente para o bem deles que também é o nosso, certo?

O que me preocupa mais nem é isso. É a cabecinha deles. São aquelas sinapses que disparam na altura errada, quando a bola está nos pés ou quando estão à procura de se locomoverem na direcção adequada. É o olhar para o lado e querer fazer tudo bem e acabar por errar como Napoleão a invadir a Rússia. São os passes longos quando se querem curtos, a brincadeira quando se quer alívio, o passe quando se quer remate. É a mentalidade do cagaço e do nervosismo, que está entranhada há meses e que é tua missão tirá-la de cima das costas dos rapazes. E a chamada de tanta malta dos Bês parece-me interessante para que os mais jovens possam mostrar aos mais adultos como ser prático, simples…no fundo, como jogar futebol em condições.

Ah, e faz o mesmo que o Rui Barros fez, ou seja, tenta obter o mesmo resultado que os Bês conseguiram da última vez que jogaram neste campo. Contra o Famalicão tínhamos ganho, mas contra o Feirense perdemos. Começa a inversão de hábitos já hoje!

Sou quem sabes,
Jorge

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