Mister Paulo,
Começamos um novo ano no melhor local do mundo para arranques em grande, pelo menos desde que o Tarik se passou da cornadeira mourisca e lá foi em direcção à baliza do Mandanda sem dar hipótese nem ao moço nem a ninguém. E agora, que voltamos a jogar para mais um jogo dessa competição fantástica que me interessa ligeiramente mais que a Taça da Liga e que a Supertaça (sim, é a “minha” terceira competição), estou à espera de uma exibição estupenda!
Estou a mentir, como já deves ter percebido. Não estou à espera de nada de fabulástico, de grandes jogadas nem insinuações de uma equipa mandona e de um futebol extraordinário. Sou racional o suficiente para antecipar que vai ser um FC Porto aborrecido, semi-tristonho e que não vamos ter um FC Porto dos primeiros vinte minutos contra o Atlético ou da primeira parte do jogo da Supertaça. E é isso que me anda a lixar a cabeça, sabes, Paulo? É o não conseguir sequer pensar num jogo inteiro em que tenhamos estado bem. Assim cem por cento bem. Um jogo em que tenhamos arrancado com garra, imposto a nossa autoridade, comandado a partida, o resultado e a atitude de uma forma de tal maneira inequívoca que nada sobrava ao adversário que não uma fugaz tentativa a trinta metros da baliza e pouco mais. E nem sei se este jogo da Taça é o melhor que nos podia aparecer neste momento, especialmente sabendo que para a semana vamos à Luz. Agora, interessa-me sinceramente perceber se estamos ou não em condições psicológicas para ganhar facilmente ao Atlético…e não o garanto.
Enfim, talvez esteja com os pistões pessimistas em overtime. Entra lá em campo, muda um ou dois gajos e mostra-nos que o meu FC Porto ainda é o que eu quero que seja.
Sou quem sabes,
Jorge