Baías e Baronis – Penafiel 1 vs 3 FC Porto

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Há campeões feitos de luta e outros de talento e a mistura dos dois normalmente faz com que uma equipa seja ainda melhor. E hoje naquele tremendo lamaçal em Penafiel, os rapazes foram obrigados a um tipo de jogo que não lhes agrada. A bola não rola no relvado, há demasiadas bolas divididas e o futebol que se consegue produzir não passa do medíocre. Mas também é nestes jogos que uma equipa que se quer campeã tem de mostrar que tem força de espírito e capacidade de sacrifício para ser prático, simples e eficaz. E foi o que fomos, com mérito e acima de tudo muito trabalho. E com Jackson. E Óliver. Upa. Vamos a notas:

(+) Jackson. Os orgasmos vocais de Freitas Lobo durante o jogo foram perfeitamente justificados. O capitão estava a jogar a um nível superior a todos os outros colegas e adversários e notava-se na forma como controlava a bola e a fazia rodar por zonas onde ninguém parecia conseguir ficar sequer com os pés bem assentes no chão. Estupendo na ajuda ao meio-campo, excelente no recuo para zonas de controlo da posse de bola ofensiva, foi mais um bom jogo do colombiano. Ah, mais um golo, como de costume, ao qual se soma o início da jogada do terceiro que é simplesmente genial.

(+) A entrada de Marcano. Fez-me lembrar alguns dos nossos velhos nomes naquela zona recuada (um André ou um Paulinho, até um Emílio Peixe, vejam lá) que jogaram tantas e tantas vezes em relvados exactamente nas mesmas condições que este e que tiveram o mesmo approach pragmático: homem não passa, bola vai para longe. E Lopetegui viu que Casemiro, já com amarelo, estava a baixar de produção e optou pela entrada do espanhol que passou o resto do jogo a despachar tudo que tinha sequer um lampejo de poder vir a criar perigo para a baliza. Foi, como tinha sido já noutros jogos e nas mesmas circunstâncias, o homem certo na posição certa.

(+) Casemiro. Duas assistências e um jogo positivo deste rapaz que não convenceu ainda os adeptos (eu incluído) mas que hoje esteve em bom plano. Foi duro quando foi preciso e apesar de ter saído relativamente cedo da partida (aos 65 minutos) fez o suficiente para se mostrar a um nível bem superior ao que tinha vindo a fazer nos últimos jogos.

(+) O espírito de sacrifício. Ainda bem que Brahimi não esteve neste jogo, porque a produtividade não teria sido muito provavelmente acima de um painel solar nas grutas de Santo António. Mas quem produziu neste jogo foram aqueles que conseguiram lutar, que não tiveram medo de ficar com as camisolas e os calções ensopados em água e lama e que nunca viraram a cara nem as pernas à luta. Toda a linha defensiva esteve bem, Herrera e Óliver no meio-campo estiveram com força e empenho e apenas os dois extremos pecaram por não conseguirem drenar o campo tão rapidamente quanto seria necessário. Não era jogo para eles.

(-) O início da segunda parte. A equipa tremeu um bocadinho com o golo do Penafiel e houve alguns momentos em que se tornava enervante a quantidade de lançamentos laterais próximos da área que o adversário pôde fazer, porque a bola parecia que não saía daquela zona. Lopetegui estava a ficar doido no banco (os guinchos quase se podiam ouvir aqui em casa a algumas dezenas de quilómetros…) e apenas depois de Marcano ter entrado é que a equipa conseguiu estabilizar a cabeça e recomeçou a jogar futebol. O possível, claro está.

(-) O cagaço do Tello. Há dois lances que me enervaram com a força de uma entrada de carrinho do Mozer. Nos dois lances, tal como já aconteceu inúmeras vezes esta temporada, há pontos em comum: o jogador adianta demasiado a bola, o jogador encolhe-se com medo do contacto físico e o jogador é Cristian Tello. Não me convence mesmo nada vê-lo a titular do FC Porto especialmente nesta fase da temporada, onde não produz o suficiente para justificar que tenhamos mandado Kelvin para o Brasil ou que mantenhamos Ricardo encostado a sonhar em ser lateral direito. Até Ivo, na equipa B, produz muito mais que Tello actualmente nos As e não tenho qualquer dúvida na minha cabeça que o espanhol só tem jogado porque chegou do Barcelona e o nome fala mais alto que os números em campo. Infelizmente.


Uma boa série de vitórias é sempre positiva, especialmente quando os jogos têm potencial para se transformarem numa miséria como este ou como já tinha sido o jogo contra o Boavista em casa. Nesse, não conseguimos. Neste, fomos bem melhores. Ainda bem.

13 comentários

  1. Bom, desta vez não podemos ser hipócritas e assobiar para o lado…
    Os dois primeiros golos são extremamente duvidosos, embora me pareça que no primeiro o Casemiro esteja adiantado, e o segundo o Jackson esteja em linha com a bola.
    No terceiro o fora-de-jogo é claro, Casemiro cabeceia contra Herrera, e depois desse ressalto mete a bola em Oliver que faz o 3º. Não gosto de ganhar assim, mas também não percebo como um árbitro deixa nos fazer um jogo neste relvado.
    Lopetegui neste caso devia ter sido coerente, e dizer a verdade, e não assobiar para o lado. Só nos fica mal, este tipo de atitude.
    Agora, além dos 3 pontos, sobrou entrega. Grande atitude da equipa.
    Com esta garra temos campeonato até ao fim.

    Pedro Roberto

    1. Olá Pedro!
      Não quero ser mal interpretado, mas parece-me que ficaste claramente influenciado pelos comentadeiros do jogo de ontem! Eu também tenho dúvidas na legalidade do 1º golo, porque não se consegue ver claramente aquela linha imaginária que alguns manhosos colocam principalmente nos jogos dos galinheiros do regime. Mas daí a dizer que estava claramente em off side vai uma grande diferença!!! Quanto ao 2º golo, a minha opinião é que o Jackson está no mínimo em linha com a bola. No 3º golo, foi uma salgalhada!!!
      Caro Pedro e amigos portistas, não podemos deixar que estes palermoides comentadeiros, que pensam ser donos da verdade, venham atirar-nos areia para os olhos!! A campanha do colinho está mais viva que nunca! Ainda ontem o treinador chiclet veio dizer que “contra factos não há argumentos”! Foda-se!!! Que lata!!!

      1. Mas a bola bate no Herrera e vai de volta para o Casemiro, que nessa altura está adiantado em relação a todos os outros jogadores..

  2. Completamente de acordo com a analise ao Tello!! Chegou a deixar-me furioso a forma como não disputou 3 ou 4 lances… incrível mesmo!! Já não concordo com a analise ao Casemiro, isto se pensar que o golo do Penafiel teve uma grande contribuição da sua parte… e do Maicon.

    1. Adverbie esse comentário. Tem de pôr os “-mentes” todos, caso contrário esta a mentir ou a ser deliberado na falácia. Os três golos não foram irregulares. O primeiro sim, creio que está adiantado mas não por muito e numa jogada difícil de julgar. O segundo esta mais em linha que fora dela, mais um lance complicado. O terceiro…qual foi o problema aí? A bola saiu? Really?

      Enfim.

      1. No terceiro golo o Casemiro cabeceia a bola contra o Herrera. Nesse momento, a bola volta para o Casemiro, que está fora de jogo (aliás, é o único jogador que está fora do campo), e endossa a bola ao Oliver que faz o Golo.
        É o momento (involuntário) em que a bola bate em Herrera que mete o Casemiro fora de jogo.
        Espero ter conseguido ajudar, o lance é claro, e embora seja contra o FCP, os adeptos deveriam saber melhor as leis do jogo para depois comentar os lances.

        Obrigado

        1. Só uma nota, quando o Herrera toca na bola, não me parece que a toque para a frente. Se o fizesse a bola saía. Vai daí que, como a bola não é tocada para a frente, não há fora de jogo, independentemente do Casemiro estar fora do campo ou fora do estádio.

          1. Sim, mas depois a bola bate em Herrera e volta para Casemiro. Aí a bola vai para a frente, e é esse o momento em que o brasileiro está fora-de-jogo.

  3. Completamente de acordo com o post e em relação ao Tello, tambem eu me enervei e ainda por cima num espaço publico de mais ou menos bom tom…
    Quanto aos imparciais do costume – e eu recuso-me a ser imparcial num jogo de futebol onde entre a minha equipa! – digam com sinceridade como podem afirmar que os 3 golos são irregulares’ O 1ª a câmara filam num diagonal que faz lembrar a linha amarela de um celebre jogo avermelhado contra o Rio Ave. No 2º o Jackson vem detrás, a bola amortece a velocidade com a lamice e dá depois a ideia que jackson marca em fora de jogo – mas o que conta é o momento do passe. E no 3º Oliver está atrás da linha da bola que foi sempre disputada legalmente por um jogador do FC PORTO até á sua conclusão vitoriosa!
    P.F. deixem-se de honestidades balofas, bacocas e octavianas!

  4. Boas,

    Tanta gente revoltada pelos golos. Devem ser os mesmos que acharam que o talisca não merecia o segundo amarelo na 1º parte ;) …. bem tirando esta picardia, sim o 1º parece-me fora de jogo já os outros dois não. Nem reparei que o herrera tinha tocado na bola, portanto provavelmente o árbitro também não. Já alguém aqui falou sobre o raio da linha que colocam, não sei por que é que desta vez não há linha quando a camara está de lado, mas ok.

    Baía: jackson, herrera, oliver ( houve um momento que ele tinha lama na lateral da cara eheheh )
    Baronís: Tello, também vi o caganço do gajo… Na nossa defesa ainda falha ali qualquer coisa. Demos sempre muito espaço. Sofremos golos há quantos jogos ? :\

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