El capitán en los tiempos que corren

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Não houve Jardel sem ter havido um Capucho ou um Drulovic. Não teria havido Falcao se não tivesse co-existido com um Hulk ou um Moutinho. E não há um Jackson sem um Tello, um Quaresma ou um James. Ou há?

Jackson tem sido um dos melhores avançados da nossa Liga desde que cá chegou e está este ano a ser igualmente um dos avançados mais profícuos em toda a Europa. E é em grande parte graças aos seus golos que conquistámos o primeiro lugar na fase de grupos que amanhã fecha no Dragão. Por cá, a vida de Jackson continua a ser polvilhada por uma tremenda sucessão de golos, com 77 em 114 jogos (0,67 golos/jogo, ou seja, cerca de dois golos em cada três partidas), o que não atingindo os quase miraculosos números de Jardel (uns extraordinários 0,96 golos/jogo) ou Falcao (com uns não menos impressionantes 0,82 golos/jogo) acaba por ser uma marca incrível de um jogador que já chegou a ser contestado de uma forma absurda por tantos portistas. Mas Jackson dá um pouco mais à equipa que Falcao e bem mais que Jardel. Para lá das notáveis capacidades como “poacher”, é a forma como volta atrás depois de perder uma bola, como recupera defensivamente para tapar os buracos deixados pelos colegas ou pressiona o último jogador para tentar fazê-lo perder a bola tão depressa como a recebeu. É a inteligência na posse de bola e a capacidade tremenda de a controlar em situações complicadas, sempre parecendo que não está a dominar o lance mas sempre com a presença de espírito de saber onde estão os colegas, de perceber o melhor timing para largar o esférico ou entender se a deve manter mais algum tempo nos pés.

Jackson é, neste momento, tão importante para a equipa como sempre foi e parece estar a liderá-la em campo com autoridade e espírito de conquista. Só precisa de aprender a marcar penalties. Se fizesse isso bem não havia ninguém a dizer mal dele. Dentro ou fora.

2 comentários

  1. Caro Jorge,

    O que mais aprecio em Jackson é a sua serenidade. Ao que consta, é mesmo essa qualidade, juntamente com o esforço e a capacidade de trabalho que lhe dá a Capitania. Não tenho nada a apontar ao Jackson. No seu pior ano ainda conseguiu marcar 29 golos!

    O meu estilo de Capitania é mais o de um Danilo. Força, garra, raiva, ambição. Mas são gostos.

    Não sei se o Jackson é galvanizador. O Danilo parece ser.

    Nenhum deles é um Lucho :)

    Abraço Azul e Branco,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

  2. O único reparo que lhe faço, não tem que ver com aquilo que consegue fazer, que é bastante, sem dúvida. Se faz o que faz sem ter cá a cabeça, imagina se cá estivesse de corpo inteiro…E se marcasse penáltis!
    Mas não se pode ter tudo, I guess.

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