Permitam-me uma pequena nostalgia em relação à final de amanhã. A Taça de Portugal não figura no meu imaginário juvenil, nem tão pouco naqueles recantos mais ou menos escondidos que transformam a memória de um indivíduo num imenso baú de recordações, mais fundo que a fossa mais escura que encontremos. Alvalade, por exemplo.
Nunca fui um adepto ferrenho de competições a eliminar, para vos ser sincero. Especialmente em Portugal, onde sempre dei preferência à Liga, com todos os nomes e o marketing atrás deles, em relação à menor importância de qualquer uma das Taças. Há qualquer coisa de aleatório que me incomoda, que me rouba o chão que piso e me deixa solto, sem amarras competitivas, dependente de demasiados factores que podem condicionar o que uma equipa pode fazer e o que a outra a deixa fazer. O futebol torna-se livre e mais bonito, dizem, mas não me agrada, não me dá segurança, não me acalma. Já assisti a várias finais na minha vida futebolística (e mais algumas noutras modalidades, que a vida não é só bolas de couro e chuteiras com pitões) mas apenas por uma vez me desloquei ao Jamor, no cada-vez-mais-longínquo ano de 1998 onde os bilhetes, comprados então na sede da Federação ali no Bessa, numa altura em que havia muito mais facilidade em obtê-los directamente nas bilheteiras, algo que agora se tornou bem mais complicado, levando ao aparecimento de sites bem úteis como a Ticketbis ou parecido, que ainda tem disponíveis bilhetes para a final da Taça de Portugal, mesmo que estes já estão esgotados pelos meios oficiais. . E fui para baixo com o meu pai e mais um amigo, entusiasmado ma non troppo, com um sol intenso que me assava as costas, um espírito de confraternização entre adeptos de Porto e Braga, curiosamente parecido com o que encontrei bem mais tarde, 13 anos e 1300 km de diferença entre as duas finais com estes mesmos protagonistas.
Coroado era o árbitro (amanhã será Xistra) e as equipas históricas. Oliveira no banco e cá vem o sorriso que se instala na minha face sempre que penso na linha de ataque Conceição/Jardel/Drulovic, com Zahovic, Doriva e Paulinho atrás destes e à frente de uma defesa que faz lembrar a deste ano: Secretário, João Manuel Pinto, Aloísio e Kenedy. Do outro lado, Karoglan na frente, Quim na baliza (sim, esse!!!), Artur Jorge no centro da defesa, Mozer e Jordão no meio-campo. A vitória soube bem, a tarde foi gira, a viagem agradável…mas nunca me sabe ao mesmo. Saudades das equipas, não do jogo.
Continuo a preferir o campeonato. Sempre o campeonato. E é esse que deve continuar a ser o nosso objectivo.
Uma final “muito gira” foi uma – só me lembro que estava calor, e o jogo lento (que ano? que equipe completa? ) em que o Capucho fez das suas, e o Schmeichel desertou com um mau perder fedorento! Ai, ai os viscondes , os viscondes…
(É que é uma coisa muito engraçada: nem sempre chegamos às finais, mas quando chegamos é para vencê-las, e as pouquissimas – só me estou a lembrar da taça das taças – que perdemos só nos servem de lição, para não serem repetidas… – porém ainda hoje o record diz que o benfas fez uma época de sonho…)
Já fui a 2 finais do Jamor e gosto imenso do ambiente que se lá vive. Ao contrário de muita gente, espero que a final da Taça de Portugal continue por lá, mas deviam fazer umas obras de remodelação.
A dobradinha era algo que o FC Porto devia ambicionar. Levar para casa os dois mais importantes troféus nacionais é um sinal de grande qualidade.
A Taça é para os pequeninos, pá. É a festa da Taça! :)
adoro a taça de portugal, todo o ambiente, todo o convívio..as tascas, os petiscos, a romaria para lá chegar…a tristeza de a perder e a alegria de a ganhar são diferentes das outras competições.
Juntar campeonato e taça é muito bonito!