Baías e Baronis – União 0 vs 4 FC Porto

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Há jogos em que tudo corre bem e mesmo que a equipa não faça uma exibição por aí fora, a bola parece chegar sempre ao destino e roçar no interior da baliza nas alturas certas. O resultado é perfeito e apesar da capacidade de criação de jogo ofensivo não bater certo com os números, a verdade é que é com vitórias como estas que as conquistas nos campeonatos são feitas. Entediante mas produtivo. Vamos a notas:

(+) Danilo. Firme no meio-campo onde enfrentou mais um trio de caceteiros profissionais, que jogavam mais com os braços que várias equipas de voleibol em conjunto, foi um dos jogadores mais dinamizadores da zona central e o mais importante na rotação da bola por essa parte do terreno. É verdade que procurámos muito mais as alas do que o meio, mas sempre que o fizemos aparecia Danilo a impôr o físico e a força que era necessária para um jogo contra bordoeiros. Marcou o primeiro golo com a nossa camisola e espero que o faça de forma mais regular no futuro.

(+) Layún. Duas assistências, uma de bola corrida (e de pé esquerdo!) e outra de bola parada, foram os pontos altos de mais um bom jogo do mexicano com a nossa camisola, que arrisca a ser o melhor dos seus conterrâneos em tão poucos jogos, quando comparado com a lentidão de Herrera e a inconstância de Corona (apesar do chouriço do golo de hoje). Activo pela linha e mexido em zona ofensiva, continua a ser um dos melhores jogadores da equipa e é vital na criação de lances ofensivos (os poucos que criamos). Titular, sem dúvida.

(-) Criação de lances ofensivos. Sim, hoje tudo correu bem e espetámos quatro batatas no União. E quando a cabeçada do Herrera não bater na perna do defesa? E o cruzamento do Corona não sair direitinho para a baliza? Aí o que é que acontece? Ficamos com o resto, uma sucessão interminável de passes a meio-campo (aposto que falhámos mais passes que a União acertou) e muito pouco jogo de área. É evidente que Lopetegui se queixa de não haver penalties a nosso favor, porque não os há. Mas para que houvesse aposto que dava muito jeito conseguir entrar lá mais frequentemente. E a aparente incapacidade de gerar oportunidades de golo de uma forma consistente está a preocupar-me bem mais do que as falhas defensivas ou os passes falhados a meio-campo.

(-) A expulsão de Osvaldo. Uma anedota pela mão de Paixão, que não resiste a deixar a marca num jogo que estava a ser normalzinho, com pancada “natural” e nada mais que isso. O Dani chega perto do gajo e até lhe pode tocar, mas nada que justifique aquela reacção ou a expulsão. Amarelo, no máximo, mas Bruno tinha de marcar a diferença. Vendo as coisas pelo lado positivo, pode ser que o André jogue contra o Paços no sábado…

(-) Mais uma opção contraditória. A entrada de Maicon depois da expulsão de Osvaldo (mais uma vez Bruno Paixão não resistiu a deixar a sua marca num jogo normalzinho), juntamente com mais um reajuste das peças na defesa e no meio-campo, é novamente uma ideia semelhante à que Lopetegui teve no jogo contra o Tondela. É uma transmissão de insegurança para os seus jogadores, uma mensagem de “malta, não acredito que aguentem isto sem meter um canastrão para mandar a bola para longe quando for preciso”, ao mesmo tempo que troca mais dois ou três jogadores e os obriga a jogar noutras posições que até podem ser relativamente naturais mas que já percebemos que ainda não estão preparados para o fazer numa questão de segundos. Lopetegui insiste em mensagens contraditórias: acredita nos jogadores ao ponto de os fazer ocupar várias posições por jogo, mas não confia neles para aguentar uma situação de jogo menos favorável. É difícil de entender, palavra.


Calendário acertado, ainda dois pontos atrás do papão verde e branco e mais umas dezenas de jogos até ao final da época. Melhorias exigem-se e quanto mais cedo chegarem, melhor…

8 comentários

  1. Acho que é a primeira vez em que não estou totalmente de acordo com a tua analise. A primeira parte não achei aborrecida, até acho que entramos bem no jogo e mesmo que a bola não tivesse batido nos pés do defesa, mais cedo ou mais tarde haveríamos de marcar.
    Depois do Osvaldo ter sido expulso, num jogo perfeitamente controlado, dar minutos ao Maicon não me pareceu mal. O Layún também pode jogar na posição em que terminou.

    1. mas estar sempre a mudar é prejudicial…raios, os rapazes já andam perdidos em campo em situações normais, que fará a meio do jogo!…

  2. Também não concordo com a crítica à entrada do Maicon; adiantar o Layun foi uma ótima ideia, e foi boa decisão porque a seguir a essa entrada não houve mais união da madeira… e ainda se marcou o 4º…

    E, há gente cansada, nitidamente cansada.

  3. Parece—me que a ideia é dar minutos ao Maicon para ser titular em Londres e Indi jogar à esquerda. Lopetegui fala jogo a jogo mas a cabeça dele já à muito que está na competição que dá mais importância…

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