Há jogos assim. Tantas vezes fomos até campos hostis com o apoio de poucos mas bravos portistas e perdemos mas lutamos com galhardia. Tantas outras vezes nos deslocamos a lamaçais ou a relvados de pisos sintéticos e perdemos mas lutamos com galhardia. Hoje, na Madeira, lutamos com galhardia. Sem pernas, sem cabeça, sem entrosamento, sem pernas e sem pernas. Disse sem pernas três vezes de propósito. Porque a ausência de Fernando e a falta de frescura de Lucho e Defour são tão evidentes que me deixam a pensar que as decisões tomadas em Janeiro foram ainda piores do que pensei na altura. Ainda assim valeu-nos São Helton, ele que este ano ainda não tinha tido uma exibição a este nível, a defender tudo de todos, a servir como barreira impossível de transpôr para o Nacional. E ainda bem. Seven to go. Notas abaixo:
(+) Helton Lembrei-me daquele jogo em Villareal no ano passado, onde Helton foi o garante da nossa passagem à final da Europa League. O homem esteve realmente em grande, tanto na baliza como fora dela, parecia que havia um íman nas luvas que fazia com que as bolas fossem quase todas lá parar. Alternou defesas excelentes e seguras com outras que foram de puro reflexo e agilidade. As grandes equipas não se fazem sem grandes guarda-redes e em muitos jogos a presença de um guarda-redes que segure vitórias quando a equipa não consegue evitar o perigo para as redes que o homem defende é muitas vezes essencial. Helton continua a ser o melhor guarda-redes a jogar em Portugal.
(+) João Moutinho Foi o único rapaz que correu noventa minutos ao mesmo ritmo e que se esforçou como poucos para vencer o jogo. Notável a quantidade de terreno que o João percorreu hoje à noite, na nossa área, na área deles, à esquerda a tapar as subidas de Álvaro e a cobrir a lentidão de Otamendi, à direita para rodar a bola com Lucho, atrás a trocar com Defour…até bolas de cabeça ganhou, carago! Esteve muito bem e não fosse Helton ter sido a parede que foi (no bom sentido) e Moutinho tinha o meu voto para melhor jogador portista em campo.
(+) Cristian Rodriguez, principalmente na primeira parte Afirmo e reafirmo: Rodriguez perdeu espaço no FC Porto e é caro demais para o rendimento que apresenta. Mas há alguns jogos em que a força e a atitude do Cebola são muito importantes e este era claramente um deles. O uruguaio correu muito e bem, pressionando tanto na esquerda como na direita e mesmo não tendo sido particularmente produtivo (a diferença para Hulk, mesmo nos dias maus, é enorme) acabou por forçar a que o Nacional não conseguisse subir pelo flanco como precisava e como conseguiu apenas na segunda parte, quando o gás acabou. Esforçou-se. Gostei.
(-) As perninhas dos nossos meninos Mais um jogo, mais uma exibição pobre no centro do terreno. Lucho não consegue aguentar noventa minutos, Defour esconde-se muito do jogo e Moutinho não chega para tudo. Aliás, não fosse o João e o resto do meio-campo ter-se-ia desfeito como um castelo de cartas atacado por um urso, tal era a incapacidade de James em correr mais de dez metros sem travar para descansar e Janko que estava tão perdido no meio dos defesas do Nacional que mais valia criar raízes. E os defesas? Lindo. Álvaro à rasca, Rolando tão arrastado que só lhe faltava um andarilho para efectivar a transição para a velhice, Maicon displicente e Otamendi…que já é lento por natureza. A entrada de Alex Sandro e Mangala ajudou, mas não chega. Precisamos de sangue novo, fresco, com mais ritmo e mais capacidade para correr. Quem? Não sei. Não sou eu o treinador.
(-) Maicon Parece de propósito, palavra. Um gajo elogia-o numa semana e na semana seguinte lá volta a fazer borrada. Quero acreditar que foi um jogo mau e que a espiral de parvoíce que culminou numa perda de bola após mais uma estupidez em que o Maicas tenta controlar a bola que surge pelo ar…no meio de três adversários (obviamente perdeu-a e Mateus quase marcava) não terá passado de hoje. Mas ver o ridículo da displicência que Maicon mostrou no ano passado, quando tinha de ser Moutinho a dizer-lhe para mandar a bola para fora e não inventar repetiu-se hoje na Madeira e as vezes que as câmaras focaram Helton ou Lucho a avisar Maicon para não se distrair deviam ser todas gravadas e exibidas ao brasileiro pelo menos uma hora por dia. Porque no FC Porto não pode chegar fazer alguns bons jogos e o nível não pode baixar por excesso de confiança. Vai para casa, dorme e amanhã volta ao normal. Obrigados.
(-) É obrigatório fazer tabelinhas? Admito que começo a ficar farto da mesma jogada. Alguns jogadores do FC Porto parecem incapazes de receber uma bola e mantê-la nos pés durante mais de dois segundos, sentindo uma vontade irresistível de a endossar de volta para um qualquer colega…independentemente do companheiro estar ou não tapado por um oponente a pressionar. Resultado? Quase sempre acaba num passe para Helton ou numa biqueirada para a frente…quando não se perde a bola e a nossa equipa, balanceada já para um ataque com apoio dos laterais, acaba por se tramar no posicionamento e o contra-ataque é sempre perigoso. Não chega olhar para o Barcelona e dizer: “sim senhor, gostava de jogar como eles”. É preciso saber como o fazer.
Não gostei do jogo. Enervaram-me as constantes perdas de bola, a forma como a falta de pernas afectou o raciocínio e o sentido prático de muitas intervenções directas e movimentações tácticas da equipa. Estive agitado desde os 60 minutos, quando vi que a equipa estava progressivamente a descer no terreno, sem conseguir jogadas de ataque a não ser as biqueiradas para a frente do Rolando para o Janko ou o James. Concordei com as substituições de Vitor Pereira mas creio que foram atrasadas. Já teria sacado o Otamendi há mais tempo porque estava a ver que o Candeias ainda calhava de ter sorte num cruzamento qualquer, o Mateus lá acertava na baliza e não no Helton…e o FC Porto nunca mais conseguiria ir tentar sacar mais que um ponto. Correu bem. Correu muito bem.
Caro Jorge
Julgo que o Janko merecia um Baía pelo golo. Há quanto tempo que um avançado do Porto não marcava um golo destes? Talvez desde o Jardel?
Por outro lado, tanto o Cristian Rodriguez como o Alvaro Pereira mereciam um Baroni+Fucile péssimos a atacar, desleixados (marca registada do compatriota que, tardiamente, foi embora) a defender, sem conseguirem fazer um simple passe, centros miseráveis, remates idem.
Jogámos mal e porcamente, mas os 3 pontos já cá cantam e isso é que importa.
Estrelinha de campeão é isto mesmo.
À rasquinha, valeram os 3 pontos.
Tivemos sorte no 1º golo, tivemos sorte do Mateus conseguir errar todos os 6 ( eu disse 6!!!! ) remates praticamente cara a cara com Helton, tivemos São Helton, tivemos a sorte do jogo.
Mais não digo sobre a atuação na Madeira ontem.
Mas digo que o Camila lampião(ver link)
http://1.bp.blogspot.com/-GvoEAZc8J6U/T2D1pk3AiRI/AAAAAAAAV7s/qAnBk0OiuLc/s640/camila-parker-bowles_e_jorge-jesus_portugal-porreiro.jpg
já voltou a arrotar soberba no diário oficial do clube das galinhas
http://www.abola.pt/img/fotos/destaques/jorgejesus27171919.jpg
o que sempre foi bom sinal…para nós;-)
Foi uma exibição descolorida, apagada, desconexa, desorganizada, trapalhona, enfim, impregnada de todos os defeitos que vem sendo a imagem de marca desta época. Uma vitória lisonjeira que vai garantindo a liderança, mas que esteve a milhas de convencer.
Esta equipa portista joga cada vez menos e começa a ser penoso ver jogadores de tão grande qualidade com comportamentos tão vulgares.
Tivemos a estrelinha dos campeões e Helton em grande. A sorte não dura para sempre. As nuvens negras da desgraça pairam cada vez com mais intensidade. Adivinha-se a derrocada a todo o momento, nos jogos complicados que ainda faltam.
Um abraço
Concordo com os comentários do Pedro e do dragão Azul, resumem o que me vai na alma; só ressalvo que a insistência do palito foi determinante para o primiero golo…foi o que ele fez de bom, mas teve um desfecho bem positivo. –
O seu comentário à cerca dos passes, Jorge, aleluia, ainda bem!
Por fim, relativando, não achei que o Nacional tivesse tido verdadeiras ocasiões de golo: chutou bastante, mas nem sequer houve defesas extraordinárias do Helton. Defendeu como lhe competia. Bem. Como deve ser.
Nós é que estamos com os nervos à flor da pele.
Quando revejo os jogos dá para entender isso…
Jogamos pesssimamente mal mas ganhamos. Os outros dão nota artistica e continuam a cheirar-nos o esfincter!
Mas que algo terá de ser feito no final da epoca malgrado sermos ou não campeões.
Continuo a achar que VP é esplendido treinador (as substituições são de mestre) mas um pessimo lider! Faz-me lembrar o Peseiro, tambem ele excelente treinador mas medricas com os jogadores…
Bom dia,
Depois de uma primeira parte mais consistente mas sem brilho, chegamos à vantagem e poderíamos mesmo ter matado o jogo por intermédio de Rolando e Rodriguez que foi egoísta e não assistiu Janko isolado.
Na segunda parte, o Nacional criou-nos imensas dificuldades, aproveitando a velocidade de Mateus e Candeias. Helton o homem do jogo negou o empate aos da casa.
Acabamos por matar o jogo numa fase em que o Nacional se tinha mandado para a frente em busca do empate.
Era escusado tanto sofrimento, mas face à ausência de Fernando e Hulk, o que importava era a vitória.
Agora vem aí a taça da liga, e espera-se que a equipa melhore até lá do ponto de vista anímico.
Abraço e bom fim de semana
Paulo
Trabalhona,desgarrada,apagada,desorganizada,embirrenta,mas como diz a canção e eu gosto(gostei)dela.O que interessa é que ganhamos mais 3 pontos e VIVA O PORTO! Prá semana há mais em Paços de Ferreira,com um intervalo na terça para irmos ao salão de festas dos gajos do regime,(mas isso não interessa nada),o que me interessa é o campeonato.
Cumprimentos
Excelente análise Jorge… Só que não acredito que a sorte nos vá acompanhar nos jogos que faltam – estatisticamente é muito improvãvel- correndo o risco de num desses jogos levarmos 3 ou 4 secos!!! Em tempo, não desejo isso para dizer “eu bem dizia”, porque sou um adepto sério e dedicado, que acompanho o FCP há 50 anos, que nunca assobiei, mas… que me sinto mal, muito mal com jogos e comportamentos como ontem no Funchal!!! ACORDA DRAGÃO !
eles estão acordados…parece-me é que não podem das pernas…
abraço,
Jorge
caro Jorge, caríssimas(os)
concordo com o teor do post.
penso que tudo está escrito quando o Helton foi um autêntico guardião que permitiu a conquista de (mais) três preciosos pontos, rumo ao objectiv final: a revalidação do título.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II
Boa noite Sr. Porteiro,
Tivemos um anjinho do nosso lado, deu pelo nome de Helton, quando um guarda-redes está bem, até parece que as bolas vão ter com ele, isto pq ele se antecipa ao movimento de quem ataque a sua baliza…
De resto a exibição do Porto foi como comer uma francesinha e o cozinheiro não colocar o queijo, acabas por comer algo semelhante, mas não ficas satisfeito, mas tb não passas fome…
O Polvo é uma peça basilar nesta equipa, mais importante que Hulk e James, o meio-campo fica manco pq não temos ninguém que faça o mesmo.
Depois de saber que o treino de hoje foi desmarcado, desconfio que os jogadores estão completamente estourados, vai ser uma caminhada longa e temo que seja algo penoso ver esta equipa a arrastar-se pelo campo nos próximos 7 ou 8 jogos.
Mas como a liga está prestes a tornar-se uma bela salgalhada (meu Deus, quem colocou aquele cowboy na presidência devia estar bastante bêbado), vamos ver, se calhar ainda vamos ter uns fds sem jogos para descansar ;)