Para primeiro jogo, foi bem bom. A equipa pareceu harmonizada, com o estilo mais musculado do meio-campo a contrastar com o “onde está o Casemiro?” do ano passado sempre que era necessário usar o corpo para vencer as bolas divididas. As alas foram ágeis, com os laterais a subirem no terreno sempre que possível, a integração dos novos a correr razoavelmente bem e um rapaz que mostra que pode haver vida depois de Jackson mais cedo do que se pensava. Ainda houve tempo para um Varela trapalhão mas empenhado, um Tello rápido mas inconsequente e um central que sendo o quarto da hierarquia no início do ano passado se afirmar como titular indiscutível. Sic transit gloria mundi e por aí fora. As primeiras notas da época estão já a seguir:
(+) Aboubakar. Humilde, trabalhador e eficaz. Já tinha entrado no goto dos adeptos quando libertou alguns mísseis no ano passado e começou o ano da melhor maneira: com golos. Não é Jackson e nunca o será, mas a diferença entre ele e o colombiano faz-se na força e velocidade com que consegue ultrapassar os adversários e na aparente facilidade com que vem atrás ajudar a equipa na construção ofensiva. Osvaldo, puto, tens de fazer pela vida, que o Vincent entrou em grande.
(+) Maxi. Não sabe jogar de outra forma sem ser na raça, mas surpreendeu-me com a forma como se integrou tão rapidamente na criação de lances ofensivos e na facilidade de desdobramento com qualquer um dos alas que lhe apareceu à frente. Foi o mesmo Maxi que vimos durante os últimos anos de vermelho ao peito: lutador, duro, esforçado, sempre pronto a subir no terreno e a recuar com garra e a conquistar os adeptos pela capacidade de recuperação defensiva e pelo sentido prático. Continua a ser estranho aplaudi-lo, mas está a saber fazer-nos engolir as dúvidas que poderíamos ter quando o contratamos. Que continue assim, é só o que peço.
(+) Varela. Entrou trapalhão, lento e inconsequente, mas fez uma excelente segunda parte e acabou por marcar um golo que fez por merecer. Mantenho que não podemos depender de um jogador como o nosso Silvestre, tão dado a oscilações de forma como um gordo a fazer abdominais perante uma pizza de queijo, mas pode trazer alguma mais-valia a um ataque com demasiada…velocidade. E ele, não a tendo, compensa com a experiência.
(+) A força extra no meio-campo. Aqui está a principal diferença do FC Porto de Lopetegui deste ano quando comparado com o do ano passado. Este meio-campo consegue vencer batalhas individuais e será sem dúvida utilizada em muitos dos jogos onde vamos precisar de combater alguns vilões musculados com outras camisolas, ao contrário do que acontecia anteriormente, onde se sacrificava a imponência física para privilegiar a capacidade técnica. Não digo que é a opção perfeita, porque apesar do bom jogo de Danilo preferia ver ali Ruben a distribuir o jogo, não contesto que o ex-Marítimo é um homem importante para garantir que uma pressão feita com bons índices físicos, somado a Imbula e, nalgumas circunstâncias, André, pode ter um efeito estupendo na recuperação de bolas no centro do terreno.
(-) Herrera. Ora bem. Não. Assim tipo não. Hell no, se fosse uma avó afro-americana do sul com chapéu de abas na cabeça e tudo. Esteve tão mal que fez lembrar uma espécie de Mariano González no meio-campo, com a desvantagem de não correr um décimo do que o argentino corria e a mostrar o mesmo ar de inépcia que o nosso anti-herói preferido tantas vezes exibia. Falhou quase tudo: o passe, a movimentação, a finalização, a criação de lances ofensivos e a recuperação defensiva. Se Lopetegui está a apostar no mexicano para ser titular, ele que me parece ser do tipo de jogadores que os treinadores gostam, os que fazem sempre o que lhes é pedido, então estamos mal, porque se o faz, fá-lo mal. Parece ainda estar cansado das poucas férias que teve e pode ser uma justificação para o jogo que teve, mas receio não ser o único factor. Herrera, neste momento, está a mais na equipa.
(-) A entrada na segunda parte Lentos, distraídos, com pouca movimentação no meio-campo e demasiadas hesitações na defesa, foi por nossa culpa que o adversário se impôs durante quase dez minutos e nos empurrou para uma sequência de perdas de bola e bolas paradas defensivas que, com o resultado em apenas 1-0, podia ter corrido mal. Já sei, sou um pessimista, mas já vi jogos a mais em que por parvoíces destas acabamos por andar a tremer até ao final da partida para sacar uma vitória a ferros. Não quero ver nada mais disso, não senhor, obrigado.
Um já está. Faltam 33. E o próximo, na Madeira, pode ser uma vitória física e moral excelente para arrancar a época em grande…
aaah, tinha saudades do Varela! grande festejo do golo!!
e também já tinha saudades das crónicas da Porta19! só falta de facto vender o Herrera e está tudo pronto…
Bela entrada do FC Porto. Confesso que um pouco acima das minhas expectativas, dadas as profundas mudanças no core da equipa. Gostei imenso.
Herrera continua fora dela. Acusa demasiado o erro e talvez precise de descansar um bocadinho. Além disso, André André mostrou que o mexicano pode por o sombrero e ir passar umas semaninhas ao banco.
O primeiro passo está dado. Se for sempre assim, assino já.
Abraço!
O Herrera faz o André André parecer o Iniesta…
Felizmente que os adeptos começam finalmente a ver a (inexistente) qualidade do mexicano.
Boas,
Houve momentos de boa intensidade do FCP. Gostei de ver.
Pela primeira vez dou um baroni ao marcano: enterrou em passes tanto como o maicon, será contagioso ?
Bem-vindo.
Agora nao me lixem. Agora que a ESPN 2 no México está a transmitir (ao vivo) jogos do Porto (aleluiaa) nao me venham agora tirar o Herrera. Até pode passar a temporada no banco mas ele é o meu passaporte para ver o FCP pelo menos um par de vezes por mes. Por isso tem de ficar :)
De qualquer das formas, apesar de manter o estilo trapalhao acho que o Herrera precisa mesmo de descansar já que a ausencia de férias nao permite uma avaliacao justa do seu momento de forma. E o André André até fervilha com a oportunidade de agarrar o lugar.
Gostei do jogo, a primeira parte meia entupida, a segunda (quando o Guimaraes tentou atacar) mais espaco, mais fluida e melhor. Esperemos que o Varela aguente esta moral a temporada toda, faz-me lembrar um bocado (com as devidas diferencas) o Capucho. E o Abombakar mostra que é um gajo humilde, a quantidade de vezes que o vi a sair com a bola no pé do meio-campo, os comentadores mexicanos até estavam na dúvida se ele estava a jogar a ponta de lanca ou a 10. Muito bom.
Para terminar, alguém me tira aqueles parvalhoes que resolveram assobiar ao intervalo? put@ que os pariu já nao a paciencia.
Eu julgo que a assobiadela foi porque o caramelo do árbitro acabou a primeira parte quando o tempo de jogo (visível nos ecrãs do dragão) era 44’15″…
Ah bom! Se foi por isso entao optimo, na televisao nao deu muito para entender e o cronómetro era o da ESPN.
Tudo certo. Um regresso do Porta 19 aos jogos oficiais em excelente forma :)
Eu confesso-me apreciador do Herrera, e se o ano passado era importante (e unico) no plantel, este ano homens com as mesmas caracteristicas (pulmão e condução de bola no corredor central) não faltam, com Imbula, André e Sérgio. É melhor não perder a opurtunidade agora, antes que se perca a valia ganha nos ultimos anos.
Ahque saudades eu tinha de ler crónicas dos nossos jogos….
Agora que a competição voltou, a ver se limpamos isto este ano…
Um abraço..