Ontem, lá para o meio do último terço do jogo, Vitor Pereira decidiu mais uma vez pela entrada de Kleber para a zona central, retirando Rodriguez e fazendo Hulk descair para a linha. Aliás, aposto que ontem as três substituições foram adivinhadas pela grande maioria dos portistas, não por terem sido fracas e previsíveis mas porque pareceram adaptadas, pelo menos no papel, ao jogo em questão. O ponto que gostava de focar é a necessidade da introdução de um elemento ofensivo central numa altura em que o jogador que estava a ocupar aquela posição está numa condição física que já não lhe permite efectuar a transição para a lateral de uma forma eficiente. Tornando o discurso mais coloquial e menos formal, meter o Kleber ao meio e encostar o Hulk na ala quando o moço está cansado não rende.
A ideia é interessante, especialmente quando a equipa está a precisar de transformar o jogo numa sequência de passes mais directos e incisivos, abdicando da troca de bola a meio-campo. Com a colocação de um corpo extra na área, capaz de receber cruzamentos e servir como parede para tabelas entre ele e os extremos que fazem diagonais ou médios mais subidos para remates frontais, a capacidade ofensiva e a pressão são aumentadas para carregar nos últimos cinco minutos como um elefante do exército de Aníbal. O de Cartago, não o de Boliqueime, entenda-se.
Mas o que vi em Alvalade foi a entrada de Kleber que pouco cheirou a bola, alimentado por um James desacompanhado, um Álvaro esforçado e um Hulk francamente cansado. Foram apenas 15 minutos mas tanta falta fazem esses novecentos segundos de intensa pressão, quando o adversário está a começar a duvidar das próprias capacidades físicas e técnicas, naquele período em que ataque após ataque começa a gerar no pontual inimigo uma descida de auto-confiança como a de um adolescente borbulhento quando se olha ao espelho. E Hulk, quando é encostado à linha para finalmente poder pautar o jogo com os arranques, as fintas em progressão e os remates de longe, já está cansado de umas largas dezenas de minutos a pressionar centrais e a perseguir as bolas perdidas sozinho com os colegas a 20 ou 30 metros atrás no terreno.
É algo que deve ser revisto por Vitor Pereira por forma a rentabilizar melhor o nosso Givanildo. Ou então é colocar o rapaz na ala onde é mais produtivo…e esperar até chegar o tal messiânico ponta-de-lança que possa entrar direitinho para titular e Falconizar o nosso ataque. Ou não.
Percebo a tua preocupação, tal como já percebeste, entre alguns outros, a forma de jogar do Porto e as opções disponíveis para o treinador.
Só que começo a ter, precisamente após essa avaliação ao jogo e às opções, a ideia que enraizou em VP. Já tinha vontade de escrever sobre isso e vou tentar fazê-lo para amanhã.
Acredistas que vem mesmo um pdl? Eu não: falta guito e falta quem valhe a pena. Depois, o modelo Hulk, o 2º melhor jogador do mundo na óptica do patrão, é o mais válido.
sinceramente acredito. não pode vir um qualquer porque para isso já lá temos o proto-Kleber, mas há uma necessidade urgente de ter um homem de área que Kleber de facto ainda não mostra ser. a aposta no Hulk na frente faz todo o sentido, não me incomoda…mas o que se faz quando não funciona? em Alvalade tivemos a resposta: não há opção. Kleber pode ser útil em jogos contra equipas menos jeitosas, mas contra tubarões é preciso caçar com um arpão certeiro.
comprar por comprar não. mas se houvesse um investimento bem pensado num bom ponta-de-lança…era garantir um futuro menos dependente de Hulk…
estou curioso para ler o que vais escrever sobre isto.
abraço,
Jorge
Se bem me recordo, este mesmo kleber foi o que fez golo no dragão ao Benfica, que será tão tubarão como o Sporting. Parece-me que Kleber seja o problema menor, quando no trio de ataque a acompanhar Hulk vimos dois homens esforçados nas alas (Djalma e Cebola) a certa altura do jogo pensei que tinha voltado o atletismo ao nosso clube.
Para além disso pensei que a unica maneira de marcarmos um golo seria por iniciativa de Hulk, ou vocês conseguiram ver uma maneira diferente de chegar ao golo?
Para além disso, quando vejo Domingos a tirar Renato Neto é aí que digo, agora o jogo é nosso, vamos meter o Kleber e o James e começar a jogar bolinha no chão. Mas nada disso ficamos cagados lá trás e bolinha para o Hulk resolver…
muito pouco, para mim é muito pouco!
Não sei se o Rudnevs é muito caro mas via com grande alegria essa contratação.
Dos que para aí se vão aventando é o que mais me enche as medidas.
“É algo que deve ser revisto por Vitor Pereira…”
Ele tem lá capacidade para isso!
Boas Jorge,
O Givanildo cansado ??? depois de 15 dias de ferias ??? acho que a questão não foi por aí … foi mais pelo meio campo … era aí que deviamos ter segurado o jogo … nem o Moutinho nem o Belluschi estiverem á altura … e para a bola chegar a frente tem que passar pelo meio campo …
Desta vez não se pode apontar culpas ás substituições … porque acho que foram todas de acordo com o que pensávamos na altura … mesmo a entrada do Defour para tornar o meio campo mais “rotativo”.
Na minha modesta opinião o que faltou foi atitude … termos consciência que somos melhores e que iríamos ganhar … só isso, independentemente do resto. Acho que falta na equipa tecnica um “bixho”, um João Pinto, um Pedro Emanuel …
um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com/
VP anda a fazer isto ultimamente. A um quarto de hora do fim mete o Kleber e descai o estourado Hulk para as faixas, tira a nulidade Bellsuchi e mete o puto James como que a lhe dizer, tens que ser tu a decidir!
Podem me chamar nomes feios que não me importo (noutros blogs já fui acusado de não ser portista!!!!!) mas com VP a gente joga para não perder em vez de jogar para ganhar, mesmo com a treta de não termos PL… que efectivamente não temos!