Baías e Baronis – Estoril 1 vs 3 FC Porto

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Bom jogo hoje na Amoreira. Boa atitude, excelentes trocas de bola, muitas oportunidades criadas, alguns falhanços anedóticos e uma vitória que assenta muito bem. Demos a volta a um resultado negativo, recuperamos alguma auto-confiança e mostrámos que estamos vivos e prontos para continuar a crescer. Vamos a notas, hoje com um sorriso agradável nos lábios:

(+) Vontade de ganhar. Ficou a noção que houve já alguma melhoria nos processos e na criação de lances de ataque. Viu-se na forma como a equipa variava de estilo e de approach no ataque, quer pela ala em velocidade ou em trocas de bola curtas pelo centro, mudando logo em seguida para uma tentativa de tabelinha no flanco e invertendo o papel do médio que transportava a bola para conseguir desequilíbrios no ataque. Mas acima de tudo viu-se vontade, garra, entusiasmo por praticar este desporto que nos pode edificar e destruir mediante a postura que mostrámos perante as adversidades. Foi nos choques de Maxi com Gerso, de Danilo com Mattheus ou de Aboubakar com Yohan Tavares, na luta entre Anderson e André ou nos remates que obrigámos Kieszek a defender à rasca. Foi a vontade de ganhar e o prazer de jogar futebol que pareceu voltar aos rostos dos jogadores e que me deixou deixou muito satisfeito.

(+) Layún na primeira parte, Herrera na segunda. Foram os grandes movimentadores de um ataque que teve os extremos em sub-produção e que dependeu destes dois rapazes para criar as (muitas) jogadas ofensivas da equipa. Layún esteve extremamente rápido pelo flanco e as duas assistências são um prémio para a forma como apoiou sempre o ataque e, em muitos casos, *foi* o ataque. Na segunda parte Herrera pegou no testemunho e ajudou a rodar a bola pelo centro de uma forma objectiva, inteligente, com bons passes a cruzar a relva e mostrou muita calma e bom entendimento com os colegas.

(+) André André. Falhou dois golos na primeira parte mas ajudou a desequilibrar no ataque com as permanentes subidas e deambulações para as alas. Muito activo, rijo na disputa de bola e na recuperação, é este o André que quero ver sempre em campo, não o fantasma que vi contra o Rio Ave no último jogo de Lopetegui. É aquele falso morder de punho, os dentes cerrados quando falha um passe ou um remate, a vontade de marcar e jogar e ganhar…é exactamente desta atitude que precisamos!

(+) A entrada de Varela. Sim, perdeu duas bolas quase consecutivas que iam lixando a equipa. Mas a forma como pautou bem a circulação a meio-campo e acalmou a construção ofensiva foi vital para conseguirmos o terceiro golo e para matarmos o jogo de vez. Continua a ser uma escolha que pode trazer mais-valias quando entra a partir do banco mas claramente um homem sem hipótese de ser titular. My two cents, just that.

(-) Demasiada permissividade no meio-campo. As subidas de André ajudavam a desequilibrar e a criar novas hipóteses para abrir a frente de ataque (que chegou a ter cinco homens de cada vez, algo quase impossível de acreditar aqui há umas semanas), mas criava um buraco assustador que Danilo e Herrera nem sempre conseguiram tapar. E tentaram, mas a diferença em números entre os nossos rapazes de branco e os outros de amarelo era sempre tão evidente que sempre que o Estoril passava a linha central, havia uma tremenda ausência de pressão que permitia que o adversário conseguisse progredir com pouca interferência da nossa parte. Peseiro fez com que a equipa pressionasse ainda mais alto e cortasse a facilidade de transição rasteira e em apoio por parte do Estoril, mas arriscou ao fazê-lo. Creio que será, a par do duplo pivot que pode aparecer noutro tipo de jogos, uma das imagens de marca do treinador. E assusta-me um bocadinho.

(-) Agora é permitido jogar com os braços. Sempre. Perdi a conta à quantidade de faltas que o Estoril fez por usar os braços. Foi um festival de empurrões, puxões e uso generalizado dos braços sempre que um jogador nosso recebia a bola no meio-campo adversário que mais parecia que Shiva ou Vishnu ou qualquer deus Hindu com cinquenta braços estava em campo e vestia de amarelo. Ah, e amarelos levamos nós aos montes, sei lá porquê.


Uma pequenina luz brilha agora ao fundo. Vi a equipa mais solta e com mais vontade de jogar e de criar bom futebol. Será para durar? Espero para ver.

3 comentários

  1. Naturalidade.
    A palavra que me ocorreu ontem foi “naturalidade’.
    Foi com naturalidade, tendo em conta o passado recente, que sofremos o golo.
    Mas também foi com naturalidade que empatámos o jogo e demos a volta ao resultado.
    Os rapazes não pareceram andar a fazer esforços transcendentais, nem a puxar até aos limites para que depois, nada lhes saísse bem.
    Tudo saiu com naturalidade, e sem o ar, dos últimos tempos, de andarem ali contrariados.
    Até as alterações tácticas se foram sucedendo com naturalidade.
    Do 4x3x3 inicial, com o André André no meio-campo, de repente, ainda na primeira parte saltámos, quase sem se dar por isso, para o 4x4x2, em losango, de que o Peseiro gosta, com o André André na linha, e o Brahimi no apoio ao Aboubakar.
    Na segunda parte, por momentos, chegámos a voltar ao duplo pivot lopeteguiano, para regressarmos ao 4x4x2, de que, francamente, gostei mais.
    Tudo com … naturalidade, sem parecer um bocadinho forçado que fosse.
    Quanto ao Varela, enquanto via o jogo, chamei-lhe no twitter “Varela, o temporizador”.
    Naturalidade, é isso.
    O que é natural, é bom.

  2. Os árbitros ao infestarem de amarelos os portistas procuram o seguinte: a) intimidar; b) conseguir que ao fim de 5 cartões fiquem impossibilitados de jogar (pelo menos 1 jogo)… Mas o mais imediato é intimidar/amedrontar…!
    Quanto ao resto:
    Temos homem/treinador…! Já se começa a vislumbrar o dedo do Líder Peseiro.

    Saudações portistas,

    Armando Monteiro,

    http://www.dragaoatentoiii.wordpress.com

  3. Só o ir jogar de branco em vez de se ter ido jogar de castanho (equipamento com o qual só se tem feito… you know what…) já fez toda a diferença!

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