Baías e Baronis – Estoril 2 vs 2 FC Porto

foto retirada de desporto.sapo.pt

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Um empate é sempre um mau resultado quando se trabalha para ser campeão e onde se têm de ganhar todos os jogos contra as equipas teoricamente abaixo das candidatas. Mas apesar dos dois pontos perdidos, tiram-se vários positivos do jogo de hoje na Amoreira. Um jogo estupendo de Herrera, talvez o melhor desde que chegou ao FC Porto, uma atitude em que a palavra desistir não existiu e uma constante procura de impôr o estilo de jogo que nos vai caracterizando. E pela primeira vez critico Lopetegui pelas substituições…apesar de Óliver. Vamos às notas:

(+) Herrera. Gostei muito de o ver no meio-campo e se me dissessem que o ia eleger como o melhor jogador do FC Porto no jogo de hoje, acharia mais provável ganhar o Euromilhões num sorteio à 2a feira. Incansável, como de costume, mas extremamente certo nos passes horizontais, para lá de procurar sempre verticalizar o jogo quando possível. Foi o principal jogador da equipa em termos do critério no passe mas acima de tudo na forma como recuperou bolas no seu meio-campo, bem como no sector avançado da equipa. Não merecia a saída de Casemiro, porque foi obrigado a recuar no terreno e perdeu quase toda a capacidade ofensiva, com a equipa a ressentir-se disso.

(+) Never give up. Never surrender. Quaresma é a imagem perfeita da força que a equipa enfiou no relvado hoje à noite. Podia levar um “solo Baía”, mas opto por incluí-lo em toda a energia que a equipa mostrou em campo, com uma atitude de equipa grande, nunca desistindo das bolas, nunca abdicando de subir em campo, empurrando o Estoril para trás e mostrando uma altivez positiva na recuperação do esférico em zonas altas. Só correu mal porque sofremos dois golos, um mais evitável que outro (Maicon, deitares-te em campo não só é um convite para penalty como um alheamento do lance a decorrer), mas nada há a apontar à vontade de jogar e de vencer.

(+) O golo de Brahimi. Quando vi o rapaz a rodar, pensei: “Olha, queres ver que ainda marca…”, e ao ver a bola a entrar na baliza fiquei ainda mais convencido que este gajo tem algo de especial e que a sua compra foi dos melhores negócios (alienações aparte) que fizemos nos últimos anos. A-fucking-mazing.

(+) O gesto de Tozé depois do golo. Fica-te bem, rapaz. E mostraste que tens talento para voltares para o ano, depois do Óliver voltar a Madrid. Gostei, puto. Gostei. E que bofetada de luva branca deste nos Ruis Santos desde mundo, tu e o Kieszek.

(-) Adrián. Parece um elemento que não consegue acelerar o jogo quando é necessário e a incapacidade de subir de produção em cada jogo que é utilizado faz com que os adeptos o comecem a “marcar”. E mantenho o que já disse noutras ocasiões: não é pelo toque a mais ou pelos passes falhados que Adrián acumula capital negativo. É pelo simples facto de não lutar, de não usar o corpo no confronto directo, de não saltar para disputar bolas aéreas, de se alhear do jogo quando o jogo passa perto dele. Enquanto não perceber que os adeptos do clube onde joga admiram o esforço até mais que o talento, nunca vai conseguir conquistá-los. Por algum motivo saiu do Atlético de Simeone sem dar luta…

(-) O penalty de Fabiano. Mas que parvoíce de saída, palavra. A defesa ao remate de Sebá foi a que se arranjou e não foi nada má, mas aquela imagem de um canastrão de quase dois metros a arrancar como uma pick-up com um motor de Yaris a tentar chegar à bola primeiro que um mini-Flash…e a falhar com estrondo…foi uma muito má decisão da parte do nosso guarda-redes.

(-) As substituições. Pela primeira vez acho que Lopetegui mexeu mal na equipa. Não critico a entrada de Adrián de início, porque acredito que o espanhol pode (se quiser) ser uma mais-valia a jogar ao lado de Jackson. As substituições é que me fizeram alguma espécie, porque deu para perceber que o espanhol não estava minimamente integrado no resto dos elementos do grupo e devia ter saído ao intervalo; mas principalmente pela saída de Casemiro numa altura em que Herrera estava a potenciar a equipa de uma forma tão enérgica, apagando-se desde o momento em que o brasileiro saiu de campo. Aboubakar não adicionou grande coisa à partida para lá de ser “mais um” na área, pelo que esta forma de fugir do esquema tradicional para privilegiar um jogo (ainda mais) directo não me caiu bem. Entrava Quintero para o lugar de Adrián. Ponto. O resto via-se mais tarde. My two cents, claro, eu que não estou no banco do FC Porto.


Nada se perdeu. Bem, perderam-se dois pontos, mas pouco mais que isso. Talvez se tenha perdido Adrián Lopez durante mais umas semanas. E perdeu-se alguma moral, em alta nos últimos dias. Pronto, afinal talvez se tenha perdido alguma coisa…

13 comentários

  1. “Entrava Quintero para o lugar de Adrián. Ponto.”
    Posso promover estas duas frases a verdades universais?

    Cumprimentos aqui de Gibraltar.

  2. Não vi o jogo todo só a segunda parte.

    E pelo que vi os tipos do Estoril até jogaram bem… houve ali uns momentos que eles iam fazendo o 2-1. Portanto parece-me que pelo jogo que fizemos até nem foi mau.

    O Adrian foi assim tão mau ? O gajo até costuma mexer-se relativamente bem…

    O penalti é claro, nem percebi a reacção do pessoal todo. O Fabiano é que foi nabo, aproximava-se só do tozé e pronto, cheira-me que caía em saco roto a jogada.

  3. Bom dia,

    quando vi o Aboubakar a entrar em jogo fiquei… wtf!?!? O Porto estava a fazer um jogo pelo chão, a tentar ir pelas laterais e o homem mete-me o meco oficial época 14/15!?

    Não percebi, mas ainda pensei que fosse daquelas substituições a 2 tempos (como o Mourinho fazia muitas vezes), mas o Mourinho normalmente colocava quem ia assistir/furar/correr e só depois metia alguém lá para a confusão…

    O Porto perdeu completamente o ímpeto com a entrava do Aboubakar (ou talvez com a saída do Casemiro) e acho que ficou sem perceber que tipo de jogo é que o treinador queria colocar em campo

    Adrián, Adrián… não percebo qual é a função dele, mas o pior é que eu acho que ele também não tem a certeza… não pressiona, não abre para libertar o Jackson, nada…

    Um meio Baroni para o Indi tb não ficava mal, a quantidade de disparates que ele fez foi impressionante…

    E o Quaresma tem que tomar menos café antes dos jogos, se fosse um árbitro a sério não sei se acabava o jogo.

    O sr. do apito, final da 1ª parte, Porto ainda estava lá em cima depois de um canto e interrompe o jogo para o intervalo.

    Aos 87 minutos um jogador do Estoril tem um ataque de alguma coisa e foi para o chão e lá permaneceu até aos 91 minutos, o árbitro permitiu a assistência ao jogador aos 88 e qualquer coisa, foi quase 3 minutos de paragem, só houve 28 segundos de extensão aos 5 minutos dados.

    Parabéns ao Tozé, ao Sebá e ao Kieszek, não sei se todos são emprestados pelo Porto, mas todos eles contribuíram para os utilizadores de palas que só vêm para um lado se calarem durante esta semana.

    Nota aparte: estive a ver o jogo do Porto num canal francês que no intervalo deu o resumo do Benfica, comentário franciu à jogada anulada ao Nacional por fora de jogo “Oh la lá”, pois, de oh la lá em oh la lá se vai ganhando uns pontitos…

    1. Jorge
      Quanto ao jogo,Eu,vou deixar de opinar sobre os mesmos,nao merecem que perca mais tempo do que ja faço.
      O Migo,o bobacar na minha opiniao,nao e Tao meco assim,tem melhor rececao e qualidade de passe que Jackson,agora nao pode e haver dois jogadores a pisarem os mesmos terrenos,por exemplo se o Migo tiver dois extremos bons,a jogarem do mesmo lado,e se jogar sem o defesa desse lado,se eles nao recuarem ,creio que ira ter um sitio a explorar pelo adversario.
      In Te …. Fui Me

  4. Era só não estragar…

    Se eu chegasse constantemente ao meu trabalho, e partisse algo que estava optimizado, já tinha vindo para a rua! Não estou com isto a tentar correr com o Pokemon, mas eh pah, ele já via se atinava..

  5. Quanto ao jogo, grande esforço dos jogadores. Trabalho a mais, engenho intelectual a menos.
    Devo ser, a par do Lima, do Tomo II, o único gajo que gosta do Adrián e que acredita que o homem é apenas vítima dos traços de acefalia momentânea de Lopetegui – também ele, para mim, um grande homem e treinador, O tempo o provará, porque não é possível roubar todos os jogos do campeonato, de forma tão escandalosa, sempre para o mesmo.

    Herrera é tremendo; perdeu-se com as ideias do treinador… Óliver é sublime; perdeu-se na falta de ideias do treinador. Adrán é interessante; perde-se nas ideias a mais do treinador.

    Sou um admirador confesso do Tozé. Não acredito que tivesse lugar na equipa e foi bom tê-lo a rodar noutro clube de Primeira Liga.
    É um profissionalão, símbolo do clube e da mística que, para mim,não fica beliscada pela forma exemplar como levou a cabo a sua obrigação laboral e o inquestionável penálti – ainda bem que o marcou -, mas antes a falsa redenção de alguém que não celebra o que marca, mas celebra o que viu marcar, de forma bem efusiva, bem como a maneira como cerra os punhos no chão, ao conquistar o castigo máximo.

    Continuarei a admirá-lo e a querê-lo como símbolo futuro do clube. Não daquele clube que sempre foi, mas daquele que é possível ir sendo, nos tempos que correm, onde amor e mística é coisa relativa – os imbecis do assobio que o digam…

    Somos Porto! Há muito caminho. Há muita pedra – seja ela para nós partirmos, ou para os outros tropeçarem.

    Abraço a todos!

  6. Desculpa lá, mas um baía ao Herrera? Isso é o mesmo que dar um Nobel da economia ao sócrates porque num dos dias em que andou por aí a mandar afundou menos o país que o costume. Tudo bem, fez uns bons passes para o lado, mas sempre que tentava passar para a frente a bola acabava num gajo de amarelo. É que não é só ter pouca técnica para passar a bola, é tentar passá-la para os sítios mais absurdos nos piores momentos, uma espécie de “se eu chutar com força na direcção do Jackson de maneira a ele não conseguir dominar pode ser que a bola bata nos 3 defesas à volta dele tipo pinball e o isole”. Depois as bolas que a equipa perdeu no nosso meio-campo e deram contra-ataque eram 90% Herrera a falhar redondamente um domínio ou a dominar para as costas de primeira sem se lembrar que podiam lá estar dois gajos à espera para lhe roubar a bola. Por último, este gajo correr muito para recuperar a bola é dos maiores mitos futebolísticos dos últimos tempos. Revê os dois golos do Estoril e observa o Herrera concentradíssimo no meio-campo a ver o que se passa na área do Porto.

    Zero sentido posicional, pouca técnica e más decisões. Oxalá me engane e ele marque um hattrick com as orelhas no próximo jogo, mas mesmo assim continua a ser mau jogador.

  7. Caro Jorge,

    Uma pergunta impõe-se: porque raio foi Lopetegui inventar ? Depois de um jogo perfeito em Bilbau, porquê mudar o sistema ? Onde encaixa Adrian, entra a titular a propósito de quê, se nem entrando a meio alguma vez deu uma para a caixa que me lembre infelizmente … ?

  8. porra completamente de acordo. acho q a equipa teve vontade (claramente), teve varios momentos de qualidade (aqueles 10/15min iniciais da 2ª parte, esperava-se a todo o momento q o fabiano fizesse um corte a meio campo, os gajos n saiam da caixa), o herrera la percebeu o q é q se lhe pede. mas de facto o treinador no q mexeu n ajudou (oliver a parte). e fala um claro entusiasta de lopetegui. acho q mexeu mal pela primeira vez. acontece. é claro q n sabemos como estava o casemiro fisicamente (q teria de ainda correr mt durante o jogo, a jogar como jogámos). acho ainda q o Porto podia ter sido mais matreiro: fazer o estoril correr mais atras da bola na primeira parte… os gajos tinham tido um jogo na quinta quase nem 72 horas tinham passado….
    O adrian precisa de mostrar mais. ainda n estou convencido de q seja um fracasso, mas fiquei preocupado a algumas abordagens a finalizacoes.
    o quaresma nem parece o mesmo… se calhar o treinador tb n tem nd a ver c isso…
    ultima nota: precisamos de mais jogo interior e de o trabalhar mais. temos jogadores p o fazer mt mt bem (brahimi, oliver, quintero, jackson, tello, ruben neves). e c isto n quero dizer mais fintas, alias provavelmente quero dizer menos fintas pq n ficas entregue aos coelhos das cartolas dos brahimis e companhias. sp q tentamos ficamos mt perto faltando “apenas” entrosar melhor os jogadores uns com os outros (ainda perdem aquele segundo a adivinhar o q o outro vai fazer).

    Em suma, vimos o mesmo jogo

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